Foco na promoção de 216 produtos poderia elevar vendas para a China em 76% até 2030, sugere estudo


Mapeamento feito pelo Conselho Empresarial Brasil-China identifica oportunidades para diversificar a pauta de exportações do Brasil para o mercado chinês

Por Vinicius Neder
Atualização:

RIO - A consolidação da China como principal destino das exportações do Brasil na última década, movimento que ocorreu em diversos países, é também uma história de concentração, puxada por vendas bilionárias de soja, petróleo, minério de ferro e carne bovina. Como um mapa para a diversificação, um estudo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) identificou 216 produtos com potencial de crescer no mercado chinês. Se as oportunidades forem aproveitadas, as exportações desses bens para a China poderão crescer 76,2%, em 2030, ante a média anual de 2017 a 2020.

Nessa média, as vendas desses produtos representam US$ 59 bilhões ao ano. Caso o Brasil consiga aproveitar essas oportunidades, incrementando os embarques com destino aos portos chineses, as vendas desses 216 produtos para a China poderiam saltar para US$ 103,4 bilhões, conforme projeções apresentadas no estudo do CEBC, que será apresentado nesta terça-feira, 7, num seminário transmitido pela internet, às 10 horas, com a participação de Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), recriado em janeiro.

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Dessa média anual de US$ 59 bilhões vendidos em 216 produtos embarcados para a China, 72% (US$ 42,4 bilhões) vêm de bens nos quais o Brasil já tem relevante participação no mercado chinês, enquanto 28% (US$ 16,6 bilhões) estão em produtos cujas vendas podem ser consolidadas ou expandidas. Dada a concentração das exportações para a China, os produtos cujas vendas podem ser consolidadas ou expandidas são 170, 79% dos 216 mapeados. Conforme as projeções do estudo, os 170 produtos poderiam aumentar sua fatia no valor exportado para 31,8%, em 2030.

Embora a concentração da pauta de exportações em poucos produtos seja frequentemente associada ao aumento do peso das matérias-primas no comércio exterior brasileiro, as oportunidades a serem exploradas incluem até mesmo produtos primários, como minerais, conforme o estudo do CEBC – as exportações são concentradas em minério de ferro, mas o Brasil poderia vender mais outros minerais. Levando em conta o número de produtos, o estudo destaca setores como carnes (oito produtos); ferro fundido, ferro e aço (nove); peles e couros (sete); madeira e obras de madeira (15) e máquinas e equipamentos (19).

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Segundo Fabrizio Panzini, especialista em comércio internacional e autor do estudo, o aumento das exportações passa por maior competitividade dos produtores nacionais, mas as oportunidades também podem ser aproveitadas com medidas operacionais ou administrativas. A competitividade depende da redução do chamado “custo-Brasil” – maior estabilidade macroeconômica em termos de juros e câmbio, reforma tributária, melhoria do ambiente de negócios e da burocracia, além da modernização da infraestrutura. Em paralelo, as medidas operacionais ou administrativas incluem negociações diplomáticas para reduzir barreiras da China à importação de determinados produtos e promoção comercial no mercado chinês.

O mapa apresentado no estudo do CEBC aponta quais produtos deveriam ser prioridade para essas medidas. Uma das características do mapeamento é oferecer uma ótica regional, ou seja, mostrar quais produtos representam oportunidades de negócios para cada Estado – São Paulo é o Estado que detém a maior quantidade de produtos com potencial de aumentar as exportações, 82.

A quantidade de oportunidades para São Paulo se deve, em parte, ao fato de a economia paulista ser marcada pela diversificação, incluindo um tecido industrial mais complexo. Ao fazer um raio x do caso de São Paulo, o estudo do CEBC aponta que, caso as oportunidades sejam aproveitadas, as exportações para a China poderiam chegar, em 2030, a US$ 7,8 bilhões, 49% acima da média de 2017 a 2020. Os setores que mais reúnem produtos com potencial na pauta de exportações de São Paulo para a China são combustíveis minerais, sementes e frutos oleaginosos, carnes e miudezas e açúcares.

