Galípolo: esse BC não hesitará em subir a taxa de juro, se preciso


Cotado para assumir a presidência do Banco Central aproveitou participação no 32º Congresso e Expo Fenabrave para desconstruir os tópicos das suas falas que, segundo ele, o mercado teria interpretado erroneamente

Por Francisco Carlos de Assis e Daniel Tozzi Mendes
Atualização:

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, o nome mais cotado para assumir a presidência da instituição em 2025, manteve nesta quinta-feira, 22, a ênfase das suas falas mais recentes, fez algumas correções nas interpretações de seu discurso feitas pelo mercado financeiro, mas deixou claro que “esse BC não hesitará em subir a taxa de juro, se for preciso”.

Galípolo participou nesta quinta-feira, 22, do 32º Congresso e Expo Fenabrave, em que falou por quase uma hora e aproveitou para desconstruir, ponto por ponto, os tópicos das suas falas que, segundo ele, o mercado teria interpretado erroneamente. Na questão da assimetria dos balanços de riscos, que não só ele falou, mas que a ata do Copom também tratou, o diretor disse ser equivocada a interpretação que a associa com um guidance (tendência).

“Não há nenhuma relação de percepção de balanço de risco assimétrico com um guidance. Dizer que balanço de risco está assimétrico não quer dizer que estabelecemos um guidance”, disse Galípolo para uma plateia repleta de pessoas ligadas ao setor automotivo, sempre deixando claro que não muda nada nas suas falas dos últimos dias.

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“Reafirmo todas as minhas falas dos últimos dias. Não há nenhuma modulação nas minhas falas”, reiterou o diretor de Política Monetária do BC, para quem um possível aumento da taxa de juro continua sobre a mesa e que isso não deixa nenhum diretor da autarquia desconfortável. O que deixa o BC desconfortável, nas palavras do diretor, é a possibilidade de a inflação ficar acima do centro da meta.

'A projeção do BC de inflação a 3,2% no horizonte de 18 meses está sim acima da meta e o crescimento da economia tem surpreendido', diz Galípolo Foto: Felipe Rau/Estadão

‘O chato da festa’

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Galípolo repetiu a analogia que sempre faz do BC com ”aquela pessoa chata que no melhor da festa pede para baixar o som e corta as bebidas” para enfatizar que a disposição de o BC aumentar juro, se preciso for, será guiada por critérios técnicos. Ele disse que o BC não está endossando a abertura da curva de juros, mas passou a mensagem de que a projeção do BC de inflação a 3,2% no horizonte de 18 meses está sim acima da meta e que o crescimento da economia tem surpreendido.

“Não estamos torcendo para economia parar de crescer, mas esperamos que desacelere. O crescimento tem nos surpreendido e o BC é o chato da festa que baixa o som e corta a bebida”, disse lembrando que as comunicações da autarquia tem indicado também que o Copom está e continuará na dependência da dados para tomar suas decisões.

Paulinho da Viola

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“Queremos absorver todos os dados para chegarmos ao Copom com informações, até para elevar juro. O BC tem que fazer como música de Paulinho da Viola; no nevoeiro o marinheiro leva o barco devagar”, disse ao se referir ao samba “Argumento”, do cantor e compositor Paulinho da Viola.

Outro ponto que Galípolo fez questão de reforçar é que a posição do BC em aguardar dados não quer dizer a mesma coisa que se esperar um dado específico. Neste caso ele avalia que é um equívoco traçar uma relação mecânica entre o nível da taxa de câmbio com o nível da taxa de juro.

Por fim, o diretor disse que algumas dúvidas decorrem do fato de ser a primeira vez que todos estão convivendo com o Banco Central (formalmemte) autônomo. E num BC autônomo, de acordo com ele, é natural que todos os diretores falem e as pessoas os queiram ouvir. “Num BC autônomo, isso é natural”, disse.

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, o nome mais cotado para assumir a presidência da instituição em 2025, manteve nesta quinta-feira, 22, a ênfase das suas falas mais recentes, fez algumas correções nas interpretações de seu discurso feitas pelo mercado financeiro, mas deixou claro que “esse BC não hesitará em subir a taxa de juro, se for preciso”.

Galípolo participou nesta quinta-feira, 22, do 32º Congresso e Expo Fenabrave, em que falou por quase uma hora e aproveitou para desconstruir, ponto por ponto, os tópicos das suas falas que, segundo ele, o mercado teria interpretado erroneamente. Na questão da assimetria dos balanços de riscos, que não só ele falou, mas que a ata do Copom também tratou, o diretor disse ser equivocada a interpretação que a associa com um guidance (tendência).

“Não há nenhuma relação de percepção de balanço de risco assimétrico com um guidance. Dizer que balanço de risco está assimétrico não quer dizer que estabelecemos um guidance”, disse Galípolo para uma plateia repleta de pessoas ligadas ao setor automotivo, sempre deixando claro que não muda nada nas suas falas dos últimos dias.

“Reafirmo todas as minhas falas dos últimos dias. Não há nenhuma modulação nas minhas falas”, reiterou o diretor de Política Monetária do BC, para quem um possível aumento da taxa de juro continua sobre a mesa e que isso não deixa nenhum diretor da autarquia desconfortável. O que deixa o BC desconfortável, nas palavras do diretor, é a possibilidade de a inflação ficar acima do centro da meta.

