Um dos fundadores da Embraer, o engenheiro Ozires Silva se tornou o primeiro brasileiro a receber a medalha Guggenheim, concedida pelo Instituto Americano de Aeronáutica e Astronáutica (AIAA, na sigla em inglês) e uma das mais importantes condecorações de engenharia aeronáutica do mundo.
A homenagem a Ozires - que completou 90 anos em janeiro - foi anunciada na quinta-feira, 18, em um comunicado emitido pela AIAA.
Criada em 1929, a medalha Daniel Guggenheim reconhece pessoas que tiveram conquistas notáveis no campo aeronáutico. A nomeação é realizada por um conselho de especialistas da AIAA, da American Society of Mechanical Engineers (Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos), da SAE International (Sociedade de Engenheiros Automotivos) e da Vertical Flight Society (Sociedade do Vôo Vertical, que impulsiona o desenvolvimento do carro voador).
Entre os já homenageados com a medalha estão William Boeing, fundador da Boeing, e Orville Wright, tido nos Estados Unidos como um dos inventores do avião, ao lado de seu irmão Wilbur. Eles foram reconhecidos em 1934 e 1929, respectivamente.
Em sua última entrevista concedida ao Estadão, em janeiro, Ozires afirmou que a sociedade precisa produzir "profissionais capacitados, corajosos e com espírito empreendedor" para que novas companhias com potencial inovador, como a Embraer, surjam no País. Para isso, disse ele, é necessário investimento em educação. "Se houvesse mais instituições educacionais do nível do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em outras áreas de conhecimento, certamente os cidadãos realizariam maiores proezas no desenvolvimento de empresas e do País", afirmou por e-mail.
Ainda em janeiro, a Embraer homenageou Ozires com um curta-metragem de animação. Com duração de 14 minutos, o vídeo “O Voo do Impossível” retrata a história do engenheiro aeronauta que liderou a criação do Bandeirante, avião turboélice cujo desenvolvimento foi iniciado em 1965 e que acabou dando origem à fabricante brasileira de aeronaves.