Fornecedores da Americanas cobram aporte de Lemann e sócios para destravar novas vendas


Parte da indústria de bens duráveis está em ‘compasso de espera’ sobre o futuro da empresa antes de aprovar entrega de novas mercadorias, mesmo com seguro de crédito

Por Márcia De Chiara, Talita Nascimento e Lucas Agrela
Atualização:

A capitalização da Americanas, por meio de uma injeção de recursos dos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, é o ponto crucial na visão dos fornecedores para destravar o fluxo de vendas de novas mercadorias para a varejista.

Desde a semana passada, quando o rombo bilionário da varejista se tornou público, parte da indústria de bens duráveis teria interrompido o faturamento para companhia, apurou o Estadão. Segundo um deles, a questão é saber se os acionistas “vão colocar dinheiro ou não”.

Outro executivo da indústria de bens duráveis confirmou à reportagem que está “em compasso de espera” das negociações sobre o futuro da empresa antes de aprovar novas vendas, mesmo tendo seguro de crédito.

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Lojas Americanas da Rua do Arouche, no centro de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Outros fornecedores reconhecem o risco de uma interrupção do fluxo de mercadorias por um período mais longo quebrar a varejista. Por isso, buscam uma saída negociada. O termo dessa tratativa seria a indústria aprovar uma nova venda mediante o pagamento à vista de uma parcela de uma venda mais antiga. Para um executivo, isso “diminuiria a bola de neve”.

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Com 1,8 mil lojas físicas, a Americanas é um canal de vendas importante para a indústria, que precisa da varejista para escoar a produção. Indústrias dizem que a suspensão momentânea das vendas não chega a afetar os negócios da varejista porque há estoques. Entretanto, segundo outro fornecedor, a Americanas suspendeu compras até segunda ordem. Por isso, os produtos são agora vendidos para varejistas como Magazine Luiza e Via.

No shopping virtual da companhia, há também fornecedores que interromperam nos últimos dias vendas de novas mercadorias.

Recuperação judicial

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Parte dos fornecedores da Americanas já começa a se preparar para um eventual processo de recuperação judicial da empresa. A varejista conseguiu uma liminar que suspende o pagamento de vencimentos da companhia por 30 dias, prazo que tem para entrar com um pedido de recuperação judicial. Em razão disso, as empresas que fornecem produtos e serviços para a rede já começaram a buscar orientações de advogados para saber como proceder.

Segundo um especialista em direito contencioso, a maior parte das ligações que recebeu nos últimos tempos é de fornecedores buscando informações.

É fato que o crédito ficará mais escasso e caro para a Americanas, o que tem implicações em sua operação e fornecimento de produtos. Até onde se sabe, as inconsistências contábeis encontradas na companhia se deram por operações de crédito para o financiamento de produtos, conhecidas como “risco sacado”, que não eram reportadas como dívida. Os R$ 20 bilhões foram reportados de forma errada e agora a companhia teve suas notas de crédito rebaixadas pela S&P Global Ratings, Moody’s e Fitch.

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Nesta terça-feira, 17, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu mais um processo – o quarto – relacionado à Americanas. O procedimento iniciado na segunda-feira pela Superintendência de Relações com Empresas da CVM se refere à supervisão de notícias, fatos relevantes e comunicados. Os demais vão apurar a consistência de dados contábeis e informações privilegiadas e manipulação do mercado.

Mesmo antes dessa repercussão, grupos de fornecedores já demonstravam apreensão em relação ao recebimento de valores pendentes com a varejista.

Procurada, a Americanas disse em nota que “tendo em vista a atual posição de caixa da Americanas, a companhia seguirá pagando seus compromissos e obrigações com fornecedores criteriosamente. A Americanas tem uma operação que gera valor e é um dos mais importantes canais de distribuição para centenas de fornecedores em todo o território nacional. E, com esta forte relação de colaboração desenvolvida com parceiros e fornecedores ao longo de mais de 90 anos, a companhia continuará a atender as necessidades dos mais de 53 milhões de clientes”.

A capitalização da Americanas, por meio de uma injeção de recursos dos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, é o ponto crucial na visão dos fornecedores para destravar o fluxo de vendas de novas mercadorias para a varejista.

Desde a semana passada, quando o rombo bilionário da varejista se tornou público, parte da indústria de bens duráveis teria interrompido o faturamento para companhia, apurou o Estadão. Segundo um deles, a questão é saber se os acionistas “vão colocar dinheiro ou não”.

Outro executivo da indústria de bens duráveis confirmou à reportagem que está “em compasso de espera” das negociações sobre o futuro da empresa antes de aprovar novas vendas, mesmo tendo seguro de crédito.

Lojas Americanas da Rua do Arouche, no centro de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Outros fornecedores reconhecem o risco de uma interrupção do fluxo de mercadorias por um período mais longo quebrar a varejista. Por isso, buscam uma saída negociada. O termo dessa tratativa seria a indústria aprovar uma nova venda mediante o pagamento à vista de uma parcela de uma venda mais antiga. Para um executivo, isso “diminuiria a bola de neve”.

Com 1,8 mil lojas físicas, a Americanas é um canal de vendas importante para a indústria, que precisa da varejista para escoar a produção. Indústrias dizem que a suspensão momentânea das vendas não chega a afetar os negócios da varejista porque há estoques. Entretanto, segundo outro fornecedor, a Americanas suspendeu compras até segunda ordem. Por isso, os produtos são agora vendidos para varejistas como Magazine Luiza e Via.

No shopping virtual da companhia, há também fornecedores que interromperam nos últimos dias vendas de novas mercadorias.

