Mercado eleva previsão de juros de 10,5% para 11,25% no final de 2024


Segundo o relatório Focus, mediana para a inflação no ano subiu pela oitava semana consecutiva, de 4,26% para 4,30%, aproximando-se ainda mais do teto da meta, de 4,50%

Por Cícero Cotrim

BRASÍLIA - A mediana do mercado para a taxa Selic no fim de 2024 disparou 0,75 ponto porcentual no relatório Focus, de 10,50% para 11,25%, interrompendo uma sequência de 11 semanas de estabilidade. O resultado acompanha a onda de revisões nas projeções deflagrada pela subida de tom do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, no início de agosto.

Várias instituições do mercado vinham anunciando revisões isoladamente, mas o ponto intermediário das estimativas do Focus vinha se mantendo intacto, enquanto os analistas do mercado aguardavam por uma bateria de dados que daria o termômetro sobre a eventual necessidade de o BC voltar a aumentar os juros.

Esses números foram divulgados na semana passada. Na terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,4% no segundo trimestre, na margem — mais perto do teto (1,6%) do que da mediana (0,9%) da pesquisa Projeções Broadcast.

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Na sexta-feira, o relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, e declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não deixou claro se o primeiro corte dos juros no país seria de 0,25 ou 0,50 ponto, mas a expectativa de uma baixa menor acabou se estabelecendo como majoritária.

Segundo o relatório Focus, do BC, mediana para o crescimento do PIB brasileiro em 2024 subiu pela quarta semana consecutiva, de 2,46% para 2,68% Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Embora o BC repita que “não há relação mecânica” entre a política monetária brasileira e a americana, analistas do mercado consideravam que um eventual corte maior de juros em setembro poderia permitir que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantivesse a taxa Selic estável por aqui.

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Não à toa, a alta da mediana geral da Selic acompanhou o movimento das estimativas atualizadas os últimos cinco dias úteis, que também passaram de 10,5% para 11,25%.

A mediana para a taxa Selic no fim de 2025 também subiu, de 10% para 10,25%. Considerando as projeções atualizadas os últimos cinco dias úteis, passou de 10% para 10,50%. As estimativas intermediárias para o fim de 2026 e 2027 se mantiveram em 9,5% e 9%, respectivamente.

IPCA de 2024 sobe de 4,26% para 4,30%

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A mediana para o IPCA de 2024 subiu pela oitava semana consecutiva, de 4,26% para 4,30%, aproximando-se ainda mais do teto da meta, de 4,50%. Parte desse salto para cima pode ser explicado pela projeção de alta dos preços administrados, que subiu de 4,79% para 4,83%.

Esse quadro pode estar relacionado ao anúncio da adoção da bandeira vermelha 2 na noite da sexta-feira, 30, quando não havia tempo hábil para atualização das estimativas de IPCA no último relatório Focus. Mas, na última quarta-feira, 4, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revisou a bandeira para vermelha 1.

Tudo mais constante, isso poderia resultar em uma diminuição da mediana de IPCA para 2024. Economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast calculavam que a bandeira vermelha 2 poderia adicionar entre 0,43 e 0,52 ponto porcentual à inflação, se mantida até dezembro. O impacto da bandeira vermelha 1 seria significativamente menor, entre 0,24 e 0,28 ponto.

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Ainda não é possível saber o quanto as estimativas do Focus já captaram essa mudança, já que os analistas do mercado têm mais incentivos para revisar as suas projeções nas chamadas “datas-críticas”, as sextas-feiras que antecedem reuniões do Copom. A próxima delas é no dia 13.

Nos últimos cinco dias úteis, por exemplo, 63 instituições revisaram as estimativas de IPCA, de um universo de 151 respondentes. Nessa base, a mediana passou de 4,26% para 4,37%. As 29 revisões nas estimativas para os preços administrados dos últimos cinco dias úteis fizeram a mediana para o grupo saltar de 4,79% para 5,01%.

A mediana para o IPCA de 2025 se manteve em 3,92%, de 3,97% um mês antes. Considerando apenas as 63 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 3,85% para 4,0%. A estimativa intermediária para os preços administrados passou de 3,85% para 3,81%.

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No último ciclo de comunicações, o Copom informou que considera o primeiro trimestre de 2026 como o seu horizonte relevante. O colegiado espera que a inflação acumulada em 12 meses atinja 3,4% no período, no cenário de referência, ou 3,2%, no cenário com a Selic estável em 10,5%.

