Economia e políticas públicas

Opinião|Sinal positivo no comércio exterior


Balança comercial de março registra recorde, com forte alta das exportações em volume, indicando possível melhora no comércio exterior.

Por Fernando Dantas

Maior saldo da série histórica para o mês, o superávit comercial brasileiro de US$ 11 bilhões em março último foi obtido com um crescimento de 7,5% das exportações e uma queda de 3,1% das importações. Essas últimas comparações referem-se à média diária do dias úteis dos meses de março de 2023 e 2022 (assim com as demais comparações adiante neste artigo). No mesmo conceito, o aumento do saldo comercial foi de 37,7%. Os números são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O saldo de março foi obtido mesmo com alguma piora dos termos de troca, já que o preço médio das exportações recuou 5,6% nomês, e o das importações subiu 24%. Em compensação, o volume das exportações elevou-se em 18,5% no mês passado, enquanto o volume das importações recuou 3,7%.

No primeiro trimestre, o saldo comercial acumulado de US$ 16,1 bilhões é quase 30% superior (em média diária dos dias úteis) ao mesmo indicador no mesmo período do ano passado, de US$ 12,2 bilhões.

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Novamente, essa melhora está sendo obtida apesar de leve piora dos termos de troca. O valor das exportações subiu 3,4% no primeiro trimestre, com alta de 5,4% no volume e praticamente estabilidade de preço (-0,4%). As importações em valor recuaram 1,9%, com contração de 5,9% no volume e elevação de 3,5% dos preços.

Este início de ano acelerado em termos de exportações e de superávit comercial levanta a questão de se pode haver uma surpresa positiva para a economia brasileira em 2023 nas vendas externa e na balança comercial.

Com foco em março, a economista Lia Baker Valls Pereira, especialista em setor externo do IBRE-FGV, observa que "no ano passado, o que estava comandando as exportações era preço, mas agora o que está liderando o desempenho do valor exportado é a variação de volume, mesmo no caso da indústria extrativa, que teve uma queda forte no preço".

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Na indústria extrativa, responsável por 25,7% do total exportado em 2023, houve em março um salto de 20,6% do valor das exportações, com alta de 57,8% no volume e recuo de 20,5% nos preços. O maior destaque na exportação em março foi o petróleo, com alta de 53,8% em valor, pela combinação de salto de 102,7% no volume e recuo de 24,1% no preço. No primeiro trimestre, em relação a igual período de 2022 (em média diária), a alta das vendas de petróleo foi mais modesta, de 2,2%.

Na leitura trimestral, a maior contribuição para a alta das exportações foi da indústria de transformação, com crescimento de 5,1%, seguida pela agropecuária (+2,4%) e extrativa (+0,1%). Quando se fala em 'indústria de transformação' nas exportações brasileiras, entretanto, alguns dos principais itens estão fortemente ligados ao setor primário, como óleos combustíveis, farelo de soja, celulose, carne bovina e de aves, açúcar e produtos siderúrgicos.

Segundo o economista Livio Ribeiro, sócio da consultoria BRCG e colega de Valls Pereira no IBRE, as exportações de março de fato constituíram uma surpresa positiva relevante. A sua projeção atual das exportações em 2023 é de US$ 303 bilhões, mas agora, segundo o pesquisador, "esse número tem um viés para cima".

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A projeção para a balança comercial deste ano, antes do resultado de março, era de US$ 51 bilhões. "Nossos números para a importação [em 2023] parecem bem calibrados, mas houve surpresa com a exportação recente, e eu diria que qualquer saldo entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões está no jogo no momento com as informações que a gente tem", conclui o analista.

Fernando Dantas é colunista do Broadcast (fojdantas@gmail.com)

Esta coluna foi publicada em 5/4/2023, quarta-feira.

Maior saldo da série histórica para o mês, o superávit comercial brasileiro de US$ 11 bilhões em março último foi obtido com um crescimento de 7,5% das exportações e uma queda de 3,1% das importações. Essas últimas comparações referem-se à média diária do dias úteis dos meses de março de 2023 e 2022 (assim com as demais comparações adiante neste artigo). No mesmo conceito, o aumento do saldo comercial foi de 37,7%. Os números são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O saldo de março foi obtido mesmo com alguma piora dos termos de troca, já que o preço médio das exportações recuou 5,6% nomês, e o das importações subiu 24%. Em compensação, o volume das exportações elevou-se em 18,5% no mês passado, enquanto o volume das importações recuou 3,7%.

