Fusões e aquisições caem com juro alto e crise bancária de EUA e Europa


No Brasil, operações encolheram 16% de janeiro a março ante o mesmo período de 2022, queda superior à média global e à dos EUA, onde as operações recuaram 14%

Por Aline Bronzati e Altamiro Silva Junior

Os juros persistentes e a turbulência bancária nos Estados Unidos e na Europa retardaram a retomada do mercado de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) nas principais praças globais. No Brasil, a Selic em 13,75% ao ano e a crise de crédito agravada com o caso Americanas abalaram os negócios, embora em menor intensidade do que em outros países da América Latina como Peru e Chile, sofrendo também por questões políticas.

No Brasil, o número de M&As encolheu 16% de janeiro a março ante o mesmo período do ano passado, totalizando 335 operações, conforme dados da consultoria Kroll obtidos pelo Estadão/Broadcast. O ritmo de queda supera a média global e dos EUA, onde a baixa foi de 14%. No entanto, é menos da metade do baque visto na América Latina, responsável por 10% do mercado global. Na região, a retração foi de 34%, no mesmo período de comparação.

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“O Brasil ficou mais próximo do desempenho mundial e melhor do que a América Latina porque não temos uma estrutura alavancada, usando dívida (nas transações). Apesar do custo do dinheiro mais elevado e da menor liquidez, o País foi menos prejudicado uma vez que a taxa de juros afeta um pouco menos o financiamento das transações”, explicou o diretor de Finanças Corporativas da Kroll no Brasil, Alexandre Pierantoni.

Um banqueiro da Faria Lima comentou que não tem neste momento tanto capital disponível para bancar fusões e aquisições, em um ambiente de mercado de renda fixa complicado e as aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês) fechadas, e sem chance de voltar no curto prazo. Ao mesmo tempo, fundos de private equity (investimento em empresas) estão com os caixas cheios e avaliando possíveis negócios, mas com cautela. “Está todo mundo um pouco mais ressabiado para fazer movimentos, por conta do maior risco.”

Fusão da Tok&Stok com a rival Mobly é uma das possibilidades para o futuro Foto: JONNE RORIZ/AE
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Ações baratas

Na Bolsa, ações muito depreciadas podem estimular não só ofertas de compra de empresas por fundos e fusões. No BTG Pactual, os executivos têm se debruçado todo dia em análises de como fazer M&As das empresas que abriram o capital recentemente e estão baratas, com quedas das ações perto de 90%. “Vamos ver muita empresa se juntando”, previu o diretor do banco, Cláudio Berquó, em evento recente.

O varejo é no Brasil um dos setores mais agitados em termos de perspectiva de aquisições ou fusões, com várias empresas afetadas pelo ambiente de juros altos e queda do poder aquisitivo por causa da inflação. Entre os nomes comentados, está uma possível fusão da Tok&Stok com a rival Mobly.

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Outro setor movimentado é o de energia elétrica, principalmente em geração e distribuição de energia renovável, como eólica e solar. Esta semana, a Neoenergia vendeu 50% de oito ativos de transmissão para o GIC, fundo soberano de Cingapura, por R$ 1,2 bilhão.

Crise bancária

Nos EUA, o quadro macroeconômico de juros altos e inflação persistente foi agravado pela turbulência bancária em março em meio à queda de três dominós no setor, o que aumentou a volatilidade nos mercados e respingou nos negócios de M&As. “A expectativa para 2023 era de um mercado um pouco mais animado, mas, em março, a visão se inverteu e o segmento de M&As ainda ensaia uma retomada”, disse o sócio do escritório de advocacia norte-americano Hughes Hubbard & Reed LLP, Carlos Lobo, ao Estadão/Broadcast.

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“A confiança afeta a capacidade das pessoas de seguir em frente, serem ativas no mercado de M&A, e certamente o que aconteceu ao longo das últimas semanas desacelerou alguns dos diálogos”, disse o presidente do Goldman Sachs, David Solomon.