O BC espera inflação de 4,2% este ano e de 3,6% no próximo ano, no cenário de referência. No cenário alternativo, projeta IPCA de 4,2% em 2024 e 3,4% em 2025.

As medianas para os horizontes mais longos também se mantiveram descoladas do centro da meta, em 3,60% no caso de 2026 e 3,50% em 2027, pela 14ª e 62ª semana consecutiva, respectivamente.

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Alta do PIB

A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 subiu pela quarta semana consecutiva, de 2,46% para 2,68%. Um mês antes, era de 2,20%.

Considerando apenas 42 as projeções atualizadas nos últimos 30 dias úteis, a mediana disparou de 2,47% para 3,0%.

Essa métrica reflete melhor as revisões feitas desde a última terça-feira, quando o IBGE divulgou que o PIB do segundo trimestre cresceu 1,4%, bem acima das estimativas.

A mediana do Focus para o crescimento do PIB de 2025 cresceu de 1,85% para 1,90%, contra 1,92% quatro semanas antes. Considerando apenas as 42 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,85% para 1,88%.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2%, como já estão há 57 semanas e 59 semanas, respectivamente.

Dólar sobre para R$ 5,35

A mediana para o dólar no fim de 2024 subiu de R$ 5,33 para R$ 5,35, contra R$ 5,30 um mês antes. A estimativa intermediária para o fim de 2025 se manteve em R$ 5,30, mesmo nível de quatro semanas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

BRASÍLIA - A mediana do mercado para a taxa Selic no fim de 2024 disparou 0,75 ponto porcentual no relatório Focus, de 10,50% para 11,25%, interrompendo uma sequência de 11 semanas de estabilidade. O resultado acompanha a onda de revisões nas projeções deflagrada pela subida de tom do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, no início de agosto.

Várias instituições do mercado vinham anunciando revisões isoladamente, mas o ponto intermediário das estimativas do Focus vinha se mantendo intacto, enquanto os analistas do mercado aguardavam por uma bateria de dados que daria o termômetro sobre a eventual necessidade de o BC voltar a aumentar os juros.

Esses números foram divulgados na semana passada. Na terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,4% no segundo trimestre, na margem — mais perto do teto (1,6%) do que da mediana (0,9%) da pesquisa Projeções Broadcast.

Na sexta-feira, o relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, e declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não deixou claro se o primeiro corte dos juros no país seria de 0,25 ou 0,50 ponto, mas a expectativa de uma baixa menor acabou se estabelecendo como majoritária.

Segundo o relatório Focus, do BC, mediana para o crescimento do PIB brasileiro em 2024 subiu pela quarta semana consecutiva, de 2,46% para 2,68% Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Embora o BC repita que “não há relação mecânica” entre a política monetária brasileira e a americana, analistas do mercado consideravam que um eventual corte maior de juros em setembro poderia permitir que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantivesse a taxa Selic estável por aqui.

Não à toa, a alta da mediana geral da Selic acompanhou o movimento das estimativas atualizadas os últimos cinco dias úteis, que também passaram de 10,5% para 11,25%.

A mediana para a taxa Selic no fim de 2025 também subiu, de 10% para 10,25%. Considerando as projeções atualizadas os últimos cinco dias úteis, passou de 10% para 10,50%. As estimativas intermediárias para o fim de 2026 e 2027 se mantiveram em 9,5% e 9%, respectivamente.

IPCA de 2024 sobe de 4,26% para 4,30%

A mediana para o IPCA de 2024 subiu pela oitava semana consecutiva, de 4,26% para 4,30%, aproximando-se ainda mais do teto da meta, de 4,50%. Parte desse salto para cima pode ser explicado pela projeção de alta dos preços administrados, que subiu de 4,79% para 4,83%.

Esse quadro pode estar relacionado ao anúncio da adoção da bandeira vermelha 2 na noite da sexta-feira, 30, quando não havia tempo hábil para atualização das estimativas de IPCA no último relatório Focus. Mas, na última quarta-feira, 4, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revisou a bandeira para vermelha 1.

Tudo mais constante, isso poderia resultar em uma diminuição da mediana de IPCA para 2024. Economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast calculavam que a bandeira vermelha 2 poderia adicionar entre 0,43 e 0,52 ponto porcentual à inflação, se mantida até dezembro. O impacto da bandeira vermelha 1 seria significativamente menor, entre 0,24 e 0,28 ponto.

Ainda não é possível saber o quanto as estimativas do Focus já captaram essa mudança, já que os analistas do mercado têm mais incentivos para revisar as suas projeções nas chamadas “datas-críticas”, as sextas-feiras que antecedem reuniões do Copom. A próxima delas é no dia 13.

