Não precisamos mais convencer empresas a ter ações sustentáveis no Rock in Rio, diz CEO do festival


Evento assumiu compromisso de envolver 100% das companhias fornecedoras e patrocinadoras em suas políticas de sustentabilidade; segundo Luis Justo, parte das ações são estabelecidas em contrato

Por Shagaly Ferreira

Com as discussões relacionadas ao ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) ganhando cada vez mais espaço no mercado, as empresas são provocadas a mostrar na prática e para um público mais amplo que políticas sustentáveis fazem parte de sua cultura corporativa. E hoje um grande festival de música, com capacidade para atrair milhares de pessoas, acaba sendo um espaço favorável para esse movimento.

É esse o cenário que marca a diferença entre as edições mais antigas e as mais recentes do Rock in Rio, festival que chega a sua 10ª edição no Brasil, em setembro deste ano, após estrear há quatro décadas. Na avaliação do CEO da Rock World, Luis Justo, à frente da organização do evento, nos últimos anos as companhias envolvidas na megaprodução têm buscado a visibilidade do espaço para mostrar que têm boas práticas de sustentabilidade.

“Nas últimas edições, as próprias marcas que estão com uma pauta de ESG estratégica nos seus negócios nos procuram para saber como conseguimos expor isso e contribuir com isso no festival, como uma temática relevante”, afirma Justo.

continua após a publicidade

Tempos atrás, diz ele, as prioridades de comunicação das empresas costumavam ser diferentes, focadas na divulgação dos produtos e das próprias marcas. Por causa disso, havia um “trabalho de convencimento” para que fornecedores e patrocinadores pudessem aderir a políticas sustentáveis durante o evento.

Luis Justo é CEO da Rock World, organizadora do Rock in Rio Foto: Diego Padilha/Divulgação

“Estamos vivendo uma dicotomia. Ao mesmo tempo em que temos tantas coisas ruins causadas hoje por falta de visão estratégica de sustentabilidade das empresas, por outro lado, ao longo desses 40 anos de Rock in Rio, a gente vive um momento (diferente). Antes, você tinha um trabalho de convencimento das marcas para trazerem a temática de sustentabilidade. Elas tinham outras prioridades de comunicação no festival”, lembra o executivo.

continua após a publicidade

Com a mudança de visão das companhias, complementa Justo, houve uma transição no diálogo com as empresas ao longo dos anos. “Existe uma mudança de consciência estratégica das empresas de quererem usar o próprio festival para divulgar as iniciativas que têm feito de sustentabilidade do lado de fora. Isso para nós é uma honra”, afirma.

Na edição de 2024, as companhias já são consideradas parceiras nas ações sustentáveis, somando suas práticas às defendidas pelo evento, que possui um plano estratégico público de ESG. “Entendemos que essa é uma progressão e que, a cada edição, a gente vem estendendo esse alcance. Cada vez mais temos fornecedores que já têm programas com olhar de sustentabilidade e que estão credenciados para trabalhar no festival”, explica o CEO.

Metas contratuais

continua após a publicidade

A análise de Justo a respeito do tema tem fundamento nas ambições de sustentabilidade firmadas pelo festival ao longo de suas edições. Em 2013, o Rock in Rio recebeu a certificação ISO 20121 de evento sustentável. Após dez anos, foram estabelecidas metas de ESG para serem cumpridas até 2030 pela Rock World, com diretrizes alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), da Organização das Nações Unidas (ONU).

Nelas, além de visar uma produção com índice zero de resíduos para aterros e também realizar um evento considerado plural e inclusivo por todo o público, a produtora estabeleceu o compromisso de envolver 100% de seus stakeholders (partes interessadas) em suas políticas sustentáveis.