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Concentração

As exportações oriundas de São Paulo já são menos dependentes da China e menos concentradas do que a média nacional. Segundo o estudo do CEBC, em 2021, 13,6% das exportações de São Paulo foram destinadas à China, contra 31,3% no total nacional. Em 2012, o mercado chinês respondia por 17,4% das vendas do Brasil ao exterior – e por apenas 5,6% das vendas de São Paulo para fora.

Em termos de concentração, enquanto os dez produtos mais vendidos por todo o País para a China responderam por 93,1% do valor total exportado, em São Paulo, essa fatia ficou em 88,5%, em 2021. Em 2012, as proporções eram de 88,9% e 77,9%, respectivamente.

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Soja para exportação é carregada em navio no Porto Paranaguá, no Paraná: commodity é o principal produto exportado pelo Brasil para a China Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo/AE

Em 2022, conforme os dados mais recentes do Mdic, a China comprou US$ 89,7 bilhões do Brasil, uma queda na participação no total das exportações brasileiras, para 26,8%. Só de soja, foram US$ 31,8 bilhões. De minério de ferro, foram US$ 18,2 bilhões. De petróleo, US$ 16,8 bilhões.

O estudo do CEBC mostra que a concentração da pauta de exportações para a China é superior a de todos os outros mercados relevantes – em 2021, os dez principais produtos vendidos aos países do Mercosul respondiam por 20% do valor exportado; no caso do mercado dos Estados Unidos, respondiam por 42,4% do valor total. Para Panzini, é um sinal de que é possível diversificar a pauta de exportações para a China, aproximando seu perfil do verificado nos demais mercados.

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“Embora a participação da China como parceira comercial avance com todo o mundo, no Brasil, o avanço é acompanhado dessa concentração. No caso brasileiro, temos exemplos de outros destinos em que somos mais desconcentrados”, afirmou Panzini.

RIO - A consolidação da China como principal destino das exportações do Brasil na última década, movimento que ocorreu em diversos países, é também uma história de concentração, puxada por vendas bilionárias de soja, petróleo, minério de ferro e carne bovina. Como um mapa para a diversificação, um estudo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) identificou 216 produtos com potencial de crescer no mercado chinês. Se as oportunidades forem aproveitadas, as exportações desses bens para a China poderão crescer 76,2%, em 2030, ante a média anual de 2017 a 2020.

Nessa média, as vendas desses produtos representam US$ 59 bilhões ao ano. Caso o Brasil consiga aproveitar essas oportunidades, incrementando os embarques com destino aos portos chineses, as vendas desses 216 produtos para a China poderiam saltar para US$ 103,4 bilhões, conforme projeções apresentadas no estudo do CEBC, que será apresentado nesta terça-feira, 7, num seminário transmitido pela internet, às 10 horas, com a participação de Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), recriado em janeiro.

Dessa média anual de US$ 59 bilhões vendidos em 216 produtos embarcados para a China, 72% (US$ 42,4 bilhões) vêm de bens nos quais o Brasil já tem relevante participação no mercado chinês, enquanto 28% (US$ 16,6 bilhões) estão em produtos cujas vendas podem ser consolidadas ou expandidas. Dada a concentração das exportações para a China, os produtos cujas vendas podem ser consolidadas ou expandidas são 170, 79% dos 216 mapeados. Conforme as projeções do estudo, os 170 produtos poderiam aumentar sua fatia no valor exportado para 31,8%, em 2030.

Embora a concentração da pauta de exportações em poucos produtos seja frequentemente associada ao aumento do peso das matérias-primas no comércio exterior brasileiro, as oportunidades a serem exploradas incluem até mesmo produtos primários, como minerais, conforme o estudo do CEBC – as exportações são concentradas em minério de ferro, mas o Brasil poderia vender mais outros minerais. Levando em conta o número de produtos, o estudo destaca setores como carnes (oito produtos); ferro fundido, ferro e aço (nove); peles e couros (sete); madeira e obras de madeira (15) e máquinas e equipamentos (19).

