Fundos imobiliários têm crescimento de 76% no total de investidores


Interesse pelo mercado aumentou com a queda na taxa de juros, que deixou a renda fixa menos atrativa; segmentos residencial e de galpões foram os menos afetados pela pandemia

Impulsionados pela taxa de juros baixa, os fundos de investimentos imobiliários (FII) registraram até novembro de 2020 um crescimento de 76,1% na base de cotistas em relação ao ano anterior. Esse ânimo segue tendência vista em 2019, quando o número de investidores já havia mais que triplicado em relação ao ano anterior. O apetite pelos fundos imobiliários cresceu em um mercado sem alternativas atrativas para a renda fixa.

Para especialistas, não será surpresa se nos próximos cinco anos o número de pessoas físicas em fundos imobiliários alcançar entre 5 milhões e 10 milhões de investidores.

O segmento corresponde hoje a menos de 2% do total da indústria brasileira de fundos de investimentos e, por isso, as perspectivas de que ele tome espaço nas carteiras que buscam diversificação são boas. O mercado se mostra atento ao potencial de crescimento, mas cauteloso. O número de fundos novos registrados em 2020 na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) cresceu 12,9%. Em relação à ofertas novas, foram 70 em 2020, mesma quantidade do ano anterior.

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Mercado critica escolha de tributação para fundos imobiliários, que já sentem os efeitos colaterais da proposta. Foto: Werther Santana/Estadão

Passada a fase mais crítica da pandemia, o segmento dos fundos imobiliários que menos se abalou foi o residencial. “Os fundos que têm relação com compra e venda de unidades imobiliárias tiveram um ano bom, as pessoas voltaram a comprar imóveis e terrenos como investimento e as taxas de juros dos bancos ajudaram”, diz o sócio da Urca Capital Partners, Caio Braz. “Moradia é sempre uma aspiração do brasileiro, então, mesmo que a economia não se aqueça como o desejado em 2021, a perspectiva é boa.”

O sócio da RB Capital Asset Mauro Lima lembra que no período entre 2014 e 2018 o mercado imobiliário sofreu muito. “Foi uma época favorável para os locatários. A partir de 2019 melhorou para o mercado de imóveis, o que foi catapultado pela queda da Selic (a taxa básica de juros da economia”, diz. Ele aponta que, a partir do começo de 2020, passou a observar uma inflação por demanda no setor. "Pode haver uma percepção de valor maior pelo vendedor de imóvel, que pode subir o preço do imóvel mesmo sem que alguém compre."

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Os fundos voltados a escritórios viram o pior cenário a partir de julho. “Não tanto pelo fenômeno do home office, mas pela conjuntura econômica, que fechou empresas”, afirma Lima. O horizonte deve permanecer turvo para os empreendimentos corporativos, que devem penar em 2021 até o processo de vacinação da população estar bem encaminhado.

Ainda assim, estudo do BTG Pactual indica em primeiro lugar entre os fundos o de lajes corporativas BRCR11. Voltado a imóveis de alto padrão e com patrimônio líquido de R$ 2,5 bilhões, é o maior fundo corporativo da Bolsa brasileira. “Entendemos que o curto prazo é desafiador por conta da contração da atividade econômica, com potencial aumento de vacância via devoluções”, diz o estudo. A longo prazo, o BTG acredita na retomada do mercado, mesmo com a introdução do home office, e na baixa taxa de vacância das regiões mais valorizadas.

No início de 2020, antes da pandemia, havia um justificado otimismo com os fundos de shoppings. O movimento era de recuperação da economia brasileira, com melhora de emprego, renda e consumo da população, ainda que a passos lentos. A tendência era de aumento da ocupação dos shoppings e mais dividendos para os investidores.

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Mas a covid-19 forçou o fechamento de todos os shoppings do País no fim de março. As vendas foram a zero e os grupos foram obrigados a suspender ou reduzir aluguéis dos lojistas, o que levou a maioria dos fundos a reter ou a cortar drasticamente a distribuição de dividendos.