Para a edição de 2024, por exemplo, cláusulas de sustentabilidade foram incluídas nos contratos das empresas parceiras, segundo relata a Rock World. Além disso, o plano de estratégias sustentáveis do evento conta com sensibilização das empresas parceiras para ter diversidade nas equipes de prestação de serviços, redução de embalagens no transporte e armazenamento de brindes, predileção por produtos nacionais para reduzir a emissão de carbono, entre outros.

continua após a publicidade

“Contratualmente, a gente vem trazendo às empresas quais são os olhares e diretrizes (que definimos) tanto para o E quanto para o S (do ESG), para que, cada vez mais, os nossos parceiros, e não só as nossas iniciativas próprias, estejam alinhados com essas metas”, pontua Justo.

Visibilidade do Festival atrai empresas que querem divulgar suas práticas ESG Foto: Fabio Motta/Estadão

Além dos contratos, as companhias são incentivadas a aderir às diretrizes de sustentabilidade da empresa, sendo bonificadas com premiações como o Prêmio Rock in Rio Atitude Sustentável, que gratifica as empresas que tiveram boas práticas no evento.

continua após a publicidade

“A gente está falando de 28 mil pessoas trabalhando no festival. A cada edição, estamos conseguindo envolver mais os fornecedores proativamente também por meio de premiação e incentivo.”

Ao todo, 12 marcas ligadas a grandes empresas patrocinam o evento neste ano e deverão fazer ativações no festival já alinhadas às políticas sustentáveis, para um público estimado em 700 mil pessoas. Itaú, KitKat, Doritos, Prudential, TIM, C&A, Seara, Volkswagen, Natura, Coca-Cola, Heineken e Ipiranga compõem esse quadro.

Segundo Justo, no total, são cerca de 800 companhias envolvidas na produção e execução do evento.

continua após a publicidade

Desafios persistem

Apesar do cenário favorável na atualidade para as iniciativas de ESG, o executivo explica que o festival continua buscando vencer alguns desafios e espera ter soluções de empresas parceiras para isso no futuro. Um deles é como obter formas de geração de energia limpa para o evento.

“Quando vemos um evento da dimensão do Rock in Rio e buscamos energias alternativas para um projeto temporário, ainda há limitações. Ainda não existe uma possibilidade tecnológica hoje para dizer que a gente está pronto para fazer uma transição de 100% da matriz energética”, diz. “Mas é um progresso, e eu acredito que, até 2030, inclusive com nosso poder de influenciar outros eventos, tenhamos mais possibilidades e tecnologias para que não só nosso evento, mas outros também possam se beneficiar”, prevê o CEO.

Com as discussões relacionadas ao ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) ganhando cada vez mais espaço no mercado, as empresas são provocadas a mostrar na prática e para um público mais amplo que políticas sustentáveis fazem parte de sua cultura corporativa. E hoje um grande festival de música, com capacidade para atrair milhares de pessoas, acaba sendo um espaço favorável para esse movimento.

É esse o cenário que marca a diferença entre as edições mais antigas e as mais recentes do Rock in Rio, festival que chega a sua 10ª edição no Brasil, em setembro deste ano, após estrear há quatro décadas. Na avaliação do CEO da Rock World, Luis Justo, à frente da organização do evento, nos últimos anos as companhias envolvidas na megaprodução têm buscado a visibilidade do espaço para mostrar que têm boas práticas de sustentabilidade.

“Nas últimas edições, as próprias marcas que estão com uma pauta de ESG estratégica nos seus negócios nos procuram para saber como conseguimos expor isso e contribuir com isso no festival, como uma temática relevante”, afirma Justo.

Tempos atrás, diz ele, as prioridades de comunicação das empresas costumavam ser diferentes, focadas na divulgação dos produtos e das próprias marcas. Por causa disso, havia um “trabalho de convencimento” para que fornecedores e patrocinadores pudessem aderir a políticas sustentáveis durante o evento.

Luis Justo é CEO da Rock World, organizadora do Rock in Rio Foto: Diego Padilha/Divulgação

“Estamos vivendo uma dicotomia. Ao mesmo tempo em que temos tantas coisas ruins causadas hoje por falta de visão estratégica de sustentabilidade das empresas, por outro lado, ao longo desses 40 anos de Rock in Rio, a gente vive um momento (diferente). Antes, você tinha um trabalho de convencimento das marcas para trazerem a temática de sustentabilidade. Elas tinham outras prioridades de comunicação no festival”, lembra o executivo.