Segundo Fabrizio Panzini, especialista em comércio internacional e autor do estudo, o aumento das exportações passa por maior competitividade dos produtores nacionais, mas as oportunidades também podem ser aproveitadas com medidas operacionais ou administrativas. A competitividade depende da redução do chamado “custo-Brasil” – maior estabilidade macroeconômica em termos de juros e câmbio, reforma tributária, melhoria do ambiente de negócios e da burocracia, além da modernização da infraestrutura. Em paralelo, as medidas operacionais ou administrativas incluem negociações diplomáticas para reduzir barreiras da China à importação de determinados produtos e promoção comercial no mercado chinês.

O mapa apresentado no estudo do CEBC aponta quais produtos deveriam ser prioridade para essas medidas. Uma das características do mapeamento é oferecer uma ótica regional, ou seja, mostrar quais produtos representam oportunidades de negócios para cada Estado – São Paulo é o Estado que detém a maior quantidade de produtos com potencial de aumentar as exportações, 82.

A quantidade de oportunidades para São Paulo se deve, em parte, ao fato de a economia paulista ser marcada pela diversificação, incluindo um tecido industrial mais complexo. Ao fazer um raio x do caso de São Paulo, o estudo do CEBC aponta que, caso as oportunidades sejam aproveitadas, as exportações para a China poderiam chegar, em 2030, a US$ 7,8 bilhões, 49% acima da média de 2017 a 2020. Os setores que mais reúnem produtos com potencial na pauta de exportações de São Paulo para a China são combustíveis minerais, sementes e frutos oleaginosos, carnes e miudezas e açúcares.

Concentração

As exportações oriundas de São Paulo já são menos dependentes da China e menos concentradas do que a média nacional. Segundo o estudo do CEBC, em 2021, 13,6% das exportações de São Paulo foram destinadas à China, contra 31,3% no total nacional. Em 2012, o mercado chinês respondia por 17,4% das vendas do Brasil ao exterior – e por apenas 5,6% das vendas de São Paulo para fora.

Em termos de concentração, enquanto os dez produtos mais vendidos por todo o País para a China responderam por 93,1% do valor total exportado, em São Paulo, essa fatia ficou em 88,5%, em 2021. Em 2012, as proporções eram de 88,9% e 77,9%, respectivamente.

Soja para exportação é carregada em navio no Porto Paranaguá, no Paraná: commodity é o principal produto exportado pelo Brasil para a China Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo/AE

Em 2022, conforme os dados mais recentes do Mdic, a China comprou US$ 89,7 bilhões do Brasil, uma queda na participação no total das exportações brasileiras, para 26,8%. Só de soja, foram US$ 31,8 bilhões. De minério de ferro, foram US$ 18,2 bilhões. De petróleo, US$ 16,8 bilhões.

O estudo do CEBC mostra que a concentração da pauta de exportações para a China é superior a de todos os outros mercados relevantes – em 2021, os dez principais produtos vendidos aos países do Mercosul respondiam por 20% do valor exportado; no caso do mercado dos Estados Unidos, respondiam por 42,4% do valor total. Para Panzini, é um sinal de que é possível diversificar a pauta de exportações para a China, aproximando seu perfil do verificado nos demais mercados.

“Embora a participação da China como parceira comercial avance com todo o mundo, no Brasil, o avanço é acompanhado dessa concentração. No caso brasileiro, temos exemplos de outros destinos em que somos mais desconcentrados”, afirmou Panzini.

RIO - A consolidação da China como principal destino das exportações do Brasil na última década, movimento que ocorreu em diversos países, é também uma história de concentração, puxada por vendas bilionárias de soja, petróleo, minério de ferro e carne bovina. Como um mapa para a diversificação, um estudo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) identificou 216 produtos com potencial de crescer no mercado chinês. Se as oportunidades forem aproveitadas, as exportações desses bens para a China poderão crescer 76,2%, em 2030, ante a média anual de 2017 a 2020.