Mario Lima, da RB Capital, aponta que os fundos de shoppings e hotéis devem continuar em situação delicada não só pela crise sanitária, mas pelo menor consumo que o cenário econômico e político indicam. 

Os fundos imobiliários logísticos, por sua vez, são vistos com bons olhos mesmo a curto prazo. “Até poucos anos era um segmento pequeno, com empresas internacionais, agora virou uma espécie de moda”, diz Lima.

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Os galpões próximos a grandes centros estão em alta, em grande parte por causa de uma indústria que cresce em meio à pandemia: a do e-commerce. "O segmento, que foi um dos mais resilientes durante a crise decorrente da pandemia de covid-19, passou por uma relevante aceleração em seu crescimento e apresenta enorme potencial, diante da baixa participação do e-commerce nas vendas de varejo do País, quando comparada aos demais países", dizia o informe em que a Vinci Partners e Fulwood anunciavam a criação de um fundo imobiliário logístico, em setembro.

Empréstimo de cotas 

Desde novembro a B3, a Bolsa brasileira, permite o empréstimo de cotas de fundo imobiliários, formato já consolidado no mercado de ações. Apenas os fundos com volume médio diário negociado igual ou superior a R$ 1 milhão e média de cotistas igual ou maior a 500 estão disponíveis no serviço. Esses parâmetros foram verificados, para o lançamento, entre maio e outubro. Em maio de 2021 novos fundos que se enquadrarem nas normas poderão entrar no serviço.

Impulsionados pela taxa de juros baixa, os fundos de investimentos imobiliários (FII) registraram até novembro de 2020 um crescimento de 76,1% na base de cotistas em relação ao ano anterior. Esse ânimo segue tendência vista em 2019, quando o número de investidores já havia mais que triplicado em relação ao ano anterior. O apetite pelos fundos imobiliários cresceu em um mercado sem alternativas atrativas para a renda fixa.

Para especialistas, não será surpresa se nos próximos cinco anos o número de pessoas físicas em fundos imobiliários alcançar entre 5 milhões e 10 milhões de investidores.

O segmento corresponde hoje a menos de 2% do total da indústria brasileira de fundos de investimentos e, por isso, as perspectivas de que ele tome espaço nas carteiras que buscam diversificação são boas. O mercado se mostra atento ao potencial de crescimento, mas cauteloso. O número de fundos novos registrados em 2020 na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) cresceu 12,9%. Em relação à ofertas novas, foram 70 em 2020, mesma quantidade do ano anterior.

Mercado critica escolha de tributação para fundos imobiliários, que já sentem os efeitos colaterais da proposta. Foto: Werther Santana/Estadão

Passada a fase mais crítica da pandemia, o segmento dos fundos imobiliários que menos se abalou foi o residencial. “Os fundos que têm relação com compra e venda de unidades imobiliárias tiveram um ano bom, as pessoas voltaram a comprar imóveis e terrenos como investimento e as taxas de juros dos bancos ajudaram”, diz o sócio da Urca Capital Partners, Caio Braz. “Moradia é sempre uma aspiração do brasileiro, então, mesmo que a economia não se aqueça como o desejado em 2021, a perspectiva é boa.”

O sócio da RB Capital Asset Mauro Lima lembra que no período entre 2014 e 2018 o mercado imobiliário sofreu muito. “Foi uma época favorável para os locatários. A partir de 2019 melhorou para o mercado de imóveis, o que foi catapultado pela queda da Selic (a taxa básica de juros da economia”, diz. Ele aponta que, a partir do começo de 2020, passou a observar uma inflação por demanda no setor. "Pode haver uma percepção de valor maior pelo vendedor de imóvel, que pode subir o preço do imóvel mesmo sem que alguém compre."

Os fundos voltados a escritórios viram o pior cenário a partir de julho. “Não tanto pelo fenômeno do home office, mas pela conjuntura econômica, que fechou empresas”, afirma Lima. O horizonte deve permanecer turvo para os empreendimentos corporativos, que devem penar em 2021 até o processo de vacinação da população estar bem encaminhado.

