Como a Faria Lima se prepara para a volatilidade prevista para os mercados com as eleições


Diante da leitura de que ações populistas vão colocar em xeque a situação fiscal brasileira, fundos preferem ações mais defensivas e retiram apostas de valorização do real

Por Fernanda Guimarães
Atualização:

Em um momento em que as pesquisas de intenção de voto ainda colocam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com folga à frente de Jair Bolsonaro, os principais gestores do País começam a preparar suas carteiras para trafegarem um momento de mais volatilidade do mercado e de mais gastança do atual governo, que tenta se manter competitivo para buscar sua reeleição. Com o crescimento de medidas dadas como populistas, a Faria Lima - principal corredor financeiro do País, em São Paulo -, acredita que o quadro mais provável é de uma eleição apertada em outubro e, com isso, começa a passar um pente fino nas melhores opções de investimento, já que a visão é de um estrangulamento da situação fiscal brasileira.

Um dos fundos mais conhecidos do País, do gestor Luis Stuhlberger, o Verde, destaca que o mais provável para outubro é de pouca distância de votos entre os dois principais postulantes. “Acreditamos que um estreitamento da diferença entre os dois candidatos é bastante provável nos próximos dois meses, num fenômeno típico de incumbente buscando reeleição. Será interessante acompanhar a leitura dos mercados para tal fenômeno”, cita a gestora em sua mais recente carta direcionada aos seus cotistas. No documento, o Verde aponta ainda que a principal posição do fundo segue em Bolsa brasileira, algo que ajudou a rentabilidade de julho, já que foi um bom mês para as ações listadas. Por aqui, o fundo de Stuhlberger acredita que o ruído local foi reduzido porque os políticos estão focando suas energias na campanha eleitoral.

Fundo Verde, de Luis Stuhlberger, prevê eleição acirrada e 'zera' aposta no real por conta de medidas populistas. Fotos Denise Andrade/ESTADÃO 
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Ainda no fundo Verde, a preocupação em torno de medidas populistas em ano de eleição começa a ganhar a cena. Foi por isso, segundo a carta aos cotistas, que o fundo zerou uma posição vendida em dólar em relação ao real, ou seja, tirou da mesa a aposta de que o real se valorizaria. Isso porque, a aprovação de políticas mais populistas, segundo a gestora, aumentou a preocupação em torno do fiscal brasileiro.

Já a Rio Bravo, gestora do ex-diretor do Banco Central Gustavo Franco, relembra que Lula lidera com folga, inclusive com votos para conseguir vencer no primeiro turno, mas que “ninguém se arrisca a dar o assunto como decidido”. A boa notícia, segundo Franco, que assina a carta da gestora enviada aos seus cotistas, é de que uma chance de golpe “perdeu substância”. “A estratégia habitual do presidente (Bolsonaro) de esticar a corda, agora mais diretamente ao sistema eleitoral, como evidenciado pela fracassada reunião do presidente com os embaixadores, talvez tenha servido para organizar resistências a qualquer fator externo à voz das urnas.”

A estratégia habitual do presidente (Bolsonaro) de esticar a corda, agora mais diretamente ao sistema eleitora, como evidenciado pela fracassada reunião do presidente com os embaixadores, talvez tenha servido para organizar resistências a qualquer fator externo à voz das urnas

Gustavo Franco, ex-diretor do BC e sócio da gestora Rio Bravo

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Na gestora Capitânia, os desafios de investir em ano eleitoral são evidenciados. “Entendemos que nesse cenário precisamos ficar bem atentos a oportunidades de desinvestimento e realocação em ativos com menor risco de liquidez e maior carrego”, conforme a carta referente ao mês de agosto. Isso significa que a gestora prefere ativos que são mais fáceis de serem vendidos, para conseguir mudar de posição com mais facilidade.

A mesma leitura faz o Daycoval. A escolha tem sido de escolher ativos bastante negociados, para manter em dia a relação entre o risco e retorno. Fora isso, a instituição financeira acredita que, apesar da pressão inflacionária, o Banco Central conseguirá ancorar as expectativas para os próximos anos, apesar das “indefinições politicas com a proximidade das eleições presidenciais e eventuais pressões para mais gastos fiscais”.

