G-20 começa hoje em São Paulo; entenda o que é o evento e o que será discutido


Entre hoje, 26, e amanhã, 27, vão ocorrer discussões no Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, evento oficial do G-20 Social; na quarta, 28, e quinta, 29, serão realizadas as reuniões financeiras

Por Cristina Canas e Eduardo Laguna
Atualização:

A cidade de São Paulo sedia a partir desta segunda-feira, 26, até quinta-feira, 29, as reuniões financeiras do G-20 Brasil, que contará com a presença de ministros de finanças e presidentes de banco centrais dos países do grupo, que inclui as maiores economias do mundo. O Brasil assumiu a presidência rotativa do G-20 pela primeira vez em 1º de dezembro, com mandato de um ano, e realizará 130 reuniões nas cinco regiões do país ao longo dos próximos 12 meses.

O G-20 reúne as 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, a União Africana. A lista é composta por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia, União Europeia, representada pelo presidente da Comissão Europeia e pelo presidente do Conselho europeu, e União Africana. O grupo responde por cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e dois terços da população mundial.

Criado originalmente em 1999 em resposta às crises financeiras do fim dos anos 1990, o G-20 a princípio reunia os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais de 19 países mais a União Europeia. O grupo se concentrou nos primeiros anos em questões macroeconômicas e depois expandiu a agenda para temas como desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, mudanças climáticas, transição energética e combate à corrupção.

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Haddad participaria do evento, mas foi diagnosticado com covid Foto: Washington Costa

A participação do Brasil

Diagnosticado com Covid, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha uma agenda extensa com base na programação original. A agenda inicial incluía reuniões com a secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, e a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, para tratar de questões relacionadas ao G-20 e também de bandeiras que são levantadas pelo País, como soluções para o endividamento de países muito pobres.

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Na quarta-feira, 28, ocorre a primeira sessão oficial do G-20. A partir das 9h45, o ministro da Fazenda fará o principal discurso do G-20, intitulado “O papel político econômico na abordagem das desigualdades: experiências nacionais e cooperação internacional”. Às 14h45, a segunda sessão da reunião do G20 será comandada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele tratará de perspectivas globais sobre crescimento, emprego, inflação e estabilidade financeira.

Na quinta-feira, 29, Haddad comanda a terceira sessão oficial do G20, que vai discutir a tributação internacional para o século 21. O ministro deverá presidir as reuniões de forma virtual.

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O Estadão/Broadcast apurou que a primeira fala de Haddad no âmbito da reunião do G20 busca refletir sobre o papel político econômico na abordagem das desigualdades. O tema é caro para a presidência brasileira, que quer promover uma aliança global contra a fome no âmbito do grupo. Outros temas que serão discutidos nas reuniões do G20 são a tributação Internacional e opções para financiamento do desenvolvimento sustentável.

Reuniões financeiras

Na manhã desta segunda-feira, durante o briefing sobre as reuniões financeiras do G-20 Brasil, a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, afirmou que os encontros são fundamentais para a busca de consensos globais. Ela também destacou que os ministros de finanças e presidentes de bancos centrais que se reunirão na capital paulista têm papel crucial na mobilização maciça de recursos ao crescimento equilibrado, incluindo a viabilização das metas climáticas do Acordo de Paris e de desenvolvimento sustentável.

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Coordenadora da trilha de finanças do G-20, cujos eventos são presididos neste ano pelo Brasil, Rosito fez um pronunciamento à imprensa pouco antes da cerimônia de abertura das reuniões dos deputies, diretores de bancos centrais e vice-ministros da área de finanças, que acontecerão entre hoje e amanhã, 27.

De acordo com a secretária, essas reuniões englobarão as discussões feitas na trilha de finanças do G-20 no primeiro encontro do grupo, realizado nos dias 14 e 15 de dezembro em Brasília, com o objetivo de estruturar o trabalho que acontecerá ao longo do ano de presidência brasileira no G-20. A expectativa é de que uma proposta de comunicado seja fechada para embasar a primeira reunião de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais, marcada para quarta e quinta-feira também no Pavilhão da Bienal do Parque Ibirapuera.

As discussões que estão sendo desenvolvidas, disse Rosito, envolvem quatro grandes temas: a relação entre desigualdades e politicas econômicas; o diagnóstico da economia global, com foco nas perspectivas de crescimento, inflação, desemprego e possibilidades de cooperação nas políticas internacionais para o desenvolvimento sustentável; a tributação internacional, com foco na agenda de progressividade; e dívidas e financiamento do desenvolvimento sustentável.

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“Queremos trabalhar com todos os países convidados e organizações internacionais para impulsionar consensos em relação aos principais desafios da economia global e também da humanidade”, disse Rosito, acrescentando que os deputies vão negociar uma proposta de comunicado cuja adoção será considerada na reunião ministerial.

