Economia e políticas públicas

Opinião|Inflação de produtos baratos afeta popularidade de Lula?


"Cheapflation" é a palavra em inglês para quando preços de produtos mais baratos sobem mais do que os dos mais caros. Estudo de Harvard mostra que o fenômeno ocorreu no pós-pandemia nos países ricos. Bráulio Borges pensa que pode ter chegado também ao Brasil, e explique por que Lula não está mais popular.

Por Fernando Dantas

"Cheapflation" é um termo que vem sendo usado nos Estados Unidos e que é difícil de traduzir numa só palavra em português, mesmo que inventada. Mas o significado é simples: é a inflação dos produtos mais baratos, aqueles que os consumidores costumam comprar quando estão financeiramente mais apertados, em vez de adquirir marcas mais prestigiadas e caras.

A alta da inflação nos Estados Unidos e em diversas outras partes do mundo (incluindo o Brasil) fez com que muitos bens atingissem níveis elevados de preço. A desaceleração inflacionária que ocorre agora não significa que os bens voltarão aos preços originais. Isso só ocorreria por meio de deflação. Assim, o nível alto dos preços de muitos bens e serviços levou as famílias a procurarem as marcas mais baratas.

Mas estudo a ser publicado em breve por Alberto Cavallo, professor da Harvard Business School, e pelo seu coautor Oleksiy Kryvtsov, mostra que, no período recente de alta inflação, os preços dos produtos mais baratos cresceram mais do que os dos mais caros.

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Os pesquisadores analisaram milhões de produtos de mais de 90 grandes varejistas em dez países. Nos Estados Unidos, por exemplo, entre janeiro de 2020 e maio de 2024, os produtos alimentares mais simples e baratos tiveram alta média de 30%, comparado a 22% para os mais sofisticados e caros. Já em seis outros países avançados (Canadá, França, Alemanha, Reino Unido, Espanha e Itália), no mesmo período, os produtos alimentares mais baratos subiram entre seis e 14 pontos porcentuais (pp) a mais do que as marcas equivalentes mais caras.

Esses dados estão em artigo no site da Harvard Business School. Mas o que dizer do Brasil? Será que por aqui também há um problema de "cheapflation"?

O economista Bráulio Borges, da consultoria LCA e do IBRE-FGV, andou investigando o tema. Ele menciona inicialmente a pesquisa Genial-Quaest divulgada hoje, que mostra alguma queda na popularidade de Lula entre julho e setembro.

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Borges chama a atenção para o fato de que o principal problema brasileiro, segundo os eleitores, se mantém como a "economia" (os outros são corrupção, violência, saúde, questões sociais e educação) desde pelo menos abril de 2023.

O que é curioso, já que o chamado "índice de infelicidade" está (dado do segundo trimestre deste ano) no seu nível mais baixo desde 1996. O índice de infelicidade soma inflação e desemprego. Obviamente, quanto mais baixo for, em tese mais feliz a população.

E é aqui que pode estar pesando a "cheapflation", segundo Borges.

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"A despeito do índice de infelicidade estar na mínima em quase 30 anos, a questão do nível de preços de produtos mais essenciais pode estar pesando nessa avaliação [da popularidade presidencial]", diz o economista.

Borges aponta que o preço da cesta básica, apesar de já ter caído do seu pico em julho de 2022, ainda está 7% (dado de agosto) acima do nível pré-pandemia, de dezembro de 2019.

Já a razão entre o salário mínimo e a cesta básica (ABRASMercado), embora tenha se recuperado desde o ponto mais baixo em julho de 2022, estava em 1,93 em agosto de 2024, ainda abaixo dos 2,1 de agosto de 2019.

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"Chama a atenção como, antes da pandemia, um salário mínimo comprava quase 2,2 cestas básicas, mesmo com o mínimo congelado em termos reais desde 2015; e, agora, com reajustes reais do mínimo, ele ainda está em 1,9 da cesta básica", comenta Borges.

O economista acrescenta que "essa razão já foi bem pior, ali em 2021 e 2022, e provavelmente foi o que fez o Bolsonaro perder a eleição". Em julho de 2022, ponto mais baixo da razão, e logo antes da eleição, o salário mínimo só comprava 1,56 cesta básica.

Borges aponta ainda que, para quem recebeu e recebe Auxílio-Brasil e Bolsa-Família, a história é bem diferente. A partir do final de 2021, o benefício explodiu em relação ao seu nível histórico, passando (na média) de R$ 191,9 para R$ 400 entre outubro e novembro de 2021. A razão entre o benefício e a cesta básica, nesse mesmo mês, mais do que dobrou, de 0,274 para 0,573.

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A razão continuou subindo até se aproximar de 1 no final de 2023 (o pico foi 0,976 em outubro de 2023). Mas de lá até hoje, a tendência foi de queda. Em agosto de 2024, ficou em 92,9. Essa queda mais recente também não ajuda na popularidade presidencial.