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Já a gestora Sharp adverte que o calendário obrigará em breve a um maior foco do mercado nas eleições. “O mercado tem começado a prestar mais atenção não só nas consequências do resultados das urnas como nas medidas populistas colocadas em prática atualmente. Dito isso, seguimos com investimentos que têm relativamente baixa correlação com um cenário específico de atividade econômica”, conforme o documento.

Estabilidade

Para manter um certo grau de estabilidade no fundo, mesmo diante da iminente volatilidade que chegará na esteira das eleições, a escolha da AZ Quest, por exemplo, tem sido por ações de perfil mais defensíveis, ou seja, que historicamente têm menos oscilações. “Mantivemos cautela em nosso portfólio, tendo em vista que o cenário macro inspira cuidado e porque ainda temos uma eleição pela frente, que pode trazer volatilidade ao mercado. Nossas principais alocações seguem sendo no setor bancário e elétrico, estrategicamente defensivos, e nos setores petróleo & petroquímico e varejo.”

Em um momento em que as pesquisas de intenção de voto ainda colocam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com folga à frente de Jair Bolsonaro, os principais gestores do País começam a preparar suas carteiras para trafegarem um momento de mais volatilidade do mercado e de mais gastança do atual governo, que tenta se manter competitivo para buscar sua reeleição. Com o crescimento de medidas dadas como populistas, a Faria Lima - principal corredor financeiro do País, em São Paulo -, acredita que o quadro mais provável é de uma eleição apertada em outubro e, com isso, começa a passar um pente fino nas melhores opções de investimento, já que a visão é de um estrangulamento da situação fiscal brasileira.

Um dos fundos mais conhecidos do País, do gestor Luis Stuhlberger, o Verde, destaca que o mais provável para outubro é de pouca distância de votos entre os dois principais postulantes. “Acreditamos que um estreitamento da diferença entre os dois candidatos é bastante provável nos próximos dois meses, num fenômeno típico de incumbente buscando reeleição. Será interessante acompanhar a leitura dos mercados para tal fenômeno”, cita a gestora em sua mais recente carta direcionada aos seus cotistas. No documento, o Verde aponta ainda que a principal posição do fundo segue em Bolsa brasileira, algo que ajudou a rentabilidade de julho, já que foi um bom mês para as ações listadas. Por aqui, o fundo de Stuhlberger acredita que o ruído local foi reduzido porque os políticos estão focando suas energias na campanha eleitoral.

Fundo Verde, de Luis Stuhlberger, prevê eleição acirrada e 'zera' aposta no real por conta de medidas populistas. Fotos Denise Andrade/ESTADÃO 

Ainda no fundo Verde, a preocupação em torno de medidas populistas em ano de eleição começa a ganhar a cena. Foi por isso, segundo a carta aos cotistas, que o fundo zerou uma posição vendida em dólar em relação ao real, ou seja, tirou da mesa a aposta de que o real se valorizaria. Isso porque, a aprovação de políticas mais populistas, segundo a gestora, aumentou a preocupação em torno do fiscal brasileiro.

Já a Rio Bravo, gestora do ex-diretor do Banco Central Gustavo Franco, relembra que Lula lidera com folga, inclusive com votos para conseguir vencer no primeiro turno, mas que “ninguém se arrisca a dar o assunto como decidido”. A boa notícia, segundo Franco, que assina a carta da gestora enviada aos seus cotistas, é de que uma chance de golpe “perdeu substância”. “A estratégia habitual do presidente (Bolsonaro) de esticar a corda, agora mais diretamente ao sistema eleitoral, como evidenciado pela fracassada reunião do presidente com os embaixadores, talvez tenha servido para organizar resistências a qualquer fator externo à voz das urnas.”

