Opinião|Livro ‘Antologia da Maldade II’ distribui sarcasmo de ‘bolsonarismo’ a ‘lulopetismo’


De ‘bolsonarismo’ a ‘lulopetismo’, livro ‘Antologia da Maldade II’ distribui sarcasmo democraticamente

Por Fabio Giambiagi
Atualização:

Convido o(a) leitor(a) a esquecer por um momento as agruras do País e fazer uma pausa para o humor.

Há alguns anos, publiquei com Gustavo Franco o livro Antologia da Maldade, uma compilação de frases espirituosas de uma variedade de autores alocadas em verbetes diversos. Foi o retrato de uma época – os anos do “dilmismo” – cheia de humor e frases célebres.

O segundo volume dessa coletânea foi compilado e organizado em um contexto completamente diverso, como se percebe pelo próprio título: Antologia da Maldade II: Epígrafes para um País Estressado (editora Zahar).

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São muitos os desafios em lidar com a polarização extrema. Um exemplo é a distinção entre as frases agrupadas no verbete “bolsonarices” (de autoria óbvia) daquelas reunidas em “bolsonarismo”, verbete no qual os organizadores se deram ao luxo de listar uma ampla gama de emanações da mesma – por assim dizer – “filosofia política”.

O presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa no Palácio da Alvorada. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Assim, o primeiro dos dois verbetes reúne manifestações que, a rigor, de humor não têm nada, mas são obrigatórias numa compilação do gênero, como a declaração inesquecível manifestada no dia 10 de março de 2020, de que “muito do que tem ali é muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propaga”, sentença em que se fica na dúvida se a tortura maior foi cometida contra o português ou contra a ciência.

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O mais interessante, porém, aparece no verbete aparentado – “bolsonarismo” –, no qual alocamos algumas frases que merecem o qualificativo de proféticas, embora provavelmente os seus autores não tivessem isso em mente.

Ali brilha a franqueza brutal de Quintino Bocaiuva, político do século 19, que declarou desanimado, há mais de 120 anos, em carta a Mena Barreto, que, “como republicano e como patriota, sou hoje acessível a dois únicos sentimentos: o da tristeza e o da vergonha”, sentença que assusta pelo paralelismo com a situação vivida pelo País mais de 12 décadas depois.

Talvez o melhor verbete do livro (e, quem sabe, o mais deprimente) seja “atualidade”, em que se destaca a frase de Augusto Frederico Schmidt, o consigliere de Juscelino Kubitschek: “O conceito do Brasil no exterior desceu a zero. É um país considerado idiota”.

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O livro Antologia da Maldade II é uma obra que distribui sarcasmo democraticamente. E incorpora, portanto, o termo “lulopetismo”, além da tese do jornalista argentino Carlos Pagni, para quem “a moderação pode ter virtudes, mas não é sexy”. Alocada, é claro, no verbete “terceira via”.

Convido o(a) leitor(a) a esquecer por um momento as agruras do País e fazer uma pausa para o humor.

Há alguns anos, publiquei com Gustavo Franco o livro Antologia da Maldade, uma compilação de frases espirituosas de uma variedade de autores alocadas em verbetes diversos. Foi o retrato de uma época – os anos do “dilmismo” – cheia de humor e frases célebres.

O segundo volume dessa coletânea foi compilado e organizado em um contexto completamente diverso, como se percebe pelo próprio título: Antologia da Maldade II: Epígrafes para um País Estressado (editora Zahar).

São muitos os desafios em lidar com a polarização extrema. Um exemplo é a distinção entre as frases agrupadas no verbete “bolsonarices” (de autoria óbvia) daquelas reunidas em “bolsonarismo”, verbete no qual os organizadores se deram ao luxo de listar uma ampla gama de emanações da mesma – por assim dizer – “filosofia política”.

O presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa no Palácio da Alvorada. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Assim, o primeiro dos dois verbetes reúne manifestações que, a rigor, de humor não têm nada, mas são obrigatórias numa compilação do gênero, como a declaração inesquecível manifestada no dia 10 de março de 2020, de que “muito do que tem ali é muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propaga”, sentença em que se fica na dúvida se a tortura maior foi cometida contra o português ou contra a ciência.

O mais interessante, porém, aparece no verbete aparentado – “bolsonarismo” –, no qual alocamos algumas frases que merecem o qualificativo de proféticas, embora provavelmente os seus autores não tivessem isso em mente.

Ali brilha a franqueza brutal de Quintino Bocaiuva, político do século 19, que declarou desanimado, há mais de 120 anos, em carta a Mena Barreto, que, “como republicano e como patriota, sou hoje acessível a dois únicos sentimentos: o da tristeza e o da vergonha”, sentença que assusta pelo paralelismo com a situação vivida pelo País mais de 12 décadas depois.

Talvez o melhor verbete do livro (e, quem sabe, o mais deprimente) seja “atualidade”, em que se destaca a frase de Augusto Frederico Schmidt, o consigliere de Juscelino Kubitschek: “O conceito do Brasil no exterior desceu a zero. É um país considerado idiota”.

O livro Antologia da Maldade II é uma obra que distribui sarcasmo democraticamente. E incorpora, portanto, o termo “lulopetismo”, além da tese do jornalista argentino Carlos Pagni, para quem “a moderação pode ter virtudes, mas não é sexy”. Alocada, é claro, no verbete “terceira via”.