Além do número de transações, o volume financeiro movimentado por M&As encolheu em todas as praças no início do ano. América Latina, Caribe e Austrália amargaram os piores desempenhos, com queda de 69% no primeiro trimestre ante um ano, segundo a consultoria americana Dealogic. Nos EUA, maior palco de M&As do mundo, o volume financeiro caiu 36%, para US$ 3,6 bilhões. Já na Europa, a despeito da venda às pressas do Credit Suisse ao rival UBS, a cifra recuou quase pela metade, ritmo esse que desacelera para uma baixa de 43% sob a ótica global.

Retomada

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Apesar dos números, banqueiros de Wall Street e da Faria Lima mantêm o otimismo e esperam que fusões e aquisições represadas em meio ao cenário mais difícil avancem e ajudem o mercado a engatar uma retomada mais forte.

No Brasil, a expectativa é de recuperação nos negócios ao longo dos próximos meses e que pode ser acelerada a depender do quadro macroeconômico, com o avanço do arcabouço fiscal e da reforma tributária, fora a esperada queda dos juros no País. Dentre os impulsos para o mercado brasileiro de M&As, o movimento de grandes multinacionais revisando portfólios locais pode agitar o mercado, segundo Pierantoni, da Kroll.

Os juros persistentes e a turbulência bancária nos Estados Unidos e na Europa retardaram a retomada do mercado de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) nas principais praças globais. No Brasil, a Selic em 13,75% ao ano e a crise de crédito agravada com o caso Americanas abalaram os negócios, embora em menor intensidade do que em outros países da América Latina como Peru e Chile, sofrendo também por questões políticas.

No Brasil, o número de M&As encolheu 16% de janeiro a março ante o mesmo período do ano passado, totalizando 335 operações, conforme dados da consultoria Kroll obtidos pelo Estadão/Broadcast. O ritmo de queda supera a média global e dos EUA, onde a baixa foi de 14%. No entanto, é menos da metade do baque visto na América Latina, responsável por 10% do mercado global. Na região, a retração foi de 34%, no mesmo período de comparação.

“O Brasil ficou mais próximo do desempenho mundial e melhor do que a América Latina porque não temos uma estrutura alavancada, usando dívida (nas transações). Apesar do custo do dinheiro mais elevado e da menor liquidez, o País foi menos prejudicado uma vez que a taxa de juros afeta um pouco menos o financiamento das transações”, explicou o diretor de Finanças Corporativas da Kroll no Brasil, Alexandre Pierantoni.

Um banqueiro da Faria Lima comentou que não tem neste momento tanto capital disponível para bancar fusões e aquisições, em um ambiente de mercado de renda fixa complicado e as aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês) fechadas, e sem chance de voltar no curto prazo. Ao mesmo tempo, fundos de private equity (investimento em empresas) estão com os caixas cheios e avaliando possíveis negócios, mas com cautela. “Está todo mundo um pouco mais ressabiado para fazer movimentos, por conta do maior risco.”

Fusão da Tok&Stok com a rival Mobly é uma das possibilidades para o futuro Foto: JONNE RORIZ/AE

Ações baratas

Na Bolsa, ações muito depreciadas podem estimular não só ofertas de compra de empresas por fundos e fusões. No BTG Pactual, os executivos têm se debruçado todo dia em análises de como fazer M&As das empresas que abriram o capital recentemente e estão baratas, com quedas das ações perto de 90%. “Vamos ver muita empresa se juntando”, previu o diretor do banco, Cláudio Berquó, em evento recente.

O varejo é no Brasil um dos setores mais agitados em termos de perspectiva de aquisições ou fusões, com várias empresas afetadas pelo ambiente de juros altos e queda do poder aquisitivo por causa da inflação. Entre os nomes comentados, está uma possível fusão da Tok&Stok com a rival Mobly.

Outro setor movimentado é o de energia elétrica, principalmente em geração e distribuição de energia renovável, como eólica e solar. Esta semana, a Neoenergia vendeu 50% de oito ativos de transmissão para o GIC, fundo soberano de Cingapura, por R$ 1,2 bilhão.