A estratégia habitual do presidente (Bolsonaro) de esticar a corda, agora mais diretamente ao sistema eleitora, como evidenciado pela fracassada reunião do presidente com os embaixadores, talvez tenha servido para organizar resistências a qualquer fator externo à voz das urnas

Gustavo Franco, ex-diretor do BC e sócio da gestora Rio Bravo

Na gestora Capitânia, os desafios de investir em ano eleitoral são evidenciados. “Entendemos que nesse cenário precisamos ficar bem atentos a oportunidades de desinvestimento e realocação em ativos com menor risco de liquidez e maior carrego”, conforme a carta referente ao mês de agosto. Isso significa que a gestora prefere ativos que são mais fáceis de serem vendidos, para conseguir mudar de posição com mais facilidade.

A mesma leitura faz o Daycoval. A escolha tem sido de escolher ativos bastante negociados, para manter em dia a relação entre o risco e retorno. Fora isso, a instituição financeira acredita que, apesar da pressão inflacionária, o Banco Central conseguirá ancorar as expectativas para os próximos anos, apesar das “indefinições politicas com a proximidade das eleições presidenciais e eventuais pressões para mais gastos fiscais”.

Já a gestora Sharp adverte que o calendário obrigará em breve a um maior foco do mercado nas eleições. “O mercado tem começado a prestar mais atenção não só nas consequências do resultados das urnas como nas medidas populistas colocadas em prática atualmente. Dito isso, seguimos com investimentos que têm relativamente baixa correlação com um cenário específico de atividade econômica”, conforme o documento.

Estabilidade

Para manter um certo grau de estabilidade no fundo, mesmo diante da iminente volatilidade que chegará na esteira das eleições, a escolha da AZ Quest, por exemplo, tem sido por ações de perfil mais defensíveis, ou seja, que historicamente têm menos oscilações. “Mantivemos cautela em nosso portfólio, tendo em vista que o cenário macro inspira cuidado e porque ainda temos uma eleição pela frente, que pode trazer volatilidade ao mercado. Nossas principais alocações seguem sendo no setor bancário e elétrico, estrategicamente defensivos, e nos setores petróleo & petroquímico e varejo.”

Em um momento em que as pesquisas de intenção de voto ainda colocam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com folga à frente de Jair Bolsonaro, os principais gestores do País começam a preparar suas carteiras para trafegarem um momento de mais volatilidade do mercado e de mais gastança do atual governo, que tenta se manter competitivo para buscar sua reeleição. Com o crescimento de medidas dadas como populistas, a Faria Lima - principal corredor financeiro do País, em São Paulo -, acredita que o quadro mais provável é de uma eleição apertada em outubro e, com isso, começa a passar um pente fino nas melhores opções de investimento, já que a visão é de um estrangulamento da situação fiscal brasileira.

Um dos fundos mais conhecidos do País, do gestor Luis Stuhlberger, o Verde, destaca que o mais provável para outubro é de pouca distância de votos entre os dois principais postulantes. “Acreditamos que um estreitamento da diferença entre os dois candidatos é bastante provável nos próximos dois meses, num fenômeno típico de incumbente buscando reeleição. Será interessante acompanhar a leitura dos mercados para tal fenômeno”, cita a gestora em sua mais recente carta direcionada aos seus cotistas. No documento, o Verde aponta ainda que a principal posição do fundo segue em Bolsa brasileira, algo que ajudou a rentabilidade de julho, já que foi um bom mês para as ações listadas. Por aqui, o fundo de Stuhlberger acredita que o ruído local foi reduzido porque os políticos estão focando suas energias na campanha eleitoral.

Fundo Verde, de Luis Stuhlberger, prevê eleição acirrada e 'zera' aposta no real por conta de medidas populistas. Fotos Denise Andrade/ESTADÃO 

Ainda no fundo Verde, a preocupação em torno de medidas populistas em ano de eleição começa a ganhar a cena. Foi por isso, segundo a carta aos cotistas, que o fundo zerou uma posição vendida em dólar em relação ao real, ou seja, tirou da mesa a aposta de que o real se valorizaria. Isso porque, a aprovação de políticas mais populistas, segundo a gestora, aumentou a preocupação em torno do fiscal brasileiro.

