Conselhos de administração se adaptam a transformações do ambiente de negócios 


Pesquisa da KPMG mostra avanços e tendências para colegiados de empresas abertas brasileiras 

Por Heloísa Scognamiglio 
Atualização:

O conselho de administração, pilar da governança corporativa nas empresas, evolui cada vez mais para refletir as intensas transformações do ambiente de negócios. É o que mostra a pesquisa “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais”, realizada pelo ACI Institute em parceria com o Board Leadership Center da KPMG Brasil

Em sua 16° edição, a pesquisa, que teve como base os formulários de referência de 280 empresas abertas do País divulgados até 31 de maio de 2021, registra avanços importantes dos conselhos de administração em um novo contexto do mundo corporativo.  

Mudanças do ambiente de negócios se refletem em conselhos de administração; ambiente regulatório mais complexo e pressão de stakeholders impulsionam transformações. Foto: Pixabay
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O levantamento aponta, por exemplo, que o número de empresas que têm pelo menos uma mulher no conselho de administração aumentou para 63%, em relação a 54% no ano anterior. As mulheres ainda representam apenas 14% dos cargos em conselhos de administração, mas também houve um crescimento em relação ao ano anterior, em que representavam 11%. 

Diversificação 

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Segundo Sidney Ito, sócio em Riscos e Governança Corporativa da KPMG, o avanço de pautas como a diversidade dentro dos conselhos de administração reflete a mudança do cenário corporativo, que inclui um ambiente regulatório cada vez mais complexo, além da pressão por boas práticas de governança vinda do ativismo dos shareholders (acionistas) e do ativismo dos stakeholders (partes interessadas na empresa, como colaboradores, fornecedores, clientes, comunidade, entre outros). 

“As empresas estão reconhecendo que precisam se preocupar com a questão da diversidade, tanto pelo próprio ativismo do público externo, os chamados stakeholders, quanto pela questão do conselho precisar estar preparado para todas as mudanças que ocorrem no ambiente de negócios”, afirma Ito. 

“Tecnologia, inovação, mudança de comportamento do consumidor, tudo faz com que o modelo de negócio se transforme rapidamente, o que exige que o conselho esteja preparado. E só é possível estar preparado com um conselho diversificado. A diversificação não é só de gênero, mas também de conhecimento, de experiência, de formação, de idade, de etnia, entre outros”, diz. 

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Outro destaque da pesquisa é o aumento do percentual de conselheiros independentes nos colegiados: 39%, em relação a 36% em 2020. O conselheiro independente é aquele sem vínculo com a empresa ou seus gestores. O estudo analisa esse item desde 2014, e desde então a porcentagem cresce cerca de dois pontos percentuais ao ano. “Existe um componente de ambiente regulatório nesse crescimento, mas vemos no estudo que o percentual é até maior do que o mínimo regulatório”, afirma Ito. 

O especialista aponta que a questão da diversificação é também um motivo para o aumento dos conselheiros independentes. “Os conselheiros independentes acabam tendo um assento no conselho na busca da diversificação. As empresas têm procurado ter membros com maior especialização em assuntos relacionados a tecnologia, digitalização, inovação, segurança cibernética e também ESG (sigla em inglês que se refere a aspectos ambientais, sociais e de governança das empresas). Normalmente esse membro é o independente”, explica. 

ESG

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A agenda ESG está em alta no mundo corporativo e entre os investidores. Segundo o estudo, a tendência é que shareholders e stakeholders continuem pressionando por mais engajamento das empresas com a agenda ESG, e por um alinhamento entre lucro e propósito corporativo. 

Para Ito, o maior erro das empresas em relação ao ESG é considerar apenas os aspectos ambientais e sociais. "Não adianta me preocupar com temas ambientais e sociais, se não houver uma estrutura de governança adequada na empresa para dar uma continuidade nisso a longo prazo. Por isso o ESG tem que ser olhado de uma forma muito mais holística, as três letras em conjunto”, diz. 