Nessa média, as vendas desses produtos representam US$ 59 bilhões ao ano. Caso o Brasil consiga aproveitar essas oportunidades, incrementando os embarques com destino aos portos chineses, as vendas desses 216 produtos para a China poderiam saltar para US$ 103,4 bilhões, conforme projeções apresentadas no estudo do CEBC, que será apresentado nesta terça-feira, 7, num seminário transmitido pela internet, às 10 horas, com a participação de Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), recriado em janeiro.

Dessa média anual de US$ 59 bilhões vendidos em 216 produtos embarcados para a China, 72% (US$ 42,4 bilhões) vêm de bens nos quais o Brasil já tem relevante participação no mercado chinês, enquanto 28% (US$ 16,6 bilhões) estão em produtos cujas vendas podem ser consolidadas ou expandidas. Dada a concentração das exportações para a China, os produtos cujas vendas podem ser consolidadas ou expandidas são 170, 79% dos 216 mapeados. Conforme as projeções do estudo, os 170 produtos poderiam aumentar sua fatia no valor exportado para 31,8%, em 2030.

Embora a concentração da pauta de exportações em poucos produtos seja frequentemente associada ao aumento do peso das matérias-primas no comércio exterior brasileiro, as oportunidades a serem exploradas incluem até mesmo produtos primários, como minerais, conforme o estudo do CEBC – as exportações são concentradas em minério de ferro, mas o Brasil poderia vender mais outros minerais. Levando em conta o número de produtos, o estudo destaca setores como carnes (oito produtos); ferro fundido, ferro e aço (nove); peles e couros (sete); madeira e obras de madeira (15) e máquinas e equipamentos (19).

Segundo Fabrizio Panzini, especialista em comércio internacional e autor do estudo, o aumento das exportações passa por maior competitividade dos produtores nacionais, mas as oportunidades também podem ser aproveitadas com medidas operacionais ou administrativas. A competitividade depende da redução do chamado “custo-Brasil” – maior estabilidade macroeconômica em termos de juros e câmbio, reforma tributária, melhoria do ambiente de negócios e da burocracia, além da modernização da infraestrutura. Em paralelo, as medidas operacionais ou administrativas incluem negociações diplomáticas para reduzir barreiras da China à importação de determinados produtos e promoção comercial no mercado chinês.

O mapa apresentado no estudo do CEBC aponta quais produtos deveriam ser prioridade para essas medidas. Uma das características do mapeamento é oferecer uma ótica regional, ou seja, mostrar quais produtos representam oportunidades de negócios para cada Estado – São Paulo é o Estado que detém a maior quantidade de produtos com potencial de aumentar as exportações, 82.

A quantidade de oportunidades para São Paulo se deve, em parte, ao fato de a economia paulista ser marcada pela diversificação, incluindo um tecido industrial mais complexo. Ao fazer um raio x do caso de São Paulo, o estudo do CEBC aponta que, caso as oportunidades sejam aproveitadas, as exportações para a China poderiam chegar, em 2030, a US$ 7,8 bilhões, 49% acima da média de 2017 a 2020. Os setores que mais reúnem produtos com potencial na pauta de exportações de São Paulo para a China são combustíveis minerais, sementes e frutos oleaginosos, carnes e miudezas e açúcares.

Concentração

As exportações oriundas de São Paulo já são menos dependentes da China e menos concentradas do que a média nacional. Segundo o estudo do CEBC, em 2021, 13,6% das exportações de São Paulo foram destinadas à China, contra 31,3% no total nacional. Em 2012, o mercado chinês respondia por 17,4% das vendas do Brasil ao exterior – e por apenas 5,6% das vendas de São Paulo para fora.

Em termos de concentração, enquanto os dez produtos mais vendidos por todo o País para a China responderam por 93,1% do valor total exportado, em São Paulo, essa fatia ficou em 88,5%, em 2021. Em 2012, as proporções eram de 88,9% e 77,9%, respectivamente.