Nos últimos cinco dias úteis, por exemplo, 63 instituições revisaram as estimativas de IPCA, de um universo de 151 respondentes. Nessa base, a mediana passou de 4,26% para 4,37%. As 29 revisões nas estimativas para os preços administrados dos últimos cinco dias úteis fizeram a mediana para o grupo saltar de 4,79% para 5,01%.

A mediana para o IPCA de 2025 se manteve em 3,92%, de 3,97% um mês antes. Considerando apenas as 63 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 3,85% para 4,0%. A estimativa intermediária para os preços administrados passou de 3,85% para 3,81%.

No último ciclo de comunicações, o Copom informou que considera o primeiro trimestre de 2026 como o seu horizonte relevante. O colegiado espera que a inflação acumulada em 12 meses atinja 3,4% no período, no cenário de referência, ou 3,2%, no cenário com a Selic estável em 10,5%.

O BC espera inflação de 4,2% este ano e de 3,6% no próximo ano, no cenário de referência. No cenário alternativo, projeta IPCA de 4,2% em 2024 e 3,4% em 2025.

As medianas para os horizontes mais longos também se mantiveram descoladas do centro da meta, em 3,60% no caso de 2026 e 3,50% em 2027, pela 14ª e 62ª semana consecutiva, respectivamente.

Alta do PIB

A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 subiu pela quarta semana consecutiva, de 2,46% para 2,68%. Um mês antes, era de 2,20%.

Considerando apenas 42 as projeções atualizadas nos últimos 30 dias úteis, a mediana disparou de 2,47% para 3,0%.

Essa métrica reflete melhor as revisões feitas desde a última terça-feira, quando o IBGE divulgou que o PIB do segundo trimestre cresceu 1,4%, bem acima das estimativas.

A mediana do Focus para o crescimento do PIB de 2025 cresceu de 1,85% para 1,90%, contra 1,92% quatro semanas antes. Considerando apenas as 42 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,85% para 1,88%.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2%, como já estão há 57 semanas e 59 semanas, respectivamente.

Dólar sobre para R$ 5,35

A mediana para o dólar no fim de 2024 subiu de R$ 5,33 para R$ 5,35, contra R$ 5,30 um mês antes. A estimativa intermediária para o fim de 2025 se manteve em R$ 5,30, mesmo nível de quatro semanas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

BRASÍLIA - A mediana do mercado para a taxa Selic no fim de 2024 disparou 0,75 ponto porcentual no relatório Focus, de 10,50% para 11,25%, interrompendo uma sequência de 11 semanas de estabilidade. O resultado acompanha a onda de revisões nas projeções deflagrada pela subida de tom do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, no início de agosto.

Várias instituições do mercado vinham anunciando revisões isoladamente, mas o ponto intermediário das estimativas do Focus vinha se mantendo intacto, enquanto os analistas do mercado aguardavam por uma bateria de dados que daria o termômetro sobre a eventual necessidade de o BC voltar a aumentar os juros.

Esses números foram divulgados na semana passada. Na terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,4% no segundo trimestre, na margem — mais perto do teto (1,6%) do que da mediana (0,9%) da pesquisa Projeções Broadcast.

Na sexta-feira, o relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, e declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não deixou claro se o primeiro corte dos juros no país seria de 0,25 ou 0,50 ponto, mas a expectativa de uma baixa menor acabou se estabelecendo como majoritária.

Segundo o relatório Focus, do BC, mediana para o crescimento do PIB brasileiro em 2024 subiu pela quarta semana consecutiva, de 2,46% para 2,68% Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Embora o BC repita que “não há relação mecânica” entre a política monetária brasileira e a americana, analistas do mercado consideravam que um eventual corte maior de juros em setembro poderia permitir que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantivesse a taxa Selic estável por aqui.

Não à toa, a alta da mediana geral da Selic acompanhou o movimento das estimativas atualizadas os últimos cinco dias úteis, que também passaram de 10,5% para 11,25%.

A mediana para a taxa Selic no fim de 2025 também subiu, de 10% para 10,25%. Considerando as projeções atualizadas os últimos cinco dias úteis, passou de 10% para 10,50%. As estimativas intermediárias para o fim de 2026 e 2027 se mantiveram em 9,5% e 9%, respectivamente.

