Decisão do Fed não deve afetar atitude do Copom na reunião desta quarta e em maio, dizem economistas


Inflação pressionada no Brasil e nos Estados Unidos ainda é o foco de preocupação dos respectivos bancos centrais

Por Márcia De Chiara

A decisão do banco central americano, o Fed, de aumentar em 0,25 ponto porcentual os juros básicos nos Estados Unidos, para a faixa de 4,75% a 5% ao ano, não muda o cenário traçado para a para economia brasileira e o comportamento do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, na reunião desta quarta-feira, 22, e no próximo encontro, marcado para maio, segundo economistas ouvidos pelo Estadão.

Depois do início da crise bancária nos Estados Unidos, entrou no radar do mercado uma alta menor de 0,25 ponto porcentual, que foi o caminho seguido, de fato, pelo Fed.

“O ponto é que a preocupação do Fed explicitamente se mantém com a inflação”, afirma o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. Por isso, mesmo com a crise, o banco central americano teve que aumentar os juros.

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No caso brasileiro, a preocupação do Banco Central também continua sendo com a inflação. Segundo o economista, enquanto as expectativas não cederem, não há como a autoridade monetária reduzir juros antes do segundo semestre. “A decisão do Fed em nada altera a decisão que será tomada hoje pelo Copom.”

Silvio Campos Neto, economista e sócio da Tendências Consultoria, também não vê reflexos da decisão do Fed na reunião do Copom desta quarta-feira e na próxima. “O Copom está muito focado nas informações locais: inflação que segue elevada, expectativas acima das metas e na incerteza em relação à questão fiscal, especialmente depois do adiamento da divulgação da proposta do novo arcabouço”, afirma. Ele pondera, no entanto, que a autoridade monetária está atenta aos episódios do cenário internacional dos últimos dias.

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BC ficará focado nas questões locais e, com isso, não deve alterar a taxa de juros na reunião desta quarta nem dar firme sinal de queda em maio Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Campos acredita que o BC ficará focado nas questões locais e, com isso, não deve alterar a taxa de juros na reunião desta quarta. Também não dará firme sinal de queda em maio.

Vale observa que a próxima decisão do Copom estará mais vinculada ao novo arcabouço fiscal. “Não deverá ser momento de queda ainda (em maio), mas o BC poderá sinalizar que há condições políticas e econômicas para começar a se pensar nisso”, pondera. O essencial para o corte nos juros, segundo o economista, é a tendência da inflação nos próximos meses.

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A inflação de março está perdida devido à reoneração dos combustíveis, observa o economista da MB. “Mas esperamos que, a partir de abril, a inflação possa mostrar mais sinais de desaceleração”, prevê.

O movimento de perda de fôlego da inflação pode ocorrer, em parte, por conta da própria desaceleração da economia, observa Vale. Também o arrefecimento dos preços dos alimentos pode ajudar a manter a inflação abaixo de 6% este ano.

A decisão do banco central americano, o Fed, de aumentar em 0,25 ponto porcentual os juros básicos nos Estados Unidos, para a faixa de 4,75% a 5% ao ano, não muda o cenário traçado para a para economia brasileira e o comportamento do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, na reunião desta quarta-feira, 22, e no próximo encontro, marcado para maio, segundo economistas ouvidos pelo Estadão.

Depois do início da crise bancária nos Estados Unidos, entrou no radar do mercado uma alta menor de 0,25 ponto porcentual, que foi o caminho seguido, de fato, pelo Fed.

“O ponto é que a preocupação do Fed explicitamente se mantém com a inflação”, afirma o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. Por isso, mesmo com a crise, o banco central americano teve que aumentar os juros.

No caso brasileiro, a preocupação do Banco Central também continua sendo com a inflação. Segundo o economista, enquanto as expectativas não cederem, não há como a autoridade monetária reduzir juros antes do segundo semestre. “A decisão do Fed em nada altera a decisão que será tomada hoje pelo Copom.”

