A Foxconn, fornecedora da Apple, desistiu de um acordo de US$ 19,5 bilhões (R$ 95,6 bilhões) com a gigante mineradora indiana Vedanta para construir uma fábrica de chips no país. As informações são de reportagem da BBC.
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Há menos de um ano, as empresas anunciaram planos para montar a instalação no Estado de Gujarat. Alguns analistas dizem que isso representa um revés nas metas da indústria de tecnologia do país. Porém, Rajeev Chandrasekhar, Ministro de Estado de Eletrônica e Tecnologia da Informação da Índia, disse que a desistência não deve ter impacto nas ambições de fabricação local de chips.
“Houve reconhecimento de ambos os lados de que o projeto não estava avançando rápido o suficiente”, disse a Foxconn, com sede em Taiwan, em comunicado. “Havia lacunas desafiadoras que não conseguimos superar sem problemas, bem como questões externas não relacionadas ao projeto”, acrescentou a empresa.
A Foxconn disse à BBC que a decisão foi tomada em “acordo mútuo” com a Vedanta, que assumiu a propriedade total do empreendimento. Acrescentou que “continuará a apoiar fortemente as ambições ‘Make in India’ do governo”.
A Vedanta, sediada em Nova Délhi, disse que alinhou com outros parceiros para estabelecer a fábrica de chips.
“A saída surpresa da Foxconn é um golpe considerável para as ambições de semicondutores da Índia”, disse Paul Triolo, da empresa de consultoria global Albright Stonebridge Group, à BBC.
“A causa aparente da retirada é a falta de um parceiro tecnológico claro e um caminho para a joint venture”, acrescentou. “Nenhuma das partes tinha experiência significativa no desenvolvimento e gerenciamento de uma operação de fabricação de semicondutores em grande escala.”
O governo indiano tem trabalhado em estratégias para apoiar a indústria de chips. Segundo a reportagem, no ano passado o país criou um fundo de US$ 10 bilhões para atrair mais investidores para o setor, em uma tentativa de se tornar menos dependente de fabricantes de chips estrangeiros. O programa ‘Make in India’ do primeiro-ministro Modi, lançado em 2014, visa transformar o país em um centro de manufatura global para rivalizar com a China.