FGV lança projeto para capacitar pequenas empresas fornecedoras de multinacionais em ESG


Programa ‘Ancorando Cadeias de Valor Sustentáveis no Brasil’ visa também produzir relatórios sobre práticas e criar comunidades

Por Luis Filipe Santos

O Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVCes) lançou o programa “Ancorando Cadeias de Valor Sustentáveis no Brasil”, que visa incentivar a adoção de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) e de economia circular em pequenas e médias empresas (PMEs) fornecedoras de grandes companhias. O projeto terá duração de 20 meses e será realizado em parceria com a Câmara de Comércio da Espanha no Brasil e duas grandes empresas - a Vivo e outra ainda a ser revelada, mas que também tem matriz espanhola.

O projeto é co-financiado pelo AL-INVEST Verde, programa da União Europeia para promover o crescimento sustentável e a criação de empregos na América Latina. A intenção é atuar em três frentes: fornecer uma formação para até 50 PMEs indicadas pela Vivo e pela outra empresa; criar uma comunidade entre elas para que troquem soluções e conhecimentos; e produzir dois relatórios, um focado em padrões, regulações e melhores práticas ESG na Europa e o outro em como fomentar sustentabilidade nas empresas no Brasil, que possam ser utilizados de forma ampla por outras organizações.

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No projeto, serão cinco oficinas de doze horas cada, divididas em quatro módulos de três horas. “Iremos do macro para o específico. É importante entender a sustentabilidade, os mapas do movimento ambiental que levam às boas práticas, e depois partir para assuntos materiais”, explica Ana Moraes Coelho, coordenadora de Programa do FGVces. Alguns dos temas serão gestão para sustentabilidade; materialidade, transparência e report; economia circular e pensamento de ciclo de vida; gestão de emissões de gases de efeito estufa; cadeias de valor, direitos humanos e aspectos sociais.

Além disso, algumas PMEs participantes serão convidadas a participar de uma missão comercial na Europa em 2024, no final do projeto. O país de destino será Espanha ou Bélgica (não há definição sobre qual) e a intenção é de ajudar na prospecção de oportunidades para negócios ou parcerias com companhias europeias. Os custos ficarão a cargo da própria PME. “Observaremos as participantes que estão se destacando nas oficinas para tentar colocá-las em contato com outros atores, e entenderem o que tem de oportunidades de negócio e melhores práticas”, prevê Beatriz Morganti Brandão, gestora de projetos do FGVces.

Grandes empresas precisam fornecer ferramentas para as menores avançarem nas jornadas ESG Foto: Pixabay
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Cadeias de fornecimento

A busca por ajudar pequenos empreendedores a se tornarem ESG é vista como fundamental para que a pauta avance e chegue ao grande público. Segundo dados compilados pelo Sebrae em 2023, as PMEs correspondem a 98% do universo de empresas brasileiras, são responsáveis por oito em cada 10 empregos e por 27% do produto interno bruto do Brasil. Outro ponto é que é a inovação é mais fácil entre elas. “Quem inova no mundo são as startups que são pequenas e dinâmicas”, comenta Moraes.

Entre as grandes empresas, a pressão existe não só para que sejam ESG nas operações, mas também para garantir que todos os envolvidos na cadeia de fornecimento também. Assim, projetos como o da FGVCes se tornam interessantes. “As grandes empresas precisam ser agentes de mudança no mundo”, avalia Ana Leticia Senatore, gerente de sustentabilidade da Vivo.

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Contudo, também cabe às grandes empresas ajudar as PMEs nesse processo, já que possuem mais recursos e experiência. “Não adianta ter uma régua muito alta se não deu as ferramentas para que se possa entender o que precisa ser feito, o porquê, e encontrar soluções”, avalia Senatore. Multinacionais como a própria Vivo ficam com a responsabilidade de levar o conhecimento, para que as PMEs possam se unir com outras empresas que enfrentam as mesmas questões.

No projeto, a escolha das pequenas companhias ficou para as grandes empresas participantes - desde que cumprindo critérios como serem multiplicadoras de ações, que já tivessem uma relação estável com a maior, e apresentassem algum avanço na área ambiental e atuação na indústria brasileira. Dentro disso, a Vivo, por exemplo, privilegiou as da área de construção civil, fornecedores de equipamentos eletrônicos e materiais de rede, por exemplo.

