Geração de vagas com ensino superior cresce 438% em um ano, mas salários estão mais baixos


Movimento indica melhora no mercado de trabalho, mas ainda não o suficiente para pressionar os salários

Por Daniela Amorim
Atualização:

RIO – Para além do crescimento na geração de postos de trabalho com carteira assinada, o mercado de trabalho começou o ano com um avanço expressivo na abertura de vagas para profissionais com maior escolaridade, segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.

Em meio ao aquecimento do emprego, o saldo de contratações de pessoas com graduação completa superou em mais de cinco vezes o resultado do mesmo período do ano passado. No entanto, os salários estão menores.

No grupo de contratados com Ensino Superior Completo ou mais, o saldo de empregos formais cresceu de 3.135 em janeiro de 2023 para 16.879 em janeiro de 2024, um salto de 438,4%. Em termos de volume, o saldo global de 180,395 mil vagas abertas foi puxado, majoritariamente, pela contratação de pessoas com Ensino Médio Completo ou Ensino Superior Incompleto, grupo cujo saldo de vagas passou de 61.689 em janeiro de 2023 para 118.517 postos em janeiro de 2024, um aumento de 92,1%.

continua após a publicidade

O estudo do Ibre/FGV compila dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho.

“Isso é benéfico para a nossa economia. Porque, do ponto de vista do trabalhador, nós estamos conseguindo gerar empregos de maior qualidade, que garantem uma maior segurança em termos de direitos. Ele tem seus direitos garantidos pela CLT. E quando a gente olha a composição, ela está um pouco melhor do que tínhamos antigamente, com uma maior quantidade de trabalhadores com ensino superior completo, que geralmente são trabalhadores com maior produtividade, porque eles tendem a ter habilidades muito específicas, devido à sua formação. Eles contribuem também porque, em média, tendem a ganhar mais do que os trabalhadores com menores níveis educacionais. Então a elevação desses trabalhadores com ensino superior pode melhorar tanto a composição da nossa mão de obra do segmento formal, como também repercutir um pouco nos salários”, resumiu Janaína Feijó, pesquisadora da área de Economia Aplicada do Ibre/FGV.

Mercado de trabalho tem gerado vagas para o ensino superior Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
continua após a publicidade

Empregos mais bem remunerados tendem a aumentar a renda média obtida do trabalho no País. Considerando os salários por nível de escolaridade, os rendimentos dos trabalhadores com ensino superior completo foram, em média, mais que o dobro dos salários dos demais níveis de escolaridade, tanto entre admitidos quanto entre os desligados.

No entanto, o salário médio de admissão dessa categoria com maior escolaridade, que ficou em R$ 4.257 em janeiro de 2024, foi o único a registrar queda se comparado a janeiro de 2023, quando era de R$ 4.335, recuo de 1,8%.

Entre os demitidos, os trabalhadores com ensino superior completo também foram os únicos a contrariar a tendência de alta na remuneração em relação a um ano antes: o salário médio permaneceu praticamente estável, com ligeiro aumento de apenas 0,1%, passando de R$ 4.508 em janeiro de 2023 para R$ 4.512 em janeiro de 2024.

continua após a publicidade

Segundo Feijó, o movimento sinaliza que o mercado de trabalho permanece melhorando, especialmente nessas vagas mais produtivas, mas ainda não se encontra aquecido a ponto de pressionar os salários desses trabalhadores.

“Provavelmente as vagas que estão surgindo não estão pagando tão bem quanto as vagas para essa mesma formação no passado”, disse Feijó. “Pode ser que seja uma coisa temporária.”

continua após a publicidade

A pesquisadora frisa, porém, que não espera manutenção de saldos tão positivos nas próximas divulgações do Caged. Os dados referentes a fevereiro serão divulgados nesta quarta-feira, 27, pelo Ministério do Trabalho.

“Esse bom desempenho agora em janeiro provavelmente não vai continuar nos próximos meses. Nós temos vários problemas e dilemas macroeconômicos para serem resolvidos, a questão fiscal, temos ainda um cenário de muita estabilidade para o setor empresarial. Tudo isso pode vir a comprometer esse bom desempenho que a gente viu em janeiro”, previu Feijó.

Em janeiro, foram abertas 180.395 novas vagas com carteira assinada no País, alta de 100,4% ante o resultado de janeiro de 2023. Analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast estimam um saldo mediano de 232,5 mil novas vagas em fevereiro de 2024, devido a influências sazonais positivas. A tendência, porém, é que o ritmo de contratações diminua ao longo de 2024, diz a pesquisadora da FGV.

continua após a publicidade

“O mercado de trabalho tende a caminhar conjuntamente com o cenário macroeconômico. Quando a gente observa que a economia está tendo desaceleração, isso vai ser sentido no mercado de trabalho de alguma forma”, justificou Feijó.