'A projeção do BC de inflação a 3,2% no horizonte de 18 meses está sim acima da meta e o crescimento da economia tem surpreendido', diz Galípolo Foto: Felipe Rau/Estadão

‘O chato da festa’

Galípolo repetiu a analogia que sempre faz do BC com ”aquela pessoa chata que no melhor da festa pede para baixar o som e corta as bebidas” para enfatizar que a disposição de o BC aumentar juro, se preciso for, será guiada por critérios técnicos. Ele disse que o BC não está endossando a abertura da curva de juros, mas passou a mensagem de que a projeção do BC de inflação a 3,2% no horizonte de 18 meses está sim acima da meta e que o crescimento da economia tem surpreendido.

“Não estamos torcendo para economia parar de crescer, mas esperamos que desacelere. O crescimento tem nos surpreendido e o BC é o chato da festa que baixa o som e corta a bebida”, disse lembrando que as comunicações da autarquia tem indicado também que o Copom está e continuará na dependência da dados para tomar suas decisões.

Paulinho da Viola

“Queremos absorver todos os dados para chegarmos ao Copom com informações, até para elevar juro. O BC tem que fazer como música de Paulinho da Viola; no nevoeiro o marinheiro leva o barco devagar”, disse ao se referir ao samba “Argumento”, do cantor e compositor Paulinho da Viola.

Outro ponto que Galípolo fez questão de reforçar é que a posição do BC em aguardar dados não quer dizer a mesma coisa que se esperar um dado específico. Neste caso ele avalia que é um equívoco traçar uma relação mecânica entre o nível da taxa de câmbio com o nível da taxa de juro.

Por fim, o diretor disse que algumas dúvidas decorrem do fato de ser a primeira vez que todos estão convivendo com o Banco Central (formalmemte) autônomo. E num BC autônomo, de acordo com ele, é natural que todos os diretores falem e as pessoas os queiram ouvir. “Num BC autônomo, isso é natural”, disse.

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, o nome mais cotado para assumir a presidência da instituição em 2025, manteve nesta quinta-feira, 22, a ênfase das suas falas mais recentes, fez algumas correções nas interpretações de seu discurso feitas pelo mercado financeiro, mas deixou claro que “esse BC não hesitará em subir a taxa de juro, se for preciso”.

Galípolo participou nesta quinta-feira, 22, do 32º Congresso e Expo Fenabrave, em que falou por quase uma hora e aproveitou para desconstruir, ponto por ponto, os tópicos das suas falas que, segundo ele, o mercado teria interpretado erroneamente. Na questão da assimetria dos balanços de riscos, que não só ele falou, mas que a ata do Copom também tratou, o diretor disse ser equivocada a interpretação que a associa com um guidance (tendência).

“Não há nenhuma relação de percepção de balanço de risco assimétrico com um guidance. Dizer que balanço de risco está assimétrico não quer dizer que estabelecemos um guidance”, disse Galípolo para uma plateia repleta de pessoas ligadas ao setor automotivo, sempre deixando claro que não muda nada nas suas falas dos últimos dias.

“Reafirmo todas as minhas falas dos últimos dias. Não há nenhuma modulação nas minhas falas”, reiterou o diretor de Política Monetária do BC, para quem um possível aumento da taxa de juro continua sobre a mesa e que isso não deixa nenhum diretor da autarquia desconfortável. O que deixa o BC desconfortável, nas palavras do diretor, é a possibilidade de a inflação ficar acima do centro da meta.

'A projeção do BC de inflação a 3,2% no horizonte de 18 meses está sim acima da meta e o crescimento da economia tem surpreendido', diz Galípolo Foto: Felipe Rau/Estadão

‘O chato da festa’

Galípolo repetiu a analogia que sempre faz do BC com ”aquela pessoa chata que no melhor da festa pede para baixar o som e corta as bebidas” para enfatizar que a disposição de o BC aumentar juro, se preciso for, será guiada por critérios técnicos. Ele disse que o BC não está endossando a abertura da curva de juros, mas passou a mensagem de que a projeção do BC de inflação a 3,2% no horizonte de 18 meses está sim acima da meta e que o crescimento da economia tem surpreendido.

“Não estamos torcendo para economia parar de crescer, mas esperamos que desacelere. O crescimento tem nos surpreendido e o BC é o chato da festa que baixa o som e corta a bebida”, disse lembrando que as comunicações da autarquia tem indicado também que o Copom está e continuará na dependência da dados para tomar suas decisões.

Paulinho da Viola

“Queremos absorver todos os dados para chegarmos ao Copom com informações, até para elevar juro. O BC tem que fazer como música de Paulinho da Viola; no nevoeiro o marinheiro leva o barco devagar”, disse ao se referir ao samba “Argumento”, do cantor e compositor Paulinho da Viola.

Outro ponto que Galípolo fez questão de reforçar é que a posição do BC em aguardar dados não quer dizer a mesma coisa que se esperar um dado específico. Neste caso ele avalia que é um equívoco traçar uma relação mecânica entre o nível da taxa de câmbio com o nível da taxa de juro.

Por fim, o diretor disse que algumas dúvidas decorrem do fato de ser a primeira vez que todos estão convivendo com o Banco Central (formalmemte) autônomo. E num BC autônomo, de acordo com ele, é natural que todos os diretores falem e as pessoas os queiram ouvir. “Num BC autônomo, isso é natural”, disse.

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