Com a mudança de visão das companhias, complementa Justo, houve uma transição no diálogo com as empresas ao longo dos anos. “Existe uma mudança de consciência estratégica das empresas de quererem usar o próprio festival para divulgar as iniciativas que têm feito de sustentabilidade do lado de fora. Isso para nós é uma honra”, afirma.

Na edição de 2024, as companhias já são consideradas parceiras nas ações sustentáveis, somando suas práticas às defendidas pelo evento, que possui um plano estratégico público de ESG. “Entendemos que essa é uma progressão e que, a cada edição, a gente vem estendendo esse alcance. Cada vez mais temos fornecedores que já têm programas com olhar de sustentabilidade e que estão credenciados para trabalhar no festival”, explica o CEO.

Metas contratuais

A análise de Justo a respeito do tema tem fundamento nas ambições de sustentabilidade firmadas pelo festival ao longo de suas edições. Em 2013, o Rock in Rio recebeu a certificação ISO 20121 de evento sustentável. Após dez anos, foram estabelecidas metas de ESG para serem cumpridas até 2030 pela Rock World, com diretrizes alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), da Organização das Nações Unidas (ONU).

Nelas, além de visar uma produção com índice zero de resíduos para aterros e também realizar um evento considerado plural e inclusivo por todo o público, a produtora estabeleceu o compromisso de envolver 100% de seus stakeholders (partes interessadas) em suas políticas sustentáveis.

Para a edição de 2024, por exemplo, cláusulas de sustentabilidade foram incluídas nos contratos das empresas parceiras, segundo relata a Rock World. Além disso, o plano de estratégias sustentáveis do evento conta com sensibilização das empresas parceiras para ter diversidade nas equipes de prestação de serviços, redução de embalagens no transporte e armazenamento de brindes, predileção por produtos nacionais para reduzir a emissão de carbono, entre outros.

“Contratualmente, a gente vem trazendo às empresas quais são os olhares e diretrizes (que definimos) tanto para o E quanto para o S (do ESG), para que, cada vez mais, os nossos parceiros, e não só as nossas iniciativas próprias, estejam alinhados com essas metas”, pontua Justo.

Visibilidade do Festival atrai empresas que querem divulgar suas práticas ESG Foto: Fabio Motta/Estadão

Além dos contratos, as companhias são incentivadas a aderir às diretrizes de sustentabilidade da empresa, sendo bonificadas com premiações como o Prêmio Rock in Rio Atitude Sustentável, que gratifica as empresas que tiveram boas práticas no evento.

“A gente está falando de 28 mil pessoas trabalhando no festival. A cada edição, estamos conseguindo envolver mais os fornecedores proativamente também por meio de premiação e incentivo.”

Ao todo, 12 marcas ligadas a grandes empresas patrocinam o evento neste ano e deverão fazer ativações no festival já alinhadas às políticas sustentáveis, para um público estimado em 700 mil pessoas. Itaú, KitKat, Doritos, Prudential, TIM, C&A, Seara, Volkswagen, Natura, Coca-Cola, Heineken e Ipiranga compõem esse quadro.

Segundo Justo, no total, são cerca de 800 companhias envolvidas na produção e execução do evento.

Desafios persistem

Apesar do cenário favorável na atualidade para as iniciativas de ESG, o executivo explica que o festival continua buscando vencer alguns desafios e espera ter soluções de empresas parceiras para isso no futuro. Um deles é como obter formas de geração de energia limpa para o evento.

“Quando vemos um evento da dimensão do Rock in Rio e buscamos energias alternativas para um projeto temporário, ainda há limitações. Ainda não existe uma possibilidade tecnológica hoje para dizer que a gente está pronto para fazer uma transição de 100% da matriz energética”, diz. “Mas é um progresso, e eu acredito que, até 2030, inclusive com nosso poder de influenciar outros eventos, tenhamos mais possibilidades e tecnologias para que não só nosso evento, mas outros também possam se beneficiar”, prevê o CEO.