Soja para exportação é carregada em navio no Porto Paranaguá, no Paraná: commodity é o principal produto exportado pelo Brasil para a China Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo/AE

Em 2022, conforme os dados mais recentes do Mdic, a China comprou US$ 89,7 bilhões do Brasil, uma queda na participação no total das exportações brasileiras, para 26,8%. Só de soja, foram US$ 31,8 bilhões. De minério de ferro, foram US$ 18,2 bilhões. De petróleo, US$ 16,8 bilhões.

O estudo do CEBC mostra que a concentração da pauta de exportações para a China é superior a de todos os outros mercados relevantes – em 2021, os dez principais produtos vendidos aos países do Mercosul respondiam por 20% do valor exportado; no caso do mercado dos Estados Unidos, respondiam por 42,4% do valor total. Para Panzini, é um sinal de que é possível diversificar a pauta de exportações para a China, aproximando seu perfil do verificado nos demais mercados.

“Embora a participação da China como parceira comercial avance com todo o mundo, no Brasil, o avanço é acompanhado dessa concentração. No caso brasileiro, temos exemplos de outros destinos em que somos mais desconcentrados”, afirmou Panzini.

RIO - A consolidação da China como principal destino das exportações do Brasil na última década, movimento que ocorreu em diversos países, é também uma história de concentração, puxada por vendas bilionárias de soja, petróleo, minério de ferro e carne bovina. Como um mapa para a diversificação, um estudo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) identificou 216 produtos com potencial de crescer no mercado chinês. Se as oportunidades forem aproveitadas, as exportações desses bens para a China poderão crescer 76,2%, em 2030, ante a média anual de 2017 a 2020.

Nessa média, as vendas desses produtos representam US$ 59 bilhões ao ano. Caso o Brasil consiga aproveitar essas oportunidades, incrementando os embarques com destino aos portos chineses, as vendas desses 216 produtos para a China poderiam saltar para US$ 103,4 bilhões, conforme projeções apresentadas no estudo do CEBC, que será apresentado nesta terça-feira, 7, num seminário transmitido pela internet, às 10 horas, com a participação de Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), recriado em janeiro.

Dessa média anual de US$ 59 bilhões vendidos em 216 produtos embarcados para a China, 72% (US$ 42,4 bilhões) vêm de bens nos quais o Brasil já tem relevante participação no mercado chinês, enquanto 28% (US$ 16,6 bilhões) estão em produtos cujas vendas podem ser consolidadas ou expandidas. Dada a concentração das exportações para a China, os produtos cujas vendas podem ser consolidadas ou expandidas são 170, 79% dos 216 mapeados. Conforme as projeções do estudo, os 170 produtos poderiam aumentar sua fatia no valor exportado para 31,8%, em 2030.

Embora a concentração da pauta de exportações em poucos produtos seja frequentemente associada ao aumento do peso das matérias-primas no comércio exterior brasileiro, as oportunidades a serem exploradas incluem até mesmo produtos primários, como minerais, conforme o estudo do CEBC – as exportações são concentradas em minério de ferro, mas o Brasil poderia vender mais outros minerais. Levando em conta o número de produtos, o estudo destaca setores como carnes (oito produtos); ferro fundido, ferro e aço (nove); peles e couros (sete); madeira e obras de madeira (15) e máquinas e equipamentos (19).

Segundo Fabrizio Panzini, especialista em comércio internacional e autor do estudo, o aumento das exportações passa por maior competitividade dos produtores nacionais, mas as oportunidades também podem ser aproveitadas com medidas operacionais ou administrativas. A competitividade depende da redução do chamado “custo-Brasil” – maior estabilidade macroeconômica em termos de juros e câmbio, reforma tributária, melhoria do ambiente de negócios e da burocracia, além da modernização da infraestrutura. Em paralelo, as medidas operacionais ou administrativas incluem negociações diplomáticas para reduzir barreiras da China à importação de determinados produtos e promoção comercial no mercado chinês.

O mapa apresentado no estudo do CEBC aponta quais produtos deveriam ser prioridade para essas medidas. Uma das características do mapeamento é oferecer uma ótica regional, ou seja, mostrar quais produtos representam oportunidades de negócios para cada Estado – São Paulo é o Estado que detém a maior quantidade de produtos com potencial de aumentar as exportações, 82.

