Falha em linha de Belo Monte causa apagão em 13 Estados do Norte e Nordeste


Panes têm ocorrido com alguma frequência e já eram alvos de questionamentos pela Aneel; sistema conecta todos os Estados do País, com exceção de Roraima

Por André Borges e Renata Batista
Atualização:

BRASÍLIA - Falhas no linhão de transmissão de Belo Monte provocaram um apagão em 13 Estados das regiões Norte e Nordeste do País na tarde desta quarta-feira, 21. Também houve registro de falta de luz nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), todos os Estados do Nordeste foram afetados e no Norte as exceções foram Roraima, Acre e Rondônia, que não foram impactados com queda de luz.

Em entrevista no Rio de Janeiro, Luiz Eduardo Barata, diretor-geral da ONS, afirmou que às 19h, 100% da energia estava restabelecida no Norte. Por volta das 20h, o Nordeste já contava com 70% de sua carga normalizada.

Segundo o governo, o motivo para o apagão foi uma falha técnica ocorrida na linha de transmissão da concessionária Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), no Estado do Pará. O motivo, apurou o Estado, está relacionado a uma falha técnica em um disjuntor de uma das estruturas de transmissão localizada na subestação Xingu, que recebe a energia da hidrelétrica de Belo Monte, para que esta seja transmitida para a região Sudeste do País.

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A concessionária informou que outros locais também registraram blecaute. Foto: Divulgação

A queda ocorreu por conta de erro na calibração do disjuntor, equipamento que faz o controle automático da energia que passa pela linha. O componente estava calibrado para receber até 3.700 megawatts (MW) de potência, em vez de mais de 4 mil MW, como deveria. Nesta quarta-feira, 21, quando a transmissão atingiu esse volume limite, o disjuntor simplesmente caiu, paralisando todo o resto da rede.

De acordo com Luiz Eduardo Barata Ferreira, a falha provocou a separação dos subsistemas Norte e Nordeste. No Norte, que exporta energia para o Nordeste, o excesso de energia levou ao desligamento das usinas de geração, o que atrasou ainda mais a recomposição na região Nordeste, que hoje importa energia. 

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Agora, a linha de transmissão Xingu-Estreito aguarda autorização para dobrar a carga de energia transportada, informou o Operador Nacional do Sistema (ONS). Atualmente, esse sistema tem autorização para operar de forma comercial com 2 mil MW de energia. No fim de semana, porém, os testes para operação com 4 mil MW foram concluídos com sucesso.

“A fase de teste havia sido concluída e íamos iniciar os procedimentos para começar a operação comercial (em carga máxima da linha)”, disse Barata Ferreira. 

Cronograma. A linha de 2,1 mil quilômetros (km), operado pela concessionária Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), controlada pela chinesa State Grid, entrou em operação em 13 de dezembro do ano passado, antecipando o cronograma original em dois meses. Nas últimas semanas, porém, apurou o Estado, a linha apresentou quedas e comprometeu o abastecimento de toda a hidrelétrica em construção no rio Xingu, no Pará.  A linha de transmissão, que custou cerca de R$ 5 bilhões, tem início no município de Anapu, no Pará, a 17 quilômetros de distância da usina, e corta 65 municípios de quatro Estados - Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais -, até chegar ao município de Estreito, na divisa de Minas e São Paulo.

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Os problemas têm ocorrido com alguma frequência e já eram alvos de questionamentos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O efeito dominó na queda de energia ocorre porque a rede de Belo Monte está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o qual conecta todos os Estados do País, com exceção de Roraima, o único que está fora dessa rede. 

A concessionária Norte Energia, dona da hidrelétrica de Belo Monte, descumpriu 23 medidas técnicas de segurança que tinham o propósito de evitar desligamentos de suas operações. O não atendimento às exigências levou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a notificar a concessionária há menos de um mês, no dia 23 de fevereiro, conforme apurou o Estadão/Broadcast.

+ Governo anuncia leilão de terminais portuários e de linhas de transmissão

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A agência deixou claro que "a não implantação das ações acordadas em tempo combinado poderá ter como consequência a reincidência de novos desligamentos associados às mesmas causas e com transtornos durante as perturbações."

++ Eletrobrás perde relevância na geração de energia do País

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Estados afetados. Por meio de nota, o ONS, que é o órgão federal responsável por gerenciar a fiscalizar a entrega de energia em todo o Brasil, informou que, às 15h48, “uma perturbação” no Sistema Interligado Nacional (SIN), a rede nacional de distribuição de energia, causou o desligamento de cerca de 18 mil megawatts (MW), majoritariamente localizados nas regiões Norte e Nordeste. Esse volume correspondia a 22,5% da carga total do sistema naquele momento.

+ Roraima estoca óleo para evitar apagões

Por causa dessa queda, um esquema regional de alívio de carga entrou em operação, atingindo as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com corte automático de consumidores no montante de 4.200 MW. “Os sistemas Sul, Sudeste e Centro-Oeste ficaram desconectados do Norte e Nordeste”, informou o Operador.