Com as discussões relacionadas ao ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) ganhando cada vez mais espaço no mercado, as empresas são provocadas a mostrar na prática e para um público mais amplo que políticas sustentáveis fazem parte de sua cultura corporativa. E hoje um grande festival de música, com capacidade para atrair milhares de pessoas, acaba sendo um espaço favorável para esse movimento.

É esse o cenário que marca a diferença entre as edições mais antigas e as mais recentes do Rock in Rio, festival que chega a sua 10ª edição no Brasil, em setembro deste ano, após estrear há quatro décadas. Na avaliação do CEO da Rock World, Luis Justo, à frente da organização do evento, nos últimos anos as companhias envolvidas na megaprodução têm buscado a visibilidade do espaço para mostrar que têm boas práticas de sustentabilidade.

“Nas últimas edições, as próprias marcas que estão com uma pauta de ESG estratégica nos seus negócios nos procuram para saber como conseguimos expor isso e contribuir com isso no festival, como uma temática relevante”, afirma Justo.

Tempos atrás, diz ele, as prioridades de comunicação das empresas costumavam ser diferentes, focadas na divulgação dos produtos e das próprias marcas. Por causa disso, havia um “trabalho de convencimento” para que fornecedores e patrocinadores pudessem aderir a políticas sustentáveis durante o evento.

Luis Justo é CEO da Rock World, organizadora do Rock in Rio Foto: Diego Padilha/Divulgação

“Estamos vivendo uma dicotomia. Ao mesmo tempo em que temos tantas coisas ruins causadas hoje por falta de visão estratégica de sustentabilidade das empresas, por outro lado, ao longo desses 40 anos de Rock in Rio, a gente vive um momento (diferente). Antes, você tinha um trabalho de convencimento das marcas para trazerem a temática de sustentabilidade. Elas tinham outras prioridades de comunicação no festival”, lembra o executivo.

Com a mudança de visão das companhias, complementa Justo, houve uma transição no diálogo com as empresas ao longo dos anos. “Existe uma mudança de consciência estratégica das empresas de quererem usar o próprio festival para divulgar as iniciativas que têm feito de sustentabilidade do lado de fora. Isso para nós é uma honra”, afirma.

Na edição de 2024, as companhias já são consideradas parceiras nas ações sustentáveis, somando suas práticas às defendidas pelo evento, que possui um plano estratégico público de ESG. “Entendemos que essa é uma progressão e que, a cada edição, a gente vem estendendo esse alcance. Cada vez mais temos fornecedores que já têm programas com olhar de sustentabilidade e que estão credenciados para trabalhar no festival”, explica o CEO.

Metas contratuais

A análise de Justo a respeito do tema tem fundamento nas ambições de sustentabilidade firmadas pelo festival ao longo de suas edições. Em 2013, o Rock in Rio recebeu a certificação ISO 20121 de evento sustentável. Após dez anos, foram estabelecidas metas de ESG para serem cumpridas até 2030 pela Rock World, com diretrizes alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), da Organização das Nações Unidas (ONU).

Nelas, além de visar uma produção com índice zero de resíduos para aterros e também realizar um evento considerado plural e inclusivo por todo o público, a produtora estabeleceu o compromisso de envolver 100% de seus stakeholders (partes interessadas) em suas políticas sustentáveis.

Para a edição de 2024, por exemplo, cláusulas de sustentabilidade foram incluídas nos contratos das empresas parceiras, segundo relata a Rock World. Além disso, o plano de estratégias sustentáveis do evento conta com sensibilização das empresas parceiras para ter diversidade nas equipes de prestação de serviços, redução de embalagens no transporte e armazenamento de brindes, predileção por produtos nacionais para reduzir a emissão de carbono, entre outros.

