Opinião|Produtividade: tema precisa ser tratado como prioritário pela liderança política do Brasil


Nos últimos 43 anos, produtividade por pessoa ocupada no Brasil avançou, em média, apenas 0,1% ao ano

Por Fabio Giambiagi

O Produto Interno Bruto (PIB) de um país só pode aumentar por conta de um dos seguintes fenômenos: i) porque há mais pessoas produzindo; ii) porque há mais capital, na forma de máquinas, equipamentos ou construção civil; e/ou iii) porque, dada a mesma quantidade destes fatores, eles são combinados de forma a poder produzir mais. Comecei a estudar Economia em 1980. Nos 40 anos anteriores, com todas as qualificações que possam ser feitas à qualidade das estatísticas, o fato é que a produtividade por pessoa ocupada no Brasil aumentara à respeitável taxa de 4,2% ao ano. Já nos 43 anos entre 1980 e 2023, a mesma variável se expandiu ao ritmo vergonhoso de 0,1% ao ano.

Procurando dar nossa contribuição ao debate, com o meu colega José Ronaldo de Castro Souza Jr., organizamos o livro O desafio da produtividade - Como tirar o Brasil da armadilha da renda média (Editora Lux, 2024), que acabamos de lançar e no qual 31 especialistas se debruçaram sobre os diferentes aspectos que afetam esta variável, procurando explicar as razões de nosso desempenho tão medíocre e sugerir caminhos para o futuro.

O livro se inicia com duas epígrafes, das quais uma sintetiza a dimensão política do desafio. A frase é de Juan Carlos Torre, membro da equipe de Raúl Alfonsín, e que quase quatro décadas depois daquele governo politicamente notável, mas economicamente desastroso e com quase todos os atores da época já falecidos, publicou as memórias sobre aquela experiência, em que reconheceu que “o pensamento progressista argentino esteve tradicionalmente voltado para os temas da distribuição de renda e da defesa dos recursos nacionais. As questões referentes ao crescimento e a como fazer para gerar racionalidade econômica nunca ocuparam um lugar central na sua agenda”. A mesma reflexão, ipsis litteris, poderia ser feita sobre a intelligentzia progressista brasileira.

continua após a publicidade
Produtividade brasileira estagnou entre 1980 e 2023 Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO

Em 2004, num outro livro que organizei, Armando Castelar concluía seu capítulo com o título Por que o Brasil cresce pouco? dizendo que, “se nos próximos 20 anos o Brasil quiser repetir o excelente desempenho de 1930-1980, será necessário combinar uma queda do custo do investimento com um aumento da poupança nacional e políticas que sustentem um significativo crescimento da produtividade”. É deprimente que, 20 anos depois, essas palavras continuem sendo atuais. Neste ínterim, se nos fue la vida. Está na hora do tema passar a ser tratado como prioritário pela liderança política do País.

O Produto Interno Bruto (PIB) de um país só pode aumentar por conta de um dos seguintes fenômenos: i) porque há mais pessoas produzindo; ii) porque há mais capital, na forma de máquinas, equipamentos ou construção civil; e/ou iii) porque, dada a mesma quantidade destes fatores, eles são combinados de forma a poder produzir mais. Comecei a estudar Economia em 1980. Nos 40 anos anteriores, com todas as qualificações que possam ser feitas à qualidade das estatísticas, o fato é que a produtividade por pessoa ocupada no Brasil aumentara à respeitável taxa de 4,2% ao ano. Já nos 43 anos entre 1980 e 2023, a mesma variável se expandiu ao ritmo vergonhoso de 0,1% ao ano.

Procurando dar nossa contribuição ao debate, com o meu colega José Ronaldo de Castro Souza Jr., organizamos o livro O desafio da produtividade - Como tirar o Brasil da armadilha da renda média (Editora Lux, 2024), que acabamos de lançar e no qual 31 especialistas se debruçaram sobre os diferentes aspectos que afetam esta variável, procurando explicar as razões de nosso desempenho tão medíocre e sugerir caminhos para o futuro.

O livro se inicia com duas epígrafes, das quais uma sintetiza a dimensão política do desafio. A frase é de Juan Carlos Torre, membro da equipe de Raúl Alfonsín, e que quase quatro décadas depois daquele governo politicamente notável, mas economicamente desastroso e com quase todos os atores da época já falecidos, publicou as memórias sobre aquela experiência, em que reconheceu que “o pensamento progressista argentino esteve tradicionalmente voltado para os temas da distribuição de renda e da defesa dos recursos nacionais. As questões referentes ao crescimento e a como fazer para gerar racionalidade econômica nunca ocuparam um lugar central na sua agenda”. A mesma reflexão, ipsis litteris, poderia ser feita sobre a intelligentzia progressista brasileira.

Produtividade brasileira estagnou entre 1980 e 2023 Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO

Em 2004, num outro livro que organizei, Armando Castelar concluía seu capítulo com o título Por que o Brasil cresce pouco? dizendo que, “se nos próximos 20 anos o Brasil quiser repetir o excelente desempenho de 1930-1980, será necessário combinar uma queda do custo do investimento com um aumento da poupança nacional e políticas que sustentem um significativo crescimento da produtividade”. É deprimente que, 20 anos depois, essas palavras continuem sendo atuais. Neste ínterim, se nos fue la vida. Está na hora do tema passar a ser tratado como prioritário pela liderança política do País.