Crise bancária

Nos EUA, o quadro macroeconômico de juros altos e inflação persistente foi agravado pela turbulência bancária em março em meio à queda de três dominós no setor, o que aumentou a volatilidade nos mercados e respingou nos negócios de M&As. “A expectativa para 2023 era de um mercado um pouco mais animado, mas, em março, a visão se inverteu e o segmento de M&As ainda ensaia uma retomada”, disse o sócio do escritório de advocacia norte-americano Hughes Hubbard & Reed LLP, Carlos Lobo, ao Estadão/Broadcast.

“A confiança afeta a capacidade das pessoas de seguir em frente, serem ativas no mercado de M&A, e certamente o que aconteceu ao longo das últimas semanas desacelerou alguns dos diálogos”, disse o presidente do Goldman Sachs, David Solomon.

Além do número de transações, o volume financeiro movimentado por M&As encolheu em todas as praças no início do ano. América Latina, Caribe e Austrália amargaram os piores desempenhos, com queda de 69% no primeiro trimestre ante um ano, segundo a consultoria americana Dealogic. Nos EUA, maior palco de M&As do mundo, o volume financeiro caiu 36%, para US$ 3,6 bilhões. Já na Europa, a despeito da venda às pressas do Credit Suisse ao rival UBS, a cifra recuou quase pela metade, ritmo esse que desacelera para uma baixa de 43% sob a ótica global.

Retomada

Apesar dos números, banqueiros de Wall Street e da Faria Lima mantêm o otimismo e esperam que fusões e aquisições represadas em meio ao cenário mais difícil avancem e ajudem o mercado a engatar uma retomada mais forte.

No Brasil, a expectativa é de recuperação nos negócios ao longo dos próximos meses e que pode ser acelerada a depender do quadro macroeconômico, com o avanço do arcabouço fiscal e da reforma tributária, fora a esperada queda dos juros no País. Dentre os impulsos para o mercado brasileiro de M&As, o movimento de grandes multinacionais revisando portfólios locais pode agitar o mercado, segundo Pierantoni, da Kroll.

Os juros persistentes e a turbulência bancária nos Estados Unidos e na Europa retardaram a retomada do mercado de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) nas principais praças globais. No Brasil, a Selic em 13,75% ao ano e a crise de crédito agravada com o caso Americanas abalaram os negócios, embora em menor intensidade do que em outros países da América Latina como Peru e Chile, sofrendo também por questões políticas.

No Brasil, o número de M&As encolheu 16% de janeiro a março ante o mesmo período do ano passado, totalizando 335 operações, conforme dados da consultoria Kroll obtidos pelo Estadão/Broadcast. O ritmo de queda supera a média global e dos EUA, onde a baixa foi de 14%. No entanto, é menos da metade do baque visto na América Latina, responsável por 10% do mercado global. Na região, a retração foi de 34%, no mesmo período de comparação.

“O Brasil ficou mais próximo do desempenho mundial e melhor do que a América Latina porque não temos uma estrutura alavancada, usando dívida (nas transações). Apesar do custo do dinheiro mais elevado e da menor liquidez, o País foi menos prejudicado uma vez que a taxa de juros afeta um pouco menos o financiamento das transações”, explicou o diretor de Finanças Corporativas da Kroll no Brasil, Alexandre Pierantoni.

Um banqueiro da Faria Lima comentou que não tem neste momento tanto capital disponível para bancar fusões e aquisições, em um ambiente de mercado de renda fixa complicado e as aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês) fechadas, e sem chance de voltar no curto prazo. Ao mesmo tempo, fundos de private equity (investimento em empresas) estão com os caixas cheios e avaliando possíveis negócios, mas com cautela. “Está todo mundo um pouco mais ressabiado para fazer movimentos, por conta do maior risco.”