Ao evoluir e se adaptar às práticas de grandes empresas que atuam no Brasil, outro benefício é se aproximar dos critérios das matrizes europeias. “É possível para as PMEs entrar em contato e informar que já é fornecedor da filial no Brasil. Assim, por que não abrir na Espanha e ser fornecedor lá também?”, questiona Alejandro Gomez, diretor executivo da Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil. Ele relata já ter visto casos do tipo ocorrerem, nos dois sentidos, de empresas espanholas no Brasil e brasileiras na Espanha.

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Relatórios

A realização dos relatórios preenche um dos propósitos, o de levar as boas práticas ESG para o mercado. Para serem realizados, serão ouvidos diversas partes interessadas: além das participantes, outras empresas de fora do projeto, de vários portes e que tomem medidas adequadas com sucesso; prefeituras, agências governamentais e outros entes estatais; cooperativas e organizações do terceiro setor.

As reuniões com os participantes já definidos começaram antes do início das oficinas. A busca nesse primeiro momento é “conhecer, ouvir delas qual é a relação com as companhias âncoras”, comenta Brandão. “A maioria deu um retorno bacana, de que estão animados com o projeto”, avalia. No entanto, as pesquisadoras ainda estão num esforço final para engajar algumas das organizações.

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As expectativas são altas de que o programa trará bons resultados. “A ideia é que o projeto seja escalável, possa atingir mais empresas e locais após colocar em prática essa metodologia”, afirma Gomez. De acordo com ele, outras Câmaras de Comércio da Espanha na América Latina se interessam pelo projeto, como a do México.

O Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVCes) lançou o programa “Ancorando Cadeias de Valor Sustentáveis no Brasil”, que visa incentivar a adoção de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) e de economia circular em pequenas e médias empresas (PMEs) fornecedoras de grandes companhias. O projeto terá duração de 20 meses e será realizado em parceria com a Câmara de Comércio da Espanha no Brasil e duas grandes empresas - a Vivo e outra ainda a ser revelada, mas que também tem matriz espanhola.

O projeto é co-financiado pelo AL-INVEST Verde, programa da União Europeia para promover o crescimento sustentável e a criação de empregos na América Latina. A intenção é atuar em três frentes: fornecer uma formação para até 50 PMEs indicadas pela Vivo e pela outra empresa; criar uma comunidade entre elas para que troquem soluções e conhecimentos; e produzir dois relatórios, um focado em padrões, regulações e melhores práticas ESG na Europa e o outro em como fomentar sustentabilidade nas empresas no Brasil, que possam ser utilizados de forma ampla por outras organizações.

No projeto, serão cinco oficinas de doze horas cada, divididas em quatro módulos de três horas. “Iremos do macro para o específico. É importante entender a sustentabilidade, os mapas do movimento ambiental que levam às boas práticas, e depois partir para assuntos materiais”, explica Ana Moraes Coelho, coordenadora de Programa do FGVces. Alguns dos temas serão gestão para sustentabilidade; materialidade, transparência e report; economia circular e pensamento de ciclo de vida; gestão de emissões de gases de efeito estufa; cadeias de valor, direitos humanos e aspectos sociais.

Além disso, algumas PMEs participantes serão convidadas a participar de uma missão comercial na Europa em 2024, no final do projeto. O país de destino será Espanha ou Bélgica (não há definição sobre qual) e a intenção é de ajudar na prospecção de oportunidades para negócios ou parcerias com companhias europeias. Os custos ficarão a cargo da própria PME. “Observaremos as participantes que estão se destacando nas oficinas para tentar colocá-las em contato com outros atores, e entenderem o que tem de oportunidades de negócio e melhores práticas”, prevê Beatriz Morganti Brandão, gestora de projetos do FGVces.

Grandes empresas precisam fornecer ferramentas para as menores avançarem nas jornadas ESG Foto: Pixabay

Cadeias de fornecimento

A busca por ajudar pequenos empreendedores a se tornarem ESG é vista como fundamental para que a pauta avance e chegue ao grande público. Segundo dados compilados pelo Sebrae em 2023, as PMEs correspondem a 98% do universo de empresas brasileiras, são responsáveis por oito em cada 10 empregos e por 27% do produto interno bruto do Brasil. Outro ponto é que é a inovação é mais fácil entre elas. “Quem inova no mundo são as startups que são pequenas e dinâmicas”, comenta Moraes.

Entre as grandes empresas, a pressão existe não só para que sejam ESG nas operações, mas também para garantir que todos os envolvidos na cadeia de fornecimento também. Assim, projetos como o da FGVCes se tornam interessantes. “As grandes empresas precisam ser agentes de mudança no mundo”, avalia Ana Leticia Senatore, gerente de sustentabilidade da Vivo.

