Opinião|Política de juros do BC traz credibilidade e previsibilidade


Instituição fez muito bem em segurar os juros até agora. Em breve, o País colherá os frutos

Por Fabio Giambiagi

Em episódio relatado nas memórias de Roberto Campos, o general Artur da Costa e Silva, ouvindo o argumento de que os dirigentes do Banco Central (BC) não poderiam ser substituídos ad hoc, pois isso iria “enfraquecer o papel do BC como guardião da moeda”, reagiu com sua frase lapidar: “O guardião da moeda sou eu”. Quis o destino que, hoje, seu neto esteja assistindo a um revival daquela situação.

O deputado Lindbergh Farias declarou que “manter a taxa de juros é uma covardia. Estão agindo de forma irresponsável para aumentar a recessão e o desemprego e sabotar o governo Lula”. Essa frase e a realidade são duas paralelas que não convergem sequer no infinito. Vamos a alguns fatos.

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A Selic foi aumentada no começo do governo Lula da Silva, em 2003, para 26,5%, nível em que foi mantida até meados de junho, quando, após a equipe ganhar credibilidade, a taxa começou a ceder. Lembra o deputado quem era o presidente da República naquela época?

Em setembro de 2004, a taxa estava em 16,0% e a grita era para diminuir. E o que o BC fez? A taxa aumentou, indo até 19,75%, nível em que foi mantida até setembro de 2005. O noticiário da época está cheio de alertas contra a “devastação” que seria causada pelos juros “nas nuvens”.

Na crise de 2008, o BC reduziu os juros? Não: eles subiram! Para quanto? 13,75% (bingo!). E lá ficaram até 2009.

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Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central Foto: Pedro França / Agência Senado

Em termos reais, a Selic foi de 13% tanto em 2003 como em 2005, sendo ainda de 6% em 2008. Talvez o deputado se lembre de quem era o presidente naqueles anos.

O superávit primário médio de 2003/2008 foi de 3,4% do PIB, a inflação estava na meta e o Banco Central fazia o que dele se esperava, respaldado pelo presidente da República. Como corretamente declarou o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva ao Jornal Nacional no dia 25/8/2022, em pleno esforço para seduzir os eleitores da terceira via que, no fim, lhe permitiram vencer a eleição, “tem três palavras mágicas para governar o País: credibilidade, previsibilidade e estabilidade”. Ele não poderia estar mais correto.

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Decorridos nove meses desde aquela declaração e assistindo ao festival de ataques dirigidos contra o presidente do BC, cabe lembrar uma frase do arcebispo sul-africano Desmond Tutu, que, tendo aprendido a usar o diálogo num contexto bem mais difícil que o nosso, costumava repetir: “Não levante a voz: melhore seu argumento”. O Banco Central fez muito bem em segurar os juros até agora. Em breve, o País colherá os frutos.

Em episódio relatado nas memórias de Roberto Campos, o general Artur da Costa e Silva, ouvindo o argumento de que os dirigentes do Banco Central (BC) não poderiam ser substituídos ad hoc, pois isso iria “enfraquecer o papel do BC como guardião da moeda”, reagiu com sua frase lapidar: “O guardião da moeda sou eu”. Quis o destino que, hoje, seu neto esteja assistindo a um revival daquela situação.

O deputado Lindbergh Farias declarou que “manter a taxa de juros é uma covardia. Estão agindo de forma irresponsável para aumentar a recessão e o desemprego e sabotar o governo Lula”. Essa frase e a realidade são duas paralelas que não convergem sequer no infinito. Vamos a alguns fatos.

A Selic foi aumentada no começo do governo Lula da Silva, em 2003, para 26,5%, nível em que foi mantida até meados de junho, quando, após a equipe ganhar credibilidade, a taxa começou a ceder. Lembra o deputado quem era o presidente da República naquela época?

Em setembro de 2004, a taxa estava em 16,0% e a grita era para diminuir. E o que o BC fez? A taxa aumentou, indo até 19,75%, nível em que foi mantida até setembro de 2005. O noticiário da época está cheio de alertas contra a “devastação” que seria causada pelos juros “nas nuvens”.

Na crise de 2008, o BC reduziu os juros? Não: eles subiram! Para quanto? 13,75% (bingo!). E lá ficaram até 2009.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central Foto: Pedro França / Agência Senado

Em termos reais, a Selic foi de 13% tanto em 2003 como em 2005, sendo ainda de 6% em 2008. Talvez o deputado se lembre de quem era o presidente naqueles anos.