Fusão da Tok&Stok com a rival Mobly é uma das possibilidades para o futuro Foto: JONNE RORIZ/AE

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Na Bolsa, ações muito depreciadas podem estimular não só ofertas de compra de empresas por fundos e fusões. No BTG Pactual, os executivos têm se debruçado todo dia em análises de como fazer M&As das empresas que abriram o capital recentemente e estão baratas, com quedas das ações perto de 90%. “Vamos ver muita empresa se juntando”, previu o diretor do banco, Cláudio Berquó, em evento recente.

O varejo é no Brasil um dos setores mais agitados em termos de perspectiva de aquisições ou fusões, com várias empresas afetadas pelo ambiente de juros altos e queda do poder aquisitivo por causa da inflação. Entre os nomes comentados, está uma possível fusão da Tok&Stok com a rival Mobly.

Outro setor movimentado é o de energia elétrica, principalmente em geração e distribuição de energia renovável, como eólica e solar. Esta semana, a Neoenergia vendeu 50% de oito ativos de transmissão para o GIC, fundo soberano de Cingapura, por R$ 1,2 bilhão.

Crise bancária

Nos EUA, o quadro macroeconômico de juros altos e inflação persistente foi agravado pela turbulência bancária em março em meio à queda de três dominós no setor, o que aumentou a volatilidade nos mercados e respingou nos negócios de M&As. “A expectativa para 2023 era de um mercado um pouco mais animado, mas, em março, a visão se inverteu e o segmento de M&As ainda ensaia uma retomada”, disse o sócio do escritório de advocacia norte-americano Hughes Hubbard & Reed LLP, Carlos Lobo, ao Estadão/Broadcast.

“A confiança afeta a capacidade das pessoas de seguir em frente, serem ativas no mercado de M&A, e certamente o que aconteceu ao longo das últimas semanas desacelerou alguns dos diálogos”, disse o presidente do Goldman Sachs, David Solomon.

Além do número de transações, o volume financeiro movimentado por M&As encolheu em todas as praças no início do ano. América Latina, Caribe e Austrália amargaram os piores desempenhos, com queda de 69% no primeiro trimestre ante um ano, segundo a consultoria americana Dealogic. Nos EUA, maior palco de M&As do mundo, o volume financeiro caiu 36%, para US$ 3,6 bilhões. Já na Europa, a despeito da venda às pressas do Credit Suisse ao rival UBS, a cifra recuou quase pela metade, ritmo esse que desacelera para uma baixa de 43% sob a ótica global.

Retomada

Apesar dos números, banqueiros de Wall Street e da Faria Lima mantêm o otimismo e esperam que fusões e aquisições represadas em meio ao cenário mais difícil avancem e ajudem o mercado a engatar uma retomada mais forte.

No Brasil, a expectativa é de recuperação nos negócios ao longo dos próximos meses e que pode ser acelerada a depender do quadro macroeconômico, com o avanço do arcabouço fiscal e da reforma tributária, fora a esperada queda dos juros no País. Dentre os impulsos para o mercado brasileiro de M&As, o movimento de grandes multinacionais revisando portfólios locais pode agitar o mercado, segundo Pierantoni, da Kroll.

Os juros persistentes e a turbulência bancária nos Estados Unidos e na Europa retardaram a retomada do mercado de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) nas principais praças globais. No Brasil, a Selic em 13,75% ao ano e a crise de crédito agravada com o caso Americanas abalaram os negócios, embora em menor intensidade do que em outros países da América Latina como Peru e Chile, sofrendo também por questões políticas.

No Brasil, o número de M&As encolheu 16% de janeiro a março ante o mesmo período do ano passado, totalizando 335 operações, conforme dados da consultoria Kroll obtidos pelo Estadão/Broadcast. O ritmo de queda supera a média global e dos EUA, onde a baixa foi de 14%. No entanto, é menos da metade do baque visto na América Latina, responsável por 10% do mercado global. Na região, a retração foi de 34%, no mesmo período de comparação.