Outros avanços 

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A pesquisa também mostra que mais empresas estão avaliando o desempenho dos conselhos de administração. Pela primeira vez desde a estreia do estudo, em 2010, mais da metade delas, 59%, realiza a avaliação. "Com a avaliação, é possível ver o que falta no conselho, o que não funciona. É uma ferramenta bem importante para ver o que pode melhorar no conselho e na estrutura de governança como um todo", diz Fernanda Allegretti, sócia-diretora de mercados da KPMG

A questão do gerenciamento de riscos também teve avanços importantes: 73% das companhias afirmaram ter área específica para o gerenciamento dos riscos, maior percentual desde a primeira edição da pesquisa. "Hoje o gerenciamento de riscos está na agenda de todos, diretoria, comitês. E entra cada vez mais na agenda dos stakeholders, fornecedores, clientes, governo, todo mundo está de olho em como a empresa se preocupa com riscos", afirma Ito.  

De modo geral, Ito avalia que os conselhos estão evoluindo positivamente. "Não está tudo perfeito, há muito para melhorar. Mas as empresas hoje entendem que melhorar a estrutura de governança não é só para abrir o capital ou atender uma regulação, mas sim que aquilo é bom para a empresa. E isso se reflete na evolução dos conselhos", conclui.

O conselho de administração, pilar da governança corporativa nas empresas, evolui cada vez mais para refletir as intensas transformações do ambiente de negócios. É o que mostra a pesquisa “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais”, realizada pelo ACI Institute em parceria com o Board Leadership Center da KPMG Brasil

Em sua 16° edição, a pesquisa, que teve como base os formulários de referência de 280 empresas abertas do País divulgados até 31 de maio de 2021, registra avanços importantes dos conselhos de administração em um novo contexto do mundo corporativo.  

Mudanças do ambiente de negócios se refletem em conselhos de administração; ambiente regulatório mais complexo e pressão de stakeholders impulsionam transformações. Foto: Pixabay

 

O levantamento aponta, por exemplo, que o número de empresas que têm pelo menos uma mulher no conselho de administração aumentou para 63%, em relação a 54% no ano anterior. As mulheres ainda representam apenas 14% dos cargos em conselhos de administração, mas também houve um crescimento em relação ao ano anterior, em que representavam 11%. 

Diversificação 

Segundo Sidney Ito, sócio em Riscos e Governança Corporativa da KPMG, o avanço de pautas como a diversidade dentro dos conselhos de administração reflete a mudança do cenário corporativo, que inclui um ambiente regulatório cada vez mais complexo, além da pressão por boas práticas de governança vinda do ativismo dos shareholders (acionistas) e do ativismo dos stakeholders (partes interessadas na empresa, como colaboradores, fornecedores, clientes, comunidade, entre outros). 

“As empresas estão reconhecendo que precisam se preocupar com a questão da diversidade, tanto pelo próprio ativismo do público externo, os chamados stakeholders, quanto pela questão do conselho precisar estar preparado para todas as mudanças que ocorrem no ambiente de negócios”, afirma Ito. 

“Tecnologia, inovação, mudança de comportamento do consumidor, tudo faz com que o modelo de negócio se transforme rapidamente, o que exige que o conselho esteja preparado. E só é possível estar preparado com um conselho diversificado. A diversificação não é só de gênero, mas também de conhecimento, de experiência, de formação, de idade, de etnia, entre outros”, diz. 

Outro destaque da pesquisa é o aumento do percentual de conselheiros independentes nos colegiados: 39%, em relação a 36% em 2020. O conselheiro independente é aquele sem vínculo com a empresa ou seus gestores. O estudo analisa esse item desde 2014, e desde então a porcentagem cresce cerca de dois pontos percentuais ao ano. “Existe um componente de ambiente regulatório nesse crescimento, mas vemos no estudo que o percentual é até maior do que o mínimo regulatório”, afirma Ito. 

O especialista aponta que a questão da diversificação é também um motivo para o aumento dos conselheiros independentes. “Os conselheiros independentes acabam tendo um assento no conselho na busca da diversificação. As empresas têm procurado ter membros com maior especialização em assuntos relacionados a tecnologia, digitalização, inovação, segurança cibernética e também ESG (sigla em inglês que se refere a aspectos ambientais, sociais e de governança das empresas). Normalmente esse membro é o independente”, explica. 