O Produto Interno Bruto (PIB) de um país só pode aumentar por conta de um dos seguintes fenômenos: i) porque há mais pessoas produzindo; ii) porque há mais capital, na forma de máquinas, equipamentos ou construção civil; e/ou iii) porque, dada a mesma quantidade destes fatores, eles são combinados de forma a poder produzir mais. Comecei a estudar Economia em 1980. Nos 40 anos anteriores, com todas as qualificações que possam ser feitas à qualidade das estatísticas, o fato é que a produtividade por pessoa ocupada no Brasil aumentara à respeitável taxa de 4,2% ao ano. Já nos 43 anos entre 1980 e 2023, a mesma variável se expandiu ao ritmo vergonhoso de 0,1% ao ano.

Procurando dar nossa contribuição ao debate, com o meu colega José Ronaldo de Castro Souza Jr., organizamos o livro O desafio da produtividade - Como tirar o Brasil da armadilha da renda média (Editora Lux, 2024), que acabamos de lançar e no qual 31 especialistas se debruçaram sobre os diferentes aspectos que afetam esta variável, procurando explicar as razões de nosso desempenho tão medíocre e sugerir caminhos para o futuro.

O livro se inicia com duas epígrafes, das quais uma sintetiza a dimensão política do desafio. A frase é de Juan Carlos Torre, membro da equipe de Raúl Alfonsín, e que quase quatro décadas depois daquele governo politicamente notável, mas economicamente desastroso e com quase todos os atores da época já falecidos, publicou as memórias sobre aquela experiência, em que reconheceu que “o pensamento progressista argentino esteve tradicionalmente voltado para os temas da distribuição de renda e da defesa dos recursos nacionais. As questões referentes ao crescimento e a como fazer para gerar racionalidade econômica nunca ocuparam um lugar central na sua agenda”. A mesma reflexão, ipsis litteris, poderia ser feita sobre a intelligentzia progressista brasileira.

Produtividade brasileira estagnou entre 1980 e 2023 Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO

Em 2004, num outro livro que organizei, Armando Castelar concluía seu capítulo com o título Por que o Brasil cresce pouco? dizendo que, “se nos próximos 20 anos o Brasil quiser repetir o excelente desempenho de 1930-1980, será necessário combinar uma queda do custo do investimento com um aumento da poupança nacional e políticas que sustentem um significativo crescimento da produtividade”. É deprimente que, 20 anos depois, essas palavras continuem sendo atuais. Neste ínterim, se nos fue la vida. Está na hora do tema passar a ser tratado como prioritário pela liderança política do País.

O Produto Interno Bruto (PIB) de um país só pode aumentar por conta de um dos seguintes fenômenos: i) porque há mais pessoas produzindo; ii) porque há mais capital, na forma de máquinas, equipamentos ou construção civil; e/ou iii) porque, dada a mesma quantidade destes fatores, eles são combinados de forma a poder produzir mais. Comecei a estudar Economia em 1980. Nos 40 anos anteriores, com todas as qualificações que possam ser feitas à qualidade das estatísticas, o fato é que a produtividade por pessoa ocupada no Brasil aumentara à respeitável taxa de 4,2% ao ano. Já nos 43 anos entre 1980 e 2023, a mesma variável se expandiu ao ritmo vergonhoso de 0,1% ao ano.

Procurando dar nossa contribuição ao debate, com o meu colega José Ronaldo de Castro Souza Jr., organizamos o livro O desafio da produtividade - Como tirar o Brasil da armadilha da renda média (Editora Lux, 2024), que acabamos de lançar e no qual 31 especialistas se debruçaram sobre os diferentes aspectos que afetam esta variável, procurando explicar as razões de nosso desempenho tão medíocre e sugerir caminhos para o futuro.

O livro se inicia com duas epígrafes, das quais uma sintetiza a dimensão política do desafio. A frase é de Juan Carlos Torre, membro da equipe de Raúl Alfonsín, e que quase quatro décadas depois daquele governo politicamente notável, mas economicamente desastroso e com quase todos os atores da época já falecidos, publicou as memórias sobre aquela experiência, em que reconheceu que “o pensamento progressista argentino esteve tradicionalmente voltado para os temas da distribuição de renda e da defesa dos recursos nacionais. As questões referentes ao crescimento e a como fazer para gerar racionalidade econômica nunca ocuparam um lugar central na sua agenda”. A mesma reflexão, ipsis litteris, poderia ser feita sobre a intelligentzia progressista brasileira.

Produtividade brasileira estagnou entre 1980 e 2023 Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO

Em 2004, num outro livro que organizei, Armando Castelar concluía seu capítulo com o título Por que o Brasil cresce pouco? dizendo que, “se nos próximos 20 anos o Brasil quiser repetir o excelente desempenho de 1930-1980, será necessário combinar uma queda do custo do investimento com um aumento da poupança nacional e políticas que sustentem um significativo crescimento da produtividade”. É deprimente que, 20 anos depois, essas palavras continuem sendo atuais. Neste ínterim, se nos fue la vida. Está na hora do tema passar a ser tratado como prioritário pela liderança política do País.

Opinião por Fabio Giambiagi

Economista, formado pela FEA/UFRJ, com mestrado no Instituto de Economia Industrial da UFRJ

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.