A quantidade de oportunidades para São Paulo se deve, em parte, ao fato de a economia paulista ser marcada pela diversificação, incluindo um tecido industrial mais complexo. Ao fazer um raio x do caso de São Paulo, o estudo do CEBC aponta que, caso as oportunidades sejam aproveitadas, as exportações para a China poderiam chegar, em 2030, a US$ 7,8 bilhões, 49% acima da média de 2017 a 2020. Os setores que mais reúnem produtos com potencial na pauta de exportações de São Paulo para a China são combustíveis minerais, sementes e frutos oleaginosos, carnes e miudezas e açúcares.

Concentração

As exportações oriundas de São Paulo já são menos dependentes da China e menos concentradas do que a média nacional. Segundo o estudo do CEBC, em 2021, 13,6% das exportações de São Paulo foram destinadas à China, contra 31,3% no total nacional. Em 2012, o mercado chinês respondia por 17,4% das vendas do Brasil ao exterior – e por apenas 5,6% das vendas de São Paulo para fora.

Em termos de concentração, enquanto os dez produtos mais vendidos por todo o País para a China responderam por 93,1% do valor total exportado, em São Paulo, essa fatia ficou em 88,5%, em 2021. Em 2012, as proporções eram de 88,9% e 77,9%, respectivamente.

Soja para exportação é carregada em navio no Porto Paranaguá, no Paraná: commodity é o principal produto exportado pelo Brasil para a China Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo/AE

Em 2022, conforme os dados mais recentes do Mdic, a China comprou US$ 89,7 bilhões do Brasil, uma queda na participação no total das exportações brasileiras, para 26,8%. Só de soja, foram US$ 31,8 bilhões. De minério de ferro, foram US$ 18,2 bilhões. De petróleo, US$ 16,8 bilhões.

O estudo do CEBC mostra que a concentração da pauta de exportações para a China é superior a de todos os outros mercados relevantes – em 2021, os dez principais produtos vendidos aos países do Mercosul respondiam por 20% do valor exportado; no caso do mercado dos Estados Unidos, respondiam por 42,4% do valor total. Para Panzini, é um sinal de que é possível diversificar a pauta de exportações para a China, aproximando seu perfil do verificado nos demais mercados.

“Embora a participação da China como parceira comercial avance com todo o mundo, no Brasil, o avanço é acompanhado dessa concentração. No caso brasileiro, temos exemplos de outros destinos em que somos mais desconcentrados”, afirmou Panzini.

RIO - A consolidação da China como principal destino das exportações do Brasil na última década, movimento que ocorreu em diversos países, é também uma história de concentração, puxada por vendas bilionárias de soja, petróleo, minério de ferro e carne bovina. Como um mapa para a diversificação, um estudo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) identificou 216 produtos com potencial de crescer no mercado chinês. Se as oportunidades forem aproveitadas, as exportações desses bens para a China poderão crescer 76,2%, em 2030, ante a média anual de 2017 a 2020.

Nessa média, as vendas desses produtos representam US$ 59 bilhões ao ano. Caso o Brasil consiga aproveitar essas oportunidades, incrementando os embarques com destino aos portos chineses, as vendas desses 216 produtos para a China poderiam saltar para US$ 103,4 bilhões, conforme projeções apresentadas no estudo do CEBC, que será apresentado nesta terça-feira, 7, num seminário transmitido pela internet, às 10 horas, com a participação de Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), recriado em janeiro.

Dessa média anual de US$ 59 bilhões vendidos em 216 produtos embarcados para a China, 72% (US$ 42,4 bilhões) vêm de bens nos quais o Brasil já tem relevante participação no mercado chinês, enquanto 28% (US$ 16,6 bilhões) estão em produtos cujas vendas podem ser consolidadas ou expandidas. Dada a concentração das exportações para a China, os produtos cujas vendas podem ser consolidadas ou expandidas são 170, 79% dos 216 mapeados. Conforme as projeções do estudo, os 170 produtos poderiam aumentar sua fatia no valor exportado para 31,8%, em 2030.