O superávit primário médio de 2003/2008 foi de 3,4% do PIB, a inflação estava na meta e o Banco Central fazia o que dele se esperava, respaldado pelo presidente da República. Como corretamente declarou o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva ao Jornal Nacional no dia 25/8/2022, em pleno esforço para seduzir os eleitores da terceira via que, no fim, lhe permitiram vencer a eleição, “tem três palavras mágicas para governar o País: credibilidade, previsibilidade e estabilidade”. Ele não poderia estar mais correto.

Decorridos nove meses desde aquela declaração e assistindo ao festival de ataques dirigidos contra o presidente do BC, cabe lembrar uma frase do arcebispo sul-africano Desmond Tutu, que, tendo aprendido a usar o diálogo num contexto bem mais difícil que o nosso, costumava repetir: “Não levante a voz: melhore seu argumento”. O Banco Central fez muito bem em segurar os juros até agora. Em breve, o País colherá os frutos.

Em episódio relatado nas memórias de Roberto Campos, o general Artur da Costa e Silva, ouvindo o argumento de que os dirigentes do Banco Central (BC) não poderiam ser substituídos ad hoc, pois isso iria “enfraquecer o papel do BC como guardião da moeda”, reagiu com sua frase lapidar: “O guardião da moeda sou eu”. Quis o destino que, hoje, seu neto esteja assistindo a um revival daquela situação.

O deputado Lindbergh Farias declarou que “manter a taxa de juros é uma covardia. Estão agindo de forma irresponsável para aumentar a recessão e o desemprego e sabotar o governo Lula”. Essa frase e a realidade são duas paralelas que não convergem sequer no infinito. Vamos a alguns fatos.

A Selic foi aumentada no começo do governo Lula da Silva, em 2003, para 26,5%, nível em que foi mantida até meados de junho, quando, após a equipe ganhar credibilidade, a taxa começou a ceder. Lembra o deputado quem era o presidente da República naquela época?

Em setembro de 2004, a taxa estava em 16,0% e a grita era para diminuir. E o que o BC fez? A taxa aumentou, indo até 19,75%, nível em que foi mantida até setembro de 2005. O noticiário da época está cheio de alertas contra a “devastação” que seria causada pelos juros “nas nuvens”.

Na crise de 2008, o BC reduziu os juros? Não: eles subiram! Para quanto? 13,75% (bingo!). E lá ficaram até 2009.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central Foto: Pedro França / Agência Senado

Em termos reais, a Selic foi de 13% tanto em 2003 como em 2005, sendo ainda de 6% em 2008. Talvez o deputado se lembre de quem era o presidente naqueles anos.

O superávit primário médio de 2003/2008 foi de 3,4% do PIB, a inflação estava na meta e o Banco Central fazia o que dele se esperava, respaldado pelo presidente da República. Como corretamente declarou o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva ao Jornal Nacional no dia 25/8/2022, em pleno esforço para seduzir os eleitores da terceira via que, no fim, lhe permitiram vencer a eleição, “tem três palavras mágicas para governar o País: credibilidade, previsibilidade e estabilidade”. Ele não poderia estar mais correto.

Decorridos nove meses desde aquela declaração e assistindo ao festival de ataques dirigidos contra o presidente do BC, cabe lembrar uma frase do arcebispo sul-africano Desmond Tutu, que, tendo aprendido a usar o diálogo num contexto bem mais difícil que o nosso, costumava repetir: “Não levante a voz: melhore seu argumento”. O Banco Central fez muito bem em segurar os juros até agora. Em breve, o País colherá os frutos.

Em episódio relatado nas memórias de Roberto Campos, o general Artur da Costa e Silva, ouvindo o argumento de que os dirigentes do Banco Central (BC) não poderiam ser substituídos ad hoc, pois isso iria “enfraquecer o papel do BC como guardião da moeda”, reagiu com sua frase lapidar: “O guardião da moeda sou eu”. Quis o destino que, hoje, seu neto esteja assistindo a um revival daquela situação.

O deputado Lindbergh Farias declarou que “manter a taxa de juros é uma covardia. Estão agindo de forma irresponsável para aumentar a recessão e o desemprego e sabotar o governo Lula”. Essa frase e a realidade são duas paralelas que não convergem sequer no infinito. Vamos a alguns fatos.

A Selic foi aumentada no começo do governo Lula da Silva, em 2003, para 26,5%, nível em que foi mantida até meados de junho, quando, após a equipe ganhar credibilidade, a taxa começou a ceder. Lembra o deputado quem era o presidente da República naquela época?