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Segundo o ONS, às 16h15 já havia sido realizada a recomposição de praticamente toda a carga no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. “As equipes do ONS estão neste momento dedicadas à recomposição dos sistemas Norte e Nordeste, já em curso. As causas de desligamento estão sendo investigadas”, declarou. 

No Maranhão, todas as 217 cidades do Estado registraram o apagão a partir das 15h45, segundo a Companhia Energética do Maranhão (CEMAR). Em Manaus, no Amazonas, diversos bairros da cidade também registraram problemas.  Na região metropolitana de Salvador, a situação causou problemas no trânsito, já que todos os semáforos da cidade apagaram e  o metrô parou de funcionar. Informações preliminares distribuidora Cosern dão conta de que houve queda de energia em todos os municípios do Rio Grande do Norte. A concessionária informou que outros Estados também registraram blecaute.  No Rio de Janeiro, os usuários relataram falta de energia em suas redes sociais. 

Em Palmas, no Tocantins, todos os semáforos da cidade foram desligados após a queda de energia. Outras cidades do Estado como Gurupi,Araguaína e Porto Nacional também registraram o problema da falta de energia. A prefeitura da capital informou que deslocou agentes de trânsito para facilitarem o deslocamento.

Improviso. A falha aconteceu justamente no projeto que a BMTE assumiu da espanhola Abengoa, que faliu e não executou nenhuma obra no local. Para evitar que Belo Monte atrasasse a entrega de sua energia, a concessionária BMTE foi chamada para assumir as obras que a Abengoa não fez, além de ter que acelerar seu calendário em dois meses antes do previsto.

Por conta da situação, a BMTE fez ligaçõesprovisórias no “barramento” da linha de transmissão na subestação Xingu, dividindo sua conclusão em três etapas.

Por meio de nota, a empresa Norte Energia, dona da usina, informou que “o apagão que atinge as regiões Norte e Nordeste do país não foi originado pela Usina de Belo Monte” e que “a usina também foi afetada pela falha ocorrida”. 

No Rio Grande do Norte, pouco mais de duas horas após o apagão que deixou os 167 municípios às escuras, a energia elétrica voltou a ser restabelecida de forma gradativa. Os problemas, porém, já eram muitos. 

Nas ruas das maiores cidades, semáforos apagados e poucos agentes de trânsito para desafogar o fluxo geraram um cenário caótico. Nos cruzamentos mais movimentados da capital potiguar, alguns motoristas desceram dos carros e passaram eles próprios a organizar o fluxo. Em outros, policiais militares assumiram a tarefa. Uma colisão leve, entre um carro e um ônibus, foi registrada na zona Leste da cidade. Não houve feridos. 

Nas paradas de ônibus, milhares de trabalhadores tentavam voltar pra casa antes do anoitecer. "Nosso horário de saída era às 18h, mas fomos liberados às 16h50", disse a atendente de loja Bianca Evelyn, enquanto tentava pegar um ônibus para voltar para casa. A empresária Thaísa Jucá, proprietária de uma doceria, resumiu a situação em uma palavra "caos". Apreensiva, ela tentava salvar a produção de bolos, tortas e ovos de chocolate a serem entregues ao longo desta semana.

No Hospital Municipal de Natal e no Hospital Estadual Dr. Ruy Pereira, ambos em Natal, as visitas aos pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva e Enfermarias foi suspensa. Os geradores de energia elétrica das duas unidades foram acionados durante o apagão. Estudantes de escolas públicas e privadas e das maiores universidades acabaram sendo dispensados das aulas em decorrência do apagão. 

Em Pernambuco, trens e metrô de Recife tiveram a operação paralisada, instituições de ensino cancelaram as aulas no turno da noite e muitos estabelecimentos comerciais fecharam as portas antes das 17h. Longos engarrafamentos foram registrados em todas as áreas da capital, já que, em muitos bairros, todos os semáforos estavam sem funcionar. Nos pontos de ônibus muita gente esperou por mais de duas horas para conseguir embarcar em coletivos superlotados.

Em algumas clínicas e hospitais os atendimentos eletivos foram suspensos. Foi o que aconteceu com a dona de casa Maria Rita Xavier, 45, que estava com uma série de exames agendados em uma unidade privada de saúde na área central do Recife. “Cheguei cedo e estava aguardando ser chamada e aí tudo ficou escuro. Vai ser um transtorno grande ter que remarcar tudo de novo”, comentou.

A estudante Bárbara Castro, 23, também teve problemas provocados pelo apagão. “Eu estava no meio de uma prova eletrônica para uma seleção de emprego quando faltou energia. A empresa na qual estou buscando a vaga é de fora do País e não sei se eles vão considerar o problema para remarcar outra prova”, comentou.Na Paraíba, o apagão afetou a distribuição de água, segundo informou a Companhia de Água e Esgotos do Estado (Cagepa). Em nota, a empresa informou que todas as estações de distribuição de água pararam o fornecimento a partir das 16 h devido à falta de energia. A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de João Pessoa informou que agentes de trânsito auxiliaram nos principais cruzamentos da cidade e também alertou que não poderia realizar qualquer outra ação para evitar o caos no trânsito.No Ceará, a cidade de Fortaleza teve dois apagões. O primeiro durou pouco mais de duas horas. De acordo com nota emitida pela Operadora Nacional do Sistema (ONS), o problema foi causado por “perda de carga”. A queda de energia aconteceu por volta das 15h50 e foi reestabelecida pouco depois das 18 horas. Quarenta minutos depois, houve outra queda de energia e a cidade voltou a ficar às escuras até as 19h50. 