“Contratualmente, a gente vem trazendo às empresas quais são os olhares e diretrizes (que definimos) tanto para o E quanto para o S (do ESG), para que, cada vez mais, os nossos parceiros, e não só as nossas iniciativas próprias, estejam alinhados com essas metas”, pontua Justo.

Visibilidade do Festival atrai empresas que querem divulgar suas práticas ESG Foto: Fabio Motta/Estadão

Além dos contratos, as companhias são incentivadas a aderir às diretrizes de sustentabilidade da empresa, sendo bonificadas com premiações como o Prêmio Rock in Rio Atitude Sustentável, que gratifica as empresas que tiveram boas práticas no evento.

“A gente está falando de 28 mil pessoas trabalhando no festival. A cada edição, estamos conseguindo envolver mais os fornecedores proativamente também por meio de premiação e incentivo.”

Ao todo, 12 marcas ligadas a grandes empresas patrocinam o evento neste ano e deverão fazer ativações no festival já alinhadas às políticas sustentáveis, para um público estimado em 700 mil pessoas. Itaú, KitKat, Doritos, Prudential, TIM, C&A, Seara, Volkswagen, Natura, Coca-Cola, Heineken e Ipiranga compõem esse quadro.

Segundo Justo, no total, são cerca de 800 companhias envolvidas na produção e execução do evento.

Desafios persistem

Apesar do cenário favorável na atualidade para as iniciativas de ESG, o executivo explica que o festival continua buscando vencer alguns desafios e espera ter soluções de empresas parceiras para isso no futuro. Um deles é como obter formas de geração de energia limpa para o evento.

“Quando vemos um evento da dimensão do Rock in Rio e buscamos energias alternativas para um projeto temporário, ainda há limitações. Ainda não existe uma possibilidade tecnológica hoje para dizer que a gente está pronto para fazer uma transição de 100% da matriz energética”, diz. “Mas é um progresso, e eu acredito que, até 2030, inclusive com nosso poder de influenciar outros eventos, tenhamos mais possibilidades e tecnologias para que não só nosso evento, mas outros também possam se beneficiar”, prevê o CEO.

Com as discussões relacionadas ao ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) ganhando cada vez mais espaço no mercado, as empresas são provocadas a mostrar na prática e para um público mais amplo que políticas sustentáveis fazem parte de sua cultura corporativa. E hoje um grande festival de música, com capacidade para atrair milhares de pessoas, acaba sendo um espaço favorável para esse movimento.

É esse o cenário que marca a diferença entre as edições mais antigas e as mais recentes do Rock in Rio, festival que chega a sua 10ª edição no Brasil, em setembro deste ano, após estrear há quatro décadas. Na avaliação do CEO da Rock World, Luis Justo, à frente da organização do evento, nos últimos anos as companhias envolvidas na megaprodução têm buscado a visibilidade do espaço para mostrar que têm boas práticas de sustentabilidade.

“Nas últimas edições, as próprias marcas que estão com uma pauta de ESG estratégica nos seus negócios nos procuram para saber como conseguimos expor isso e contribuir com isso no festival, como uma temática relevante”, afirma Justo.

Tempos atrás, diz ele, as prioridades de comunicação das empresas costumavam ser diferentes, focadas na divulgação dos produtos e das próprias marcas. Por causa disso, havia um “trabalho de convencimento” para que fornecedores e patrocinadores pudessem aderir a políticas sustentáveis durante o evento.

Luis Justo é CEO da Rock World, organizadora do Rock in Rio Foto: Diego Padilha/Divulgação

“Estamos vivendo uma dicotomia. Ao mesmo tempo em que temos tantas coisas ruins causadas hoje por falta de visão estratégica de sustentabilidade das empresas, por outro lado, ao longo desses 40 anos de Rock in Rio, a gente vive um momento (diferente). Antes, você tinha um trabalho de convencimento das marcas para trazerem a temática de sustentabilidade. Elas tinham outras prioridades de comunicação no festival”, lembra o executivo.