ESG

A agenda ESG está em alta no mundo corporativo e entre os investidores. Segundo o estudo, a tendência é que shareholders e stakeholders continuem pressionando por mais engajamento das empresas com a agenda ESG, e por um alinhamento entre lucro e propósito corporativo. 

Para Ito, o maior erro das empresas em relação ao ESG é considerar apenas os aspectos ambientais e sociais. "Não adianta me preocupar com temas ambientais e sociais, se não houver uma estrutura de governança adequada na empresa para dar uma continuidade nisso a longo prazo. Por isso o ESG tem que ser olhado de uma forma muito mais holística, as três letras em conjunto”, diz. 

Outros avanços 

A pesquisa também mostra que mais empresas estão avaliando o desempenho dos conselhos de administração. Pela primeira vez desde a estreia do estudo, em 2010, mais da metade delas, 59%, realiza a avaliação. "Com a avaliação, é possível ver o que falta no conselho, o que não funciona. É uma ferramenta bem importante para ver o que pode melhorar no conselho e na estrutura de governança como um todo", diz Fernanda Allegretti, sócia-diretora de mercados da KPMG

A questão do gerenciamento de riscos também teve avanços importantes: 73% das companhias afirmaram ter área específica para o gerenciamento dos riscos, maior percentual desde a primeira edição da pesquisa. "Hoje o gerenciamento de riscos está na agenda de todos, diretoria, comitês. E entra cada vez mais na agenda dos stakeholders, fornecedores, clientes, governo, todo mundo está de olho em como a empresa se preocupa com riscos", afirma Ito.  

De modo geral, Ito avalia que os conselhos estão evoluindo positivamente. "Não está tudo perfeito, há muito para melhorar. Mas as empresas hoje entendem que melhorar a estrutura de governança não é só para abrir o capital ou atender uma regulação, mas sim que aquilo é bom para a empresa. E isso se reflete na evolução dos conselhos", conclui.

O conselho de administração, pilar da governança corporativa nas empresas, evolui cada vez mais para refletir as intensas transformações do ambiente de negócios. É o que mostra a pesquisa “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais”, realizada pelo ACI Institute em parceria com o Board Leadership Center da KPMG Brasil

Em sua 16° edição, a pesquisa, que teve como base os formulários de referência de 280 empresas abertas do País divulgados até 31 de maio de 2021, registra avanços importantes dos conselhos de administração em um novo contexto do mundo corporativo.  

Mudanças do ambiente de negócios se refletem em conselhos de administração; ambiente regulatório mais complexo e pressão de stakeholders impulsionam transformações. Foto: Pixabay

 

O levantamento aponta, por exemplo, que o número de empresas que têm pelo menos uma mulher no conselho de administração aumentou para 63%, em relação a 54% no ano anterior. As mulheres ainda representam apenas 14% dos cargos em conselhos de administração, mas também houve um crescimento em relação ao ano anterior, em que representavam 11%. 

Diversificação 

Segundo Sidney Ito, sócio em Riscos e Governança Corporativa da KPMG, o avanço de pautas como a diversidade dentro dos conselhos de administração reflete a mudança do cenário corporativo, que inclui um ambiente regulatório cada vez mais complexo, além da pressão por boas práticas de governança vinda do ativismo dos shareholders (acionistas) e do ativismo dos stakeholders (partes interessadas na empresa, como colaboradores, fornecedores, clientes, comunidade, entre outros). 

“As empresas estão reconhecendo que precisam se preocupar com a questão da diversidade, tanto pelo próprio ativismo do público externo, os chamados stakeholders, quanto pela questão do conselho precisar estar preparado para todas as mudanças que ocorrem no ambiente de negócios”, afirma Ito. 

“Tecnologia, inovação, mudança de comportamento do consumidor, tudo faz com que o modelo de negócio se transforme rapidamente, o que exige que o conselho esteja preparado. E só é possível estar preparado com um conselho diversificado. A diversificação não é só de gênero, mas também de conhecimento, de experiência, de formação, de idade, de etnia, entre outros”, diz. 

Outro destaque da pesquisa é o aumento do percentual de conselheiros independentes nos colegiados: 39%, em relação a 36% em 2020. O conselheiro independente é aquele sem vínculo com a empresa ou seus gestores. O estudo analisa esse item desde 2014, e desde então a porcentagem cresce cerca de dois pontos percentuais ao ano. “Existe um componente de ambiente regulatório nesse crescimento, mas vemos no estudo que o percentual é até maior do que o mínimo regulatório”, afirma Ito. 