Um total de 670 semáforos foram atingidos, causando uma confusão no trânsito em toda cidade. O caos só não foi maior porque, de acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), mesmo após a queda de energia, 180 semáforos continuaram funcionando graças ao sistema de nobreak, mecanismo que assegura pleno funcionamento do sistema por até 3 horas.

Numa faculdade particular localizada na Aldeota, área nobre da cidade, as aulas da tarde foram interrompidas e os alunos aconselhados a irem para suas casas. Um seminário sobre reforma trabalhista ficou pela metade. Arthur Mota, do curso de Direito, se sentiu prejudicado uma vez que havia deixado de resolver problemas de sua empresa para acompanhar o seminário.

O aeroporto internacional Pinto Martins ficou sem energia por dez minutos. Também foram registramos problemas com sinal telefônico das operadoras de telefonia móvel. Na Visconde do Rio Branco, moradores do condomínio Ana Virgínia, ficaram sem energia e sem o serviço de internet.Na Bahia, o metrô de Salvador parou de funcionar  às 15h54. Os passageiros receberam orientação para deixar os vagões e buscarem ônibus para continuarsuas viagens. Quem estava nas estações aguardando pelos trens recebeu um vale para utilizar o modal gratuitamente em outra ocasião. A CCR informou por meio de sua assessoria que todas as estações do metrô de Salvador foram fechadas e a circulação dos trens chegou a ser suspensa. Pacientes do Hospital da Bahia relataram que apenas a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) funcionou no momento do apagão. 

Segundo a Transalvador, todos os semáforos da cidade foram desligados. Carros subiram calçadas em sentido contrário e houve engarrafamentos imensos.Um acidente foi registrado por volta das 17h20 na Avenida Contorno, e um motociclista ficou ferido.

Em Minas Gerais, a falta de energia foi sentida em 31 cidades, por cerca de 15 minutos. Segundo a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), o corte no fornecimento atingiu diferentes regiões do estado. O problema no sistema aconteceu devido à perda de carga que gerou interrupção da rede elétrica. Além de consumidores residenciais e comerciantes, empresas também teriam sido afetadas, caso da Fábrica da Fiat, localizada em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte. Já em cidades como Uberlândia (MG) o comércio foi quem mais sentiu o apagão. Na rua Odilon Castanheira, no bairro Santa luzia, o Espetinho's Cabral, surpreendeu os clientes com o anúncio de que estaria fechado nesta quarta-feira, 21. Segundo o proprietário, o motivo foi "a falta de energia no bairro". //COLABORARAM RICARDO ARAÚJO, MONICA BERNARDES, ADELSON BARBOSA, CARMEN POMPEU, CLEUSA DUARTE

BRASÍLIA - Falhas no linhão de transmissão de Belo Monte provocaram um apagão em 13 Estados das regiões Norte e Nordeste do País na tarde desta quarta-feira, 21. Também houve registro de falta de luz nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), todos os Estados do Nordeste foram afetados e no Norte as exceções foram Roraima, Acre e Rondônia, que não foram impactados com queda de luz.

Em entrevista no Rio de Janeiro, Luiz Eduardo Barata, diretor-geral da ONS, afirmou que às 19h, 100% da energia estava restabelecida no Norte. Por volta das 20h, o Nordeste já contava com 70% de sua carga normalizada.

Segundo o governo, o motivo para o apagão foi uma falha técnica ocorrida na linha de transmissão da concessionária Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), no Estado do Pará. O motivo, apurou o Estado, está relacionado a uma falha técnica em um disjuntor de uma das estruturas de transmissão localizada na subestação Xingu, que recebe a energia da hidrelétrica de Belo Monte, para que esta seja transmitida para a região Sudeste do País.

A concessionária informou que outros locais também registraram blecaute. Foto: Divulgação

A queda ocorreu por conta de erro na calibração do disjuntor, equipamento que faz o controle automático da energia que passa pela linha. O componente estava calibrado para receber até 3.700 megawatts (MW) de potência, em vez de mais de 4 mil MW, como deveria. Nesta quarta-feira, 21, quando a transmissão atingiu esse volume limite, o disjuntor simplesmente caiu, paralisando todo o resto da rede.

De acordo com Luiz Eduardo Barata Ferreira, a falha provocou a separação dos subsistemas Norte e Nordeste. No Norte, que exporta energia para o Nordeste, o excesso de energia levou ao desligamento das usinas de geração, o que atrasou ainda mais a recomposição na região Nordeste, que hoje importa energia. 

