Empresas da América Latina demonstram maior otimismo em alcançar metas de sustentabilidade para 2030


Pesquisa da empresa norte-americana Honeywell aponta que diferentes regiões do globo projetam cumprir as promessas, exceto a Europa

Por Luis Filipe Santos

O otimismo extremo em alcançar as metas de sustentabilidade até 2030 está alto na América Latina: 52%, de acordo com a empresa de tecnologia dos Estados Unidos Honeywell. O número representa uma melhora em relação à edição anterior do levantamento, realizado em 2022, e está acima das outras regiões. O otimismo aumentou em todos os continentes, exceto na região formada por Europa, afetada pela guerra na Ucrânia, Oriente Médio e África.

Outro ponto medido pela Honeywell foi a prioridade dada à questão ambiental: 71% dos CEOs responderam que a questão era uma das suas principais prioridades. Embora alto, o número ainda fica abaixo da média global, que também teve a sustentabilidade como líder (75%) entre os temas, seguida pela transformação digital (56%), performance financeira (47%) e crescimento de mercado (47%). A pesquisa ouviu 750 líderes empresariais diretamente envolvidos em iniciativas socioambientais nas companhias.

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Para o chefe de sustentabilidade global (CSO) da Honeywell, Evan van Hook, os resultados demonstram que as empresas levam a questão a sério e têm avançado na pauta como um tema da governança. “É um comunicado de prioridade, que um número alto de companhias veem como um tema importante para o sucesso”, avalia. Van Hook também destaca a legislação do governo Biden que incentiva a economia verde nos Estados Unidos como um fator importante no país.

Em relação aos números da América Latina, o presidente da companhia para a região, Manuel Macedo, cita que o mercado da região continua alguns passos atrás dos de Estados Unidos e Europa. “Alguns países da América Latina se encontram ainda em um outro momento de conscientização a respeito de sua jornada de sustentabilidade”, afirma. “Porém, do nosso ponto de vista, isso não significa que as empresas não tem foco na agenda ESG”.

Otimismo

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Entre as regiões, 49% das empresas latino-americanas estão confiantes de que atingirão as metas que estabeleceram para 12 meses, e 52% para 2030 - data escolhida por ser o ano limite para o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Ambos os dados refletem uma melhora. “Podemos associar o aumento às iniciativas de governos em prol do meio ambiente”, citou Macedo, relacionado a medidas que demonstram a vontade das lideranças locais de trabalhar a sustentabilidade.

Nas outras regiões, 46% das companhias da América do Norte se disseram confiantes nas metas de 12 meses e 45% nas para 2030. Entre as da Ásia-Pacífico, o índice foi de 44% para os dois prazos. Já na área formada por Europa, África e Oriente Médio, os resultados foram mais baixos: 36% para as metas de curto prazo e 38% para as de longo prazo.

Usina de carvão na Polônia; subida no custo fez com que países tivessem que subsidiar energia fósseis poluentes, como carvão Foto: Maciek Nabrdalik / The New York Times
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“O que os dados nos mostraram é que o momento atual da nossa geopolítica, como a guerra da Ucrânia, tem um impacto direto nas metas de sustentabilidade”, relatou Macedo. A guerra gerou um aumento no custo da energia no mundo todo, mas de forma ainda mais acentuada no continente, o que atrapalhou a transição para energias renováveis enquanto eram buscadas novas formas de obter a energia gerada por combustíveis fósseis de forma barata.

Processos ou tecnologias

O levantamento ainda trouxe a questão das principais formas de levar a pauta adiante dentro das empresas e atingir as metas: seria por mudanças em processos e comportamentos ou por meio da adoção de novas tecnologias? A maioria aposta em uma mudança de processos (44%), enquanto 26% utilizam principalmente a tecnologia e 30% buscam uma aproximação balanceada entre as duas maneiras.