O especialista aponta que a questão da diversificação é também um motivo para o aumento dos conselheiros independentes. “Os conselheiros independentes acabam tendo um assento no conselho na busca da diversificação. As empresas têm procurado ter membros com maior especialização em assuntos relacionados a tecnologia, digitalização, inovação, segurança cibernética e também ESG (sigla em inglês que se refere a aspectos ambientais, sociais e de governança das empresas). Normalmente esse membro é o independente”, explica. 

ESG

A agenda ESG está em alta no mundo corporativo e entre os investidores. Segundo o estudo, a tendência é que shareholders e stakeholders continuem pressionando por mais engajamento das empresas com a agenda ESG, e por um alinhamento entre lucro e propósito corporativo. 

Para Ito, o maior erro das empresas em relação ao ESG é considerar apenas os aspectos ambientais e sociais. "Não adianta me preocupar com temas ambientais e sociais, se não houver uma estrutura de governança adequada na empresa para dar uma continuidade nisso a longo prazo. Por isso o ESG tem que ser olhado de uma forma muito mais holística, as três letras em conjunto”, diz. 

Outros avanços 

A pesquisa também mostra que mais empresas estão avaliando o desempenho dos conselhos de administração. Pela primeira vez desde a estreia do estudo, em 2010, mais da metade delas, 59%, realiza a avaliação. "Com a avaliação, é possível ver o que falta no conselho, o que não funciona. É uma ferramenta bem importante para ver o que pode melhorar no conselho e na estrutura de governança como um todo", diz Fernanda Allegretti, sócia-diretora de mercados da KPMG

A questão do gerenciamento de riscos também teve avanços importantes: 73% das companhias afirmaram ter área específica para o gerenciamento dos riscos, maior percentual desde a primeira edição da pesquisa. "Hoje o gerenciamento de riscos está na agenda de todos, diretoria, comitês. E entra cada vez mais na agenda dos stakeholders, fornecedores, clientes, governo, todo mundo está de olho em como a empresa se preocupa com riscos", afirma Ito.  

De modo geral, Ito avalia que os conselhos estão evoluindo positivamente. "Não está tudo perfeito, há muito para melhorar. Mas as empresas hoje entendem que melhorar a estrutura de governança não é só para abrir o capital ou atender uma regulação, mas sim que aquilo é bom para a empresa. E isso se reflete na evolução dos conselhos", conclui.

O conselho de administração, pilar da governança corporativa nas empresas, evolui cada vez mais para refletir as intensas transformações do ambiente de negócios. É o que mostra a pesquisa “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais”, realizada pelo ACI Institute em parceria com o Board Leadership Center da KPMG Brasil

Em sua 16° edição, a pesquisa, que teve como base os formulários de referência de 280 empresas abertas do País divulgados até 31 de maio de 2021, registra avanços importantes dos conselhos de administração em um novo contexto do mundo corporativo.  

Mudanças do ambiente de negócios se refletem em conselhos de administração; ambiente regulatório mais complexo e pressão de stakeholders impulsionam transformações. Foto: Pixabay

 

O levantamento aponta, por exemplo, que o número de empresas que têm pelo menos uma mulher no conselho de administração aumentou para 63%, em relação a 54% no ano anterior. As mulheres ainda representam apenas 14% dos cargos em conselhos de administração, mas também houve um crescimento em relação ao ano anterior, em que representavam 11%. 

Diversificação 

Segundo Sidney Ito, sócio em Riscos e Governança Corporativa da KPMG, o avanço de pautas como a diversidade dentro dos conselhos de administração reflete a mudança do cenário corporativo, que inclui um ambiente regulatório cada vez mais complexo, além da pressão por boas práticas de governança vinda do ativismo dos shareholders (acionistas) e do ativismo dos stakeholders (partes interessadas na empresa, como colaboradores, fornecedores, clientes, comunidade, entre outros). 

