BRASÍLIA - O crescimento do PIB do terceiro trimestre, de 0,9% conforme divulgado nesta terça-feira, 3, pelo IBGE, é superior à projeção do boletim Macrofiscal do Ministério da Fazenda para o período e deverá ensejar revisão do dado de 3,3% para o ano, de acordo com nota divulgada pela Secretaria de Política Econômica (SPE). “Dessa maneira, a projeção do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024, atualmente em 3,3%, deverá ser revisada para cima, repercutindo perspectivas de maior crescimento para a indústria e para os serviços”, diz o texto.
A avaliação da SPE é de que o desempenho do terceiro trimestre mostrou que a economia seguiu em “ritmo robusto de expansão mesmo com menores impulsos fiscais”. Pelo lado da demanda, o resultado reflete a expansão do consumo das famílias e do investimento.
Em relação ao desempenho projetado para os setores pela secretaria, houve uma queda mais acentuada na atividade agropecuária e menor expansão da indústria, em função do recuo na produção extrativa e da construção. Já o setor de serviços foi uma surpresa positiva. “A taxa de investimento aumentou de 16,6% no segundo trimestre para 17,6% no terceiro, refletindo a maior expansão da formação bruta de capital fixo comparativamente ao avanço do PIB em valores correntes”, diz a nota.
A avaliação da SPE é de que a política de juros mais altos deverá restringir o ritmo de expansão de concessões de crédito e investimentos, mas impulsos do mercado de trabalho, resiliente, vão estimular a produção e o consumo das famílias. “Para 2025, destaca-se a boa perspectiva para setores menos cíclicos, como a agropecuária e a produção extrativa. O bom desempenho dessas atividades deve ajudar a mitigar a desaceleração esperada para as atividades cíclicas, mais impactadas pelo aumento dos juros e pelos menores estímulos fiscais”, diz a nota.
A nota ainda trouxe uma comparação feita entre os países do G-20 que já divulgaram o PIB do terceiro trimestre e mostra que o Brasil ficou na quarta posição, tanto em relação ao trimestre anterior quanto na comparação interanual, atrás apenas do México, Índia e Indonésia e no mesmo patamar da China. O País ainda tem a sexta melhor posição no acumulado de quatro trimestres.