Ainda assim, estudo do BTG Pactual indica em primeiro lugar entre os fundos o de lajes corporativas BRCR11. Voltado a imóveis de alto padrão e com patrimônio líquido de R$ 2,5 bilhões, é o maior fundo corporativo da Bolsa brasileira. “Entendemos que o curto prazo é desafiador por conta da contração da atividade econômica, com potencial aumento de vacância via devoluções”, diz o estudo. A longo prazo, o BTG acredita na retomada do mercado, mesmo com a introdução do home office, e na baixa taxa de vacância das regiões mais valorizadas.

No início de 2020, antes da pandemia, havia um justificado otimismo com os fundos de shoppings. O movimento era de recuperação da economia brasileira, com melhora de emprego, renda e consumo da população, ainda que a passos lentos. A tendência era de aumento da ocupação dos shoppings e mais dividendos para os investidores.

Mas a covid-19 forçou o fechamento de todos os shoppings do País no fim de março. As vendas foram a zero e os grupos foram obrigados a suspender ou reduzir aluguéis dos lojistas, o que levou a maioria dos fundos a reter ou a cortar drasticamente a distribuição de dividendos.

Mario Lima, da RB Capital, aponta que os fundos de shoppings e hotéis devem continuar em situação delicada não só pela crise sanitária, mas pelo menor consumo que o cenário econômico e político indicam. 

Os fundos imobiliários logísticos, por sua vez, são vistos com bons olhos mesmo a curto prazo. “Até poucos anos era um segmento pequeno, com empresas internacionais, agora virou uma espécie de moda”, diz Lima.

Os galpões próximos a grandes centros estão em alta, em grande parte por causa de uma indústria que cresce em meio à pandemia: a do e-commerce. "O segmento, que foi um dos mais resilientes durante a crise decorrente da pandemia de covid-19, passou por uma relevante aceleração em seu crescimento e apresenta enorme potencial, diante da baixa participação do e-commerce nas vendas de varejo do País, quando comparada aos demais países", dizia o informe em que a Vinci Partners e Fulwood anunciavam a criação de um fundo imobiliário logístico, em setembro.

Empréstimo de cotas 

Desde novembro a B3, a Bolsa brasileira, permite o empréstimo de cotas de fundo imobiliários, formato já consolidado no mercado de ações. Apenas os fundos com volume médio diário negociado igual ou superior a R$ 1 milhão e média de cotistas igual ou maior a 500 estão disponíveis no serviço. Esses parâmetros foram verificados, para o lançamento, entre maio e outubro. Em maio de 2021 novos fundos que se enquadrarem nas normas poderão entrar no serviço.

Impulsionados pela taxa de juros baixa, os fundos de investimentos imobiliários (FII) registraram até novembro de 2020 um crescimento de 76,1% na base de cotistas em relação ao ano anterior. Esse ânimo segue tendência vista em 2019, quando o número de investidores já havia mais que triplicado em relação ao ano anterior. O apetite pelos fundos imobiliários cresceu em um mercado sem alternativas atrativas para a renda fixa.

Para especialistas, não será surpresa se nos próximos cinco anos o número de pessoas físicas em fundos imobiliários alcançar entre 5 milhões e 10 milhões de investidores.

O segmento corresponde hoje a menos de 2% do total da indústria brasileira de fundos de investimentos e, por isso, as perspectivas de que ele tome espaço nas carteiras que buscam diversificação são boas. O mercado se mostra atento ao potencial de crescimento, mas cauteloso. O número de fundos novos registrados em 2020 na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) cresceu 12,9%. Em relação à ofertas novas, foram 70 em 2020, mesma quantidade do ano anterior.