“O Brasil ficou mais próximo do desempenho mundial e melhor do que a América Latina porque não temos uma estrutura alavancada, usando dívida (nas transações). Apesar do custo do dinheiro mais elevado e da menor liquidez, o País foi menos prejudicado uma vez que a taxa de juros afeta um pouco menos o financiamento das transações”, explicou o diretor de Finanças Corporativas da Kroll no Brasil, Alexandre Pierantoni.

Um banqueiro da Faria Lima comentou que não tem neste momento tanto capital disponível para bancar fusões e aquisições, em um ambiente de mercado de renda fixa complicado e as aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês) fechadas, e sem chance de voltar no curto prazo. Ao mesmo tempo, fundos de private equity (investimento em empresas) estão com os caixas cheios e avaliando possíveis negócios, mas com cautela. “Está todo mundo um pouco mais ressabiado para fazer movimentos, por conta do maior risco.”

Fusão da Tok&Stok com a rival Mobly é uma das possibilidades para o futuro Foto: JONNE RORIZ/AE

Ações baratas

Na Bolsa, ações muito depreciadas podem estimular não só ofertas de compra de empresas por fundos e fusões. No BTG Pactual, os executivos têm se debruçado todo dia em análises de como fazer M&As das empresas que abriram o capital recentemente e estão baratas, com quedas das ações perto de 90%. “Vamos ver muita empresa se juntando”, previu o diretor do banco, Cláudio Berquó, em evento recente.

O varejo é no Brasil um dos setores mais agitados em termos de perspectiva de aquisições ou fusões, com várias empresas afetadas pelo ambiente de juros altos e queda do poder aquisitivo por causa da inflação. Entre os nomes comentados, está uma possível fusão da Tok&Stok com a rival Mobly.

Outro setor movimentado é o de energia elétrica, principalmente em geração e distribuição de energia renovável, como eólica e solar. Esta semana, a Neoenergia vendeu 50% de oito ativos de transmissão para o GIC, fundo soberano de Cingapura, por R$ 1,2 bilhão.

Crise bancária

Nos EUA, o quadro macroeconômico de juros altos e inflação persistente foi agravado pela turbulência bancária em março em meio à queda de três dominós no setor, o que aumentou a volatilidade nos mercados e respingou nos negócios de M&As. “A expectativa para 2023 era de um mercado um pouco mais animado, mas, em março, a visão se inverteu e o segmento de M&As ainda ensaia uma retomada”, disse o sócio do escritório de advocacia norte-americano Hughes Hubbard & Reed LLP, Carlos Lobo, ao Estadão/Broadcast.

“A confiança afeta a capacidade das pessoas de seguir em frente, serem ativas no mercado de M&A, e certamente o que aconteceu ao longo das últimas semanas desacelerou alguns dos diálogos”, disse o presidente do Goldman Sachs, David Solomon.

Além do número de transações, o volume financeiro movimentado por M&As encolheu em todas as praças no início do ano. América Latina, Caribe e Austrália amargaram os piores desempenhos, com queda de 69% no primeiro trimestre ante um ano, segundo a consultoria americana Dealogic. Nos EUA, maior palco de M&As do mundo, o volume financeiro caiu 36%, para US$ 3,6 bilhões. Já na Europa, a despeito da venda às pressas do Credit Suisse ao rival UBS, a cifra recuou quase pela metade, ritmo esse que desacelera para uma baixa de 43% sob a ótica global.

Retomada

Apesar dos números, banqueiros de Wall Street e da Faria Lima mantêm o otimismo e esperam que fusões e aquisições represadas em meio ao cenário mais difícil avancem e ajudem o mercado a engatar uma retomada mais forte.

No Brasil, a expectativa é de recuperação nos negócios ao longo dos próximos meses e que pode ser acelerada a depender do quadro macroeconômico, com o avanço do arcabouço fiscal e da reforma tributária, fora a esperada queda dos juros no País. Dentre os impulsos para o mercado brasileiro de M&As, o movimento de grandes multinacionais revisando portfólios locais pode agitar o mercado, segundo Pierantoni, da Kroll.