Segundo a secretária da Fazenda, o G-20 vai se debruçar nesta semana sobre medidas concretas. “Sabemos que há grande expectativa sobre o G-20 como principal foro de cooperação e coordenação econômica internacional.” Entre hoje e terça-feira, chegarão a São Paulo para participar do encontro 450 delegados, representando os 20 membros do G20, nove países convidados e 17 organizações internacionais. Ao todo, 73 delegações passarão pelo pavilhão da Bienal.

As prioridades traçadas pela presidência brasileira no G-20, destacou Rosito, são o combate à fome, pobreza e desigualdades, assim como o equilíbrio das dimensões social, econômica e ambiental. A reforma da governança internacional também está entre as prioridades do Brasil. “O Brasil acredita que o G-20 é o foro fundamental para se alcançar consensos globais [...] Já demonstrou sua capacidade de reação a crises ao longo dos anos”, declarou Rosito.

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Segundo a secretária, num mundo de múltiplas crises e conflitos, com desafios de dimensões globais, como o desenvolvimento sustentável e o combate a mudanças climáticas, o G-20, onde países cruciais para se alcançar qualquer tipo de solução se reúnem, oferece uma oportunidade única de diálogo e cooperação.

Ao listar as intenções do Brasil nas reuniões, Rosito disse que o País quer colocar as desigualdades no centro das discussões, construindo consensos com base no diálogo e respeito a todas as partes, além da participação social.

Finanças climáticas

O evento começa hoje com o Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, evento oficial do G-20 Social e que antecede a reunião de representantes do grupo das 20 maiores economias.

Segundo Maria Netto, diretora-executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS), o fórum vai discutir diferentes formas de financiar as iniciativas necessárias para fazer frente às mudanças climáticas. Um estudo, realizado pelo Instituto AYA e Systemiq em 2023, estimou que o investimento anual necessário para financiar a transição energética no Brasil vai de US$ 130 bilhões a US$ 160 bilhões.

Um dos instrumentos para captar recursos e que será debatido no fórum, segundo Maria Netto, é o chamado blended finance. Como o nome em inglês sugere, ele combina recursos com diferentes propósitos como, por exemplo, filantropia, investimento com retorno financeiro ou ainda financiamento de organismos multilaterais.

O nobel de Economia, Joseph Stiglitz, vai participar de Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, evento oficial do G-20 Social Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Nossa meta é evidenciar os desafios para alavancar a disponibilidade de investimento e financiamento climáticos globais, incentivando a construção de um plano efetivo de ações com marcos até a COP 30. Isso, em diálogo com o Plano de Transformação Ecológica do Ministério da Fazenda e outras frentes governamentais”, diz Patricia Ellen, cofundadora do Instituto AYA e presidente da Systemic Latam.

Entre os painelistas do Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, estão Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia e professor na Universidade de Columbia; o embaixador Antônio Ricarte, Ministério das Relações Exteriores; José Pugas, da gestora JGP; Tatiana Schor, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente; Sérgio Suchodolski, Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri); Denis Minev, Bemol e Fundação Amazonas Sustentável; Nabil Kadri, BNDES.

O ICS e o Instituto Aya estão entre as sete organizações que organizaram o fórum, que vai até amanhã. Também promovem o evento: Instituto Arapyaú, Instituto Igarapé, Instituto Itaúsa, Open Society Foundations e Uma Concertação pela Amazônia. / Colaborou Fernanda Trisotto

A cidade de São Paulo sedia a partir desta segunda-feira, 26, até quinta-feira, 29, as reuniões financeiras do G-20 Brasil, que contará com a presença de ministros de finanças e presidentes de banco centrais dos países do grupo, que inclui as maiores economias do mundo. O Brasil assumiu a presidência rotativa do G-20 pela primeira vez em 1º de dezembro, com mandato de um ano, e realizará 130 reuniões nas cinco regiões do país ao longo dos próximos 12 meses.

O G-20 reúne as 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, a União Africana. A lista é composta por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia, União Europeia, representada pelo presidente da Comissão Europeia e pelo presidente do Conselho europeu, e União Africana. O grupo responde por cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e dois terços da população mundial.

Criado originalmente em 1999 em resposta às crises financeiras do fim dos anos 1990, o G-20 a princípio reunia os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais de 19 países mais a União Europeia. O grupo se concentrou nos primeiros anos em questões macroeconômicas e depois expandiu a agenda para temas como desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, mudanças climáticas, transição energética e combate à corrupção.

Haddad participaria do evento, mas foi diagnosticado com covid Foto: Washington Costa

A participação do Brasil

Diagnosticado com Covid, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha uma agenda extensa com base na programação original. A agenda inicial incluía reuniões com a secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, e a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, para tratar de questões relacionadas ao G-20 e também de bandeiras que são levantadas pelo País, como soluções para o endividamento de países muito pobres.

Na quarta-feira, 28, ocorre a primeira sessão oficial do G-20. A partir das 9h45, o ministro da Fazenda fará o principal discurso do G-20, intitulado “O papel político econômico na abordagem das desigualdades: experiências nacionais e cooperação internacional”. Às 14h45, a segunda sessão da reunião do G20 será comandada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele tratará de perspectivas globais sobre crescimento, emprego, inflação e estabilidade financeira.

