Frente Parlamentar propõe que indicações de conselheiros do Carf sejam submetidas ao Congresso


Retorno do ‘voto de qualidade’ foi incluído por Fernando Haddad no pacote de medidas apresentado em janeiro

Por Iander Porcella
Atualização:

BRASÍLIA – A Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) propôs nesta sexta-feira, 3, que as indicações para o Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), incluindo o presidente do tribunal, sejam submetidas ao Congresso. Com 214 deputados e senadores, a FPE se mobiliza para esvaziar a medida provisória (MP) editada pelo governo que retomou o voto de desempate a favor do Ministério da Fazenda nos julgamentos do órgão.

O Carf é o tribunal administrativo que julga recursos dos contribuintes a autuações da Receita Federal antes de os processos irem à Justiça. Em 2020, o Congresso aprovou o fim do chamado “voto de qualidade”, que permitia o desempate nos julgamentos a favor do governo. No pacote de medidas apresentado em janeiro, contudo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, incluiu a retomada do instrumento. A coluna da jornalista Lorenna Rodrigues, do Estadão/Broadcast, antecipou na quarta-feira que a FPE preparava medidas para modificar a MP.

A emenda apresentada nesta sexta-feira, 3, pelo deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), integrante da FPE, além de reverter a retomada do “voto de qualidade”, prevê que as indicações de conselheiros do Carf sejam submetidas à Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara e à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O governo e as confederações representativas de categorias econômicas e centrais sindicais teriam de enviar ao Legislativo listas tríplices com nomes para o Carf.

continua após a publicidade
No pacote de medidas apresentadas em janeiro Haddad, incluiu a retomada do chamado voto de qualidade no Carf Foto: Agustin Marcarian/Reuters - 23/01/2023

A FPE propõe que o presidente da CFT escolha um dos indicados na lista tríplice. O candidato, então, seria submetido a uma sabatina no colegiado. Se aprovado, o nome passaria pelo mesmo processo na CAE. “A indicação, nos moldes atuais, não atende o interesse soberano da sociedade brasileira, pois concentra um demasiado poder das escolhas destes conselheiros na mão da Receita Federal e do Poder Executivo”, diz a frente parlamentar na justificativa da proposta.

O Carf é composto por 130 conselheiros. Metade dos membros são auditores fiscais, que representam a Fazenda Nacional. O restante é composto por integrantes de confederações e entidades de classe, que representam os contribuintes. O “voto de qualidade” dava a um representante da Fazenda Nacional o direito de desempatar os julgamentos.

continua após a publicidade

A emenda da FPE ainda prevê a manutenção do limite de 60 salários mínimos para que uma ação seja julgada pelo Carf. A MP de Haddad aumenta esse limite para mil salários mínimos. “Na avaliação da FPE, este dispositivo viola o contraditório e a ampla defesa do contribuinte, aumentando o contencioso tributário”, diz a frente parlamentar.

Em março deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para validar o fim do voto de qualidade no Carf, mas o julgamento foi interrompido por um pedido de vistas do ministro Kassio Nunes Marques.

continua após a publicidade

Haddad alega que a União teve um prejuízo de R$ 60 bilhões por ano depois do fim do “voto de qualidade”, e que o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou a revisão do modelo. Como mostrou a reportagem hoje, diante da pressão, o governo estuda propor ao Congresso Nacional que o voto de desempate a favor ganhe um “ponto de corte” - ou seja, passe a valer apenas para dívidas a partir de determinado valor.

BRASÍLIA – A Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) propôs nesta sexta-feira, 3, que as indicações para o Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), incluindo o presidente do tribunal, sejam submetidas ao Congresso. Com 214 deputados e senadores, a FPE se mobiliza para esvaziar a medida provisória (MP) editada pelo governo que retomou o voto de desempate a favor do Ministério da Fazenda nos julgamentos do órgão.

O Carf é o tribunal administrativo que julga recursos dos contribuintes a autuações da Receita Federal antes de os processos irem à Justiça. Em 2020, o Congresso aprovou o fim do chamado “voto de qualidade”, que permitia o desempate nos julgamentos a favor do governo. No pacote de medidas apresentado em janeiro, contudo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, incluiu a retomada do instrumento. A coluna da jornalista Lorenna Rodrigues, do Estadão/Broadcast, antecipou na quarta-feira que a FPE preparava medidas para modificar a MP.

A emenda apresentada nesta sexta-feira, 3, pelo deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), integrante da FPE, além de reverter a retomada do “voto de qualidade”, prevê que as indicações de conselheiros do Carf sejam submetidas à Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara e à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O governo e as confederações representativas de categorias econômicas e centrais sindicais teriam de enviar ao Legislativo listas tríplices com nomes para o Carf.