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De acordo com o CSO global da Honeywell, a maioria das empresas começa a jornada sustentável com os processos, mas depois notam que as soluções tecnológicas como utilização da energia solar e criação de produtos mais eficientes costumam acelerar as mudanças. “O tempo que temos para evitar desastres climáticos piores é curto e a tecnologia está mais disponível, então as companhias devem trocar para a tecnologia o mais rápido possível porque há menos tempo. As mudanças de comportamento são importantes, mas agora é uma ideia melhor realizá-las com a adoção da tecnologia”, diz Van Hook.

Assim, as mudanças têm que estar presentes desde o início, em como as organizações pensam e constroem os produtos. “Se você vai fazer uma tese de investimento em torno da economia verde, precisa entender a economia verde”, alerta van Hook. Ele cita o exemplo da própria Honeywell, com a afirmação de que 60% das receitas da empresa são de melhorias socioambientais para os clientes. Entre as companhias latino-americanas, algumas soluções são buscadas, como a construção de biorrefinarias no setor de combustíveis ou o uso de combustível para aviação sustentável (SAF).

A principal ação ambiental citada foi a busca por energia renovável como prioridade (68%), seguida por redução nas emissões (48%), prevenção da poluição (38%) e reciclagem e economia circular (34%). Cada questão entra na pesquisa de forma cíclica, de acordo com questões que a afetam. Assim, as empresas reagem para utilizá-las. “Uma vez que elas têm ‘músculos’, usam naquelas questões”, cita van Hook.

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E o papel das empresas latino-americanas ainda pode ser premente, contribuindo para a descarbonização. “Podemos evoluir de exportadores de commodities vegetais para exportadores de produto de alto valor agregado, como o SAF”, diz Macedo. Contudo, é preciso considerar os desafios sociais, já que a região ainda tem que lidar com a desigualdade e a pobreza, e a preservação ambiental e a biodiversidade. “São questões que devem ter um papel determinante no desenvolvimento sustentável da região”, prevê.

O otimismo extremo em alcançar as metas de sustentabilidade até 2030 está alto na América Latina: 52%, de acordo com a empresa de tecnologia dos Estados Unidos Honeywell. O número representa uma melhora em relação à edição anterior do levantamento, realizado em 2022, e está acima das outras regiões. O otimismo aumentou em todos os continentes, exceto na região formada por Europa, afetada pela guerra na Ucrânia, Oriente Médio e África.

Outro ponto medido pela Honeywell foi a prioridade dada à questão ambiental: 71% dos CEOs responderam que a questão era uma das suas principais prioridades. Embora alto, o número ainda fica abaixo da média global, que também teve a sustentabilidade como líder (75%) entre os temas, seguida pela transformação digital (56%), performance financeira (47%) e crescimento de mercado (47%). A pesquisa ouviu 750 líderes empresariais diretamente envolvidos em iniciativas socioambientais nas companhias.

Para o chefe de sustentabilidade global (CSO) da Honeywell, Evan van Hook, os resultados demonstram que as empresas levam a questão a sério e têm avançado na pauta como um tema da governança. “É um comunicado de prioridade, que um número alto de companhias veem como um tema importante para o sucesso”, avalia. Van Hook também destaca a legislação do governo Biden que incentiva a economia verde nos Estados Unidos como um fator importante no país.

Em relação aos números da América Latina, o presidente da companhia para a região, Manuel Macedo, cita que o mercado da região continua alguns passos atrás dos de Estados Unidos e Europa. “Alguns países da América Latina se encontram ainda em um outro momento de conscientização a respeito de sua jornada de sustentabilidade”, afirma. “Porém, do nosso ponto de vista, isso não significa que as empresas não tem foco na agenda ESG”.

Otimismo

Entre as regiões, 49% das empresas latino-americanas estão confiantes de que atingirão as metas que estabeleceram para 12 meses, e 52% para 2030 - data escolhida por ser o ano limite para o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Ambos os dados refletem uma melhora. “Podemos associar o aumento às iniciativas de governos em prol do meio ambiente”, citou Macedo, relacionado a medidas que demonstram a vontade das lideranças locais de trabalhar a sustentabilidade.