Fernando Dantas é colunista do Broadcast e escreve às terças, quartas e sextas-feiras (fojdantas@gmail.com)

Esta coluna foi publicada pelo Broadcast em 2/10/2024, quarta-feira.

"Cheapflation" é um termo que vem sendo usado nos Estados Unidos e que é difícil de traduzir numa só palavra em português, mesmo que inventada. Mas o significado é simples: é a inflação dos produtos mais baratos, aqueles que os consumidores costumam comprar quando estão financeiramente mais apertados, em vez de adquirir marcas mais prestigiadas e caras.

A alta da inflação nos Estados Unidos e em diversas outras partes do mundo (incluindo o Brasil) fez com que muitos bens atingissem níveis elevados de preço. A desaceleração inflacionária que ocorre agora não significa que os bens voltarão aos preços originais. Isso só ocorreria por meio de deflação. Assim, o nível alto dos preços de muitos bens e serviços levou as famílias a procurarem as marcas mais baratas.

Mas estudo a ser publicado em breve por Alberto Cavallo, professor da Harvard Business School, e pelo seu coautor Oleksiy Kryvtsov, mostra que, no período recente de alta inflação, os preços dos produtos mais baratos cresceram mais do que os dos mais caros.

Os pesquisadores analisaram milhões de produtos de mais de 90 grandes varejistas em dez países. Nos Estados Unidos, por exemplo, entre janeiro de 2020 e maio de 2024, os produtos alimentares mais simples e baratos tiveram alta média de 30%, comparado a 22% para os mais sofisticados e caros. Já em seis outros países avançados (Canadá, França, Alemanha, Reino Unido, Espanha e Itália), no mesmo período, os produtos alimentares mais baratos subiram entre seis e 14 pontos porcentuais (pp) a mais do que as marcas equivalentes mais caras.

Esses dados estão em artigo no site da Harvard Business School. Mas o que dizer do Brasil? Será que por aqui também há um problema de "cheapflation"?

O economista Bráulio Borges, da consultoria LCA e do IBRE-FGV, andou investigando o tema. Ele menciona inicialmente a pesquisa Genial-Quaest divulgada hoje, que mostra alguma queda na popularidade de Lula entre julho e setembro.

Borges chama a atenção para o fato de que o principal problema brasileiro, segundo os eleitores, se mantém como a "economia" (os outros são corrupção, violência, saúde, questões sociais e educação) desde pelo menos abril de 2023.

O que é curioso, já que o chamado "índice de infelicidade" está (dado do segundo trimestre deste ano) no seu nível mais baixo desde 1996. O índice de infelicidade soma inflação e desemprego. Obviamente, quanto mais baixo for, em tese mais feliz a população.

E é aqui que pode estar pesando a "cheapflation", segundo Borges.

"A despeito do índice de infelicidade estar na mínima em quase 30 anos, a questão do nível de preços de produtos mais essenciais pode estar pesando nessa avaliação [da popularidade presidencial]", diz o economista.

Borges aponta que o preço da cesta básica, apesar de já ter caído do seu pico em julho de 2022, ainda está 7% (dado de agosto) acima do nível pré-pandemia, de dezembro de 2019.

Já a razão entre o salário mínimo e a cesta básica (ABRASMercado), embora tenha se recuperado desde o ponto mais baixo em julho de 2022, estava em 1,93 em agosto de 2024, ainda abaixo dos 2,1 de agosto de 2019.

"Chama a atenção como, antes da pandemia, um salário mínimo comprava quase 2,2 cestas básicas, mesmo com o mínimo congelado em termos reais desde 2015; e, agora, com reajustes reais do mínimo, ele ainda está em 1,9 da cesta básica", comenta Borges.

O economista acrescenta que "essa razão já foi bem pior, ali em 2021 e 2022, e provavelmente foi o que fez o Bolsonaro perder a eleição". Em julho de 2022, ponto mais baixo da razão, e logo antes da eleição, o salário mínimo só comprava 1,56 cesta básica.

Borges aponta ainda que, para quem recebeu e recebe Auxílio-Brasil e Bolsa-Família, a história é bem diferente. A partir do final de 2021, o benefício explodiu em relação ao seu nível histórico, passando (na média) de R$ 191,9 para R$ 400 entre outubro e novembro de 2021. A razão entre o benefício e a cesta básica, nesse mesmo mês, mais do que dobrou, de 0,274 para 0,573.

A razão continuou subindo até se aproximar de 1 no final de 2023 (o pico foi 0,976 em outubro de 2023). Mas de lá até hoje, a tendência foi de queda. Em agosto de 2024, ficou em 92,9. Essa queda mais recente também não ajuda na popularidade presidencial.