RIO – Para além do crescimento na geração de postos de trabalho com carteira assinada, o mercado de trabalho começou o ano com um avanço expressivo na abertura de vagas para profissionais com maior escolaridade, segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.

Em meio ao aquecimento do emprego, o saldo de contratações de pessoas com graduação completa superou em mais de cinco vezes o resultado do mesmo período do ano passado. No entanto, os salários estão menores.

No grupo de contratados com Ensino Superior Completo ou mais, o saldo de empregos formais cresceu de 3.135 em janeiro de 2023 para 16.879 em janeiro de 2024, um salto de 438,4%. Em termos de volume, o saldo global de 180,395 mil vagas abertas foi puxado, majoritariamente, pela contratação de pessoas com Ensino Médio Completo ou Ensino Superior Incompleto, grupo cujo saldo de vagas passou de 61.689 em janeiro de 2023 para 118.517 postos em janeiro de 2024, um aumento de 92,1%.

O estudo do Ibre/FGV compila dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho.

“Isso é benéfico para a nossa economia. Porque, do ponto de vista do trabalhador, nós estamos conseguindo gerar empregos de maior qualidade, que garantem uma maior segurança em termos de direitos. Ele tem seus direitos garantidos pela CLT. E quando a gente olha a composição, ela está um pouco melhor do que tínhamos antigamente, com uma maior quantidade de trabalhadores com ensino superior completo, que geralmente são trabalhadores com maior produtividade, porque eles tendem a ter habilidades muito específicas, devido à sua formação. Eles contribuem também porque, em média, tendem a ganhar mais do que os trabalhadores com menores níveis educacionais. Então a elevação desses trabalhadores com ensino superior pode melhorar tanto a composição da nossa mão de obra do segmento formal, como também repercutir um pouco nos salários”, resumiu Janaína Feijó, pesquisadora da área de Economia Aplicada do Ibre/FGV.

Mercado de trabalho tem gerado vagas para o ensino superior Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Empregos mais bem remunerados tendem a aumentar a renda média obtida do trabalho no País. Considerando os salários por nível de escolaridade, os rendimentos dos trabalhadores com ensino superior completo foram, em média, mais que o dobro dos salários dos demais níveis de escolaridade, tanto entre admitidos quanto entre os desligados.

No entanto, o salário médio de admissão dessa categoria com maior escolaridade, que ficou em R$ 4.257 em janeiro de 2024, foi o único a registrar queda se comparado a janeiro de 2023, quando era de R$ 4.335, recuo de 1,8%.

Entre os demitidos, os trabalhadores com ensino superior completo também foram os únicos a contrariar a tendência de alta na remuneração em relação a um ano antes: o salário médio permaneceu praticamente estável, com ligeiro aumento de apenas 0,1%, passando de R$ 4.508 em janeiro de 2023 para R$ 4.512 em janeiro de 2024.

Segundo Feijó, o movimento sinaliza que o mercado de trabalho permanece melhorando, especialmente nessas vagas mais produtivas, mas ainda não se encontra aquecido a ponto de pressionar os salários desses trabalhadores.

“Provavelmente as vagas que estão surgindo não estão pagando tão bem quanto as vagas para essa mesma formação no passado”, disse Feijó. “Pode ser que seja uma coisa temporária.”

A pesquisadora frisa, porém, que não espera manutenção de saldos tão positivos nas próximas divulgações do Caged. Os dados referentes a fevereiro serão divulgados nesta quarta-feira, 27, pelo Ministério do Trabalho.

“Esse bom desempenho agora em janeiro provavelmente não vai continuar nos próximos meses. Nós temos vários problemas e dilemas macroeconômicos para serem resolvidos, a questão fiscal, temos ainda um cenário de muita estabilidade para o setor empresarial. Tudo isso pode vir a comprometer esse bom desempenho que a gente viu em janeiro”, previu Feijó.

Em janeiro, foram abertas 180.395 novas vagas com carteira assinada no País, alta de 100,4% ante o resultado de janeiro de 2023. Analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast estimam um saldo mediano de 232,5 mil novas vagas em fevereiro de 2024, devido a influências sazonais positivas. A tendência, porém, é que o ritmo de contratações diminua ao longo de 2024, diz a pesquisadora da FGV.

