‘Farmácias podem revolucionar o sistema de saúde’, diz presidente do grupo Pague Menos


À frente da rede, Patriciana Rodrigues defende, e já está criando, a ‘farmácia-consultório’

Por Sonia Racy
Atualização:
Foto: DIV
Entrevista comPatriciana RodriguesPresidente do Grupo Pague Menos

Foi em 2016 que a cearense Patriciana Rodrigues começou a atuar na rede de farmácias de sua família, a Pague Menos, para implantar no País o que chama de “ecossistema de saúde”. Farmácia, argumenta ela, tem de deixar de ser apenas um lugar para vender remédios. Ela pode atuar com médicos, dar uma assistência diferenciada e ajudar de forma mais ampla na saúde dos clientes, beneficiar os mais necessitados. “A gente acredita que dá para revolucionar o sistema de saúde, melhorar o acesso” implantando o que ela chama de “consultório farmacêutico”

De Fortaleza, onde vive, ela começou em 2001 – já como diretora de marketing da rede – fazendo a integração dos próprios funcionários. Hoje, das 25 mil pessoas do grupo, 58% são mulheres. Em 2020, ela chegou à presidência do conselho de administração da rede – e em junho passado a Pague Menos entrou com oferta inicial de ações.

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“O farmacêutico de mãos dadas com o médico pode fazer muita coisa, e já estamos fazendo”, afirma a executiva nesta entrevista a Cenários.

Exemplo: no pool de 1,6 mil lojas em todo o País, mais de mil já têm essas farmácias-consultórios. Mas ela admite que não será fácil nem rápido. “A gente tem uma grande batalha pela frente, sabemos que isso é uma mudança cultural.” A seguir, trechos da conversa.

Acredita que as farmácias tendem a se tornar hubs de médicos, assumindo funções de um consultório?

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Sim, iniciamos esse projeto piloto em 2016 com a ideia de revolucionar o ecossistema de saúde do País. E para melhorar o acesso para uma grande parcela da população que não tem plano de saúde privado.

Patriciana Rodrigues trabalha na rede de farmácias da família desde 2001 Foto: Divulgação

Como seria essa mudança?

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Atualmente, nossa legislação não permite a presença de médicos nas farmácias. Então, oferecemos serviços de primeiros cuidados, como monitoramento de pressão arterial, verificação de diabetes e serviços cardiológicos prestados por farmacêuticos profissionais, que têm uma formação de cinco anos na área da saúde, entendem a composição dos medicamentos e as interações medicamentosas. Criamos um espaço chamado consultório farmacêutico. Se o problema for simples, o farmacêutico pode resolver no local. Se for de média ou alta complexidade, o cliente é orientado a procurar um especialista ou uma clínica.

A tecnologia tem ajudado nesse conceito de hub?

Estamos fazendo muitas parcerias com healthtechs. A Hilab, por exemplo, consegue obter informações importantes sobre a saúde do paciente com apenas uma gota de sangue. A teleconsulta possibilita a interação física e digital: o farmacêutico realiza todos os monitoramentos e coleta os indicadores necessários – e o médico está presente digitalmente. Na caminhada, a pandemia foi um período triste, mas também acelerou o futuro. A receita digital passou a ser aceita, algo que já era praticado em todo o mundo. No nosso pool de 1,6 mil lojas pelo País, mais de mil já têm esses consultórios.

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A concorrência está fazendo a mesma coisa?

A Pague Menos foi a pioneira, mas outras empresas do setor começaram a perceber essa mudança e estão oferecendo serviços semelhantes. Faz mais sentido para o usuário quando todos estão no mesmo processo, e não apenas uma rede de farmácias. É melhor para todos, assim todos crescem.

Em outros países, é permitida a presença de médicos nas farmácias?

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O mercado americano é o mais avançado nesse sentido. Já é comum ter a presença física de profissionais de saúde, incluindo médicos, em consultórios dentro das farmácias. No Canadá também existe a prática. Na Europa há serviços e clínicas próximos às farmácias.

O que falta para regulamentar isso no Brasil?

Recentemente, tivemos uma vitória com a regulamentação de mais de 60 serviços que a Pague Menos já oferecia – como monitoramento da pressão arterial, testes para covid, gravidez e até teleconsulta. Ainda não é permitida a presença física do médico, mas a tecnologia tem sido uma grande aliada. Podemos conectar nosso consumidor a uma consulta remota com um médico.

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Qual é a justificativa da Anvisa para não regulamentar esse tipo de serviço?

Entendo que é mais uma barreira cultural do que um problema em si. A presença nas farmácias sempre foi associada apenas aos farmacêuticos.

Qual foi o faturamento da empresa em 2022?

Nosso faturamento foi superior a R$ 10 bilhões. A rede tem 1,6 mil lojas, incluindo 400 da Extrafarma e mais 120 inauguradas no ano passado, em praticamente todos os Estados.

Ainda é raro ter uma mulher presidente de empresa no Brasil. Como é a política de diversidade no Grupo Pague Menos?