Recuperação judicial

Parte dos fornecedores da Americanas já começa a se preparar para um eventual processo de recuperação judicial da empresa. A varejista conseguiu uma liminar que suspende o pagamento de vencimentos da companhia por 30 dias, prazo que tem para entrar com um pedido de recuperação judicial. Em razão disso, as empresas que fornecem produtos e serviços para a rede já começaram a buscar orientações de advogados para saber como proceder.

Segundo um especialista em direito contencioso, a maior parte das ligações que recebeu nos últimos tempos é de fornecedores buscando informações.

É fato que o crédito ficará mais escasso e caro para a Americanas, o que tem implicações em sua operação e fornecimento de produtos. Até onde se sabe, as inconsistências contábeis encontradas na companhia se deram por operações de crédito para o financiamento de produtos, conhecidas como “risco sacado”, que não eram reportadas como dívida. Os R$ 20 bilhões foram reportados de forma errada e agora a companhia teve suas notas de crédito rebaixadas pela S&P Global Ratings, Moody’s e Fitch.

Nesta terça-feira, 17, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu mais um processo – o quarto – relacionado à Americanas. O procedimento iniciado na segunda-feira pela Superintendência de Relações com Empresas da CVM se refere à supervisão de notícias, fatos relevantes e comunicados. Os demais vão apurar a consistência de dados contábeis e informações privilegiadas e manipulação do mercado.

Mesmo antes dessa repercussão, grupos de fornecedores já demonstravam apreensão em relação ao recebimento de valores pendentes com a varejista.

Procurada, a Americanas disse em nota que “tendo em vista a atual posição de caixa da Americanas, a companhia seguirá pagando seus compromissos e obrigações com fornecedores criteriosamente. A Americanas tem uma operação que gera valor e é um dos mais importantes canais de distribuição para centenas de fornecedores em todo o território nacional. E, com esta forte relação de colaboração desenvolvida com parceiros e fornecedores ao longo de mais de 90 anos, a companhia continuará a atender as necessidades dos mais de 53 milhões de clientes”.

A capitalização da Americanas, por meio de uma injeção de recursos dos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, é o ponto crucial na visão dos fornecedores para destravar o fluxo de vendas de novas mercadorias para a varejista.

Desde a semana passada, quando o rombo bilionário da varejista se tornou público, parte da indústria de bens duráveis teria interrompido o faturamento para companhia, apurou o Estadão. Segundo um deles, a questão é saber se os acionistas “vão colocar dinheiro ou não”.

Outro executivo da indústria de bens duráveis confirmou à reportagem que está “em compasso de espera” das negociações sobre o futuro da empresa antes de aprovar novas vendas, mesmo tendo seguro de crédito.

Lojas Americanas da Rua do Arouche, no centro de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Outros fornecedores reconhecem o risco de uma interrupção do fluxo de mercadorias por um período mais longo quebrar a varejista. Por isso, buscam uma saída negociada. O termo dessa tratativa seria a indústria aprovar uma nova venda mediante o pagamento à vista de uma parcela de uma venda mais antiga. Para um executivo, isso “diminuiria a bola de neve”.

Com 1,8 mil lojas físicas, a Americanas é um canal de vendas importante para a indústria, que precisa da varejista para escoar a produção. Indústrias dizem que a suspensão momentânea das vendas não chega a afetar os negócios da varejista porque há estoques. Entretanto, segundo outro fornecedor, a Americanas suspendeu compras até segunda ordem. Por isso, os produtos são agora vendidos para varejistas como Magazine Luiza e Via.

No shopping virtual da companhia, há também fornecedores que interromperam nos últimos dias vendas de novas mercadorias.

Recuperação judicial

Parte dos fornecedores da Americanas já começa a se preparar para um eventual processo de recuperação judicial da empresa. A varejista conseguiu uma liminar que suspende o pagamento de vencimentos da companhia por 30 dias, prazo que tem para entrar com um pedido de recuperação judicial. Em razão disso, as empresas que fornecem produtos e serviços para a rede já começaram a buscar orientações de advogados para saber como proceder.

Segundo um especialista em direito contencioso, a maior parte das ligações que recebeu nos últimos tempos é de fornecedores buscando informações.

É fato que o crédito ficará mais escasso e caro para a Americanas, o que tem implicações em sua operação e fornecimento de produtos. Até onde se sabe, as inconsistências contábeis encontradas na companhia se deram por operações de crédito para o financiamento de produtos, conhecidas como “risco sacado”, que não eram reportadas como dívida. Os R$ 20 bilhões foram reportados de forma errada e agora a companhia teve suas notas de crédito rebaixadas pela S&P Global Ratings, Moody’s e Fitch.

Nesta terça-feira, 17, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu mais um processo – o quarto – relacionado à Americanas. O procedimento iniciado na segunda-feira pela Superintendência de Relações com Empresas da CVM se refere à supervisão de notícias, fatos relevantes e comunicados. Os demais vão apurar a consistência de dados contábeis e informações privilegiadas e manipulação do mercado.

Mesmo antes dessa repercussão, grupos de fornecedores já demonstravam apreensão em relação ao recebimento de valores pendentes com a varejista.

Procurada, a Americanas disse em nota que “tendo em vista a atual posição de caixa da Americanas, a companhia seguirá pagando seus compromissos e obrigações com fornecedores criteriosamente. A Americanas tem uma operação que gera valor e é um dos mais importantes canais de distribuição para centenas de fornecedores em todo o território nacional. E, com esta forte relação de colaboração desenvolvida com parceiros e fornecedores ao longo de mais de 90 anos, a companhia continuará a atender as necessidades dos mais de 53 milhões de clientes”.

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