FGV: IGP-DI de junho foi auge e índices podem ceder


Por ALESSANDRA SARAIVA

A leve aceleração na taxa do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de maio para junho (de 1,88% para 1,89%) foi causada principalmente pela inflação mais intensa nos preços do atacado (de 2,22% para 2,29%). Entretanto, mesmo com a taxa um pouco maior, o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, comentou que taxas tão similares entre um mês e outro podem indicar os primeiros sinais de uma trajetória de desaceleração da inflação apurada pelos IGPs. Na análise do economista, o aumento de 1,89% foi "um auge", em termos de elevação para os índices, e os próximos resultados devem sinalizar tendência gradual de aumentos mais fracos para os indicadores. "Um resultado tão próximo ao do mês passado reforça a idéia de que podemos estar diante do início de um processo de desaceleração dos IGPs - mas esse processo é lento e não generalizado", avaliou. O economista admitiu, porém, que a taxa acumulada em 12 meses do IGP-DI deve continuar subindo, no próximo resultado do índice, que será referente a julho. Até junho, o indicador acumula elevação de 13,96% - a maior desde outubro de 2003, quando subiu 15,78%. Isso porque a taxa referente a julho de 2007, que será substituída na série histórica no próximo resultado do índice, é de 0,37% - e o próximo resultado do IGP-DI deve se posicionar acima disso, tendo em vista o cenário atual. "Vamos substituir, na série, uma taxa pequena por uma mais elevada. Ou seja, vamos continuar com o avanço na taxa em 12 meses", afirmou. Alimentos A inflação dos alimentos processados pode ter registrado resultado comportado no IGP-DI de junho. Mas esse setor está longe de deixar de ser um fator de pressão para os próximos resultados de índices inflacionários, e deve ser acompanhado de perto nas próximas apurações do índice. Quadros comentou que houve desaceleração de preços em alimentos processados no atacado (de 3,13% para 1,68%) de maio para junho, no âmbito do IGP-DI. Entretanto, essa perda de força na elevação de preços deve-se principalmente ao arroz beneficiado, cujo preço parou de subir (de -1,18% para 28,69%), no período. Porém, outros itens importantes, também alimentos processados, não estão apresentando o mesmo tipo de comportamento. É o caso de carnes bovinas, cuja taxa de elevação de preços está mais intensa (de 6,43% para 9,47%). Outro fator a se prestar atenção para a inflação dos alimentos, nos próximos meses, é o comportamento do feijão em grão, que está subindo no atacado e tem transmissão quase que imediata para os preços do varejo. De maio para junho, a taxa de elevação de preço desse item passou de 3,89% para 23,82%. Como conseqüência, no varejo, o feijão carioquinha saiu de uma queda de 7,76% para uma elevação de 14,56% no mesmo período - enquanto a alta no preço do feijão preto saltou de 1,90% para 7,80%.