“O mercado de trabalho tende a caminhar conjuntamente com o cenário macroeconômico. Quando a gente observa que a economia está tendo desaceleração, isso vai ser sentido no mercado de trabalho de alguma forma”, justificou Feijó.

RIO – Para além do crescimento na geração de postos de trabalho com carteira assinada, o mercado de trabalho começou o ano com um avanço expressivo na abertura de vagas para profissionais com maior escolaridade, segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.

Em meio ao aquecimento do emprego, o saldo de contratações de pessoas com graduação completa superou em mais de cinco vezes o resultado do mesmo período do ano passado. No entanto, os salários estão menores.

No grupo de contratados com Ensino Superior Completo ou mais, o saldo de empregos formais cresceu de 3.135 em janeiro de 2023 para 16.879 em janeiro de 2024, um salto de 438,4%. Em termos de volume, o saldo global de 180,395 mil vagas abertas foi puxado, majoritariamente, pela contratação de pessoas com Ensino Médio Completo ou Ensino Superior Incompleto, grupo cujo saldo de vagas passou de 61.689 em janeiro de 2023 para 118.517 postos em janeiro de 2024, um aumento de 92,1%.

O estudo do Ibre/FGV compila dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho.

“Isso é benéfico para a nossa economia. Porque, do ponto de vista do trabalhador, nós estamos conseguindo gerar empregos de maior qualidade, que garantem uma maior segurança em termos de direitos. Ele tem seus direitos garantidos pela CLT. E quando a gente olha a composição, ela está um pouco melhor do que tínhamos antigamente, com uma maior quantidade de trabalhadores com ensino superior completo, que geralmente são trabalhadores com maior produtividade, porque eles tendem a ter habilidades muito específicas, devido à sua formação. Eles contribuem também porque, em média, tendem a ganhar mais do que os trabalhadores com menores níveis educacionais. Então a elevação desses trabalhadores com ensino superior pode melhorar tanto a composição da nossa mão de obra do segmento formal, como também repercutir um pouco nos salários”, resumiu Janaína Feijó, pesquisadora da área de Economia Aplicada do Ibre/FGV.

Mercado de trabalho tem gerado vagas para o ensino superior Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Empregos mais bem remunerados tendem a aumentar a renda média obtida do trabalho no País. Considerando os salários por nível de escolaridade, os rendimentos dos trabalhadores com ensino superior completo foram, em média, mais que o dobro dos salários dos demais níveis de escolaridade, tanto entre admitidos quanto entre os desligados.

No entanto, o salário médio de admissão dessa categoria com maior escolaridade, que ficou em R$ 4.257 em janeiro de 2024, foi o único a registrar queda se comparado a janeiro de 2023, quando era de R$ 4.335, recuo de 1,8%.

Entre os demitidos, os trabalhadores com ensino superior completo também foram os únicos a contrariar a tendência de alta na remuneração em relação a um ano antes: o salário médio permaneceu praticamente estável, com ligeiro aumento de apenas 0,1%, passando de R$ 4.508 em janeiro de 2023 para R$ 4.512 em janeiro de 2024.

Segundo Feijó, o movimento sinaliza que o mercado de trabalho permanece melhorando, especialmente nessas vagas mais produtivas, mas ainda não se encontra aquecido a ponto de pressionar os salários desses trabalhadores.

“Provavelmente as vagas que estão surgindo não estão pagando tão bem quanto as vagas para essa mesma formação no passado”, disse Feijó. “Pode ser que seja uma coisa temporária.”

A pesquisadora frisa, porém, que não espera manutenção de saldos tão positivos nas próximas divulgações do Caged. Os dados referentes a fevereiro serão divulgados nesta quarta-feira, 27, pelo Ministério do Trabalho.

“Esse bom desempenho agora em janeiro provavelmente não vai continuar nos próximos meses. Nós temos vários problemas e dilemas macroeconômicos para serem resolvidos, a questão fiscal, temos ainda um cenário de muita estabilidade para o setor empresarial. Tudo isso pode vir a comprometer esse bom desempenho que a gente viu em janeiro”, previu Feijó.

Em janeiro, foram abertas 180.395 novas vagas com carteira assinada no País, alta de 100,4% ante o resultado de janeiro de 2023. Analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast estimam um saldo mediano de 232,5 mil novas vagas em fevereiro de 2024, devido a influências sazonais positivas. A tendência, porém, é que o ritmo de contratações diminua ao longo de 2024, diz a pesquisadora da FGV.