No pacote de medidas apresentadas em janeiro Haddad, incluiu a retomada do chamado voto de qualidade no Carf Foto: Agustin Marcarian/Reuters - 23/01/2023

A FPE propõe que o presidente da CFT escolha um dos indicados na lista tríplice. O candidato, então, seria submetido a uma sabatina no colegiado. Se aprovado, o nome passaria pelo mesmo processo na CAE. “A indicação, nos moldes atuais, não atende o interesse soberano da sociedade brasileira, pois concentra um demasiado poder das escolhas destes conselheiros na mão da Receita Federal e do Poder Executivo”, diz a frente parlamentar na justificativa da proposta.

O Carf é composto por 130 conselheiros. Metade dos membros são auditores fiscais, que representam a Fazenda Nacional. O restante é composto por integrantes de confederações e entidades de classe, que representam os contribuintes. O “voto de qualidade” dava a um representante da Fazenda Nacional o direito de desempatar os julgamentos.

A emenda da FPE ainda prevê a manutenção do limite de 60 salários mínimos para que uma ação seja julgada pelo Carf. A MP de Haddad aumenta esse limite para mil salários mínimos. “Na avaliação da FPE, este dispositivo viola o contraditório e a ampla defesa do contribuinte, aumentando o contencioso tributário”, diz a frente parlamentar.

Em março deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para validar o fim do voto de qualidade no Carf, mas o julgamento foi interrompido por um pedido de vistas do ministro Kassio Nunes Marques.

Haddad alega que a União teve um prejuízo de R$ 60 bilhões por ano depois do fim do “voto de qualidade”, e que o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou a revisão do modelo. Como mostrou a reportagem hoje, diante da pressão, o governo estuda propor ao Congresso Nacional que o voto de desempate a favor ganhe um “ponto de corte” - ou seja, passe a valer apenas para dívidas a partir de determinado valor.

BRASÍLIA – A Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) propôs nesta sexta-feira, 3, que as indicações para o Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), incluindo o presidente do tribunal, sejam submetidas ao Congresso. Com 214 deputados e senadores, a FPE se mobiliza para esvaziar a medida provisória (MP) editada pelo governo que retomou o voto de desempate a favor do Ministério da Fazenda nos julgamentos do órgão.

O Carf é o tribunal administrativo que julga recursos dos contribuintes a autuações da Receita Federal antes de os processos irem à Justiça. Em 2020, o Congresso aprovou o fim do chamado “voto de qualidade”, que permitia o desempate nos julgamentos a favor do governo. No pacote de medidas apresentado em janeiro, contudo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, incluiu a retomada do instrumento. A coluna da jornalista Lorenna Rodrigues, do Estadão/Broadcast, antecipou na quarta-feira que a FPE preparava medidas para modificar a MP.

A emenda apresentada nesta sexta-feira, 3, pelo deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), integrante da FPE, além de reverter a retomada do “voto de qualidade”, prevê que as indicações de conselheiros do Carf sejam submetidas à Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara e à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O governo e as confederações representativas de categorias econômicas e centrais sindicais teriam de enviar ao Legislativo listas tríplices com nomes para o Carf.

No pacote de medidas apresentadas em janeiro Haddad, incluiu a retomada do chamado voto de qualidade no Carf Foto: Agustin Marcarian/Reuters - 23/01/2023

A FPE propõe que o presidente da CFT escolha um dos indicados na lista tríplice. O candidato, então, seria submetido a uma sabatina no colegiado. Se aprovado, o nome passaria pelo mesmo processo na CAE. “A indicação, nos moldes atuais, não atende o interesse soberano da sociedade brasileira, pois concentra um demasiado poder das escolhas destes conselheiros na mão da Receita Federal e do Poder Executivo”, diz a frente parlamentar na justificativa da proposta.

O Carf é composto por 130 conselheiros. Metade dos membros são auditores fiscais, que representam a Fazenda Nacional. O restante é composto por integrantes de confederações e entidades de classe, que representam os contribuintes. O “voto de qualidade” dava a um representante da Fazenda Nacional o direito de desempatar os julgamentos.

A emenda da FPE ainda prevê a manutenção do limite de 60 salários mínimos para que uma ação seja julgada pelo Carf. A MP de Haddad aumenta esse limite para mil salários mínimos. “Na avaliação da FPE, este dispositivo viola o contraditório e a ampla defesa do contribuinte, aumentando o contencioso tributário”, diz a frente parlamentar.

Em março deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para validar o fim do voto de qualidade no Carf, mas o julgamento foi interrompido por um pedido de vistas do ministro Kassio Nunes Marques.

Haddad alega que a União teve um prejuízo de R$ 60 bilhões por ano depois do fim do “voto de qualidade”, e que o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou a revisão do modelo. Como mostrou a reportagem hoje, diante da pressão, o governo estuda propor ao Congresso Nacional que o voto de desempate a favor ganhe um “ponto de corte” - ou seja, passe a valer apenas para dívidas a partir de determinado valor.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.