Agora, a linha de transmissão Xingu-Estreito aguarda autorização para dobrar a carga de energia transportada, informou o Operador Nacional do Sistema (ONS). Atualmente, esse sistema tem autorização para operar de forma comercial com 2 mil MW de energia. No fim de semana, porém, os testes para operação com 4 mil MW foram concluídos com sucesso.

“A fase de teste havia sido concluída e íamos iniciar os procedimentos para começar a operação comercial (em carga máxima da linha)”, disse Barata Ferreira. 

Cronograma. A linha de 2,1 mil quilômetros (km), operado pela concessionária Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), controlada pela chinesa State Grid, entrou em operação em 13 de dezembro do ano passado, antecipando o cronograma original em dois meses. Nas últimas semanas, porém, apurou o Estado, a linha apresentou quedas e comprometeu o abastecimento de toda a hidrelétrica em construção no rio Xingu, no Pará.  A linha de transmissão, que custou cerca de R$ 5 bilhões, tem início no município de Anapu, no Pará, a 17 quilômetros de distância da usina, e corta 65 municípios de quatro Estados - Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais -, até chegar ao município de Estreito, na divisa de Minas e São Paulo.

Os problemas têm ocorrido com alguma frequência e já eram alvos de questionamentos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O efeito dominó na queda de energia ocorre porque a rede de Belo Monte está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o qual conecta todos os Estados do País, com exceção de Roraima, o único que está fora dessa rede. 

A concessionária Norte Energia, dona da hidrelétrica de Belo Monte, descumpriu 23 medidas técnicas de segurança que tinham o propósito de evitar desligamentos de suas operações. O não atendimento às exigências levou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a notificar a concessionária há menos de um mês, no dia 23 de fevereiro, conforme apurou o Estadão/Broadcast.

+ Governo anuncia leilão de terminais portuários e de linhas de transmissão

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A agência deixou claro que "a não implantação das ações acordadas em tempo combinado poderá ter como consequência a reincidência de novos desligamentos associados às mesmas causas e com transtornos durante as perturbações."

++ Eletrobrás perde relevância na geração de energia do País

Estados afetados. Por meio de nota, o ONS, que é o órgão federal responsável por gerenciar a fiscalizar a entrega de energia em todo o Brasil, informou que, às 15h48, “uma perturbação” no Sistema Interligado Nacional (SIN), a rede nacional de distribuição de energia, causou o desligamento de cerca de 18 mil megawatts (MW), majoritariamente localizados nas regiões Norte e Nordeste. Esse volume correspondia a 22,5% da carga total do sistema naquele momento.

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Por causa dessa queda, um esquema regional de alívio de carga entrou em operação, atingindo as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com corte automático de consumidores no montante de 4.200 MW. “Os sistemas Sul, Sudeste e Centro-Oeste ficaram desconectados do Norte e Nordeste”, informou o Operador.

Segundo o ONS, às 16h15 já havia sido realizada a recomposição de praticamente toda a carga no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. “As equipes do ONS estão neste momento dedicadas à recomposição dos sistemas Norte e Nordeste, já em curso. As causas de desligamento estão sendo investigadas”, declarou. 

No Maranhão, todas as 217 cidades do Estado registraram o apagão a partir das 15h45, segundo a Companhia Energética do Maranhão (CEMAR). Em Manaus, no Amazonas, diversos bairros da cidade também registraram problemas.  Na região metropolitana de Salvador, a situação causou problemas no trânsito, já que todos os semáforos da cidade apagaram e  o metrô parou de funcionar. Informações preliminares distribuidora Cosern dão conta de que houve queda de energia em todos os municípios do Rio Grande do Norte. A concessionária informou que outros Estados também registraram blecaute.  No Rio de Janeiro, os usuários relataram falta de energia em suas redes sociais. 

Em Palmas, no Tocantins, todos os semáforos da cidade foram desligados após a queda de energia. Outras cidades do Estado como Gurupi,Araguaína e Porto Nacional também registraram o problema da falta de energia. A prefeitura da capital informou que deslocou agentes de trânsito para facilitarem o deslocamento.

Improviso. A falha aconteceu justamente no projeto que a BMTE assumiu da espanhola Abengoa, que faliu e não executou nenhuma obra no local. Para evitar que Belo Monte atrasasse a entrega de sua energia, a concessionária BMTE foi chamada para assumir as obras que a Abengoa não fez, além de ter que acelerar seu calendário em dois meses antes do previsto.

Por conta da situação, a BMTE fez ligaçõesprovisórias no “barramento” da linha de transmissão na subestação Xingu, dividindo sua conclusão em três etapas.

Por meio de nota, a empresa Norte Energia, dona da usina, informou que “o apagão que atinge as regiões Norte e Nordeste do país não foi originado pela Usina de Belo Monte” e que “a usina também foi afetada pela falha ocorrida”. 

No Rio Grande do Norte, pouco mais de duas horas após o apagão que deixou os 167 municípios às escuras, a energia elétrica voltou a ser restabelecida de forma gradativa. Os problemas, porém, já eram muitos. 