IPCA de 2024 sobe de 4,26% para 4,30%

A mediana para o IPCA de 2024 subiu pela oitava semana consecutiva, de 4,26% para 4,30%, aproximando-se ainda mais do teto da meta, de 4,50%. Parte desse salto para cima pode ser explicado pela projeção de alta dos preços administrados, que subiu de 4,79% para 4,83%.

Esse quadro pode estar relacionado ao anúncio da adoção da bandeira vermelha 2 na noite da sexta-feira, 30, quando não havia tempo hábil para atualização das estimativas de IPCA no último relatório Focus. Mas, na última quarta-feira, 4, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revisou a bandeira para vermelha 1.

Tudo mais constante, isso poderia resultar em uma diminuição da mediana de IPCA para 2024. Economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast calculavam que a bandeira vermelha 2 poderia adicionar entre 0,43 e 0,52 ponto porcentual à inflação, se mantida até dezembro. O impacto da bandeira vermelha 1 seria significativamente menor, entre 0,24 e 0,28 ponto.

Ainda não é possível saber o quanto as estimativas do Focus já captaram essa mudança, já que os analistas do mercado têm mais incentivos para revisar as suas projeções nas chamadas “datas-críticas”, as sextas-feiras que antecedem reuniões do Copom. A próxima delas é no dia 13.

Nos últimos cinco dias úteis, por exemplo, 63 instituições revisaram as estimativas de IPCA, de um universo de 151 respondentes. Nessa base, a mediana passou de 4,26% para 4,37%. As 29 revisões nas estimativas para os preços administrados dos últimos cinco dias úteis fizeram a mediana para o grupo saltar de 4,79% para 5,01%.

A mediana para o IPCA de 2025 se manteve em 3,92%, de 3,97% um mês antes. Considerando apenas as 63 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 3,85% para 4,0%. A estimativa intermediária para os preços administrados passou de 3,85% para 3,81%.

No último ciclo de comunicações, o Copom informou que considera o primeiro trimestre de 2026 como o seu horizonte relevante. O colegiado espera que a inflação acumulada em 12 meses atinja 3,4% no período, no cenário de referência, ou 3,2%, no cenário com a Selic estável em 10,5%.

O BC espera inflação de 4,2% este ano e de 3,6% no próximo ano, no cenário de referência. No cenário alternativo, projeta IPCA de 4,2% em 2024 e 3,4% em 2025.

As medianas para os horizontes mais longos também se mantiveram descoladas do centro da meta, em 3,60% no caso de 2026 e 3,50% em 2027, pela 14ª e 62ª semana consecutiva, respectivamente.

Alta do PIB

A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 subiu pela quarta semana consecutiva, de 2,46% para 2,68%. Um mês antes, era de 2,20%.

Considerando apenas 42 as projeções atualizadas nos últimos 30 dias úteis, a mediana disparou de 2,47% para 3,0%.

Essa métrica reflete melhor as revisões feitas desde a última terça-feira, quando o IBGE divulgou que o PIB do segundo trimestre cresceu 1,4%, bem acima das estimativas.

A mediana do Focus para o crescimento do PIB de 2025 cresceu de 1,85% para 1,90%, contra 1,92% quatro semanas antes. Considerando apenas as 42 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,85% para 1,88%.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2%, como já estão há 57 semanas e 59 semanas, respectivamente.

Dólar sobre para R$ 5,35

A mediana para o dólar no fim de 2024 subiu de R$ 5,33 para R$ 5,35, contra R$ 5,30 um mês antes. A estimativa intermediária para o fim de 2025 se manteve em R$ 5,30, mesmo nível de quatro semanas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

BRASÍLIA - A mediana do mercado para a taxa Selic no fim de 2024 disparou 0,75 ponto porcentual no relatório Focus, de 10,50% para 11,25%, interrompendo uma sequência de 11 semanas de estabilidade. O resultado acompanha a onda de revisões nas projeções deflagrada pela subida de tom do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, no início de agosto.

Várias instituições do mercado vinham anunciando revisões isoladamente, mas o ponto intermediário das estimativas do Focus vinha se mantendo intacto, enquanto os analistas do mercado aguardavam por uma bateria de dados que daria o termômetro sobre a eventual necessidade de o BC voltar a aumentar os juros.

Esses números foram divulgados na semana passada. Na terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,4% no segundo trimestre, na margem — mais perto do teto (1,6%) do que da mediana (0,9%) da pesquisa Projeções Broadcast.

Na sexta-feira, o relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, e declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não deixou claro se o primeiro corte dos juros no país seria de 0,25 ou 0,50 ponto, mas a expectativa de uma baixa menor acabou se estabelecendo como majoritária.