Sempre acreditamos que uma equipe diversa é extremamente valiosa. Em nosso grupo de colaboradores temos indígenas, negros – e 58% das 25 mil pessoas são mulheres. Temos cotas afirmativas nos processos seletivos e também programa de trainee direcionados para mulheres, pessoas negras e pessoas acima dos 50 anos.

Foi em 2016 que a cearense Patriciana Rodrigues começou a atuar na rede de farmácias de sua família, a Pague Menos, para implantar no País o que chama de “ecossistema de saúde”. Farmácia, argumenta ela, tem de deixar de ser apenas um lugar para vender remédios. Ela pode atuar com médicos, dar uma assistência diferenciada e ajudar de forma mais ampla na saúde dos clientes, beneficiar os mais necessitados. “A gente acredita que dá para revolucionar o sistema de saúde, melhorar o acesso” implantando o que ela chama de “consultório farmacêutico”

De Fortaleza, onde vive, ela começou em 2001 – já como diretora de marketing da rede – fazendo a integração dos próprios funcionários. Hoje, das 25 mil pessoas do grupo, 58% são mulheres. Em 2020, ela chegou à presidência do conselho de administração da rede – e em junho passado a Pague Menos entrou com oferta inicial de ações.

“O farmacêutico de mãos dadas com o médico pode fazer muita coisa, e já estamos fazendo”, afirma a executiva nesta entrevista a Cenários.

Exemplo: no pool de 1,6 mil lojas em todo o País, mais de mil já têm essas farmácias-consultórios. Mas ela admite que não será fácil nem rápido. “A gente tem uma grande batalha pela frente, sabemos que isso é uma mudança cultural.” A seguir, trechos da conversa.

Acredita que as farmácias tendem a se tornar hubs de médicos, assumindo funções de um consultório?

Sim, iniciamos esse projeto piloto em 2016 com a ideia de revolucionar o ecossistema de saúde do País. E para melhorar o acesso para uma grande parcela da população que não tem plano de saúde privado.

Patriciana Rodrigues trabalha na rede de farmácias da família desde 2001 Foto: Divulgação

Como seria essa mudança?

Atualmente, nossa legislação não permite a presença de médicos nas farmácias. Então, oferecemos serviços de primeiros cuidados, como monitoramento de pressão arterial, verificação de diabetes e serviços cardiológicos prestados por farmacêuticos profissionais, que têm uma formação de cinco anos na área da saúde, entendem a composição dos medicamentos e as interações medicamentosas. Criamos um espaço chamado consultório farmacêutico. Se o problema for simples, o farmacêutico pode resolver no local. Se for de média ou alta complexidade, o cliente é orientado a procurar um especialista ou uma clínica.

A tecnologia tem ajudado nesse conceito de hub?

Estamos fazendo muitas parcerias com healthtechs. A Hilab, por exemplo, consegue obter informações importantes sobre a saúde do paciente com apenas uma gota de sangue. A teleconsulta possibilita a interação física e digital: o farmacêutico realiza todos os monitoramentos e coleta os indicadores necessários – e o médico está presente digitalmente. Na caminhada, a pandemia foi um período triste, mas também acelerou o futuro. A receita digital passou a ser aceita, algo que já era praticado em todo o mundo. No nosso pool de 1,6 mil lojas pelo País, mais de mil já têm esses consultórios.

A concorrência está fazendo a mesma coisa?

A Pague Menos foi a pioneira, mas outras empresas do setor começaram a perceber essa mudança e estão oferecendo serviços semelhantes. Faz mais sentido para o usuário quando todos estão no mesmo processo, e não apenas uma rede de farmácias. É melhor para todos, assim todos crescem.

Em outros países, é permitida a presença de médicos nas farmácias?

O mercado americano é o mais avançado nesse sentido. Já é comum ter a presença física de profissionais de saúde, incluindo médicos, em consultórios dentro das farmácias. No Canadá também existe a prática. Na Europa há serviços e clínicas próximos às farmácias.

O que falta para regulamentar isso no Brasil?

Recentemente, tivemos uma vitória com a regulamentação de mais de 60 serviços que a Pague Menos já oferecia – como monitoramento da pressão arterial, testes para covid, gravidez e até teleconsulta. Ainda não é permitida a presença física do médico, mas a tecnologia tem sido uma grande aliada. Podemos conectar nosso consumidor a uma consulta remota com um médico.

Qual é a justificativa da Anvisa para não regulamentar esse tipo de serviço?

Entendo que é mais uma barreira cultural do que um problema em si. A presença nas farmácias sempre foi associada apenas aos farmacêuticos.

Qual foi o faturamento da empresa em 2022?

Nosso faturamento foi superior a R$ 10 bilhões. A rede tem 1,6 mil lojas, incluindo 400 da Extrafarma e mais 120 inauguradas no ano passado, em praticamente todos os Estados.

Ainda é raro ter uma mulher presidente de empresa no Brasil. Como é a política de diversidade no Grupo Pague Menos?

Sempre acreditamos que uma equipe diversa é extremamente valiosa. Em nosso grupo de colaboradores temos indígenas, negros – e 58% das 25 mil pessoas são mulheres. Temos cotas afirmativas nos processos seletivos e também programa de trainee direcionados para mulheres, pessoas negras e pessoas acima dos 50 anos.

