A Secretaria de Previdência Complementar (SPC) do Ministério da Previdência está estudando flexibilizar a regra que limita os investimentos dos fundos de pensão em renda variável a 50% do total de suas carteiras. A informação foi dada à Agência Estado pela diretora de Planejamento da Caixa de Previdência dos funcionários do Banco do Brasil (Previ), Cecília Garcez. A Previ, maior fundo de pensão do Brasil, está desenquadrada deste limite. A instituição terminou o primeiro semestre com R$ 88,1 bilhões em investimentos, sendo R$ 51,8 bilhões em renda variável, acima do limite. "A gente tem até uma proposta de fazer como nos bancos. Os bancos têm limites, mas o Banco Central, se você tiver uma política de gestão de risco em cima desses ´desenquadramentos´, entre aspas, aceita isso como possível", disse. "A Previ é a única (fundação de previdência) que está desenquadrada desses limites. Já existe uma sensibilidade por parte da SPC", afirmou a executiva, que participa do seminário Setor Imobiliário Brasileiro. No mês passado, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Marcelo Trindade, defendeu em seminário promovido pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), em Angra dos Reis, a flexibilização da regra que estabelece o máximo de 50% dos investimentos deles em renda variável. Argumentou que basta uma valorização grande da bolsa de valores para que um fundo possa se desenquadrar. No mesmo evento, o economista Paulo Rabello do Castro, da SR Rating, previu que em alguns anos, com a continuidade da redução das taxas de juros, as proporções investidas pelos fundos em renda fixa, atualmente em cerca de 60%, e em renda variável, em torno de 30%, serão invertidas.