No primeiro trimestre, o saldo comercial acumulado de US$ 16,1 bilhões é quase 30% superior (em média diária dos dias úteis) ao mesmo indicador no mesmo período do ano passado, de US$ 12,2 bilhões.

Novamente, essa melhora está sendo obtida apesar de leve piora dos termos de troca. O valor das exportações subiu 3,4% no primeiro trimestre, com alta de 5,4% no volume e praticamente estabilidade de preço (-0,4%). As importações em valor recuaram 1,9%, com contração de 5,9% no volume e elevação de 3,5% dos preços.

Este início de ano acelerado em termos de exportações e de superávit comercial levanta a questão de se pode haver uma surpresa positiva para a economia brasileira em 2023 nas vendas externa e na balança comercial.

Com foco em março, a economista Lia Baker Valls Pereira, especialista em setor externo do IBRE-FGV, observa que "no ano passado, o que estava comandando as exportações era preço, mas agora o que está liderando o desempenho do valor exportado é a variação de volume, mesmo no caso da indústria extrativa, que teve uma queda forte no preço".

Na indústria extrativa, responsável por 25,7% do total exportado em 2023, houve em março um salto de 20,6% do valor das exportações, com alta de 57,8% no volume e recuo de 20,5% nos preços. O maior destaque na exportação em março foi o petróleo, com alta de 53,8% em valor, pela combinação de salto de 102,7% no volume e recuo de 24,1% no preço. No primeiro trimestre, em relação a igual período de 2022 (em média diária), a alta das vendas de petróleo foi mais modesta, de 2,2%.

Na leitura trimestral, a maior contribuição para a alta das exportações foi da indústria de transformação, com crescimento de 5,1%, seguida pela agropecuária (+2,4%) e extrativa (+0,1%). Quando se fala em 'indústria de transformação' nas exportações brasileiras, entretanto, alguns dos principais itens estão fortemente ligados ao setor primário, como óleos combustíveis, farelo de soja, celulose, carne bovina e de aves, açúcar e produtos siderúrgicos.

Segundo o economista Livio Ribeiro, sócio da consultoria BRCG e colega de Valls Pereira no IBRE, as exportações de março de fato constituíram uma surpresa positiva relevante. A sua projeção atual das exportações em 2023 é de US$ 303 bilhões, mas agora, segundo o pesquisador, "esse número tem um viés para cima".

A projeção para a balança comercial deste ano, antes do resultado de março, era de US$ 51 bilhões. "Nossos números para a importação [em 2023] parecem bem calibrados, mas houve surpresa com a exportação recente, e eu diria que qualquer saldo entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões está no jogo no momento com as informações que a gente tem", conclui o analista.

Fernando Dantas é colunista do Broadcast (fojdantas@gmail.com)

Esta coluna foi publicada em 5/4/2023, quarta-feira.

Maior saldo da série histórica para o mês, o superávit comercial brasileiro de US$ 11 bilhões em março último foi obtido com um crescimento de 7,5% das exportações e uma queda de 3,1% das importações. Essas últimas comparações referem-se à média diária do dias úteis dos meses de março de 2023 e 2022 (assim com as demais comparações adiante neste artigo). No mesmo conceito, o aumento do saldo comercial foi de 37,7%. Os números são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O saldo de março foi obtido mesmo com alguma piora dos termos de troca, já que o preço médio das exportações recuou 5,6% nomês, e o das importações subiu 24%. Em compensação, o volume das exportações elevou-se em 18,5% no mês passado, enquanto o volume das importações recuou 3,7%.

No primeiro trimestre, o saldo comercial acumulado de US$ 16,1 bilhões é quase 30% superior (em média diária dos dias úteis) ao mesmo indicador no mesmo período do ano passado, de US$ 12,2 bilhões.

Novamente, essa melhora está sendo obtida apesar de leve piora dos termos de troca. O valor das exportações subiu 3,4% no primeiro trimestre, com alta de 5,4% no volume e praticamente estabilidade de preço (-0,4%). As importações em valor recuaram 1,9%, com contração de 5,9% no volume e elevação de 3,5% dos preços.

Este início de ano acelerado em termos de exportações e de superávit comercial levanta a questão de se pode haver uma surpresa positiva para a economia brasileira em 2023 nas vendas externa e na balança comercial.

Com foco em março, a economista Lia Baker Valls Pereira, especialista em setor externo do IBRE-FGV, observa que "no ano passado, o que estava comandando as exportações era preço, mas agora o que está liderando o desempenho do valor exportado é a variação de volume, mesmo no caso da indústria extrativa, que teve uma queda forte no preço".