Contudo, também cabe às grandes empresas ajudar as PMEs nesse processo, já que possuem mais recursos e experiência. “Não adianta ter uma régua muito alta se não deu as ferramentas para que se possa entender o que precisa ser feito, o porquê, e encontrar soluções”, avalia Senatore. Multinacionais como a própria Vivo ficam com a responsabilidade de levar o conhecimento, para que as PMEs possam se unir com outras empresas que enfrentam as mesmas questões.

No projeto, a escolha das pequenas companhias ficou para as grandes empresas participantes - desde que cumprindo critérios como serem multiplicadoras de ações, que já tivessem uma relação estável com a maior, e apresentassem algum avanço na área ambiental e atuação na indústria brasileira. Dentro disso, a Vivo, por exemplo, privilegiou as da área de construção civil, fornecedores de equipamentos eletrônicos e materiais de rede, por exemplo.

Ao evoluir e se adaptar às práticas de grandes empresas que atuam no Brasil, outro benefício é se aproximar dos critérios das matrizes europeias. “É possível para as PMEs entrar em contato e informar que já é fornecedor da filial no Brasil. Assim, por que não abrir na Espanha e ser fornecedor lá também?”, questiona Alejandro Gomez, diretor executivo da Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil. Ele relata já ter visto casos do tipo ocorrerem, nos dois sentidos, de empresas espanholas no Brasil e brasileiras na Espanha.

Relatórios

A realização dos relatórios preenche um dos propósitos, o de levar as boas práticas ESG para o mercado. Para serem realizados, serão ouvidos diversas partes interessadas: além das participantes, outras empresas de fora do projeto, de vários portes e que tomem medidas adequadas com sucesso; prefeituras, agências governamentais e outros entes estatais; cooperativas e organizações do terceiro setor.

As reuniões com os participantes já definidos começaram antes do início das oficinas. A busca nesse primeiro momento é “conhecer, ouvir delas qual é a relação com as companhias âncoras”, comenta Brandão. “A maioria deu um retorno bacana, de que estão animados com o projeto”, avalia. No entanto, as pesquisadoras ainda estão num esforço final para engajar algumas das organizações.

As expectativas são altas de que o programa trará bons resultados. “A ideia é que o projeto seja escalável, possa atingir mais empresas e locais após colocar em prática essa metodologia”, afirma Gomez. De acordo com ele, outras Câmaras de Comércio da Espanha na América Latina se interessam pelo projeto, como a do México.

O Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVCes) lançou o programa “Ancorando Cadeias de Valor Sustentáveis no Brasil”, que visa incentivar a adoção de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) e de economia circular em pequenas e médias empresas (PMEs) fornecedoras de grandes companhias. O projeto terá duração de 20 meses e será realizado em parceria com a Câmara de Comércio da Espanha no Brasil e duas grandes empresas - a Vivo e outra ainda a ser revelada, mas que também tem matriz espanhola.

O projeto é co-financiado pelo AL-INVEST Verde, programa da União Europeia para promover o crescimento sustentável e a criação de empregos na América Latina. A intenção é atuar em três frentes: fornecer uma formação para até 50 PMEs indicadas pela Vivo e pela outra empresa; criar uma comunidade entre elas para que troquem soluções e conhecimentos; e produzir dois relatórios, um focado em padrões, regulações e melhores práticas ESG na Europa e o outro em como fomentar sustentabilidade nas empresas no Brasil, que possam ser utilizados de forma ampla por outras organizações.

No projeto, serão cinco oficinas de doze horas cada, divididas em quatro módulos de três horas. “Iremos do macro para o específico. É importante entender a sustentabilidade, os mapas do movimento ambiental que levam às boas práticas, e depois partir para assuntos materiais”, explica Ana Moraes Coelho, coordenadora de Programa do FGVces. Alguns dos temas serão gestão para sustentabilidade; materialidade, transparência e report; economia circular e pensamento de ciclo de vida; gestão de emissões de gases de efeito estufa; cadeias de valor, direitos humanos e aspectos sociais.

Além disso, algumas PMEs participantes serão convidadas a participar de uma missão comercial na Europa em 2024, no final do projeto. O país de destino será Espanha ou Bélgica (não há definição sobre qual) e a intenção é de ajudar na prospecção de oportunidades para negócios ou parcerias com companhias europeias. Os custos ficarão a cargo da própria PME. “Observaremos as participantes que estão se destacando nas oficinas para tentar colocá-las em contato com outros atores, e entenderem o que tem de oportunidades de negócio e melhores práticas”, prevê Beatriz Morganti Brandão, gestora de projetos do FGVces.