A leve aceleração na taxa do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de maio para junho (de 1,88% para 1,89%) foi causada principalmente pela inflação mais intensa nos preços do atacado (de 2,22% para 2,29%). Entretanto, mesmo com a taxa um pouco maior, o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, comentou que taxas tão similares entre um mês e outro podem indicar os primeiros sinais de uma trajetória de desaceleração da inflação apurada pelos IGPs. Na análise do economista, o aumento de 1,89% foi "um auge", em termos de elevação para os índices, e os próximos resultados devem sinalizar tendência gradual de aumentos mais fracos para os indicadores. "Um resultado tão próximo ao do mês passado reforça a idéia de que podemos estar diante do início de um processo de desaceleração dos IGPs - mas esse processo é lento e não generalizado", avaliou. O economista admitiu, porém, que a taxa acumulada em 12 meses do IGP-DI deve continuar subindo, no próximo resultado do índice, que será referente a julho. Até junho, o indicador acumula elevação de 13,96% - a maior desde outubro de 2003, quando subiu 15,78%. Isso porque a taxa referente a julho de 2007, que será substituída na série histórica no próximo resultado do índice, é de 0,37% - e o próximo resultado do IGP-DI deve se posicionar acima disso, tendo em vista o cenário atual. "Vamos substituir, na série, uma taxa pequena por uma mais elevada. Ou seja, vamos continuar com o avanço na taxa em 12 meses", afirmou. Alimentos A inflação dos alimentos processados pode ter registrado resultado comportado no IGP-DI de junho. Mas esse setor está longe de deixar de ser um fator de pressão para os próximos resultados de índices inflacionários, e deve ser acompanhado de perto nas próximas apurações do índice. Quadros comentou que houve desaceleração de preços em alimentos processados no atacado (de 3,13% para 1,68%) de maio para junho, no âmbito do IGP-DI. Entretanto, essa perda de força na elevação de preços deve-se principalmente ao arroz beneficiado, cujo preço parou de subir (de -1,18% para 28,69%), no período. Porém, outros itens importantes, também alimentos processados, não estão apresentando o mesmo tipo de comportamento. É o caso de carnes bovinas, cuja taxa de elevação de preços está mais intensa (de 6,43% para 9,47%). Outro fator a se prestar atenção para a inflação dos alimentos, nos próximos meses, é o comportamento do feijão em grão, que está subindo no atacado e tem transmissão quase que imediata para os preços do varejo. De maio para junho, a taxa de elevação de preço desse item passou de 3,89% para 23,82%. Como conseqüência, no varejo, o feijão carioquinha saiu de uma queda de 7,76% para uma elevação de 14,56% no mesmo período - enquanto a alta no preço do feijão preto saltou de 1,90% para 7,80%.

A leve aceleração na taxa do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de maio para junho (de 1,88% para 1,89%) foi causada principalmente pela inflação mais intensa nos preços do atacado (de 2,22% para 2,29%). Entretanto, mesmo com a taxa um pouco maior, o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, comentou que taxas tão similares entre um mês e outro podem indicar os primeiros sinais de uma trajetória de desaceleração da inflação apurada pelos IGPs. Na análise do economista, o aumento de 1,89% foi "um auge", em termos de elevação para os índices, e os próximos resultados devem sinalizar tendência gradual de aumentos mais fracos para os indicadores. "Um resultado tão próximo ao do mês passado reforça a idéia de que podemos estar diante do início de um processo de desaceleração dos IGPs - mas esse processo é lento e não generalizado", avaliou. O economista admitiu, porém, que a taxa acumulada em 12 meses do IGP-DI deve continuar subindo, no próximo resultado do índice, que será referente a julho. Até junho, o indicador acumula elevação de 13,96% - a maior desde outubro de 2003, quando subiu 15,78%. Isso porque a taxa referente a julho de 2007, que será substituída na série histórica no próximo resultado do índice, é de 0,37% - e o próximo resultado do IGP-DI deve se posicionar acima disso, tendo em vista o cenário atual. "Vamos substituir, na série, uma taxa pequena por uma mais elevada. Ou seja, vamos continuar com o avanço na taxa em 12 meses", afirmou. Alimentos A inflação dos alimentos processados pode ter registrado resultado comportado no IGP-DI de junho. Mas esse setor está longe de deixar de ser um fator de pressão para os próximos resultados de índices inflacionários, e deve ser acompanhado de perto nas próximas apurações do índice. Quadros comentou que houve desaceleração de preços em alimentos processados no atacado (de 3,13% para 1,68%) de maio para junho, no âmbito do IGP-DI. Entretanto, essa perda de força na elevação de preços deve-se principalmente ao arroz beneficiado, cujo preço parou de subir (de -1,18% para 28,69%), no período. Porém, outros itens importantes, também alimentos processados, não estão apresentando o mesmo tipo de comportamento. É o caso de carnes bovinas, cuja taxa de elevação de preços está mais intensa (de 6,43% para 9,47%). Outro fator a se prestar atenção para a inflação dos alimentos, nos próximos meses, é o comportamento do feijão em grão, que está subindo no atacado e tem transmissão quase que imediata para os preços do varejo. De maio para junho, a taxa de elevação de preço desse item passou de 3,89% para 23,82%. Como conseqüência, no varejo, o feijão carioquinha saiu de uma queda de 7,76% para uma elevação de 14,56% no mesmo período - enquanto a alta no preço do feijão preto saltou de 1,90% para 7,80%.

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