Na quinta-feira, 29, Haddad comanda a terceira sessão oficial do G20, que vai discutir a tributação internacional para o século 21. O ministro deverá presidir as reuniões de forma virtual.

O Estadão/Broadcast apurou que a primeira fala de Haddad no âmbito da reunião do G20 busca refletir sobre o papel político econômico na abordagem das desigualdades. O tema é caro para a presidência brasileira, que quer promover uma aliança global contra a fome no âmbito do grupo. Outros temas que serão discutidos nas reuniões do G20 são a tributação Internacional e opções para financiamento do desenvolvimento sustentável.

Reuniões financeiras

Na manhã desta segunda-feira, durante o briefing sobre as reuniões financeiras do G-20 Brasil, a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, afirmou que os encontros são fundamentais para a busca de consensos globais. Ela também destacou que os ministros de finanças e presidentes de bancos centrais que se reunirão na capital paulista têm papel crucial na mobilização maciça de recursos ao crescimento equilibrado, incluindo a viabilização das metas climáticas do Acordo de Paris e de desenvolvimento sustentável.

Coordenadora da trilha de finanças do G-20, cujos eventos são presididos neste ano pelo Brasil, Rosito fez um pronunciamento à imprensa pouco antes da cerimônia de abertura das reuniões dos deputies, diretores de bancos centrais e vice-ministros da área de finanças, que acontecerão entre hoje e amanhã, 27.

De acordo com a secretária, essas reuniões englobarão as discussões feitas na trilha de finanças do G-20 no primeiro encontro do grupo, realizado nos dias 14 e 15 de dezembro em Brasília, com o objetivo de estruturar o trabalho que acontecerá ao longo do ano de presidência brasileira no G-20. A expectativa é de que uma proposta de comunicado seja fechada para embasar a primeira reunião de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais, marcada para quarta e quinta-feira também no Pavilhão da Bienal do Parque Ibirapuera.

As discussões que estão sendo desenvolvidas, disse Rosito, envolvem quatro grandes temas: a relação entre desigualdades e politicas econômicas; o diagnóstico da economia global, com foco nas perspectivas de crescimento, inflação, desemprego e possibilidades de cooperação nas políticas internacionais para o desenvolvimento sustentável; a tributação internacional, com foco na agenda de progressividade; e dívidas e financiamento do desenvolvimento sustentável.

“Queremos trabalhar com todos os países convidados e organizações internacionais para impulsionar consensos em relação aos principais desafios da economia global e também da humanidade”, disse Rosito, acrescentando que os deputies vão negociar uma proposta de comunicado cuja adoção será considerada na reunião ministerial.

Segundo a secretária da Fazenda, o G-20 vai se debruçar nesta semana sobre medidas concretas. “Sabemos que há grande expectativa sobre o G-20 como principal foro de cooperação e coordenação econômica internacional.” Entre hoje e terça-feira, chegarão a São Paulo para participar do encontro 450 delegados, representando os 20 membros do G20, nove países convidados e 17 organizações internacionais. Ao todo, 73 delegações passarão pelo pavilhão da Bienal.

As prioridades traçadas pela presidência brasileira no G-20, destacou Rosito, são o combate à fome, pobreza e desigualdades, assim como o equilíbrio das dimensões social, econômica e ambiental. A reforma da governança internacional também está entre as prioridades do Brasil. “O Brasil acredita que o G-20 é o foro fundamental para se alcançar consensos globais [...] Já demonstrou sua capacidade de reação a crises ao longo dos anos”, declarou Rosito.

Segundo a secretária, num mundo de múltiplas crises e conflitos, com desafios de dimensões globais, como o desenvolvimento sustentável e o combate a mudanças climáticas, o G-20, onde países cruciais para se alcançar qualquer tipo de solução se reúnem, oferece uma oportunidade única de diálogo e cooperação.

Ao listar as intenções do Brasil nas reuniões, Rosito disse que o País quer colocar as desigualdades no centro das discussões, construindo consensos com base no diálogo e respeito a todas as partes, além da participação social.

Finanças climáticas

O evento começa hoje com o Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, evento oficial do G-20 Social e que antecede a reunião de representantes do grupo das 20 maiores economias.

Segundo Maria Netto, diretora-executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS), o fórum vai discutir diferentes formas de financiar as iniciativas necessárias para fazer frente às mudanças climáticas. Um estudo, realizado pelo Instituto AYA e Systemiq em 2023, estimou que o investimento anual necessário para financiar a transição energética no Brasil vai de US$ 130 bilhões a US$ 160 bilhões.

Um dos instrumentos para captar recursos e que será debatido no fórum, segundo Maria Netto, é o chamado blended finance. Como o nome em inglês sugere, ele combina recursos com diferentes propósitos como, por exemplo, filantropia, investimento com retorno financeiro ou ainda financiamento de organismos multilaterais.