Grandes empresas precisam fornecer ferramentas para as menores avançarem nas jornadas ESG Foto: Pixabay

Cadeias de fornecimento

A busca por ajudar pequenos empreendedores a se tornarem ESG é vista como fundamental para que a pauta avance e chegue ao grande público. Segundo dados compilados pelo Sebrae em 2023, as PMEs correspondem a 98% do universo de empresas brasileiras, são responsáveis por oito em cada 10 empregos e por 27% do produto interno bruto do Brasil. Outro ponto é que é a inovação é mais fácil entre elas. “Quem inova no mundo são as startups que são pequenas e dinâmicas”, comenta Moraes.

Entre as grandes empresas, a pressão existe não só para que sejam ESG nas operações, mas também para garantir que todos os envolvidos na cadeia de fornecimento também. Assim, projetos como o da FGVCes se tornam interessantes. “As grandes empresas precisam ser agentes de mudança no mundo”, avalia Ana Leticia Senatore, gerente de sustentabilidade da Vivo.

Contudo, também cabe às grandes empresas ajudar as PMEs nesse processo, já que possuem mais recursos e experiência. “Não adianta ter uma régua muito alta se não deu as ferramentas para que se possa entender o que precisa ser feito, o porquê, e encontrar soluções”, avalia Senatore. Multinacionais como a própria Vivo ficam com a responsabilidade de levar o conhecimento, para que as PMEs possam se unir com outras empresas que enfrentam as mesmas questões.

No projeto, a escolha das pequenas companhias ficou para as grandes empresas participantes - desde que cumprindo critérios como serem multiplicadoras de ações, que já tivessem uma relação estável com a maior, e apresentassem algum avanço na área ambiental e atuação na indústria brasileira. Dentro disso, a Vivo, por exemplo, privilegiou as da área de construção civil, fornecedores de equipamentos eletrônicos e materiais de rede, por exemplo.

Ao evoluir e se adaptar às práticas de grandes empresas que atuam no Brasil, outro benefício é se aproximar dos critérios das matrizes europeias. “É possível para as PMEs entrar em contato e informar que já é fornecedor da filial no Brasil. Assim, por que não abrir na Espanha e ser fornecedor lá também?”, questiona Alejandro Gomez, diretor executivo da Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil. Ele relata já ter visto casos do tipo ocorrerem, nos dois sentidos, de empresas espanholas no Brasil e brasileiras na Espanha.

Relatórios

A realização dos relatórios preenche um dos propósitos, o de levar as boas práticas ESG para o mercado. Para serem realizados, serão ouvidos diversas partes interessadas: além das participantes, outras empresas de fora do projeto, de vários portes e que tomem medidas adequadas com sucesso; prefeituras, agências governamentais e outros entes estatais; cooperativas e organizações do terceiro setor.

As reuniões com os participantes já definidos começaram antes do início das oficinas. A busca nesse primeiro momento é “conhecer, ouvir delas qual é a relação com as companhias âncoras”, comenta Brandão. “A maioria deu um retorno bacana, de que estão animados com o projeto”, avalia. No entanto, as pesquisadoras ainda estão num esforço final para engajar algumas das organizações.

As expectativas são altas de que o programa trará bons resultados. “A ideia é que o projeto seja escalável, possa atingir mais empresas e locais após colocar em prática essa metodologia”, afirma Gomez. De acordo com ele, outras Câmaras de Comércio da Espanha na América Latina se interessam pelo projeto, como a do México.

O Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVCes) lançou o programa “Ancorando Cadeias de Valor Sustentáveis no Brasil”, que visa incentivar a adoção de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) e de economia circular em pequenas e médias empresas (PMEs) fornecedoras de grandes companhias. O projeto terá duração de 20 meses e será realizado em parceria com a Câmara de Comércio da Espanha no Brasil e duas grandes empresas - a Vivo e outra ainda a ser revelada, mas que também tem matriz espanhola.

O projeto é co-financiado pelo AL-INVEST Verde, programa da União Europeia para promover o crescimento sustentável e a criação de empregos na América Latina. A intenção é atuar em três frentes: fornecer uma formação para até 50 PMEs indicadas pela Vivo e pela outra empresa; criar uma comunidade entre elas para que troquem soluções e conhecimentos; e produzir dois relatórios, um focado em padrões, regulações e melhores práticas ESG na Europa e o outro em como fomentar sustentabilidade nas empresas no Brasil, que possam ser utilizados de forma ampla por outras organizações.