Fernando Dantas é colunista do Broadcast e escreve às terças, quartas e sextas-feiras (fojdantas@gmail.com)

Esta coluna foi publicada pelo Broadcast em 2/10/2024, quarta-feira.

"Cheapflation" é um termo que vem sendo usado nos Estados Unidos e que é difícil de traduzir numa só palavra em português, mesmo que inventada. Mas o significado é simples: é a inflação dos produtos mais baratos, aqueles que os consumidores costumam comprar quando estão financeiramente mais apertados, em vez de adquirir marcas mais prestigiadas e caras.

A alta da inflação nos Estados Unidos e em diversas outras partes do mundo (incluindo o Brasil) fez com que muitos bens atingissem níveis elevados de preço. A desaceleração inflacionária que ocorre agora não significa que os bens voltarão aos preços originais. Isso só ocorreria por meio de deflação. Assim, o nível alto dos preços de muitos bens e serviços levou as famílias a procurarem as marcas mais baratas.

Mas estudo a ser publicado em breve por Alberto Cavallo, professor da Harvard Business School, e pelo seu coautor Oleksiy Kryvtsov, mostra que, no período recente de alta inflação, os preços dos produtos mais baratos cresceram mais do que os dos mais caros.

Os pesquisadores analisaram milhões de produtos de mais de 90 grandes varejistas em dez países. Nos Estados Unidos, por exemplo, entre janeiro de 2020 e maio de 2024, os produtos alimentares mais simples e baratos tiveram alta média de 30%, comparado a 22% para os mais sofisticados e caros. Já em seis outros países avançados (Canadá, França, Alemanha, Reino Unido, Espanha e Itália), no mesmo período, os produtos alimentares mais baratos subiram entre seis e 14 pontos porcentuais (pp) a mais do que as marcas equivalentes mais caras.

Esses dados estão em artigo no site da Harvard Business School. Mas o que dizer do Brasil? Será que por aqui também há um problema de "cheapflation"?

O economista Bráulio Borges, da consultoria LCA e do IBRE-FGV, andou investigando o tema. Ele menciona inicialmente a pesquisa Genial-Quaest divulgada hoje, que mostra alguma queda na popularidade de Lula entre julho e setembro.

Borges chama a atenção para o fato de que o principal problema brasileiro, segundo os eleitores, se mantém como a "economia" (os outros são corrupção, violência, saúde, questões sociais e educação) desde pelo menos abril de 2023.

O que é curioso, já que o chamado "índice de infelicidade" está (dado do segundo trimestre deste ano) no seu nível mais baixo desde 1996. O índice de infelicidade soma inflação e desemprego. Obviamente, quanto mais baixo for, em tese mais feliz a população.

E é aqui que pode estar pesando a "cheapflation", segundo Borges.

"A despeito do índice de infelicidade estar na mínima em quase 30 anos, a questão do nível de preços de produtos mais essenciais pode estar pesando nessa avaliação [da popularidade presidencial]", diz o economista.

Borges aponta que o preço da cesta básica, apesar de já ter caído do seu pico em julho de 2022, ainda está 7% (dado de agosto) acima do nível pré-pandemia, de dezembro de 2019.

Já a razão entre o salário mínimo e a cesta básica (ABRASMercado), embora tenha se recuperado desde o ponto mais baixo em julho de 2022, estava em 1,93 em agosto de 2024, ainda abaixo dos 2,1 de agosto de 2019.

"Chama a atenção como, antes da pandemia, um salário mínimo comprava quase 2,2 cestas básicas, mesmo com o mínimo congelado em termos reais desde 2015; e, agora, com reajustes reais do mínimo, ele ainda está em 1,9 da cesta básica", comenta Borges.

O economista acrescenta que "essa razão já foi bem pior, ali em 2021 e 2022, e provavelmente foi o que fez o Bolsonaro perder a eleição". Em julho de 2022, ponto mais baixo da razão, e logo antes da eleição, o salário mínimo só comprava 1,56 cesta básica.

Borges aponta ainda que, para quem recebeu e recebe Auxílio-Brasil e Bolsa-Família, a história é bem diferente. A partir do final de 2021, o benefício explodiu em relação ao seu nível histórico, passando (na média) de R$ 191,9 para R$ 400 entre outubro e novembro de 2021. A razão entre o benefício e a cesta básica, nesse mesmo mês, mais do que dobrou, de 0,274 para 0,573.

A razão continuou subindo até se aproximar de 1 no final de 2023 (o pico foi 0,976 em outubro de 2023). Mas de lá até hoje, a tendência foi de queda. Em agosto de 2024, ficou em 92,9. Essa queda mais recente também não ajuda na popularidade presidencial.