Nas ruas das maiores cidades, semáforos apagados e poucos agentes de trânsito para desafogar o fluxo geraram um cenário caótico. Nos cruzamentos mais movimentados da capital potiguar, alguns motoristas desceram dos carros e passaram eles próprios a organizar o fluxo. Em outros, policiais militares assumiram a tarefa. Uma colisão leve, entre um carro e um ônibus, foi registrada na zona Leste da cidade. Não houve feridos. 

Nas paradas de ônibus, milhares de trabalhadores tentavam voltar pra casa antes do anoitecer. "Nosso horário de saída era às 18h, mas fomos liberados às 16h50", disse a atendente de loja Bianca Evelyn, enquanto tentava pegar um ônibus para voltar para casa. A empresária Thaísa Jucá, proprietária de uma doceria, resumiu a situação em uma palavra "caos". Apreensiva, ela tentava salvar a produção de bolos, tortas e ovos de chocolate a serem entregues ao longo desta semana.

No Hospital Municipal de Natal e no Hospital Estadual Dr. Ruy Pereira, ambos em Natal, as visitas aos pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva e Enfermarias foi suspensa. Os geradores de energia elétrica das duas unidades foram acionados durante o apagão. Estudantes de escolas públicas e privadas e das maiores universidades acabaram sendo dispensados das aulas em decorrência do apagão. 

Em Pernambuco, trens e metrô de Recife tiveram a operação paralisada, instituições de ensino cancelaram as aulas no turno da noite e muitos estabelecimentos comerciais fecharam as portas antes das 17h. Longos engarrafamentos foram registrados em todas as áreas da capital, já que, em muitos bairros, todos os semáforos estavam sem funcionar. Nos pontos de ônibus muita gente esperou por mais de duas horas para conseguir embarcar em coletivos superlotados.

Em algumas clínicas e hospitais os atendimentos eletivos foram suspensos. Foi o que aconteceu com a dona de casa Maria Rita Xavier, 45, que estava com uma série de exames agendados em uma unidade privada de saúde na área central do Recife. “Cheguei cedo e estava aguardando ser chamada e aí tudo ficou escuro. Vai ser um transtorno grande ter que remarcar tudo de novo”, comentou.

A estudante Bárbara Castro, 23, também teve problemas provocados pelo apagão. “Eu estava no meio de uma prova eletrônica para uma seleção de emprego quando faltou energia. A empresa na qual estou buscando a vaga é de fora do País e não sei se eles vão considerar o problema para remarcar outra prova”, comentou.Na Paraíba, o apagão afetou a distribuição de água, segundo informou a Companhia de Água e Esgotos do Estado (Cagepa). Em nota, a empresa informou que todas as estações de distribuição de água pararam o fornecimento a partir das 16 h devido à falta de energia. A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de João Pessoa informou que agentes de trânsito auxiliaram nos principais cruzamentos da cidade e também alertou que não poderia realizar qualquer outra ação para evitar o caos no trânsito.No Ceará, a cidade de Fortaleza teve dois apagões. O primeiro durou pouco mais de duas horas. De acordo com nota emitida pela Operadora Nacional do Sistema (ONS), o problema foi causado por “perda de carga”. A queda de energia aconteceu por volta das 15h50 e foi reestabelecida pouco depois das 18 horas. Quarenta minutos depois, houve outra queda de energia e a cidade voltou a ficar às escuras até as 19h50. 

Um total de 670 semáforos foram atingidos, causando uma confusão no trânsito em toda cidade. O caos só não foi maior porque, de acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), mesmo após a queda de energia, 180 semáforos continuaram funcionando graças ao sistema de nobreak, mecanismo que assegura pleno funcionamento do sistema por até 3 horas.

Numa faculdade particular localizada na Aldeota, área nobre da cidade, as aulas da tarde foram interrompidas e os alunos aconselhados a irem para suas casas. Um seminário sobre reforma trabalhista ficou pela metade. Arthur Mota, do curso de Direito, se sentiu prejudicado uma vez que havia deixado de resolver problemas de sua empresa para acompanhar o seminário.

O aeroporto internacional Pinto Martins ficou sem energia por dez minutos. Também foram registramos problemas com sinal telefônico das operadoras de telefonia móvel. Na Visconde do Rio Branco, moradores do condomínio Ana Virgínia, ficaram sem energia e sem o serviço de internet.Na Bahia, o metrô de Salvador parou de funcionar  às 15h54. Os passageiros receberam orientação para deixar os vagões e buscarem ônibus para continuarsuas viagens. Quem estava nas estações aguardando pelos trens recebeu um vale para utilizar o modal gratuitamente em outra ocasião. A CCR informou por meio de sua assessoria que todas as estações do metrô de Salvador foram fechadas e a circulação dos trens chegou a ser suspensa. Pacientes do Hospital da Bahia relataram que apenas a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) funcionou no momento do apagão. 