Os juros persistentes e a turbulência bancária nos Estados Unidos e na Europa retardaram a retomada do mercado de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) nas principais praças globais. No Brasil, a Selic em 13,75% ao ano e a crise de crédito agravada com o caso Americanas abalaram os negócios, embora em menor intensidade do que em outros países da América Latina como Peru e Chile, sofrendo também por questões políticas.

No Brasil, o número de M&As encolheu 16% de janeiro a março ante o mesmo período do ano passado, totalizando 335 operações, conforme dados da consultoria Kroll obtidos pelo Estadão/Broadcast. O ritmo de queda supera a média global e dos EUA, onde a baixa foi de 14%. No entanto, é menos da metade do baque visto na América Latina, responsável por 10% do mercado global. Na região, a retração foi de 34%, no mesmo período de comparação.

“O Brasil ficou mais próximo do desempenho mundial e melhor do que a América Latina porque não temos uma estrutura alavancada, usando dívida (nas transações). Apesar do custo do dinheiro mais elevado e da menor liquidez, o País foi menos prejudicado uma vez que a taxa de juros afeta um pouco menos o financiamento das transações”, explicou o diretor de Finanças Corporativas da Kroll no Brasil, Alexandre Pierantoni.

Um banqueiro da Faria Lima comentou que não tem neste momento tanto capital disponível para bancar fusões e aquisições, em um ambiente de mercado de renda fixa complicado e as aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês) fechadas, e sem chance de voltar no curto prazo. Ao mesmo tempo, fundos de private equity (investimento em empresas) estão com os caixas cheios e avaliando possíveis negócios, mas com cautela. “Está todo mundo um pouco mais ressabiado para fazer movimentos, por conta do maior risco.”

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Outro setor movimentado é o de energia elétrica, principalmente em geração e distribuição de energia renovável, como eólica e solar. Esta semana, a Neoenergia vendeu 50% de oito ativos de transmissão para o GIC, fundo soberano de Cingapura, por R$ 1,2 bilhão.

Crise bancária

Nos EUA, o quadro macroeconômico de juros altos e inflação persistente foi agravado pela turbulência bancária em março em meio à queda de três dominós no setor, o que aumentou a volatilidade nos mercados e respingou nos negócios de M&As. “A expectativa para 2023 era de um mercado um pouco mais animado, mas, em março, a visão se inverteu e o segmento de M&As ainda ensaia uma retomada”, disse o sócio do escritório de advocacia norte-americano Hughes Hubbard & Reed LLP, Carlos Lobo, ao Estadão/Broadcast.

“A confiança afeta a capacidade das pessoas de seguir em frente, serem ativas no mercado de M&A, e certamente o que aconteceu ao longo das últimas semanas desacelerou alguns dos diálogos”, disse o presidente do Goldman Sachs, David Solomon.

Além do número de transações, o volume financeiro movimentado por M&As encolheu em todas as praças no início do ano. América Latina, Caribe e Austrália amargaram os piores desempenhos, com queda de 69% no primeiro trimestre ante um ano, segundo a consultoria americana Dealogic. Nos EUA, maior palco de M&As do mundo, o volume financeiro caiu 36%, para US$ 3,6 bilhões. Já na Europa, a despeito da venda às pressas do Credit Suisse ao rival UBS, a cifra recuou quase pela metade, ritmo esse que desacelera para uma baixa de 43% sob a ótica global.

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Apesar dos números, banqueiros de Wall Street e da Faria Lima mantêm o otimismo e esperam que fusões e aquisições represadas em meio ao cenário mais difícil avancem e ajudem o mercado a engatar uma retomada mais forte.

No Brasil, a expectativa é de recuperação nos negócios ao longo dos próximos meses e que pode ser acelerada a depender do quadro macroeconômico, com o avanço do arcabouço fiscal e da reforma tributária, fora a esperada queda dos juros no País. Dentre os impulsos para o mercado brasileiro de M&As, o movimento de grandes multinacionais revisando portfólios locais pode agitar o mercado, segundo Pierantoni, da Kroll.

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