“As empresas estão reconhecendo que precisam se preocupar com a questão da diversidade, tanto pelo próprio ativismo do público externo, os chamados stakeholders, quanto pela questão do conselho precisar estar preparado para todas as mudanças que ocorrem no ambiente de negócios”, afirma Ito. 

“Tecnologia, inovação, mudança de comportamento do consumidor, tudo faz com que o modelo de negócio se transforme rapidamente, o que exige que o conselho esteja preparado. E só é possível estar preparado com um conselho diversificado. A diversificação não é só de gênero, mas também de conhecimento, de experiência, de formação, de idade, de etnia, entre outros”, diz. 

Outro destaque da pesquisa é o aumento do percentual de conselheiros independentes nos colegiados: 39%, em relação a 36% em 2020. O conselheiro independente é aquele sem vínculo com a empresa ou seus gestores. O estudo analisa esse item desde 2014, e desde então a porcentagem cresce cerca de dois pontos percentuais ao ano. “Existe um componente de ambiente regulatório nesse crescimento, mas vemos no estudo que o percentual é até maior do que o mínimo regulatório”, afirma Ito. 

O especialista aponta que a questão da diversificação é também um motivo para o aumento dos conselheiros independentes. “Os conselheiros independentes acabam tendo um assento no conselho na busca da diversificação. As empresas têm procurado ter membros com maior especialização em assuntos relacionados a tecnologia, digitalização, inovação, segurança cibernética e também ESG (sigla em inglês que se refere a aspectos ambientais, sociais e de governança das empresas). Normalmente esse membro é o independente”, explica. 

ESG

A agenda ESG está em alta no mundo corporativo e entre os investidores. Segundo o estudo, a tendência é que shareholders e stakeholders continuem pressionando por mais engajamento das empresas com a agenda ESG, e por um alinhamento entre lucro e propósito corporativo. 

Para Ito, o maior erro das empresas em relação ao ESG é considerar apenas os aspectos ambientais e sociais. "Não adianta me preocupar com temas ambientais e sociais, se não houver uma estrutura de governança adequada na empresa para dar uma continuidade nisso a longo prazo. Por isso o ESG tem que ser olhado de uma forma muito mais holística, as três letras em conjunto”, diz. 

Outros avanços 

A pesquisa também mostra que mais empresas estão avaliando o desempenho dos conselhos de administração. Pela primeira vez desde a estreia do estudo, em 2010, mais da metade delas, 59%, realiza a avaliação. "Com a avaliação, é possível ver o que falta no conselho, o que não funciona. É uma ferramenta bem importante para ver o que pode melhorar no conselho e na estrutura de governança como um todo", diz Fernanda Allegretti, sócia-diretora de mercados da KPMG

A questão do gerenciamento de riscos também teve avanços importantes: 73% das companhias afirmaram ter área específica para o gerenciamento dos riscos, maior percentual desde a primeira edição da pesquisa. "Hoje o gerenciamento de riscos está na agenda de todos, diretoria, comitês. E entra cada vez mais na agenda dos stakeholders, fornecedores, clientes, governo, todo mundo está de olho em como a empresa se preocupa com riscos", afirma Ito.  

De modo geral, Ito avalia que os conselhos estão evoluindo positivamente. "Não está tudo perfeito, há muito para melhorar. Mas as empresas hoje entendem que melhorar a estrutura de governança não é só para abrir o capital ou atender uma regulação, mas sim que aquilo é bom para a empresa. E isso se reflete na evolução dos conselhos", conclui.

O conselho de administração, pilar da governança corporativa nas empresas, evolui cada vez mais para refletir as intensas transformações do ambiente de negócios. É o que mostra a pesquisa “A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais”, realizada pelo ACI Institute em parceria com o Board Leadership Center da KPMG Brasil

Em sua 16° edição, a pesquisa, que teve como base os formulários de referência de 280 empresas abertas do País divulgados até 31 de maio de 2021, registra avanços importantes dos conselhos de administração em um novo contexto do mundo corporativo.  

Mudanças do ambiente de negócios se refletem em conselhos de administração; ambiente regulatório mais complexo e pressão de stakeholders impulsionam transformações. Foto: Pixabay

 

O levantamento aponta, por exemplo, que o número de empresas que têm pelo menos uma mulher no conselho de administração aumentou para 63%, em relação a 54% no ano anterior. As mulheres ainda representam apenas 14% dos cargos em conselhos de administração, mas também houve um crescimento em relação ao ano anterior, em que representavam 11%. 