O nobel de Economia, Joseph Stiglitz, vai participar de Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, evento oficial do G-20 Social Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Nossa meta é evidenciar os desafios para alavancar a disponibilidade de investimento e financiamento climáticos globais, incentivando a construção de um plano efetivo de ações com marcos até a COP 30. Isso, em diálogo com o Plano de Transformação Ecológica do Ministério da Fazenda e outras frentes governamentais”, diz Patricia Ellen, cofundadora do Instituto AYA e presidente da Systemic Latam.

Entre os painelistas do Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, estão Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia e professor na Universidade de Columbia; o embaixador Antônio Ricarte, Ministério das Relações Exteriores; José Pugas, da gestora JGP; Tatiana Schor, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente; Sérgio Suchodolski, Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri); Denis Minev, Bemol e Fundação Amazonas Sustentável; Nabil Kadri, BNDES.

O ICS e o Instituto Aya estão entre as sete organizações que organizaram o fórum, que vai até amanhã. Também promovem o evento: Instituto Arapyaú, Instituto Igarapé, Instituto Itaúsa, Open Society Foundations e Uma Concertação pela Amazônia. / Colaborou Fernanda Trisotto

A cidade de São Paulo sedia a partir desta segunda-feira, 26, até quinta-feira, 29, as reuniões financeiras do G-20 Brasil, que contará com a presença de ministros de finanças e presidentes de banco centrais dos países do grupo, que inclui as maiores economias do mundo. O Brasil assumiu a presidência rotativa do G-20 pela primeira vez em 1º de dezembro, com mandato de um ano, e realizará 130 reuniões nas cinco regiões do país ao longo dos próximos 12 meses.

O G-20 reúne as 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, a União Africana. A lista é composta por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia, União Europeia, representada pelo presidente da Comissão Europeia e pelo presidente do Conselho europeu, e União Africana. O grupo responde por cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e dois terços da população mundial.

Criado originalmente em 1999 em resposta às crises financeiras do fim dos anos 1990, o G-20 a princípio reunia os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais de 19 países mais a União Europeia. O grupo se concentrou nos primeiros anos em questões macroeconômicas e depois expandiu a agenda para temas como desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, mudanças climáticas, transição energética e combate à corrupção.

Haddad participaria do evento, mas foi diagnosticado com covid Foto: Washington Costa

A participação do Brasil

Diagnosticado com Covid, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha uma agenda extensa com base na programação original. A agenda inicial incluía reuniões com a secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, e a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, para tratar de questões relacionadas ao G-20 e também de bandeiras que são levantadas pelo País, como soluções para o endividamento de países muito pobres.

Na quarta-feira, 28, ocorre a primeira sessão oficial do G-20. A partir das 9h45, o ministro da Fazenda fará o principal discurso do G-20, intitulado “O papel político econômico na abordagem das desigualdades: experiências nacionais e cooperação internacional”. Às 14h45, a segunda sessão da reunião do G20 será comandada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele tratará de perspectivas globais sobre crescimento, emprego, inflação e estabilidade financeira.

Na quinta-feira, 29, Haddad comanda a terceira sessão oficial do G20, que vai discutir a tributação internacional para o século 21. O ministro deverá presidir as reuniões de forma virtual.

O Estadão/Broadcast apurou que a primeira fala de Haddad no âmbito da reunião do G20 busca refletir sobre o papel político econômico na abordagem das desigualdades. O tema é caro para a presidência brasileira, que quer promover uma aliança global contra a fome no âmbito do grupo. Outros temas que serão discutidos nas reuniões do G20 são a tributação Internacional e opções para financiamento do desenvolvimento sustentável.

Reuniões financeiras

Na manhã desta segunda-feira, durante o briefing sobre as reuniões financeiras do G-20 Brasil, a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, afirmou que os encontros são fundamentais para a busca de consensos globais. Ela também destacou que os ministros de finanças e presidentes de bancos centrais que se reunirão na capital paulista têm papel crucial na mobilização maciça de recursos ao crescimento equilibrado, incluindo a viabilização das metas climáticas do Acordo de Paris e de desenvolvimento sustentável.

Coordenadora da trilha de finanças do G-20, cujos eventos são presididos neste ano pelo Brasil, Rosito fez um pronunciamento à imprensa pouco antes da cerimônia de abertura das reuniões dos deputies, diretores de bancos centrais e vice-ministros da área de finanças, que acontecerão entre hoje e amanhã, 27.

De acordo com a secretária, essas reuniões englobarão as discussões feitas na trilha de finanças do G-20 no primeiro encontro do grupo, realizado nos dias 14 e 15 de dezembro em Brasília, com o objetivo de estruturar o trabalho que acontecerá ao longo do ano de presidência brasileira no G-20. A expectativa é de que uma proposta de comunicado seja fechada para embasar a primeira reunião de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais, marcada para quarta e quinta-feira também no Pavilhão da Bienal do Parque Ibirapuera.