Silvio Campos Neto, economista e sócio da Tendências Consultoria, também não vê reflexos da decisão do Fed na reunião do Copom desta quarta-feira e na próxima. “O Copom está muito focado nas informações locais: inflação que segue elevada, expectativas acima das metas e na incerteza em relação à questão fiscal, especialmente depois do adiamento da divulgação da proposta do novo arcabouço”, afirma. Ele pondera, no entanto, que a autoridade monetária está atenta aos episódios do cenário internacional dos últimos dias.

BC ficará focado nas questões locais e, com isso, não deve alterar a taxa de juros na reunião desta quarta nem dar firme sinal de queda em maio Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Campos acredita que o BC ficará focado nas questões locais e, com isso, não deve alterar a taxa de juros na reunião desta quarta. Também não dará firme sinal de queda em maio.

Vale observa que a próxima decisão do Copom estará mais vinculada ao novo arcabouço fiscal. “Não deverá ser momento de queda ainda (em maio), mas o BC poderá sinalizar que há condições políticas e econômicas para começar a se pensar nisso”, pondera. O essencial para o corte nos juros, segundo o economista, é a tendência da inflação nos próximos meses.

A inflação de março está perdida devido à reoneração dos combustíveis, observa o economista da MB. “Mas esperamos que, a partir de abril, a inflação possa mostrar mais sinais de desaceleração”, prevê.

O movimento de perda de fôlego da inflação pode ocorrer, em parte, por conta da própria desaceleração da economia, observa Vale. Também o arrefecimento dos preços dos alimentos pode ajudar a manter a inflação abaixo de 6% este ano.

A decisão do banco central americano, o Fed, de aumentar em 0,25 ponto porcentual os juros básicos nos Estados Unidos, para a faixa de 4,75% a 5% ao ano, não muda o cenário traçado para a para economia brasileira e o comportamento do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, na reunião desta quarta-feira, 22, e no próximo encontro, marcado para maio, segundo economistas ouvidos pelo Estadão.

Depois do início da crise bancária nos Estados Unidos, entrou no radar do mercado uma alta menor de 0,25 ponto porcentual, que foi o caminho seguido, de fato, pelo Fed.

“O ponto é que a preocupação do Fed explicitamente se mantém com a inflação”, afirma o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. Por isso, mesmo com a crise, o banco central americano teve que aumentar os juros.

No caso brasileiro, a preocupação do Banco Central também continua sendo com a inflação. Segundo o economista, enquanto as expectativas não cederem, não há como a autoridade monetária reduzir juros antes do segundo semestre. “A decisão do Fed em nada altera a decisão que será tomada hoje pelo Copom.”

Silvio Campos Neto, economista e sócio da Tendências Consultoria, também não vê reflexos da decisão do Fed na reunião do Copom desta quarta-feira e na próxima. “O Copom está muito focado nas informações locais: inflação que segue elevada, expectativas acima das metas e na incerteza em relação à questão fiscal, especialmente depois do adiamento da divulgação da proposta do novo arcabouço”, afirma. Ele pondera, no entanto, que a autoridade monetária está atenta aos episódios do cenário internacional dos últimos dias.

BC ficará focado nas questões locais e, com isso, não deve alterar a taxa de juros na reunião desta quarta nem dar firme sinal de queda em maio Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Campos acredita que o BC ficará focado nas questões locais e, com isso, não deve alterar a taxa de juros na reunião desta quarta. Também não dará firme sinal de queda em maio.

Vale observa que a próxima decisão do Copom estará mais vinculada ao novo arcabouço fiscal. “Não deverá ser momento de queda ainda (em maio), mas o BC poderá sinalizar que há condições políticas e econômicas para começar a se pensar nisso”, pondera. O essencial para o corte nos juros, segundo o economista, é a tendência da inflação nos próximos meses.

A inflação de março está perdida devido à reoneração dos combustíveis, observa o economista da MB. “Mas esperamos que, a partir de abril, a inflação possa mostrar mais sinais de desaceleração”, prevê.

O movimento de perda de fôlego da inflação pode ocorrer, em parte, por conta da própria desaceleração da economia, observa Vale. Também o arrefecimento dos preços dos alimentos pode ajudar a manter a inflação abaixo de 6% este ano.

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