No projeto, serão cinco oficinas de doze horas cada, divididas em quatro módulos de três horas. “Iremos do macro para o específico. É importante entender a sustentabilidade, os mapas do movimento ambiental que levam às boas práticas, e depois partir para assuntos materiais”, explica Ana Moraes Coelho, coordenadora de Programa do FGVces. Alguns dos temas serão gestão para sustentabilidade; materialidade, transparência e report; economia circular e pensamento de ciclo de vida; gestão de emissões de gases de efeito estufa; cadeias de valor, direitos humanos e aspectos sociais.

Além disso, algumas PMEs participantes serão convidadas a participar de uma missão comercial na Europa em 2024, no final do projeto. O país de destino será Espanha ou Bélgica (não há definição sobre qual) e a intenção é de ajudar na prospecção de oportunidades para negócios ou parcerias com companhias europeias. Os custos ficarão a cargo da própria PME. “Observaremos as participantes que estão se destacando nas oficinas para tentar colocá-las em contato com outros atores, e entenderem o que tem de oportunidades de negócio e melhores práticas”, prevê Beatriz Morganti Brandão, gestora de projetos do FGVces.

Grandes empresas precisam fornecer ferramentas para as menores avançarem nas jornadas ESG Foto: Pixabay

Cadeias de fornecimento

A busca por ajudar pequenos empreendedores a se tornarem ESG é vista como fundamental para que a pauta avance e chegue ao grande público. Segundo dados compilados pelo Sebrae em 2023, as PMEs correspondem a 98% do universo de empresas brasileiras, são responsáveis por oito em cada 10 empregos e por 27% do produto interno bruto do Brasil. Outro ponto é que é a inovação é mais fácil entre elas. “Quem inova no mundo são as startups que são pequenas e dinâmicas”, comenta Moraes.

Entre as grandes empresas, a pressão existe não só para que sejam ESG nas operações, mas também para garantir que todos os envolvidos na cadeia de fornecimento também. Assim, projetos como o da FGVCes se tornam interessantes. “As grandes empresas precisam ser agentes de mudança no mundo”, avalia Ana Leticia Senatore, gerente de sustentabilidade da Vivo.

Contudo, também cabe às grandes empresas ajudar as PMEs nesse processo, já que possuem mais recursos e experiência. “Não adianta ter uma régua muito alta se não deu as ferramentas para que se possa entender o que precisa ser feito, o porquê, e encontrar soluções”, avalia Senatore. Multinacionais como a própria Vivo ficam com a responsabilidade de levar o conhecimento, para que as PMEs possam se unir com outras empresas que enfrentam as mesmas questões.

No projeto, a escolha das pequenas companhias ficou para as grandes empresas participantes - desde que cumprindo critérios como serem multiplicadoras de ações, que já tivessem uma relação estável com a maior, e apresentassem algum avanço na área ambiental e atuação na indústria brasileira. Dentro disso, a Vivo, por exemplo, privilegiou as da área de construção civil, fornecedores de equipamentos eletrônicos e materiais de rede, por exemplo.

Ao evoluir e se adaptar às práticas de grandes empresas que atuam no Brasil, outro benefício é se aproximar dos critérios das matrizes europeias. “É possível para as PMEs entrar em contato e informar que já é fornecedor da filial no Brasil. Assim, por que não abrir na Espanha e ser fornecedor lá também?”, questiona Alejandro Gomez, diretor executivo da Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil. Ele relata já ter visto casos do tipo ocorrerem, nos dois sentidos, de empresas espanholas no Brasil e brasileiras na Espanha.

Relatórios

A realização dos relatórios preenche um dos propósitos, o de levar as boas práticas ESG para o mercado. Para serem realizados, serão ouvidos diversas partes interessadas: além das participantes, outras empresas de fora do projeto, de vários portes e que tomem medidas adequadas com sucesso; prefeituras, agências governamentais e outros entes estatais; cooperativas e organizações do terceiro setor.

As reuniões com os participantes já definidos começaram antes do início das oficinas. A busca nesse primeiro momento é “conhecer, ouvir delas qual é a relação com as companhias âncoras”, comenta Brandão. “A maioria deu um retorno bacana, de que estão animados com o projeto”, avalia. No entanto, as pesquisadoras ainda estão num esforço final para engajar algumas das organizações.

As expectativas são altas de que o programa trará bons resultados. “A ideia é que o projeto seja escalável, possa atingir mais empresas e locais após colocar em prática essa metodologia”, afirma Gomez. De acordo com ele, outras Câmaras de Comércio da Espanha na América Latina se interessam pelo projeto, como a do México.

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