Segundo a Transalvador, todos os semáforos da cidade foram desligados. Carros subiram calçadas em sentido contrário e houve engarrafamentos imensos.Um acidente foi registrado por volta das 17h20 na Avenida Contorno, e um motociclista ficou ferido.

Em Minas Gerais, a falta de energia foi sentida em 31 cidades, por cerca de 15 minutos. Segundo a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), o corte no fornecimento atingiu diferentes regiões do estado. O problema no sistema aconteceu devido à perda de carga que gerou interrupção da rede elétrica. Além de consumidores residenciais e comerciantes, empresas também teriam sido afetadas, caso da Fábrica da Fiat, localizada em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte. Já em cidades como Uberlândia (MG) o comércio foi quem mais sentiu o apagão. Na rua Odilon Castanheira, no bairro Santa luzia, o Espetinho's Cabral, surpreendeu os clientes com o anúncio de que estaria fechado nesta quarta-feira, 21. Segundo o proprietário, o motivo foi "a falta de energia no bairro". //COLABORARAM RICARDO ARAÚJO, MONICA BERNARDES, ADELSON BARBOSA, CARMEN POMPEU, CLEUSA DUARTE

BRASÍLIA - Falhas no linhão de transmissão de Belo Monte provocaram um apagão em 13 Estados das regiões Norte e Nordeste do País na tarde desta quarta-feira, 21. Também houve registro de falta de luz nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), todos os Estados do Nordeste foram afetados e no Norte as exceções foram Roraima, Acre e Rondônia, que não foram impactados com queda de luz.

Em entrevista no Rio de Janeiro, Luiz Eduardo Barata, diretor-geral da ONS, afirmou que às 19h, 100% da energia estava restabelecida no Norte. Por volta das 20h, o Nordeste já contava com 70% de sua carga normalizada.

Segundo o governo, o motivo para o apagão foi uma falha técnica ocorrida na linha de transmissão da concessionária Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), no Estado do Pará. O motivo, apurou o Estado, está relacionado a uma falha técnica em um disjuntor de uma das estruturas de transmissão localizada na subestação Xingu, que recebe a energia da hidrelétrica de Belo Monte, para que esta seja transmitida para a região Sudeste do País.

A concessionária informou que outros locais também registraram blecaute. Foto: Divulgação

A queda ocorreu por conta de erro na calibração do disjuntor, equipamento que faz o controle automático da energia que passa pela linha. O componente estava calibrado para receber até 3.700 megawatts (MW) de potência, em vez de mais de 4 mil MW, como deveria. Nesta quarta-feira, 21, quando a transmissão atingiu esse volume limite, o disjuntor simplesmente caiu, paralisando todo o resto da rede.

De acordo com Luiz Eduardo Barata Ferreira, a falha provocou a separação dos subsistemas Norte e Nordeste. No Norte, que exporta energia para o Nordeste, o excesso de energia levou ao desligamento das usinas de geração, o que atrasou ainda mais a recomposição na região Nordeste, que hoje importa energia. 

Agora, a linha de transmissão Xingu-Estreito aguarda autorização para dobrar a carga de energia transportada, informou o Operador Nacional do Sistema (ONS). Atualmente, esse sistema tem autorização para operar de forma comercial com 2 mil MW de energia. No fim de semana, porém, os testes para operação com 4 mil MW foram concluídos com sucesso.

“A fase de teste havia sido concluída e íamos iniciar os procedimentos para começar a operação comercial (em carga máxima da linha)”, disse Barata Ferreira. 

Cronograma. A linha de 2,1 mil quilômetros (km), operado pela concessionária Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), controlada pela chinesa State Grid, entrou em operação em 13 de dezembro do ano passado, antecipando o cronograma original em dois meses. Nas últimas semanas, porém, apurou o Estado, a linha apresentou quedas e comprometeu o abastecimento de toda a hidrelétrica em construção no rio Xingu, no Pará.  A linha de transmissão, que custou cerca de R$ 5 bilhões, tem início no município de Anapu, no Pará, a 17 quilômetros de distância da usina, e corta 65 municípios de quatro Estados - Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais -, até chegar ao município de Estreito, na divisa de Minas e São Paulo.

Os problemas têm ocorrido com alguma frequência e já eram alvos de questionamentos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O efeito dominó na queda de energia ocorre porque a rede de Belo Monte está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o qual conecta todos os Estados do País, com exceção de Roraima, o único que está fora dessa rede. 

A concessionária Norte Energia, dona da hidrelétrica de Belo Monte, descumpriu 23 medidas técnicas de segurança que tinham o propósito de evitar desligamentos de suas operações. O não atendimento às exigências levou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a notificar a concessionária há menos de um mês, no dia 23 de fevereiro, conforme apurou o Estadão/Broadcast.