Foi em 2016 que a cearense Patriciana Rodrigues começou a atuar na rede de farmácias de sua família, a Pague Menos, para implantar no País o que chama de “ecossistema de saúde”. Farmácia, argumenta ela, tem de deixar de ser apenas um lugar para vender remédios. Ela pode atuar com médicos, dar uma assistência diferenciada e ajudar de forma mais ampla na saúde dos clientes, beneficiar os mais necessitados. “A gente acredita que dá para revolucionar o sistema de saúde, melhorar o acesso” implantando o que ela chama de “consultório farmacêutico”

De Fortaleza, onde vive, ela começou em 2001 – já como diretora de marketing da rede – fazendo a integração dos próprios funcionários. Hoje, das 25 mil pessoas do grupo, 58% são mulheres. Em 2020, ela chegou à presidência do conselho de administração da rede – e em junho passado a Pague Menos entrou com oferta inicial de ações.

“O farmacêutico de mãos dadas com o médico pode fazer muita coisa, e já estamos fazendo”, afirma a executiva nesta entrevista a Cenários.

Exemplo: no pool de 1,6 mil lojas em todo o País, mais de mil já têm essas farmácias-consultórios. Mas ela admite que não será fácil nem rápido. “A gente tem uma grande batalha pela frente, sabemos que isso é uma mudança cultural.” A seguir, trechos da conversa.

Acredita que as farmácias tendem a se tornar hubs de médicos, assumindo funções de um consultório?

Sim, iniciamos esse projeto piloto em 2016 com a ideia de revolucionar o ecossistema de saúde do País. E para melhorar o acesso para uma grande parcela da população que não tem plano de saúde privado.

Patriciana Rodrigues trabalha na rede de farmácias da família desde 2001 Foto: Divulgação

Como seria essa mudança?

Atualmente, nossa legislação não permite a presença de médicos nas farmácias. Então, oferecemos serviços de primeiros cuidados, como monitoramento de pressão arterial, verificação de diabetes e serviços cardiológicos prestados por farmacêuticos profissionais, que têm uma formação de cinco anos na área da saúde, entendem a composição dos medicamentos e as interações medicamentosas. Criamos um espaço chamado consultório farmacêutico. Se o problema for simples, o farmacêutico pode resolver no local. Se for de média ou alta complexidade, o cliente é orientado a procurar um especialista ou uma clínica.

A tecnologia tem ajudado nesse conceito de hub?

Estamos fazendo muitas parcerias com healthtechs. A Hilab, por exemplo, consegue obter informações importantes sobre a saúde do paciente com apenas uma gota de sangue. A teleconsulta possibilita a interação física e digital: o farmacêutico realiza todos os monitoramentos e coleta os indicadores necessários – e o médico está presente digitalmente. Na caminhada, a pandemia foi um período triste, mas também acelerou o futuro. A receita digital passou a ser aceita, algo que já era praticado em todo o mundo. No nosso pool de 1,6 mil lojas pelo País, mais de mil já têm esses consultórios.

A concorrência está fazendo a mesma coisa?

A Pague Menos foi a pioneira, mas outras empresas do setor começaram a perceber essa mudança e estão oferecendo serviços semelhantes. Faz mais sentido para o usuário quando todos estão no mesmo processo, e não apenas uma rede de farmácias. É melhor para todos, assim todos crescem.

Em outros países, é permitida a presença de médicos nas farmácias?

O mercado americano é o mais avançado nesse sentido. Já é comum ter a presença física de profissionais de saúde, incluindo médicos, em consultórios dentro das farmácias. No Canadá também existe a prática. Na Europa há serviços e clínicas próximos às farmácias.

O que falta para regulamentar isso no Brasil?

Recentemente, tivemos uma vitória com a regulamentação de mais de 60 serviços que a Pague Menos já oferecia – como monitoramento da pressão arterial, testes para covid, gravidez e até teleconsulta. Ainda não é permitida a presença física do médico, mas a tecnologia tem sido uma grande aliada. Podemos conectar nosso consumidor a uma consulta remota com um médico.

Qual é a justificativa da Anvisa para não regulamentar esse tipo de serviço?

Entendo que é mais uma barreira cultural do que um problema em si. A presença nas farmácias sempre foi associada apenas aos farmacêuticos.

Qual foi o faturamento da empresa em 2022?

Nosso faturamento foi superior a R$ 10 bilhões. A rede tem 1,6 mil lojas, incluindo 400 da Extrafarma e mais 120 inauguradas no ano passado, em praticamente todos os Estados.

Ainda é raro ter uma mulher presidente de empresa no Brasil. Como é a política de diversidade no Grupo Pague Menos?

Sempre acreditamos que uma equipe diversa é extremamente valiosa. Em nosso grupo de colaboradores temos indígenas, negros – e 58% das 25 mil pessoas são mulheres. Temos cotas afirmativas nos processos seletivos e também programa de trainee direcionados para mulheres, pessoas negras e pessoas acima dos 50 anos.

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