Já a Rio Bravo, gestora do ex-diretor do Banco Central Gustavo Franco, relembra que Lula lidera com folga, inclusive com votos para conseguir vencer no primeiro turno, mas que “ninguém se arrisca a dar o assunto como decidido”. A boa notícia, segundo Franco, que assina a carta da gestora enviada aos seus cotistas, é de que uma chance de golpe “perdeu substância”. “A estratégia habitual do presidente (Bolsonaro) de esticar a corda, agora mais diretamente ao sistema eleitoral, como evidenciado pela fracassada reunião do presidente com os embaixadores, talvez tenha servido para organizar resistências a qualquer fator externo à voz das urnas.”

A estratégia habitual do presidente (Bolsonaro) de esticar a corda, agora mais diretamente ao sistema eleitora, como evidenciado pela fracassada reunião do presidente com os embaixadores, talvez tenha servido para organizar resistências a qualquer fator externo à voz das urnas

Gustavo Franco, ex-diretor do BC e sócio da gestora Rio Bravo

Na gestora Capitânia, os desafios de investir em ano eleitoral são evidenciados. “Entendemos que nesse cenário precisamos ficar bem atentos a oportunidades de desinvestimento e realocação em ativos com menor risco de liquidez e maior carrego”, conforme a carta referente ao mês de agosto. Isso significa que a gestora prefere ativos que são mais fáceis de serem vendidos, para conseguir mudar de posição com mais facilidade.

A mesma leitura faz o Daycoval. A escolha tem sido de escolher ativos bastante negociados, para manter em dia a relação entre o risco e retorno. Fora isso, a instituição financeira acredita que, apesar da pressão inflacionária, o Banco Central conseguirá ancorar as expectativas para os próximos anos, apesar das “indefinições politicas com a proximidade das eleições presidenciais e eventuais pressões para mais gastos fiscais”.

Já a gestora Sharp adverte que o calendário obrigará em breve a um maior foco do mercado nas eleições. “O mercado tem começado a prestar mais atenção não só nas consequências do resultados das urnas como nas medidas populistas colocadas em prática atualmente. Dito isso, seguimos com investimentos que têm relativamente baixa correlação com um cenário específico de atividade econômica”, conforme o documento.

Estabilidade

Para manter um certo grau de estabilidade no fundo, mesmo diante da iminente volatilidade que chegará na esteira das eleições, a escolha da AZ Quest, por exemplo, tem sido por ações de perfil mais defensíveis, ou seja, que historicamente têm menos oscilações. “Mantivemos cautela em nosso portfólio, tendo em vista que o cenário macro inspira cuidado e porque ainda temos uma eleição pela frente, que pode trazer volatilidade ao mercado. Nossas principais alocações seguem sendo no setor bancário e elétrico, estrategicamente defensivos, e nos setores petróleo & petroquímico e varejo.”

Em um momento em que as pesquisas de intenção de voto ainda colocam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com folga à frente de Jair Bolsonaro, os principais gestores do País começam a preparar suas carteiras para trafegarem um momento de mais volatilidade do mercado e de mais gastança do atual governo, que tenta se manter competitivo para buscar sua reeleição. Com o crescimento de medidas dadas como populistas, a Faria Lima - principal corredor financeiro do País, em São Paulo -, acredita que o quadro mais provável é de uma eleição apertada em outubro e, com isso, começa a passar um pente fino nas melhores opções de investimento, já que a visão é de um estrangulamento da situação fiscal brasileira.

Um dos fundos mais conhecidos do País, do gestor Luis Stuhlberger, o Verde, destaca que o mais provável para outubro é de pouca distância de votos entre os dois principais postulantes. “Acreditamos que um estreitamento da diferença entre os dois candidatos é bastante provável nos próximos dois meses, num fenômeno típico de incumbente buscando reeleição. Será interessante acompanhar a leitura dos mercados para tal fenômeno”, cita a gestora em sua mais recente carta direcionada aos seus cotistas. No documento, o Verde aponta ainda que a principal posição do fundo segue em Bolsa brasileira, algo que ajudou a rentabilidade de julho, já que foi um bom mês para as ações listadas. Por aqui, o fundo de Stuhlberger acredita que o ruído local foi reduzido porque os políticos estão focando suas energias na campanha eleitoral.