Em setembro de 2004, a taxa estava em 16,0% e a grita era para diminuir. E o que o BC fez? A taxa aumentou, indo até 19,75%, nível em que foi mantida até setembro de 2005. O noticiário da época está cheio de alertas contra a “devastação” que seria causada pelos juros “nas nuvens”.

Na crise de 2008, o BC reduziu os juros? Não: eles subiram! Para quanto? 13,75% (bingo!). E lá ficaram até 2009.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central Foto: Pedro França / Agência Senado

Em termos reais, a Selic foi de 13% tanto em 2003 como em 2005, sendo ainda de 6% em 2008. Talvez o deputado se lembre de quem era o presidente naqueles anos.

O superávit primário médio de 2003/2008 foi de 3,4% do PIB, a inflação estava na meta e o Banco Central fazia o que dele se esperava, respaldado pelo presidente da República. Como corretamente declarou o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva ao Jornal Nacional no dia 25/8/2022, em pleno esforço para seduzir os eleitores da terceira via que, no fim, lhe permitiram vencer a eleição, “tem três palavras mágicas para governar o País: credibilidade, previsibilidade e estabilidade”. Ele não poderia estar mais correto.

Decorridos nove meses desde aquela declaração e assistindo ao festival de ataques dirigidos contra o presidente do BC, cabe lembrar uma frase do arcebispo sul-africano Desmond Tutu, que, tendo aprendido a usar o diálogo num contexto bem mais difícil que o nosso, costumava repetir: “Não levante a voz: melhore seu argumento”. O Banco Central fez muito bem em segurar os juros até agora. Em breve, o País colherá os frutos.

Em episódio relatado nas memórias de Roberto Campos, o general Artur da Costa e Silva, ouvindo o argumento de que os dirigentes do Banco Central (BC) não poderiam ser substituídos ad hoc, pois isso iria “enfraquecer o papel do BC como guardião da moeda”, reagiu com sua frase lapidar: “O guardião da moeda sou eu”. Quis o destino que, hoje, seu neto esteja assistindo a um revival daquela situação.

O deputado Lindbergh Farias declarou que “manter a taxa de juros é uma covardia. Estão agindo de forma irresponsável para aumentar a recessão e o desemprego e sabotar o governo Lula”. Essa frase e a realidade são duas paralelas que não convergem sequer no infinito. Vamos a alguns fatos.

A Selic foi aumentada no começo do governo Lula da Silva, em 2003, para 26,5%, nível em que foi mantida até meados de junho, quando, após a equipe ganhar credibilidade, a taxa começou a ceder. Lembra o deputado quem era o presidente da República naquela época?

Em setembro de 2004, a taxa estava em 16,0% e a grita era para diminuir. E o que o BC fez? A taxa aumentou, indo até 19,75%, nível em que foi mantida até setembro de 2005. O noticiário da época está cheio de alertas contra a “devastação” que seria causada pelos juros “nas nuvens”.

Na crise de 2008, o BC reduziu os juros? Não: eles subiram! Para quanto? 13,75% (bingo!). E lá ficaram até 2009.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central Foto: Pedro França / Agência Senado

Em termos reais, a Selic foi de 13% tanto em 2003 como em 2005, sendo ainda de 6% em 2008. Talvez o deputado se lembre de quem era o presidente naqueles anos.

O superávit primário médio de 2003/2008 foi de 3,4% do PIB, a inflação estava na meta e o Banco Central fazia o que dele se esperava, respaldado pelo presidente da República. Como corretamente declarou o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva ao Jornal Nacional no dia 25/8/2022, em pleno esforço para seduzir os eleitores da terceira via que, no fim, lhe permitiram vencer a eleição, “tem três palavras mágicas para governar o País: credibilidade, previsibilidade e estabilidade”. Ele não poderia estar mais correto.

Decorridos nove meses desde aquela declaração e assistindo ao festival de ataques dirigidos contra o presidente do BC, cabe lembrar uma frase do arcebispo sul-africano Desmond Tutu, que, tendo aprendido a usar o diálogo num contexto bem mais difícil que o nosso, costumava repetir: “Não levante a voz: melhore seu argumento”. O Banco Central fez muito bem em segurar os juros até agora. Em breve, o País colherá os frutos.

Opinião por Fabio Giambiagi

Economista, formado pela FEA/UFRJ, com mestrado no Instituto de Economia Industrial da UFRJ

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