Embora a concentração da pauta de exportações em poucos produtos seja frequentemente associada ao aumento do peso das matérias-primas no comércio exterior brasileiro, as oportunidades a serem exploradas incluem até mesmo produtos primários, como minerais, conforme o estudo do CEBC – as exportações são concentradas em minério de ferro, mas o Brasil poderia vender mais outros minerais. Levando em conta o número de produtos, o estudo destaca setores como carnes (oito produtos); ferro fundido, ferro e aço (nove); peles e couros (sete); madeira e obras de madeira (15) e máquinas e equipamentos (19).

Segundo Fabrizio Panzini, especialista em comércio internacional e autor do estudo, o aumento das exportações passa por maior competitividade dos produtores nacionais, mas as oportunidades também podem ser aproveitadas com medidas operacionais ou administrativas. A competitividade depende da redução do chamado “custo-Brasil” – maior estabilidade macroeconômica em termos de juros e câmbio, reforma tributária, melhoria do ambiente de negócios e da burocracia, além da modernização da infraestrutura. Em paralelo, as medidas operacionais ou administrativas incluem negociações diplomáticas para reduzir barreiras da China à importação de determinados produtos e promoção comercial no mercado chinês.

O mapa apresentado no estudo do CEBC aponta quais produtos deveriam ser prioridade para essas medidas. Uma das características do mapeamento é oferecer uma ótica regional, ou seja, mostrar quais produtos representam oportunidades de negócios para cada Estado – São Paulo é o Estado que detém a maior quantidade de produtos com potencial de aumentar as exportações, 82.

A quantidade de oportunidades para São Paulo se deve, em parte, ao fato de a economia paulista ser marcada pela diversificação, incluindo um tecido industrial mais complexo. Ao fazer um raio x do caso de São Paulo, o estudo do CEBC aponta que, caso as oportunidades sejam aproveitadas, as exportações para a China poderiam chegar, em 2030, a US$ 7,8 bilhões, 49% acima da média de 2017 a 2020. Os setores que mais reúnem produtos com potencial na pauta de exportações de São Paulo para a China são combustíveis minerais, sementes e frutos oleaginosos, carnes e miudezas e açúcares.

Concentração

As exportações oriundas de São Paulo já são menos dependentes da China e menos concentradas do que a média nacional. Segundo o estudo do CEBC, em 2021, 13,6% das exportações de São Paulo foram destinadas à China, contra 31,3% no total nacional. Em 2012, o mercado chinês respondia por 17,4% das vendas do Brasil ao exterior – e por apenas 5,6% das vendas de São Paulo para fora.

Em termos de concentração, enquanto os dez produtos mais vendidos por todo o País para a China responderam por 93,1% do valor total exportado, em São Paulo, essa fatia ficou em 88,5%, em 2021. Em 2012, as proporções eram de 88,9% e 77,9%, respectivamente.

Soja para exportação é carregada em navio no Porto Paranaguá, no Paraná: commodity é o principal produto exportado pelo Brasil para a China Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo/AE

Em 2022, conforme os dados mais recentes do Mdic, a China comprou US$ 89,7 bilhões do Brasil, uma queda na participação no total das exportações brasileiras, para 26,8%. Só de soja, foram US$ 31,8 bilhões. De minério de ferro, foram US$ 18,2 bilhões. De petróleo, US$ 16,8 bilhões.

O estudo do CEBC mostra que a concentração da pauta de exportações para a China é superior a de todos os outros mercados relevantes – em 2021, os dez principais produtos vendidos aos países do Mercosul respondiam por 20% do valor exportado; no caso do mercado dos Estados Unidos, respondiam por 42,4% do valor total. Para Panzini, é um sinal de que é possível diversificar a pauta de exportações para a China, aproximando seu perfil do verificado nos demais mercados.

“Embora a participação da China como parceira comercial avance com todo o mundo, no Brasil, o avanço é acompanhado dessa concentração. No caso brasileiro, temos exemplos de outros destinos em que somos mais desconcentrados”, afirmou Panzini.

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