Fernando Dantas é colunista do Broadcast e escreve às terças, quartas e sextas-feiras (fojdantas@gmail.com)

Esta coluna foi publicada pelo Broadcast em 2/10/2024, quarta-feira.

"Cheapflation" é um termo que vem sendo usado nos Estados Unidos e que é difícil de traduzir numa só palavra em português, mesmo que inventada. Mas o significado é simples: é a inflação dos produtos mais baratos, aqueles que os consumidores costumam comprar quando estão financeiramente mais apertados, em vez de adquirir marcas mais prestigiadas e caras.

A alta da inflação nos Estados Unidos e em diversas outras partes do mundo (incluindo o Brasil) fez com que muitos bens atingissem níveis elevados de preço. A desaceleração inflacionária que ocorre agora não significa que os bens voltarão aos preços originais. Isso só ocorreria por meio de deflação. Assim, o nível alto dos preços de muitos bens e serviços levou as famílias a procurarem as marcas mais baratas.

Mas estudo a ser publicado em breve por Alberto Cavallo, professor da Harvard Business School, e pelo seu coautor Oleksiy Kryvtsov, mostra que, no período recente de alta inflação, os preços dos produtos mais baratos cresceram mais do que os dos mais caros.

Os pesquisadores analisaram milhões de produtos de mais de 90 grandes varejistas em dez países. Nos Estados Unidos, por exemplo, entre janeiro de 2020 e maio de 2024, os produtos alimentares mais simples e baratos tiveram alta média de 30%, comparado a 22% para os mais sofisticados e caros. Já em seis outros países avançados (Canadá, França, Alemanha, Reino Unido, Espanha e Itália), no mesmo período, os produtos alimentares mais baratos subiram entre seis e 14 pontos porcentuais (pp) a mais do que as marcas equivalentes mais caras.

Esses dados estão em artigo no site da Harvard Business School. Mas o que dizer do Brasil? Será que por aqui também há um problema de "cheapflation"?

O economista Bráulio Borges, da consultoria LCA e do IBRE-FGV, andou investigando o tema. Ele menciona inicialmente a pesquisa Genial-Quaest divulgada hoje, que mostra alguma queda na popularidade de Lula entre julho e setembro.

Borges chama a atenção para o fato de que o principal problema brasileiro, segundo os eleitores, se mantém como a "economia" (os outros são corrupção, violência, saúde, questões sociais e educação) desde pelo menos abril de 2023.

O que é curioso, já que o chamado "índice de infelicidade" está (dado do segundo trimestre deste ano) no seu nível mais baixo desde 1996. O índice de infelicidade soma inflação e desemprego. Obviamente, quanto mais baixo for, em tese mais feliz a população.

E é aqui que pode estar pesando a "cheapflation", segundo Borges.

"A despeito do índice de infelicidade estar na mínima em quase 30 anos, a questão do nível de preços de produtos mais essenciais pode estar pesando nessa avaliação [da popularidade presidencial]", diz o economista.

Borges aponta que o preço da cesta básica, apesar de já ter caído do seu pico em julho de 2022, ainda está 7% (dado de agosto) acima do nível pré-pandemia, de dezembro de 2019.

Já a razão entre o salário mínimo e a cesta básica (ABRASMercado), embora tenha se recuperado desde o ponto mais baixo em julho de 2022, estava em 1,93 em agosto de 2024, ainda abaixo dos 2,1 de agosto de 2019.

"Chama a atenção como, antes da pandemia, um salário mínimo comprava quase 2,2 cestas básicas, mesmo com o mínimo congelado em termos reais desde 2015; e, agora, com reajustes reais do mínimo, ele ainda está em 1,9 da cesta básica", comenta Borges.

O economista acrescenta que "essa razão já foi bem pior, ali em 2021 e 2022, e provavelmente foi o que fez o Bolsonaro perder a eleição". Em julho de 2022, ponto mais baixo da razão, e logo antes da eleição, o salário mínimo só comprava 1,56 cesta básica.

Borges aponta ainda que, para quem recebeu e recebe Auxílio-Brasil e Bolsa-Família, a história é bem diferente. A partir do final de 2021, o benefício explodiu em relação ao seu nível histórico, passando (na média) de R$ 191,9 para R$ 400 entre outubro e novembro de 2021. A razão entre o benefício e a cesta básica, nesse mesmo mês, mais do que dobrou, de 0,274 para 0,573.

A razão continuou subindo até se aproximar de 1 no final de 2023 (o pico foi 0,976 em outubro de 2023). Mas de lá até hoje, a tendência foi de queda. Em agosto de 2024, ficou em 92,9. Essa queda mais recente também não ajuda na popularidade presidencial.

Fernando Dantas é colunista do Broadcast e escreve às terças, quartas e sextas-feiras (fojdantas@gmail.com)

Esta coluna foi publicada pelo Broadcast em 2/10/2024, quarta-feira.

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