Com ingredientes 100% vegetais, mas gosto e aroma semelhantes aos da carne bovina, o produto foi o principal motivo pela rede ter lucrado acima das expectativas nos EUA, no último trimestre. A Lanchonete da Cidade já vende o hambúrguer vegetal no Rio e em São Paulo, mas em escala menor.
O Brasil vai ser o terceiro mercado da rede Burger King a ter o produto que parece carne, mas não é. Nos EUA, a parceria foi fechada com a startup Impossible Foods.
Por aqui, o produto chegará pouco mais de um mês depois da estreia em todo o território americano (antes disso, o Impossible Whopper foi vendido em alguns mercados, em fase de testes). A "carne vegana" também já começou a ser vendida na Suécia, com o nome de Rebel Whopper. À exceção dos EUA, o nome do produto não será associado ao fornecedor dos hambúrgueres de plantas.
No Brasil, a fornecedora do Burger King será com a gigante das carnes Marfrig, que anunciou semana passada uma parceria com a processadora de alimentos e trading americana ADM. Segundo o diretor de marketing do Burger King Brasil, Ariel Grunkraut, a receita do Rebel Burger brasileiro será exclusiva. Ele não revela o "mix" de vegetais, mas diz que não haverá elementos transgênicos na composição.
Apesar de serem parcerias em larga escala, o acordo entre Marfrig e Burger King não impedirá a presença do produto em outras redes de lanchonetes ou no varejo.
Fanfarra. Como é de praxe quando se trata de Burger King, a rede vai fazer barulho para a chegada do Rebel Whopper. Nos dias que antecederão a estreia do sanduíche em 58 lojas de São Paulo, a empresa colocará no ar uma campanha de televisão explicando a novidade. A ideia é que, nas semanas seguintes, o produto seja aos poucos distribuído para todas as unidades da rede no Brasil.
Para Grunkraut, os hambúrgueres de base vegetal tendem a ter boa aceitação entre os jovens, principal público-alvo da rede, que está disposto a experimentar novidades. O sanduíche chegará ao mercado com preço em linha com os "combos" dos demais produtos. Ele diz que, apesar da chegada do Rebel Whopper, a opção "veggie" que já existia no cardápio será mantida.
Resultados. Com o capital aberto na B3, a operação local do Burger King registrou prejuízo de R$ 600 mil no segundo trimestre, revertendo lucro de R$ 8,6 milhões no mesmo período no ano passado.
O resultado foi considerado decepcionante por analistas e investidores, apesar do aumento nas vendas em lojas da rede em funcionamento há mais de um ano. A ação da empresa teve queda de 4,6% no pregão de sexta-feira, fechando a R$ 20,51.