Segundo o relatório Focus, do BC, mediana para o crescimento do PIB brasileiro em 2024 subiu pela quarta semana consecutiva, de 2,46% para 2,68% Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Embora o BC repita que “não há relação mecânica” entre a política monetária brasileira e a americana, analistas do mercado consideravam que um eventual corte maior de juros em setembro poderia permitir que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantivesse a taxa Selic estável por aqui.

Não à toa, a alta da mediana geral da Selic acompanhou o movimento das estimativas atualizadas os últimos cinco dias úteis, que também passaram de 10,5% para 11,25%.

A mediana para a taxa Selic no fim de 2025 também subiu, de 10% para 10,25%. Considerando as projeções atualizadas os últimos cinco dias úteis, passou de 10% para 10,50%. As estimativas intermediárias para o fim de 2026 e 2027 se mantiveram em 9,5% e 9%, respectivamente.

IPCA de 2024 sobe de 4,26% para 4,30%

A mediana para o IPCA de 2024 subiu pela oitava semana consecutiva, de 4,26% para 4,30%, aproximando-se ainda mais do teto da meta, de 4,50%. Parte desse salto para cima pode ser explicado pela projeção de alta dos preços administrados, que subiu de 4,79% para 4,83%.

Esse quadro pode estar relacionado ao anúncio da adoção da bandeira vermelha 2 na noite da sexta-feira, 30, quando não havia tempo hábil para atualização das estimativas de IPCA no último relatório Focus. Mas, na última quarta-feira, 4, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revisou a bandeira para vermelha 1.

Tudo mais constante, isso poderia resultar em uma diminuição da mediana de IPCA para 2024. Economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast calculavam que a bandeira vermelha 2 poderia adicionar entre 0,43 e 0,52 ponto porcentual à inflação, se mantida até dezembro. O impacto da bandeira vermelha 1 seria significativamente menor, entre 0,24 e 0,28 ponto.

Ainda não é possível saber o quanto as estimativas do Focus já captaram essa mudança, já que os analistas do mercado têm mais incentivos para revisar as suas projeções nas chamadas “datas-críticas”, as sextas-feiras que antecedem reuniões do Copom. A próxima delas é no dia 13.

Nos últimos cinco dias úteis, por exemplo, 63 instituições revisaram as estimativas de IPCA, de um universo de 151 respondentes. Nessa base, a mediana passou de 4,26% para 4,37%. As 29 revisões nas estimativas para os preços administrados dos últimos cinco dias úteis fizeram a mediana para o grupo saltar de 4,79% para 5,01%.

A mediana para o IPCA de 2025 se manteve em 3,92%, de 3,97% um mês antes. Considerando apenas as 63 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 3,85% para 4,0%. A estimativa intermediária para os preços administrados passou de 3,85% para 3,81%.

No último ciclo de comunicações, o Copom informou que considera o primeiro trimestre de 2026 como o seu horizonte relevante. O colegiado espera que a inflação acumulada em 12 meses atinja 3,4% no período, no cenário de referência, ou 3,2%, no cenário com a Selic estável em 10,5%.

O BC espera inflação de 4,2% este ano e de 3,6% no próximo ano, no cenário de referência. No cenário alternativo, projeta IPCA de 4,2% em 2024 e 3,4% em 2025.

As medianas para os horizontes mais longos também se mantiveram descoladas do centro da meta, em 3,60% no caso de 2026 e 3,50% em 2027, pela 14ª e 62ª semana consecutiva, respectivamente.

Alta do PIB

A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 subiu pela quarta semana consecutiva, de 2,46% para 2,68%. Um mês antes, era de 2,20%.

Considerando apenas 42 as projeções atualizadas nos últimos 30 dias úteis, a mediana disparou de 2,47% para 3,0%.

Essa métrica reflete melhor as revisões feitas desde a última terça-feira, quando o IBGE divulgou que o PIB do segundo trimestre cresceu 1,4%, bem acima das estimativas.

A mediana do Focus para o crescimento do PIB de 2025 cresceu de 1,85% para 1,90%, contra 1,92% quatro semanas antes. Considerando apenas as 42 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,85% para 1,88%.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2%, como já estão há 57 semanas e 59 semanas, respectivamente.

Dólar sobre para R$ 5,35

A mediana para o dólar no fim de 2024 subiu de R$ 5,33 para R$ 5,35, contra R$ 5,30 um mês antes. A estimativa intermediária para o fim de 2025 se manteve em R$ 5,30, mesmo nível de quatro semanas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

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