As discussões que estão sendo desenvolvidas, disse Rosito, envolvem quatro grandes temas: a relação entre desigualdades e politicas econômicas; o diagnóstico da economia global, com foco nas perspectivas de crescimento, inflação, desemprego e possibilidades de cooperação nas políticas internacionais para o desenvolvimento sustentável; a tributação internacional, com foco na agenda de progressividade; e dívidas e financiamento do desenvolvimento sustentável.

“Queremos trabalhar com todos os países convidados e organizações internacionais para impulsionar consensos em relação aos principais desafios da economia global e também da humanidade”, disse Rosito, acrescentando que os deputies vão negociar uma proposta de comunicado cuja adoção será considerada na reunião ministerial.

Segundo a secretária da Fazenda, o G-20 vai se debruçar nesta semana sobre medidas concretas. “Sabemos que há grande expectativa sobre o G-20 como principal foro de cooperação e coordenação econômica internacional.” Entre hoje e terça-feira, chegarão a São Paulo para participar do encontro 450 delegados, representando os 20 membros do G20, nove países convidados e 17 organizações internacionais. Ao todo, 73 delegações passarão pelo pavilhão da Bienal.

As prioridades traçadas pela presidência brasileira no G-20, destacou Rosito, são o combate à fome, pobreza e desigualdades, assim como o equilíbrio das dimensões social, econômica e ambiental. A reforma da governança internacional também está entre as prioridades do Brasil. “O Brasil acredita que o G-20 é o foro fundamental para se alcançar consensos globais [...] Já demonstrou sua capacidade de reação a crises ao longo dos anos”, declarou Rosito.

Segundo a secretária, num mundo de múltiplas crises e conflitos, com desafios de dimensões globais, como o desenvolvimento sustentável e o combate a mudanças climáticas, o G-20, onde países cruciais para se alcançar qualquer tipo de solução se reúnem, oferece uma oportunidade única de diálogo e cooperação.

Ao listar as intenções do Brasil nas reuniões, Rosito disse que o País quer colocar as desigualdades no centro das discussões, construindo consensos com base no diálogo e respeito a todas as partes, além da participação social.

Finanças climáticas

O evento começa hoje com o Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, evento oficial do G-20 Social e que antecede a reunião de representantes do grupo das 20 maiores economias.

Segundo Maria Netto, diretora-executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS), o fórum vai discutir diferentes formas de financiar as iniciativas necessárias para fazer frente às mudanças climáticas. Um estudo, realizado pelo Instituto AYA e Systemiq em 2023, estimou que o investimento anual necessário para financiar a transição energética no Brasil vai de US$ 130 bilhões a US$ 160 bilhões.

Um dos instrumentos para captar recursos e que será debatido no fórum, segundo Maria Netto, é o chamado blended finance. Como o nome em inglês sugere, ele combina recursos com diferentes propósitos como, por exemplo, filantropia, investimento com retorno financeiro ou ainda financiamento de organismos multilaterais.

O nobel de Economia, Joseph Stiglitz, vai participar de Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, evento oficial do G-20 Social Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Nossa meta é evidenciar os desafios para alavancar a disponibilidade de investimento e financiamento climáticos globais, incentivando a construção de um plano efetivo de ações com marcos até a COP 30. Isso, em diálogo com o Plano de Transformação Ecológica do Ministério da Fazenda e outras frentes governamentais”, diz Patricia Ellen, cofundadora do Instituto AYA e presidente da Systemic Latam.

Entre os painelistas do Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, estão Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia e professor na Universidade de Columbia; o embaixador Antônio Ricarte, Ministério das Relações Exteriores; José Pugas, da gestora JGP; Tatiana Schor, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente; Sérgio Suchodolski, Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri); Denis Minev, Bemol e Fundação Amazonas Sustentável; Nabil Kadri, BNDES.

O ICS e o Instituto Aya estão entre as sete organizações que organizaram o fórum, que vai até amanhã. Também promovem o evento: Instituto Arapyaú, Instituto Igarapé, Instituto Itaúsa, Open Society Foundations e Uma Concertação pela Amazônia. / Colaborou Fernanda Trisotto

A cidade de São Paulo sedia a partir desta segunda-feira, 26, até quinta-feira, 29, as reuniões financeiras do G-20 Brasil, que contará com a presença de ministros de finanças e presidentes de banco centrais dos países do grupo, que inclui as maiores economias do mundo. O Brasil assumiu a presidência rotativa do G-20 pela primeira vez em 1º de dezembro, com mandato de um ano, e realizará 130 reuniões nas cinco regiões do país ao longo dos próximos 12 meses.

O G-20 reúne as 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, a União Africana. A lista é composta por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia, União Europeia, representada pelo presidente da Comissão Europeia e pelo presidente do Conselho europeu, e União Africana. O grupo responde por cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e dois terços da população mundial.

