A operadora de telefonia Oi registrou no ano passado um lucro líquido de R$ 2,35 bilhões, um aumento de 80% sobre o resultado de 2006 (R$ 1,31 bilhão). A receita bruta da empresa foi de R$ 25 bilhões, um crescimento de 4%. Ao anunciar os resultados, a empresa também informou que vai investir R$ 4 bilhões este ano, quase o dobro dos R$ 2,3 bilhões de 2007. Esse é o segundo maior investimento da história da companhia, e parte dele será destinado ao desembarque, nos próximos meses, no mercado de São Paulo. Na prática, a base de clientes da Oi avançou 11% no ano passado, influenciada pelos novos clientes de serviços de celular e de acesso à internet. Esse crescimento contrabalançou a perda de clientes em telefonia fixa, uma tendência no setor. Enquanto a base da telefonia móvel cresceu 22%, com 2,9 milhões de novos clientes, na fixa houve um recuo de 166 mil linhas, uma queda 1,2%. O grupo tem 31,7 milhões de usuários, dos quais 14,2 milhões na telefonia fixa, 16 milhões na móvel e 1,5 milhão na banda larga. Para reverter a perda de clientes na telefonia fixa, a Oi flexibilizou a política de crédito. Passou a vender mais telefones para a população de baixa renda, incluindo pessoas que estavam relacionadas nos serviços de proteção ao crédito por dívidas. Antes de 2006, a empresa não fazia isso. Como efeito colateral, a empresa teve de aumentar o provisionamento para devedores duvidosos, de R$ 475 milhões para R$ 649 milhões no ano passado. ''''Estamos vendendo com risco maior'''', disse o diretor de finanças e relações com investidor da Oi, José Luís Salazar. O executivo argumenta, contudo, que a estratégia de ''''defesa'''' da base de clientes gerou um efeito favorável na receita. ''''Essa conta da receita que gera aumento de risco é positiva'''', disse. Salazar também explicou que os investimentos previstos para este ano se dividem em R$ 2,3 bilhões para os negócios de telefonia fixa e móvel, R$ 400 milhões para a portabilidade e R$ 1,3 bilhão para a expansão das rede em 2G e 3G (segunda e terceira gerações) para São Paulo e na área de atuação da operadora. A Oi vai disputar os clientes já existentes em São Paulo e pretende ampliar a taxa de utilização do serviço no Estado, que é de 65%, abaixo, por exemplo, da taxa de 75% no Rio. O executivo argumenta que um dos motivos para a taxa de utilização do serviço mais baixa em São Paulo é o fato de existirem menos concorrentes no Estado que no resto do País. ''''Em São Paulo, há três concorrentes em vez de quatro. E, desses três, dois são do mesmo grupo'''', disse, referindo-se à Vivo e à TIM, que têm a Telefónica como sócia. COLABOROU ADRIANA CHIARINI