Diversificação 

Segundo Sidney Ito, sócio em Riscos e Governança Corporativa da KPMG, o avanço de pautas como a diversidade dentro dos conselhos de administração reflete a mudança do cenário corporativo, que inclui um ambiente regulatório cada vez mais complexo, além da pressão por boas práticas de governança vinda do ativismo dos shareholders (acionistas) e do ativismo dos stakeholders (partes interessadas na empresa, como colaboradores, fornecedores, clientes, comunidade, entre outros). 

“As empresas estão reconhecendo que precisam se preocupar com a questão da diversidade, tanto pelo próprio ativismo do público externo, os chamados stakeholders, quanto pela questão do conselho precisar estar preparado para todas as mudanças que ocorrem no ambiente de negócios”, afirma Ito. 

“Tecnologia, inovação, mudança de comportamento do consumidor, tudo faz com que o modelo de negócio se transforme rapidamente, o que exige que o conselho esteja preparado. E só é possível estar preparado com um conselho diversificado. A diversificação não é só de gênero, mas também de conhecimento, de experiência, de formação, de idade, de etnia, entre outros”, diz. 

Outro destaque da pesquisa é o aumento do percentual de conselheiros independentes nos colegiados: 39%, em relação a 36% em 2020. O conselheiro independente é aquele sem vínculo com a empresa ou seus gestores. O estudo analisa esse item desde 2014, e desde então a porcentagem cresce cerca de dois pontos percentuais ao ano. “Existe um componente de ambiente regulatório nesse crescimento, mas vemos no estudo que o percentual é até maior do que o mínimo regulatório”, afirma Ito. 

O especialista aponta que a questão da diversificação é também um motivo para o aumento dos conselheiros independentes. “Os conselheiros independentes acabam tendo um assento no conselho na busca da diversificação. As empresas têm procurado ter membros com maior especialização em assuntos relacionados a tecnologia, digitalização, inovação, segurança cibernética e também ESG (sigla em inglês que se refere a aspectos ambientais, sociais e de governança das empresas). Normalmente esse membro é o independente”, explica. 

ESG

A agenda ESG está em alta no mundo corporativo e entre os investidores. Segundo o estudo, a tendência é que shareholders e stakeholders continuem pressionando por mais engajamento das empresas com a agenda ESG, e por um alinhamento entre lucro e propósito corporativo. 

Para Ito, o maior erro das empresas em relação ao ESG é considerar apenas os aspectos ambientais e sociais. "Não adianta me preocupar com temas ambientais e sociais, se não houver uma estrutura de governança adequada na empresa para dar uma continuidade nisso a longo prazo. Por isso o ESG tem que ser olhado de uma forma muito mais holística, as três letras em conjunto”, diz. 

Outros avanços 

A pesquisa também mostra que mais empresas estão avaliando o desempenho dos conselhos de administração. Pela primeira vez desde a estreia do estudo, em 2010, mais da metade delas, 59%, realiza a avaliação. "Com a avaliação, é possível ver o que falta no conselho, o que não funciona. É uma ferramenta bem importante para ver o que pode melhorar no conselho e na estrutura de governança como um todo", diz Fernanda Allegretti, sócia-diretora de mercados da KPMG

A questão do gerenciamento de riscos também teve avanços importantes: 73% das companhias afirmaram ter área específica para o gerenciamento dos riscos, maior percentual desde a primeira edição da pesquisa. "Hoje o gerenciamento de riscos está na agenda de todos, diretoria, comitês. E entra cada vez mais na agenda dos stakeholders, fornecedores, clientes, governo, todo mundo está de olho em como a empresa se preocupa com riscos", afirma Ito.  

De modo geral, Ito avalia que os conselhos estão evoluindo positivamente. "Não está tudo perfeito, há muito para melhorar. Mas as empresas hoje entendem que melhorar a estrutura de governança não é só para abrir o capital ou atender uma regulação, mas sim que aquilo é bom para a empresa. E isso se reflete na evolução dos conselhos", conclui.

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