Fundo Verde, de Luis Stuhlberger, prevê eleição acirrada e 'zera' aposta no real por conta de medidas populistas. Fotos Denise Andrade/ESTADÃO 

Ainda no fundo Verde, a preocupação em torno de medidas populistas em ano de eleição começa a ganhar a cena. Foi por isso, segundo a carta aos cotistas, que o fundo zerou uma posição vendida em dólar em relação ao real, ou seja, tirou da mesa a aposta de que o real se valorizaria. Isso porque, a aprovação de políticas mais populistas, segundo a gestora, aumentou a preocupação em torno do fiscal brasileiro.

Já a Rio Bravo, gestora do ex-diretor do Banco Central Gustavo Franco, relembra que Lula lidera com folga, inclusive com votos para conseguir vencer no primeiro turno, mas que “ninguém se arrisca a dar o assunto como decidido”. A boa notícia, segundo Franco, que assina a carta da gestora enviada aos seus cotistas, é de que uma chance de golpe “perdeu substância”. “A estratégia habitual do presidente (Bolsonaro) de esticar a corda, agora mais diretamente ao sistema eleitoral, como evidenciado pela fracassada reunião do presidente com os embaixadores, talvez tenha servido para organizar resistências a qualquer fator externo à voz das urnas.”

A estratégia habitual do presidente (Bolsonaro) de esticar a corda, agora mais diretamente ao sistema eleitora, como evidenciado pela fracassada reunião do presidente com os embaixadores, talvez tenha servido para organizar resistências a qualquer fator externo à voz das urnas

Gustavo Franco, ex-diretor do BC e sócio da gestora Rio Bravo

Na gestora Capitânia, os desafios de investir em ano eleitoral são evidenciados. “Entendemos que nesse cenário precisamos ficar bem atentos a oportunidades de desinvestimento e realocação em ativos com menor risco de liquidez e maior carrego”, conforme a carta referente ao mês de agosto. Isso significa que a gestora prefere ativos que são mais fáceis de serem vendidos, para conseguir mudar de posição com mais facilidade.

A mesma leitura faz o Daycoval. A escolha tem sido de escolher ativos bastante negociados, para manter em dia a relação entre o risco e retorno. Fora isso, a instituição financeira acredita que, apesar da pressão inflacionária, o Banco Central conseguirá ancorar as expectativas para os próximos anos, apesar das “indefinições politicas com a proximidade das eleições presidenciais e eventuais pressões para mais gastos fiscais”.

Já a gestora Sharp adverte que o calendário obrigará em breve a um maior foco do mercado nas eleições. “O mercado tem começado a prestar mais atenção não só nas consequências do resultados das urnas como nas medidas populistas colocadas em prática atualmente. Dito isso, seguimos com investimentos que têm relativamente baixa correlação com um cenário específico de atividade econômica”, conforme o documento.

Estabilidade

Para manter um certo grau de estabilidade no fundo, mesmo diante da iminente volatilidade que chegará na esteira das eleições, a escolha da AZ Quest, por exemplo, tem sido por ações de perfil mais defensíveis, ou seja, que historicamente têm menos oscilações. “Mantivemos cautela em nosso portfólio, tendo em vista que o cenário macro inspira cuidado e porque ainda temos uma eleição pela frente, que pode trazer volatilidade ao mercado. Nossas principais alocações seguem sendo no setor bancário e elétrico, estrategicamente defensivos, e nos setores petróleo & petroquímico e varejo.”

Em um momento em que as pesquisas de intenção de voto ainda colocam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com folga à frente de Jair Bolsonaro, os principais gestores do País começam a preparar suas carteiras para trafegarem um momento de mais volatilidade do mercado e de mais gastança do atual governo, que tenta se manter competitivo para buscar sua reeleição. Com o crescimento de medidas dadas como populistas, a Faria Lima - principal corredor financeiro do País, em São Paulo -, acredita que o quadro mais provável é de uma eleição apertada em outubro e, com isso, começa a passar um pente fino nas melhores opções de investimento, já que a visão é de um estrangulamento da situação fiscal brasileira.