“O mercado de trabalho tende a caminhar conjuntamente com o cenário macroeconômico. Quando a gente observa que a economia está tendo desaceleração, isso vai ser sentido no mercado de trabalho de alguma forma”, justificou Feijó.

RIO – Para além do crescimento na geração de postos de trabalho com carteira assinada, o mercado de trabalho começou o ano com um avanço expressivo na abertura de vagas para profissionais com maior escolaridade, segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.

Em meio ao aquecimento do emprego, o saldo de contratações de pessoas com graduação completa superou em mais de cinco vezes o resultado do mesmo período do ano passado. No entanto, os salários estão menores.

No grupo de contratados com Ensino Superior Completo ou mais, o saldo de empregos formais cresceu de 3.135 em janeiro de 2023 para 16.879 em janeiro de 2024, um salto de 438,4%. Em termos de volume, o saldo global de 180,395 mil vagas abertas foi puxado, majoritariamente, pela contratação de pessoas com Ensino Médio Completo ou Ensino Superior Incompleto, grupo cujo saldo de vagas passou de 61.689 em janeiro de 2023 para 118.517 postos em janeiro de 2024, um aumento de 92,1%.

O estudo do Ibre/FGV compila dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho.

“Isso é benéfico para a nossa economia. Porque, do ponto de vista do trabalhador, nós estamos conseguindo gerar empregos de maior qualidade, que garantem uma maior segurança em termos de direitos. Ele tem seus direitos garantidos pela CLT. E quando a gente olha a composição, ela está um pouco melhor do que tínhamos antigamente, com uma maior quantidade de trabalhadores com ensino superior completo, que geralmente são trabalhadores com maior produtividade, porque eles tendem a ter habilidades muito específicas, devido à sua formação. Eles contribuem também porque, em média, tendem a ganhar mais do que os trabalhadores com menores níveis educacionais. Então a elevação desses trabalhadores com ensino superior pode melhorar tanto a composição da nossa mão de obra do segmento formal, como também repercutir um pouco nos salários”, resumiu Janaína Feijó, pesquisadora da área de Economia Aplicada do Ibre/FGV.

Mercado de trabalho tem gerado vagas para o ensino superior Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Empregos mais bem remunerados tendem a aumentar a renda média obtida do trabalho no País. Considerando os salários por nível de escolaridade, os rendimentos dos trabalhadores com ensino superior completo foram, em média, mais que o dobro dos salários dos demais níveis de escolaridade, tanto entre admitidos quanto entre os desligados.

No entanto, o salário médio de admissão dessa categoria com maior escolaridade, que ficou em R$ 4.257 em janeiro de 2024, foi o único a registrar queda se comparado a janeiro de 2023, quando era de R$ 4.335, recuo de 1,8%.

Entre os demitidos, os trabalhadores com ensino superior completo também foram os únicos a contrariar a tendência de alta na remuneração em relação a um ano antes: o salário médio permaneceu praticamente estável, com ligeiro aumento de apenas 0,1%, passando de R$ 4.508 em janeiro de 2023 para R$ 4.512 em janeiro de 2024.

Segundo Feijó, o movimento sinaliza que o mercado de trabalho permanece melhorando, especialmente nessas vagas mais produtivas, mas ainda não se encontra aquecido a ponto de pressionar os salários desses trabalhadores.

“Provavelmente as vagas que estão surgindo não estão pagando tão bem quanto as vagas para essa mesma formação no passado”, disse Feijó. “Pode ser que seja uma coisa temporária.”

A pesquisadora frisa, porém, que não espera manutenção de saldos tão positivos nas próximas divulgações do Caged. Os dados referentes a fevereiro serão divulgados nesta quarta-feira, 27, pelo Ministério do Trabalho.

“Esse bom desempenho agora em janeiro provavelmente não vai continuar nos próximos meses. Nós temos vários problemas e dilemas macroeconômicos para serem resolvidos, a questão fiscal, temos ainda um cenário de muita estabilidade para o setor empresarial. Tudo isso pode vir a comprometer esse bom desempenho que a gente viu em janeiro”, previu Feijó.

Em janeiro, foram abertas 180.395 novas vagas com carteira assinada no País, alta de 100,4% ante o resultado de janeiro de 2023. Analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast estimam um saldo mediano de 232,5 mil novas vagas em fevereiro de 2024, devido a influências sazonais positivas. A tendência, porém, é que o ritmo de contratações diminua ao longo de 2024, diz a pesquisadora da FGV.

“O mercado de trabalho tende a caminhar conjuntamente com o cenário macroeconômico. Quando a gente observa que a economia está tendo desaceleração, isso vai ser sentido no mercado de trabalho de alguma forma”, justificou Feijó.