Na indústria extrativa, responsável por 25,7% do total exportado em 2023, houve em março um salto de 20,6% do valor das exportações, com alta de 57,8% no volume e recuo de 20,5% nos preços. O maior destaque na exportação em março foi o petróleo, com alta de 53,8% em valor, pela combinação de salto de 102,7% no volume e recuo de 24,1% no preço. No primeiro trimestre, em relação a igual período de 2022 (em média diária), a alta das vendas de petróleo foi mais modesta, de 2,2%.

Na leitura trimestral, a maior contribuição para a alta das exportações foi da indústria de transformação, com crescimento de 5,1%, seguida pela agropecuária (+2,4%) e extrativa (+0,1%). Quando se fala em 'indústria de transformação' nas exportações brasileiras, entretanto, alguns dos principais itens estão fortemente ligados ao setor primário, como óleos combustíveis, farelo de soja, celulose, carne bovina e de aves, açúcar e produtos siderúrgicos.

Segundo o economista Livio Ribeiro, sócio da consultoria BRCG e colega de Valls Pereira no IBRE, as exportações de março de fato constituíram uma surpresa positiva relevante. A sua projeção atual das exportações em 2023 é de US$ 303 bilhões, mas agora, segundo o pesquisador, "esse número tem um viés para cima".

A projeção para a balança comercial deste ano, antes do resultado de março, era de US$ 51 bilhões. "Nossos números para a importação [em 2023] parecem bem calibrados, mas houve surpresa com a exportação recente, e eu diria que qualquer saldo entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões está no jogo no momento com as informações que a gente tem", conclui o analista.

Fernando Dantas é colunista do Broadcast (fojdantas@gmail.com)

Esta coluna foi publicada em 5/4/2023, quarta-feira.

Maior saldo da série histórica para o mês, o superávit comercial brasileiro de US$ 11 bilhões em março último foi obtido com um crescimento de 7,5% das exportações e uma queda de 3,1% das importações. Essas últimas comparações referem-se à média diária do dias úteis dos meses de março de 2023 e 2022 (assim com as demais comparações adiante neste artigo). No mesmo conceito, o aumento do saldo comercial foi de 37,7%. Os números são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O saldo de março foi obtido mesmo com alguma piora dos termos de troca, já que o preço médio das exportações recuou 5,6% nomês, e o das importações subiu 24%. Em compensação, o volume das exportações elevou-se em 18,5% no mês passado, enquanto o volume das importações recuou 3,7%.

No primeiro trimestre, o saldo comercial acumulado de US$ 16,1 bilhões é quase 30% superior (em média diária dos dias úteis) ao mesmo indicador no mesmo período do ano passado, de US$ 12,2 bilhões.

Novamente, essa melhora está sendo obtida apesar de leve piora dos termos de troca. O valor das exportações subiu 3,4% no primeiro trimestre, com alta de 5,4% no volume e praticamente estabilidade de preço (-0,4%). As importações em valor recuaram 1,9%, com contração de 5,9% no volume e elevação de 3,5% dos preços.

Este início de ano acelerado em termos de exportações e de superávit comercial levanta a questão de se pode haver uma surpresa positiva para a economia brasileira em 2023 nas vendas externa e na balança comercial.

Com foco em março, a economista Lia Baker Valls Pereira, especialista em setor externo do IBRE-FGV, observa que "no ano passado, o que estava comandando as exportações era preço, mas agora o que está liderando o desempenho do valor exportado é a variação de volume, mesmo no caso da indústria extrativa, que teve uma queda forte no preço".

Na indústria extrativa, responsável por 25,7% do total exportado em 2023, houve em março um salto de 20,6% do valor das exportações, com alta de 57,8% no volume e recuo de 20,5% nos preços. O maior destaque na exportação em março foi o petróleo, com alta de 53,8% em valor, pela combinação de salto de 102,7% no volume e recuo de 24,1% no preço. No primeiro trimestre, em relação a igual período de 2022 (em média diária), a alta das vendas de petróleo foi mais modesta, de 2,2%.

Na leitura trimestral, a maior contribuição para a alta das exportações foi da indústria de transformação, com crescimento de 5,1%, seguida pela agropecuária (+2,4%) e extrativa (+0,1%). Quando se fala em 'indústria de transformação' nas exportações brasileiras, entretanto, alguns dos principais itens estão fortemente ligados ao setor primário, como óleos combustíveis, farelo de soja, celulose, carne bovina e de aves, açúcar e produtos siderúrgicos.