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html, body { height: 100%; } table { background-color: #FFFFFF;color:#000000 } body { font-family: "Segoe UI",Tahoma,Verdana; margin-top:0px; padding-top:0px; scrollbar-arrow-color: #272727; scrollbar-3dlight-color: #2a2a2a; scrollbar-highlight-color: #6d6d6d; scrollbar-face-color: #686868; scrollbar-shadow-color: #2a2a2a; scrollbar-darkshadow-color: #2a2a2a; scrollbar-track-color: #646464; } ._ct_news_video_container { width: 100%; height: 70%; } video { width:100%; height: 100% ;} #divTitle { padding-bottom: 7px; } Em ofício enviado ao diretor-presidente da Norte Energia, Paulo Roberto Ribeiro Pinto, a Aneel informava que, a partir de dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), "identificou-se a existência de 23 pendências com prazo vencido" em relação a recomendações feitas à hidrelétrica. Essas pendências, destacou a Aneel, referiam-se a duas medidas preventivas vencidas em 2018 e outras 21 em 2017. Todas as recomendações estão relacionadas, informou a agência "a diversos desligamentos associados ou não a perturbações sistêmicas".

A agência deixou claro que "a não implantação das ações acordadas em tempo combinado poderá ter como consequência a reincidência de novos desligamentos associados às mesmas causas e com transtornos durante as perturbações."

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Estados afetados. Por meio de nota, o ONS, que é o órgão federal responsável por gerenciar a fiscalizar a entrega de energia em todo o Brasil, informou que, às 15h48, “uma perturbação” no Sistema Interligado Nacional (SIN), a rede nacional de distribuição de energia, causou o desligamento de cerca de 18 mil megawatts (MW), majoritariamente localizados nas regiões Norte e Nordeste. Esse volume correspondia a 22,5% da carga total do sistema naquele momento.

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Por causa dessa queda, um esquema regional de alívio de carga entrou em operação, atingindo as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com corte automático de consumidores no montante de 4.200 MW. “Os sistemas Sul, Sudeste e Centro-Oeste ficaram desconectados do Norte e Nordeste”, informou o Operador.

Segundo o ONS, às 16h15 já havia sido realizada a recomposição de praticamente toda a carga no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. “As equipes do ONS estão neste momento dedicadas à recomposição dos sistemas Norte e Nordeste, já em curso. As causas de desligamento estão sendo investigadas”, declarou. 

No Maranhão, todas as 217 cidades do Estado registraram o apagão a partir das 15h45, segundo a Companhia Energética do Maranhão (CEMAR). Em Manaus, no Amazonas, diversos bairros da cidade também registraram problemas.  Na região metropolitana de Salvador, a situação causou problemas no trânsito, já que todos os semáforos da cidade apagaram e  o metrô parou de funcionar. Informações preliminares distribuidora Cosern dão conta de que houve queda de energia em todos os municípios do Rio Grande do Norte. A concessionária informou que outros Estados também registraram blecaute.  No Rio de Janeiro, os usuários relataram falta de energia em suas redes sociais. 

Em Palmas, no Tocantins, todos os semáforos da cidade foram desligados após a queda de energia. Outras cidades do Estado como Gurupi,Araguaína e Porto Nacional também registraram o problema da falta de energia. A prefeitura da capital informou que deslocou agentes de trânsito para facilitarem o deslocamento.

Improviso. A falha aconteceu justamente no projeto que a BMTE assumiu da espanhola Abengoa, que faliu e não executou nenhuma obra no local. Para evitar que Belo Monte atrasasse a entrega de sua energia, a concessionária BMTE foi chamada para assumir as obras que a Abengoa não fez, além de ter que acelerar seu calendário em dois meses antes do previsto.

Por conta da situação, a BMTE fez ligaçõesprovisórias no “barramento” da linha de transmissão na subestação Xingu, dividindo sua conclusão em três etapas.

Por meio de nota, a empresa Norte Energia, dona da usina, informou que “o apagão que atinge as regiões Norte e Nordeste do país não foi originado pela Usina de Belo Monte” e que “a usina também foi afetada pela falha ocorrida”. 

No Rio Grande do Norte, pouco mais de duas horas após o apagão que deixou os 167 municípios às escuras, a energia elétrica voltou a ser restabelecida de forma gradativa. Os problemas, porém, já eram muitos. 

Nas ruas das maiores cidades, semáforos apagados e poucos agentes de trânsito para desafogar o fluxo geraram um cenário caótico. Nos cruzamentos mais movimentados da capital potiguar, alguns motoristas desceram dos carros e passaram eles próprios a organizar o fluxo. Em outros, policiais militares assumiram a tarefa. Uma colisão leve, entre um carro e um ônibus, foi registrada na zona Leste da cidade. Não houve feridos. 

Nas paradas de ônibus, milhares de trabalhadores tentavam voltar pra casa antes do anoitecer. "Nosso horário de saída era às 18h, mas fomos liberados às 16h50", disse a atendente de loja Bianca Evelyn, enquanto tentava pegar um ônibus para voltar para casa. A empresária Thaísa Jucá, proprietária de uma doceria, resumiu a situação em uma palavra "caos". Apreensiva, ela tentava salvar a produção de bolos, tortas e ovos de chocolate a serem entregues ao longo desta semana.