RIO – Para além do crescimento na geração de postos de trabalho com carteira assinada, o mercado de trabalho começou o ano com um avanço expressivo na abertura de vagas para profissionais com maior escolaridade, segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.

Em meio ao aquecimento do emprego, o saldo de contratações de pessoas com graduação completa superou em mais de cinco vezes o resultado do mesmo período do ano passado. No entanto, os salários estão menores.

No grupo de contratados com Ensino Superior Completo ou mais, o saldo de empregos formais cresceu de 3.135 em janeiro de 2023 para 16.879 em janeiro de 2024, um salto de 438,4%. Em termos de volume, o saldo global de 180,395 mil vagas abertas foi puxado, majoritariamente, pela contratação de pessoas com Ensino Médio Completo ou Ensino Superior Incompleto, grupo cujo saldo de vagas passou de 61.689 em janeiro de 2023 para 118.517 postos em janeiro de 2024, um aumento de 92,1%.

O estudo do Ibre/FGV compila dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho.

“Isso é benéfico para a nossa economia. Porque, do ponto de vista do trabalhador, nós estamos conseguindo gerar empregos de maior qualidade, que garantem uma maior segurança em termos de direitos. Ele tem seus direitos garantidos pela CLT. E quando a gente olha a composição, ela está um pouco melhor do que tínhamos antigamente, com uma maior quantidade de trabalhadores com ensino superior completo, que geralmente são trabalhadores com maior produtividade, porque eles tendem a ter habilidades muito específicas, devido à sua formação. Eles contribuem também porque, em média, tendem a ganhar mais do que os trabalhadores com menores níveis educacionais. Então a elevação desses trabalhadores com ensino superior pode melhorar tanto a composição da nossa mão de obra do segmento formal, como também repercutir um pouco nos salários”, resumiu Janaína Feijó, pesquisadora da área de Economia Aplicada do Ibre/FGV.

Mercado de trabalho tem gerado vagas para o ensino superior Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Empregos mais bem remunerados tendem a aumentar a renda média obtida do trabalho no País. Considerando os salários por nível de escolaridade, os rendimentos dos trabalhadores com ensino superior completo foram, em média, mais que o dobro dos salários dos demais níveis de escolaridade, tanto entre admitidos quanto entre os desligados.

No entanto, o salário médio de admissão dessa categoria com maior escolaridade, que ficou em R$ 4.257 em janeiro de 2024, foi o único a registrar queda se comparado a janeiro de 2023, quando era de R$ 4.335, recuo de 1,8%.

Entre os demitidos, os trabalhadores com ensino superior completo também foram os únicos a contrariar a tendência de alta na remuneração em relação a um ano antes: o salário médio permaneceu praticamente estável, com ligeiro aumento de apenas 0,1%, passando de R$ 4.508 em janeiro de 2023 para R$ 4.512 em janeiro de 2024.

Segundo Feijó, o movimento sinaliza que o mercado de trabalho permanece melhorando, especialmente nessas vagas mais produtivas, mas ainda não se encontra aquecido a ponto de pressionar os salários desses trabalhadores.

“Provavelmente as vagas que estão surgindo não estão pagando tão bem quanto as vagas para essa mesma formação no passado”, disse Feijó. “Pode ser que seja uma coisa temporária.”

A pesquisadora frisa, porém, que não espera manutenção de saldos tão positivos nas próximas divulgações do Caged. Os dados referentes a fevereiro serão divulgados nesta quarta-feira, 27, pelo Ministério do Trabalho.

“Esse bom desempenho agora em janeiro provavelmente não vai continuar nos próximos meses. Nós temos vários problemas e dilemas macroeconômicos para serem resolvidos, a questão fiscal, temos ainda um cenário de muita estabilidade para o setor empresarial. Tudo isso pode vir a comprometer esse bom desempenho que a gente viu em janeiro”, previu Feijó.

Em janeiro, foram abertas 180.395 novas vagas com carteira assinada no País, alta de 100,4% ante o resultado de janeiro de 2023. Analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast estimam um saldo mediano de 232,5 mil novas vagas em fevereiro de 2024, devido a influências sazonais positivas. A tendência, porém, é que o ritmo de contratações diminua ao longo de 2024, diz a pesquisadora da FGV.

“O mercado de trabalho tende a caminhar conjuntamente com o cenário macroeconômico. Quando a gente observa que a economia está tendo desaceleração, isso vai ser sentido no mercado de trabalho de alguma forma”, justificou Feijó.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.