Criado originalmente em 1999 em resposta às crises financeiras do fim dos anos 1990, o G-20 a princípio reunia os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais de 19 países mais a União Europeia. O grupo se concentrou nos primeiros anos em questões macroeconômicas e depois expandiu a agenda para temas como desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, mudanças climáticas, transição energética e combate à corrupção.

Haddad participaria do evento, mas foi diagnosticado com covid Foto: Washington Costa

A participação do Brasil

Diagnosticado com Covid, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha uma agenda extensa com base na programação original. A agenda inicial incluía reuniões com a secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, e a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, para tratar de questões relacionadas ao G-20 e também de bandeiras que são levantadas pelo País, como soluções para o endividamento de países muito pobres.

Na quarta-feira, 28, ocorre a primeira sessão oficial do G-20. A partir das 9h45, o ministro da Fazenda fará o principal discurso do G-20, intitulado “O papel político econômico na abordagem das desigualdades: experiências nacionais e cooperação internacional”. Às 14h45, a segunda sessão da reunião do G20 será comandada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele tratará de perspectivas globais sobre crescimento, emprego, inflação e estabilidade financeira.

Na quinta-feira, 29, Haddad comanda a terceira sessão oficial do G20, que vai discutir a tributação internacional para o século 21. O ministro deverá presidir as reuniões de forma virtual.

O Estadão/Broadcast apurou que a primeira fala de Haddad no âmbito da reunião do G20 busca refletir sobre o papel político econômico na abordagem das desigualdades. O tema é caro para a presidência brasileira, que quer promover uma aliança global contra a fome no âmbito do grupo. Outros temas que serão discutidos nas reuniões do G20 são a tributação Internacional e opções para financiamento do desenvolvimento sustentável.

Reuniões financeiras

Na manhã desta segunda-feira, durante o briefing sobre as reuniões financeiras do G-20 Brasil, a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, afirmou que os encontros são fundamentais para a busca de consensos globais. Ela também destacou que os ministros de finanças e presidentes de bancos centrais que se reunirão na capital paulista têm papel crucial na mobilização maciça de recursos ao crescimento equilibrado, incluindo a viabilização das metas climáticas do Acordo de Paris e de desenvolvimento sustentável.

Coordenadora da trilha de finanças do G-20, cujos eventos são presididos neste ano pelo Brasil, Rosito fez um pronunciamento à imprensa pouco antes da cerimônia de abertura das reuniões dos deputies, diretores de bancos centrais e vice-ministros da área de finanças, que acontecerão entre hoje e amanhã, 27.

De acordo com a secretária, essas reuniões englobarão as discussões feitas na trilha de finanças do G-20 no primeiro encontro do grupo, realizado nos dias 14 e 15 de dezembro em Brasília, com o objetivo de estruturar o trabalho que acontecerá ao longo do ano de presidência brasileira no G-20. A expectativa é de que uma proposta de comunicado seja fechada para embasar a primeira reunião de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais, marcada para quarta e quinta-feira também no Pavilhão da Bienal do Parque Ibirapuera.

As discussões que estão sendo desenvolvidas, disse Rosito, envolvem quatro grandes temas: a relação entre desigualdades e politicas econômicas; o diagnóstico da economia global, com foco nas perspectivas de crescimento, inflação, desemprego e possibilidades de cooperação nas políticas internacionais para o desenvolvimento sustentável; a tributação internacional, com foco na agenda de progressividade; e dívidas e financiamento do desenvolvimento sustentável.

“Queremos trabalhar com todos os países convidados e organizações internacionais para impulsionar consensos em relação aos principais desafios da economia global e também da humanidade”, disse Rosito, acrescentando que os deputies vão negociar uma proposta de comunicado cuja adoção será considerada na reunião ministerial.

Segundo a secretária da Fazenda, o G-20 vai se debruçar nesta semana sobre medidas concretas. “Sabemos que há grande expectativa sobre o G-20 como principal foro de cooperação e coordenação econômica internacional.” Entre hoje e terça-feira, chegarão a São Paulo para participar do encontro 450 delegados, representando os 20 membros do G20, nove países convidados e 17 organizações internacionais. Ao todo, 73 delegações passarão pelo pavilhão da Bienal.

As prioridades traçadas pela presidência brasileira no G-20, destacou Rosito, são o combate à fome, pobreza e desigualdades, assim como o equilíbrio das dimensões social, econômica e ambiental. A reforma da governança internacional também está entre as prioridades do Brasil. “O Brasil acredita que o G-20 é o foro fundamental para se alcançar consensos globais [...] Já demonstrou sua capacidade de reação a crises ao longo dos anos”, declarou Rosito.

Segundo a secretária, num mundo de múltiplas crises e conflitos, com desafios de dimensões globais, como o desenvolvimento sustentável e o combate a mudanças climáticas, o G-20, onde países cruciais para se alcançar qualquer tipo de solução se reúnem, oferece uma oportunidade única de diálogo e cooperação.

Ao listar as intenções do Brasil nas reuniões, Rosito disse que o País quer colocar as desigualdades no centro das discussões, construindo consensos com base no diálogo e respeito a todas as partes, além da participação social.