No Hospital Municipal de Natal e no Hospital Estadual Dr. Ruy Pereira, ambos em Natal, as visitas aos pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva e Enfermarias foi suspensa. Os geradores de energia elétrica das duas unidades foram acionados durante o apagão. Estudantes de escolas públicas e privadas e das maiores universidades acabaram sendo dispensados das aulas em decorrência do apagão. 

Em Pernambuco, trens e metrô de Recife tiveram a operação paralisada, instituições de ensino cancelaram as aulas no turno da noite e muitos estabelecimentos comerciais fecharam as portas antes das 17h. Longos engarrafamentos foram registrados em todas as áreas da capital, já que, em muitos bairros, todos os semáforos estavam sem funcionar. Nos pontos de ônibus muita gente esperou por mais de duas horas para conseguir embarcar em coletivos superlotados.

Em algumas clínicas e hospitais os atendimentos eletivos foram suspensos. Foi o que aconteceu com a dona de casa Maria Rita Xavier, 45, que estava com uma série de exames agendados em uma unidade privada de saúde na área central do Recife. “Cheguei cedo e estava aguardando ser chamada e aí tudo ficou escuro. Vai ser um transtorno grande ter que remarcar tudo de novo”, comentou.

A estudante Bárbara Castro, 23, também teve problemas provocados pelo apagão. “Eu estava no meio de uma prova eletrônica para uma seleção de emprego quando faltou energia. A empresa na qual estou buscando a vaga é de fora do País e não sei se eles vão considerar o problema para remarcar outra prova”, comentou.Na Paraíba, o apagão afetou a distribuição de água, segundo informou a Companhia de Água e Esgotos do Estado (Cagepa). Em nota, a empresa informou que todas as estações de distribuição de água pararam o fornecimento a partir das 16 h devido à falta de energia. A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de João Pessoa informou que agentes de trânsito auxiliaram nos principais cruzamentos da cidade e também alertou que não poderia realizar qualquer outra ação para evitar o caos no trânsito.No Ceará, a cidade de Fortaleza teve dois apagões. O primeiro durou pouco mais de duas horas. De acordo com nota emitida pela Operadora Nacional do Sistema (ONS), o problema foi causado por “perda de carga”. A queda de energia aconteceu por volta das 15h50 e foi reestabelecida pouco depois das 18 horas. Quarenta minutos depois, houve outra queda de energia e a cidade voltou a ficar às escuras até as 19h50. 

Um total de 670 semáforos foram atingidos, causando uma confusão no trânsito em toda cidade. O caos só não foi maior porque, de acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), mesmo após a queda de energia, 180 semáforos continuaram funcionando graças ao sistema de nobreak, mecanismo que assegura pleno funcionamento do sistema por até 3 horas.

Numa faculdade particular localizada na Aldeota, área nobre da cidade, as aulas da tarde foram interrompidas e os alunos aconselhados a irem para suas casas. Um seminário sobre reforma trabalhista ficou pela metade. Arthur Mota, do curso de Direito, se sentiu prejudicado uma vez que havia deixado de resolver problemas de sua empresa para acompanhar o seminário.

O aeroporto internacional Pinto Martins ficou sem energia por dez minutos. Também foram registramos problemas com sinal telefônico das operadoras de telefonia móvel. Na Visconde do Rio Branco, moradores do condomínio Ana Virgínia, ficaram sem energia e sem o serviço de internet.Na Bahia, o metrô de Salvador parou de funcionar  às 15h54. Os passageiros receberam orientação para deixar os vagões e buscarem ônibus para continuarsuas viagens. Quem estava nas estações aguardando pelos trens recebeu um vale para utilizar o modal gratuitamente em outra ocasião. A CCR informou por meio de sua assessoria que todas as estações do metrô de Salvador foram fechadas e a circulação dos trens chegou a ser suspensa. Pacientes do Hospital da Bahia relataram que apenas a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) funcionou no momento do apagão. 

Segundo a Transalvador, todos os semáforos da cidade foram desligados. Carros subiram calçadas em sentido contrário e houve engarrafamentos imensos.Um acidente foi registrado por volta das 17h20 na Avenida Contorno, e um motociclista ficou ferido.

Em Minas Gerais, a falta de energia foi sentida em 31 cidades, por cerca de 15 minutos. Segundo a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), o corte no fornecimento atingiu diferentes regiões do estado. O problema no sistema aconteceu devido à perda de carga que gerou interrupção da rede elétrica. Além de consumidores residenciais e comerciantes, empresas também teriam sido afetadas, caso da Fábrica da Fiat, localizada em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte. Já em cidades como Uberlândia (MG) o comércio foi quem mais sentiu o apagão. Na rua Odilon Castanheira, no bairro Santa luzia, o Espetinho's Cabral, surpreendeu os clientes com o anúncio de que estaria fechado nesta quarta-feira, 21. Segundo o proprietário, o motivo foi "a falta de energia no bairro". //COLABORARAM RICARDO ARAÚJO, MONICA BERNARDES, ADELSON BARBOSA, CARMEN POMPEU, CLEUSA DUARTE

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