A B3 lançou seu primeiro produto em parceria com Neoway, empresa de dados e inteligência adquirida no ano passado, o CX.1 (Connecting Experiences in one place), voltado para empresas. A proposta da plataforma é ser um ecossistema para solução de problemas, oferecendo ferramentas às companhias a partir da inteligência de dados.
Entre essas ferramentas estão a possibilidade de monetizar informações que as companhias têm acumuladas de clientes e de modular soluções para suas operações conforme demanda do mercado e de seus clientes. Nesse sentido, o ecossistema pode contribuir para redução do tempo entre a concepção do produto até a sua venda ou a criação de uma governança adaptativa.
O CEO da Neoway, Kadu Monguilhott, afirma que o CX.1 surgiu de forma orgânica, porque tanto a Neoway quanto a B3 já trabalham há alguns anos no sistema de parcerias com outras empresas. “É visível que os desafios corporativos estão cada dia mais complexos, o que torna basicamente impossível que qualquer fornecedor consiga resolver sozinho todos esses problemas.”
Segundo Monguilhott, embora as parcerias já fossem uma realidade na Neoway e na B3, o CX.1 é uma grande inovação por ser um ecossistema robusto em que todos os processos serão automatizados para que funcione como um verdadeiro self-service de soluções.
O CX.1 segue a premissa do conceito do Gartner de Composable Business. Nele, as empresas modulam as suas soluções conforme as demandas do mercado e dos clientes, fazendo com que o negócio seja atendido em suas necessidades específicas e gere mais resultados.
Embora possa a princípio ser confundido com um marketplace, o CX.1 vai além, considerando algumas particularidades que, entre outros, facilitam a eficiência operacional, gerando aumento de receita e redução de custos.
Segurança e governança
O ecossistema surge tendo segurança e governança de dados como premissas básicas para a sua operação. A governança será adaptativa, e todos os parceiros e clientes passarão por um processo personalizado e rigoroso de homologação a depender dos dados aos quais terão acesso e sempre de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Na prática, a governança adaptativa presume que empresas com maturidades diferentes não podem ser tratadas como iguais, o que é considerado no processo de homologação do CX.1. A complexidade do processo irá depender da sensibilidade dos dados que serão acessados por cada empresa. Ou seja, as exigências crescem à medida que a sensibilidade dos dados aumenta. “Esse processo de governança presume em segurança para todos os envolvidos no CX.1. E, com esse processo único de homologação, os clientes e os parceiros se beneficiam, já que múltiplos fornecedores podem ser acessados com um único contrato”, afirma o vice-presidente de Parcerias Estratégicas da Neoway, Guilherme Mendonça.
No caso dos parceiros, há ainda a vantagem de o CX.1 tornar possível a monetização de dados. “Sabemos que, hoje em dia, qualquer empresa gera dados, mas muitas delas não sabem o que fazer ou nem mesmo sabem quão valiosas podem ser essas informações. No nosso ecossistema, as parceiras poderão, enfim, rentabilizar esses dados de acordo com o seu potencial”, reforça Mendonça.