Finanças climáticas

O evento começa hoje com o Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, evento oficial do G-20 Social e que antecede a reunião de representantes do grupo das 20 maiores economias.

Segundo Maria Netto, diretora-executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS), o fórum vai discutir diferentes formas de financiar as iniciativas necessárias para fazer frente às mudanças climáticas. Um estudo, realizado pelo Instituto AYA e Systemiq em 2023, estimou que o investimento anual necessário para financiar a transição energética no Brasil vai de US$ 130 bilhões a US$ 160 bilhões.

Um dos instrumentos para captar recursos e que será debatido no fórum, segundo Maria Netto, é o chamado blended finance. Como o nome em inglês sugere, ele combina recursos com diferentes propósitos como, por exemplo, filantropia, investimento com retorno financeiro ou ainda financiamento de organismos multilaterais.

O nobel de Economia, Joseph Stiglitz, vai participar de Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, evento oficial do G-20 Social Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Nossa meta é evidenciar os desafios para alavancar a disponibilidade de investimento e financiamento climáticos globais, incentivando a construção de um plano efetivo de ações com marcos até a COP 30. Isso, em diálogo com o Plano de Transformação Ecológica do Ministério da Fazenda e outras frentes governamentais”, diz Patricia Ellen, cofundadora do Instituto AYA e presidente da Systemic Latam.

Entre os painelistas do Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, estão Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia e professor na Universidade de Columbia; o embaixador Antônio Ricarte, Ministério das Relações Exteriores; José Pugas, da gestora JGP; Tatiana Schor, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente; Sérgio Suchodolski, Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri); Denis Minev, Bemol e Fundação Amazonas Sustentável; Nabil Kadri, BNDES.

O ICS e o Instituto Aya estão entre as sete organizações que organizaram o fórum, que vai até amanhã. Também promovem o evento: Instituto Arapyaú, Instituto Igarapé, Instituto Itaúsa, Open Society Foundations e Uma Concertação pela Amazônia. / Colaborou Fernanda Trisotto

A cidade de São Paulo sedia a partir desta segunda-feira, 26, até quinta-feira, 29, as reuniões financeiras do G-20 Brasil, que contará com a presença de ministros de finanças e presidentes de banco centrais dos países do grupo, que inclui as maiores economias do mundo. O Brasil assumiu a presidência rotativa do G-20 pela primeira vez em 1º de dezembro, com mandato de um ano, e realizará 130 reuniões nas cinco regiões do país ao longo dos próximos 12 meses.

O G-20 reúne as 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, a União Africana. A lista é composta por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia, União Europeia, representada pelo presidente da Comissão Europeia e pelo presidente do Conselho europeu, e União Africana. O grupo responde por cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e dois terços da população mundial.

Criado originalmente em 1999 em resposta às crises financeiras do fim dos anos 1990, o G-20 a princípio reunia os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais de 19 países mais a União Europeia. O grupo se concentrou nos primeiros anos em questões macroeconômicas e depois expandiu a agenda para temas como desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, mudanças climáticas, transição energética e combate à corrupção.

Haddad participaria do evento, mas foi diagnosticado com covid Foto: Washington Costa

A participação do Brasil

Diagnosticado com Covid, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha uma agenda extensa com base na programação original. A agenda inicial incluía reuniões com a secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, e a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, para tratar de questões relacionadas ao G-20 e também de bandeiras que são levantadas pelo País, como soluções para o endividamento de países muito pobres.

Na quarta-feira, 28, ocorre a primeira sessão oficial do G-20. A partir das 9h45, o ministro da Fazenda fará o principal discurso do G-20, intitulado “O papel político econômico na abordagem das desigualdades: experiências nacionais e cooperação internacional”. Às 14h45, a segunda sessão da reunião do G20 será comandada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele tratará de perspectivas globais sobre crescimento, emprego, inflação e estabilidade financeira.

Na quinta-feira, 29, Haddad comanda a terceira sessão oficial do G20, que vai discutir a tributação internacional para o século 21. O ministro deverá presidir as reuniões de forma virtual.

O Estadão/Broadcast apurou que a primeira fala de Haddad no âmbito da reunião do G20 busca refletir sobre o papel político econômico na abordagem das desigualdades. O tema é caro para a presidência brasileira, que quer promover uma aliança global contra a fome no âmbito do grupo. Outros temas que serão discutidos nas reuniões do G20 são a tributação Internacional e opções para financiamento do desenvolvimento sustentável.

Reuniões financeiras

Na manhã desta segunda-feira, durante o briefing sobre as reuniões financeiras do G-20 Brasil, a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, afirmou que os encontros são fundamentais para a busca de consensos globais. Ela também destacou que os ministros de finanças e presidentes de bancos centrais que se reunirão na capital paulista têm papel crucial na mobilização maciça de recursos ao crescimento equilibrado, incluindo a viabilização das metas climáticas do Acordo de Paris e de desenvolvimento sustentável.