Um dos fundos mais conhecidos do País, do gestor Luis Stuhlberger, o Verde, destaca que o mais provável para outubro é de pouca distância de votos entre os dois principais postulantes. “Acreditamos que um estreitamento da diferença entre os dois candidatos é bastante provável nos próximos dois meses, num fenômeno típico de incumbente buscando reeleição. Será interessante acompanhar a leitura dos mercados para tal fenômeno”, cita a gestora em sua mais recente carta direcionada aos seus cotistas. No documento, o Verde aponta ainda que a principal posição do fundo segue em Bolsa brasileira, algo que ajudou a rentabilidade de julho, já que foi um bom mês para as ações listadas. Por aqui, o fundo de Stuhlberger acredita que o ruído local foi reduzido porque os políticos estão focando suas energias na campanha eleitoral.

Fundo Verde, de Luis Stuhlberger, prevê eleição acirrada e 'zera' aposta no real por conta de medidas populistas. Fotos Denise Andrade/ESTADÃO 

Ainda no fundo Verde, a preocupação em torno de medidas populistas em ano de eleição começa a ganhar a cena. Foi por isso, segundo a carta aos cotistas, que o fundo zerou uma posição vendida em dólar em relação ao real, ou seja, tirou da mesa a aposta de que o real se valorizaria. Isso porque, a aprovação de políticas mais populistas, segundo a gestora, aumentou a preocupação em torno do fiscal brasileiro.

Já a Rio Bravo, gestora do ex-diretor do Banco Central Gustavo Franco, relembra que Lula lidera com folga, inclusive com votos para conseguir vencer no primeiro turno, mas que “ninguém se arrisca a dar o assunto como decidido”. A boa notícia, segundo Franco, que assina a carta da gestora enviada aos seus cotistas, é de que uma chance de golpe “perdeu substância”. “A estratégia habitual do presidente (Bolsonaro) de esticar a corda, agora mais diretamente ao sistema eleitoral, como evidenciado pela fracassada reunião do presidente com os embaixadores, talvez tenha servido para organizar resistências a qualquer fator externo à voz das urnas.”

A estratégia habitual do presidente (Bolsonaro) de esticar a corda, agora mais diretamente ao sistema eleitora, como evidenciado pela fracassada reunião do presidente com os embaixadores, talvez tenha servido para organizar resistências a qualquer fator externo à voz das urnas

Gustavo Franco, ex-diretor do BC e sócio da gestora Rio Bravo

Na gestora Capitânia, os desafios de investir em ano eleitoral são evidenciados. “Entendemos que nesse cenário precisamos ficar bem atentos a oportunidades de desinvestimento e realocação em ativos com menor risco de liquidez e maior carrego”, conforme a carta referente ao mês de agosto. Isso significa que a gestora prefere ativos que são mais fáceis de serem vendidos, para conseguir mudar de posição com mais facilidade.

A mesma leitura faz o Daycoval. A escolha tem sido de escolher ativos bastante negociados, para manter em dia a relação entre o risco e retorno. Fora isso, a instituição financeira acredita que, apesar da pressão inflacionária, o Banco Central conseguirá ancorar as expectativas para os próximos anos, apesar das “indefinições politicas com a proximidade das eleições presidenciais e eventuais pressões para mais gastos fiscais”.

Já a gestora Sharp adverte que o calendário obrigará em breve a um maior foco do mercado nas eleições. “O mercado tem começado a prestar mais atenção não só nas consequências do resultados das urnas como nas medidas populistas colocadas em prática atualmente. Dito isso, seguimos com investimentos que têm relativamente baixa correlação com um cenário específico de atividade econômica”, conforme o documento.

Estabilidade

Para manter um certo grau de estabilidade no fundo, mesmo diante da iminente volatilidade que chegará na esteira das eleições, a escolha da AZ Quest, por exemplo, tem sido por ações de perfil mais defensíveis, ou seja, que historicamente têm menos oscilações. “Mantivemos cautela em nosso portfólio, tendo em vista que o cenário macro inspira cuidado e porque ainda temos uma eleição pela frente, que pode trazer volatilidade ao mercado. Nossas principais alocações seguem sendo no setor bancário e elétrico, estrategicamente defensivos, e nos setores petróleo & petroquímico e varejo.”

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