Com a mudança de visão das companhias, complementa Justo, houve uma transição no diálogo com as empresas ao longo dos anos. “Existe uma mudança de consciência estratégica das empresas de quererem usar o próprio festival para divulgar as iniciativas que têm feito de sustentabilidade do lado de fora. Isso para nós é uma honra”, afirma.

Na edição de 2024, as companhias já são consideradas parceiras nas ações sustentáveis, somando suas práticas às defendidas pelo evento, que possui um plano estratégico público de ESG. “Entendemos que essa é uma progressão e que, a cada edição, a gente vem estendendo esse alcance. Cada vez mais temos fornecedores que já têm programas com olhar de sustentabilidade e que estão credenciados para trabalhar no festival”, explica o CEO.

Metas contratuais

A análise de Justo a respeito do tema tem fundamento nas ambições de sustentabilidade firmadas pelo festival ao longo de suas edições. Em 2013, o Rock in Rio recebeu a certificação ISO 20121 de evento sustentável. Após dez anos, foram estabelecidas metas de ESG para serem cumpridas até 2030 pela Rock World, com diretrizes alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), da Organização das Nações Unidas (ONU).

Nelas, além de visar uma produção com índice zero de resíduos para aterros e também realizar um evento considerado plural e inclusivo por todo o público, a produtora estabeleceu o compromisso de envolver 100% de seus stakeholders (partes interessadas) em suas políticas sustentáveis.

Para a edição de 2024, por exemplo, cláusulas de sustentabilidade foram incluídas nos contratos das empresas parceiras, segundo relata a Rock World. Além disso, o plano de estratégias sustentáveis do evento conta com sensibilização das empresas parceiras para ter diversidade nas equipes de prestação de serviços, redução de embalagens no transporte e armazenamento de brindes, predileção por produtos nacionais para reduzir a emissão de carbono, entre outros.

“Contratualmente, a gente vem trazendo às empresas quais são os olhares e diretrizes (que definimos) tanto para o E quanto para o S (do ESG), para que, cada vez mais, os nossos parceiros, e não só as nossas iniciativas próprias, estejam alinhados com essas metas”, pontua Justo.

Visibilidade do Festival atrai empresas que querem divulgar suas práticas ESG Foto: Fabio Motta/Estadão

Além dos contratos, as companhias são incentivadas a aderir às diretrizes de sustentabilidade da empresa, sendo bonificadas com premiações como o Prêmio Rock in Rio Atitude Sustentável, que gratifica as empresas que tiveram boas práticas no evento.

“A gente está falando de 28 mil pessoas trabalhando no festival. A cada edição, estamos conseguindo envolver mais os fornecedores proativamente também por meio de premiação e incentivo.”

Ao todo, 12 marcas ligadas a grandes empresas patrocinam o evento neste ano e deverão fazer ativações no festival já alinhadas às políticas sustentáveis, para um público estimado em 700 mil pessoas. Itaú, KitKat, Doritos, Prudential, TIM, C&A, Seara, Volkswagen, Natura, Coca-Cola, Heineken e Ipiranga compõem esse quadro.

Segundo Justo, no total, são cerca de 800 companhias envolvidas na produção e execução do evento.

Desafios persistem

Apesar do cenário favorável na atualidade para as iniciativas de ESG, o executivo explica que o festival continua buscando vencer alguns desafios e espera ter soluções de empresas parceiras para isso no futuro. Um deles é como obter formas de geração de energia limpa para o evento.

“Quando vemos um evento da dimensão do Rock in Rio e buscamos energias alternativas para um projeto temporário, ainda há limitações. Ainda não existe uma possibilidade tecnológica hoje para dizer que a gente está pronto para fazer uma transição de 100% da matriz energética”, diz. “Mas é um progresso, e eu acredito que, até 2030, inclusive com nosso poder de influenciar outros eventos, tenhamos mais possibilidades e tecnologias para que não só nosso evento, mas outros também possam se beneficiar”, prevê o CEO.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.