Coordenadora da trilha de finanças do G-20, cujos eventos são presididos neste ano pelo Brasil, Rosito fez um pronunciamento à imprensa pouco antes da cerimônia de abertura das reuniões dos deputies, diretores de bancos centrais e vice-ministros da área de finanças, que acontecerão entre hoje e amanhã, 27.

De acordo com a secretária, essas reuniões englobarão as discussões feitas na trilha de finanças do G-20 no primeiro encontro do grupo, realizado nos dias 14 e 15 de dezembro em Brasília, com o objetivo de estruturar o trabalho que acontecerá ao longo do ano de presidência brasileira no G-20. A expectativa é de que uma proposta de comunicado seja fechada para embasar a primeira reunião de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais, marcada para quarta e quinta-feira também no Pavilhão da Bienal do Parque Ibirapuera.

As discussões que estão sendo desenvolvidas, disse Rosito, envolvem quatro grandes temas: a relação entre desigualdades e politicas econômicas; o diagnóstico da economia global, com foco nas perspectivas de crescimento, inflação, desemprego e possibilidades de cooperação nas políticas internacionais para o desenvolvimento sustentável; a tributação internacional, com foco na agenda de progressividade; e dívidas e financiamento do desenvolvimento sustentável.

“Queremos trabalhar com todos os países convidados e organizações internacionais para impulsionar consensos em relação aos principais desafios da economia global e também da humanidade”, disse Rosito, acrescentando que os deputies vão negociar uma proposta de comunicado cuja adoção será considerada na reunião ministerial.

Segundo a secretária da Fazenda, o G-20 vai se debruçar nesta semana sobre medidas concretas. “Sabemos que há grande expectativa sobre o G-20 como principal foro de cooperação e coordenação econômica internacional.” Entre hoje e terça-feira, chegarão a São Paulo para participar do encontro 450 delegados, representando os 20 membros do G20, nove países convidados e 17 organizações internacionais. Ao todo, 73 delegações passarão pelo pavilhão da Bienal.

As prioridades traçadas pela presidência brasileira no G-20, destacou Rosito, são o combate à fome, pobreza e desigualdades, assim como o equilíbrio das dimensões social, econômica e ambiental. A reforma da governança internacional também está entre as prioridades do Brasil. “O Brasil acredita que o G-20 é o foro fundamental para se alcançar consensos globais [...] Já demonstrou sua capacidade de reação a crises ao longo dos anos”, declarou Rosito.

Segundo a secretária, num mundo de múltiplas crises e conflitos, com desafios de dimensões globais, como o desenvolvimento sustentável e o combate a mudanças climáticas, o G-20, onde países cruciais para se alcançar qualquer tipo de solução se reúnem, oferece uma oportunidade única de diálogo e cooperação.

Ao listar as intenções do Brasil nas reuniões, Rosito disse que o País quer colocar as desigualdades no centro das discussões, construindo consensos com base no diálogo e respeito a todas as partes, além da participação social.

Finanças climáticas

O evento começa hoje com o Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, evento oficial do G-20 Social e que antecede a reunião de representantes do grupo das 20 maiores economias.

Segundo Maria Netto, diretora-executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS), o fórum vai discutir diferentes formas de financiar as iniciativas necessárias para fazer frente às mudanças climáticas. Um estudo, realizado pelo Instituto AYA e Systemiq em 2023, estimou que o investimento anual necessário para financiar a transição energética no Brasil vai de US$ 130 bilhões a US$ 160 bilhões.

Um dos instrumentos para captar recursos e que será debatido no fórum, segundo Maria Netto, é o chamado blended finance. Como o nome em inglês sugere, ele combina recursos com diferentes propósitos como, por exemplo, filantropia, investimento com retorno financeiro ou ainda financiamento de organismos multilaterais.

O nobel de Economia, Joseph Stiglitz, vai participar de Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, evento oficial do G-20 Social Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Nossa meta é evidenciar os desafios para alavancar a disponibilidade de investimento e financiamento climáticos globais, incentivando a construção de um plano efetivo de ações com marcos até a COP 30. Isso, em diálogo com o Plano de Transformação Ecológica do Ministério da Fazenda e outras frentes governamentais”, diz Patricia Ellen, cofundadora do Instituto AYA e presidente da Systemic Latam.

Entre os painelistas do Fórum Brasileiro de Finanças Climáticas, estão Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia e professor na Universidade de Columbia; o embaixador Antônio Ricarte, Ministério das Relações Exteriores; José Pugas, da gestora JGP; Tatiana Schor, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente; Sérgio Suchodolski, Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri); Denis Minev, Bemol e Fundação Amazonas Sustentável; Nabil Kadri, BNDES.

O ICS e o Instituto Aya estão entre as sete organizações que organizaram o fórum, que vai até amanhã. Também promovem o evento: Instituto Arapyaú, Instituto Igarapé, Instituto Itaúsa, Open Society Foundations e Uma Concertação pela Amazônia. / Colaborou Fernanda Trisotto

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