Segundo o economista Livio Ribeiro, sócio da consultoria BRCG e colega de Valls Pereira no IBRE, as exportações de março de fato constituíram uma surpresa positiva relevante. A sua projeção atual das exportações em 2023 é de US$ 303 bilhões, mas agora, segundo o pesquisador, "esse número tem um viés para cima".

A projeção para a balança comercial deste ano, antes do resultado de março, era de US$ 51 bilhões. "Nossos números para a importação [em 2023] parecem bem calibrados, mas houve surpresa com a exportação recente, e eu diria que qualquer saldo entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões está no jogo no momento com as informações que a gente tem", conclui o analista.

Fernando Dantas é colunista do Broadcast (fojdantas@gmail.com)

Esta coluna foi publicada em 5/4/2023, quarta-feira.

Maior saldo da série histórica para o mês, o superávit comercial brasileiro de US$ 11 bilhões em março último foi obtido com um crescimento de 7,5% das exportações e uma queda de 3,1% das importações. Essas últimas comparações referem-se à média diária do dias úteis dos meses de março de 2023 e 2022 (assim com as demais comparações adiante neste artigo). No mesmo conceito, o aumento do saldo comercial foi de 37,7%. Os números são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O saldo de março foi obtido mesmo com alguma piora dos termos de troca, já que o preço médio das exportações recuou 5,6% nomês, e o das importações subiu 24%. Em compensação, o volume das exportações elevou-se em 18,5% no mês passado, enquanto o volume das importações recuou 3,7%.

No primeiro trimestre, o saldo comercial acumulado de US$ 16,1 bilhões é quase 30% superior (em média diária dos dias úteis) ao mesmo indicador no mesmo período do ano passado, de US$ 12,2 bilhões.

Novamente, essa melhora está sendo obtida apesar de leve piora dos termos de troca. O valor das exportações subiu 3,4% no primeiro trimestre, com alta de 5,4% no volume e praticamente estabilidade de preço (-0,4%). As importações em valor recuaram 1,9%, com contração de 5,9% no volume e elevação de 3,5% dos preços.

Este início de ano acelerado em termos de exportações e de superávit comercial levanta a questão de se pode haver uma surpresa positiva para a economia brasileira em 2023 nas vendas externa e na balança comercial.

Com foco em março, a economista Lia Baker Valls Pereira, especialista em setor externo do IBRE-FGV, observa que "no ano passado, o que estava comandando as exportações era preço, mas agora o que está liderando o desempenho do valor exportado é a variação de volume, mesmo no caso da indústria extrativa, que teve uma queda forte no preço".

Na indústria extrativa, responsável por 25,7% do total exportado em 2023, houve em março um salto de 20,6% do valor das exportações, com alta de 57,8% no volume e recuo de 20,5% nos preços. O maior destaque na exportação em março foi o petróleo, com alta de 53,8% em valor, pela combinação de salto de 102,7% no volume e recuo de 24,1% no preço. No primeiro trimestre, em relação a igual período de 2022 (em média diária), a alta das vendas de petróleo foi mais modesta, de 2,2%.

Na leitura trimestral, a maior contribuição para a alta das exportações foi da indústria de transformação, com crescimento de 5,1%, seguida pela agropecuária (+2,4%) e extrativa (+0,1%). Quando se fala em 'indústria de transformação' nas exportações brasileiras, entretanto, alguns dos principais itens estão fortemente ligados ao setor primário, como óleos combustíveis, farelo de soja, celulose, carne bovina e de aves, açúcar e produtos siderúrgicos.

Segundo o economista Livio Ribeiro, sócio da consultoria BRCG e colega de Valls Pereira no IBRE, as exportações de março de fato constituíram uma surpresa positiva relevante. A sua projeção atual das exportações em 2023 é de US$ 303 bilhões, mas agora, segundo o pesquisador, "esse número tem um viés para cima".

A projeção para a balança comercial deste ano, antes do resultado de março, era de US$ 51 bilhões. "Nossos números para a importação [em 2023] parecem bem calibrados, mas houve surpresa com a exportação recente, e eu diria que qualquer saldo entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões está no jogo no momento com as informações que a gente tem", conclui o analista.

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Esta coluna foi publicada em 5/4/2023, quarta-feira.

Opinião por Fernando Dantas

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