Mercado critica escolha de tributação para fundos imobiliários, que já sentem os efeitos colaterais da proposta. Foto: Werther Santana/Estadão

Passada a fase mais crítica da pandemia, o segmento dos fundos imobiliários que menos se abalou foi o residencial. “Os fundos que têm relação com compra e venda de unidades imobiliárias tiveram um ano bom, as pessoas voltaram a comprar imóveis e terrenos como investimento e as taxas de juros dos bancos ajudaram”, diz o sócio da Urca Capital Partners, Caio Braz. “Moradia é sempre uma aspiração do brasileiro, então, mesmo que a economia não se aqueça como o desejado em 2021, a perspectiva é boa.”

O sócio da RB Capital Asset Mauro Lima lembra que no período entre 2014 e 2018 o mercado imobiliário sofreu muito. “Foi uma época favorável para os locatários. A partir de 2019 melhorou para o mercado de imóveis, o que foi catapultado pela queda da Selic (a taxa básica de juros da economia”, diz. Ele aponta que, a partir do começo de 2020, passou a observar uma inflação por demanda no setor. "Pode haver uma percepção de valor maior pelo vendedor de imóvel, que pode subir o preço do imóvel mesmo sem que alguém compre."

Os fundos voltados a escritórios viram o pior cenário a partir de julho. “Não tanto pelo fenômeno do home office, mas pela conjuntura econômica, que fechou empresas”, afirma Lima. O horizonte deve permanecer turvo para os empreendimentos corporativos, que devem penar em 2021 até o processo de vacinação da população estar bem encaminhado.

Ainda assim, estudo do BTG Pactual indica em primeiro lugar entre os fundos o de lajes corporativas BRCR11. Voltado a imóveis de alto padrão e com patrimônio líquido de R$ 2,5 bilhões, é o maior fundo corporativo da Bolsa brasileira. “Entendemos que o curto prazo é desafiador por conta da contração da atividade econômica, com potencial aumento de vacância via devoluções”, diz o estudo. A longo prazo, o BTG acredita na retomada do mercado, mesmo com a introdução do home office, e na baixa taxa de vacância das regiões mais valorizadas.

No início de 2020, antes da pandemia, havia um justificado otimismo com os fundos de shoppings. O movimento era de recuperação da economia brasileira, com melhora de emprego, renda e consumo da população, ainda que a passos lentos. A tendência era de aumento da ocupação dos shoppings e mais dividendos para os investidores.

Mas a covid-19 forçou o fechamento de todos os shoppings do País no fim de março. As vendas foram a zero e os grupos foram obrigados a suspender ou reduzir aluguéis dos lojistas, o que levou a maioria dos fundos a reter ou a cortar drasticamente a distribuição de dividendos.

Mario Lima, da RB Capital, aponta que os fundos de shoppings e hotéis devem continuar em situação delicada não só pela crise sanitária, mas pelo menor consumo que o cenário econômico e político indicam. 

Os fundos imobiliários logísticos, por sua vez, são vistos com bons olhos mesmo a curto prazo. “Até poucos anos era um segmento pequeno, com empresas internacionais, agora virou uma espécie de moda”, diz Lima.

Os galpões próximos a grandes centros estão em alta, em grande parte por causa de uma indústria que cresce em meio à pandemia: a do e-commerce. "O segmento, que foi um dos mais resilientes durante a crise decorrente da pandemia de covid-19, passou por uma relevante aceleração em seu crescimento e apresenta enorme potencial, diante da baixa participação do e-commerce nas vendas de varejo do País, quando comparada aos demais países", dizia o informe em que a Vinci Partners e Fulwood anunciavam a criação de um fundo imobiliário logístico, em setembro.

Empréstimo de cotas 

Desde novembro a B3, a Bolsa brasileira, permite o empréstimo de cotas de fundo imobiliários, formato já consolidado no mercado de ações. Apenas os fundos com volume médio diário negociado igual ou superior a R$ 1 milhão e média de cotistas igual ou maior a 500 estão disponíveis no serviço. Esses parâmetros foram verificados, para o lançamento, entre maio e outubro. Em maio de 2021 novos fundos que se enquadrarem nas normas poderão entrar no serviço.

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