Convido o(a) leitor(a) a esquecer por um momento as agruras do País e fazer uma pausa para o humor.

Há alguns anos, publiquei com Gustavo Franco o livro Antologia da Maldade, uma compilação de frases espirituosas de uma variedade de autores alocadas em verbetes diversos. Foi o retrato de uma época – os anos do “dilmismo” – cheia de humor e frases célebres.

O segundo volume dessa coletânea foi compilado e organizado em um contexto completamente diverso, como se percebe pelo próprio título: Antologia da Maldade II: Epígrafes para um País Estressado (editora Zahar).

São muitos os desafios em lidar com a polarização extrema. Um exemplo é a distinção entre as frases agrupadas no verbete “bolsonarices” (de autoria óbvia) daquelas reunidas em “bolsonarismo”, verbete no qual os organizadores se deram ao luxo de listar uma ampla gama de emanações da mesma – por assim dizer – “filosofia política”.

O presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa no Palácio da Alvorada. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Assim, o primeiro dos dois verbetes reúne manifestações que, a rigor, de humor não têm nada, mas são obrigatórias numa compilação do gênero, como a declaração inesquecível manifestada no dia 10 de março de 2020, de que “muito do que tem ali é muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propaga”, sentença em que se fica na dúvida se a tortura maior foi cometida contra o português ou contra a ciência.

O mais interessante, porém, aparece no verbete aparentado – “bolsonarismo” –, no qual alocamos algumas frases que merecem o qualificativo de proféticas, embora provavelmente os seus autores não tivessem isso em mente.

Ali brilha a franqueza brutal de Quintino Bocaiuva, político do século 19, que declarou desanimado, há mais de 120 anos, em carta a Mena Barreto, que, “como republicano e como patriota, sou hoje acessível a dois únicos sentimentos: o da tristeza e o da vergonha”, sentença que assusta pelo paralelismo com a situação vivida pelo País mais de 12 décadas depois.

Talvez o melhor verbete do livro (e, quem sabe, o mais deprimente) seja “atualidade”, em que se destaca a frase de Augusto Frederico Schmidt, o consigliere de Juscelino Kubitschek: “O conceito do Brasil no exterior desceu a zero. É um país considerado idiota”.

O livro Antologia da Maldade II é uma obra que distribui sarcasmo democraticamente. E incorpora, portanto, o termo “lulopetismo”, além da tese do jornalista argentino Carlos Pagni, para quem “a moderação pode ter virtudes, mas não é sexy”. Alocada, é claro, no verbete “terceira via”.

Convido o(a) leitor(a) a esquecer por um momento as agruras do País e fazer uma pausa para o humor.

Há alguns anos, publiquei com Gustavo Franco o livro Antologia da Maldade, uma compilação de frases espirituosas de uma variedade de autores alocadas em verbetes diversos. Foi o retrato de uma época – os anos do “dilmismo” – cheia de humor e frases célebres.

O segundo volume dessa coletânea foi compilado e organizado em um contexto completamente diverso, como se percebe pelo próprio título: Antologia da Maldade II: Epígrafes para um País Estressado (editora Zahar).

São muitos os desafios em lidar com a polarização extrema. Um exemplo é a distinção entre as frases agrupadas no verbete “bolsonarices” (de autoria óbvia) daquelas reunidas em “bolsonarismo”, verbete no qual os organizadores se deram ao luxo de listar uma ampla gama de emanações da mesma – por assim dizer – “filosofia política”.

O presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa no Palácio da Alvorada. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Assim, o primeiro dos dois verbetes reúne manifestações que, a rigor, de humor não têm nada, mas são obrigatórias numa compilação do gênero, como a declaração inesquecível manifestada no dia 10 de março de 2020, de que “muito do que tem ali é muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propaga”, sentença em que se fica na dúvida se a tortura maior foi cometida contra o português ou contra a ciência.

O mais interessante, porém, aparece no verbete aparentado – “bolsonarismo” –, no qual alocamos algumas frases que merecem o qualificativo de proféticas, embora provavelmente os seus autores não tivessem isso em mente.

Ali brilha a franqueza brutal de Quintino Bocaiuva, político do século 19, que declarou desanimado, há mais de 120 anos, em carta a Mena Barreto, que, “como republicano e como patriota, sou hoje acessível a dois únicos sentimentos: o da tristeza e o da vergonha”, sentença que assusta pelo paralelismo com a situação vivida pelo País mais de 12 décadas depois.

Talvez o melhor verbete do livro (e, quem sabe, o mais deprimente) seja “atualidade”, em que se destaca a frase de Augusto Frederico Schmidt, o consigliere de Juscelino Kubitschek: “O conceito do Brasil no exterior desceu a zero. É um país considerado idiota”.

O livro Antologia da Maldade II é uma obra que distribui sarcasmo democraticamente. E incorpora, portanto, o termo “lulopetismo”, além da tese do jornalista argentino Carlos Pagni, para quem “a moderação pode ter virtudes, mas não é sexy”. Alocada, é claro, no verbete “terceira via”.

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Opinião por Fabio Giambiagi

Economista, formado pela FEA/UFRJ, com mestrado no Instituto de Economia Industrial da UFRJ

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