Nas outras regiões, 46% das companhias da América do Norte se disseram confiantes nas metas de 12 meses e 45% nas para 2030. Entre as da Ásia-Pacífico, o índice foi de 44% para os dois prazos. Já na área formada por Europa, África e Oriente Médio, os resultados foram mais baixos: 36% para as metas de curto prazo e 38% para as de longo prazo.

Usina de carvão na Polônia; subida no custo fez com que países tivessem que subsidiar energia fósseis poluentes, como carvão Foto: Maciek Nabrdalik / The New York Times

“O que os dados nos mostraram é que o momento atual da nossa geopolítica, como a guerra da Ucrânia, tem um impacto direto nas metas de sustentabilidade”, relatou Macedo. A guerra gerou um aumento no custo da energia no mundo todo, mas de forma ainda mais acentuada no continente, o que atrapalhou a transição para energias renováveis enquanto eram buscadas novas formas de obter a energia gerada por combustíveis fósseis de forma barata.

Processos ou tecnologias

O levantamento ainda trouxe a questão das principais formas de levar a pauta adiante dentro das empresas e atingir as metas: seria por mudanças em processos e comportamentos ou por meio da adoção de novas tecnologias? A maioria aposta em uma mudança de processos (44%), enquanto 26% utilizam principalmente a tecnologia e 30% buscam uma aproximação balanceada entre as duas maneiras.

De acordo com o CSO global da Honeywell, a maioria das empresas começa a jornada sustentável com os processos, mas depois notam que as soluções tecnológicas como utilização da energia solar e criação de produtos mais eficientes costumam acelerar as mudanças. “O tempo que temos para evitar desastres climáticos piores é curto e a tecnologia está mais disponível, então as companhias devem trocar para a tecnologia o mais rápido possível porque há menos tempo. As mudanças de comportamento são importantes, mas agora é uma ideia melhor realizá-las com a adoção da tecnologia”, diz Van Hook.

Assim, as mudanças têm que estar presentes desde o início, em como as organizações pensam e constroem os produtos. “Se você vai fazer uma tese de investimento em torno da economia verde, precisa entender a economia verde”, alerta van Hook. Ele cita o exemplo da própria Honeywell, com a afirmação de que 60% das receitas da empresa são de melhorias socioambientais para os clientes. Entre as companhias latino-americanas, algumas soluções são buscadas, como a construção de biorrefinarias no setor de combustíveis ou o uso de combustível para aviação sustentável (SAF).

A principal ação ambiental citada foi a busca por energia renovável como prioridade (68%), seguida por redução nas emissões (48%), prevenção da poluição (38%) e reciclagem e economia circular (34%). Cada questão entra na pesquisa de forma cíclica, de acordo com questões que a afetam. Assim, as empresas reagem para utilizá-las. “Uma vez que elas têm ‘músculos’, usam naquelas questões”, cita van Hook.

E o papel das empresas latino-americanas ainda pode ser premente, contribuindo para a descarbonização. “Podemos evoluir de exportadores de commodities vegetais para exportadores de produto de alto valor agregado, como o SAF”, diz Macedo. Contudo, é preciso considerar os desafios sociais, já que a região ainda tem que lidar com a desigualdade e a pobreza, e a preservação ambiental e a biodiversidade. “São questões que devem ter um papel determinante no desenvolvimento sustentável da região”, prevê.

O otimismo extremo em alcançar as metas de sustentabilidade até 2030 está alto na América Latina: 52%, de acordo com a empresa de tecnologia dos Estados Unidos Honeywell. O número representa uma melhora em relação à edição anterior do levantamento, realizado em 2022, e está acima das outras regiões. O otimismo aumentou em todos os continentes, exceto na região formada por Europa, afetada pela guerra na Ucrânia, Oriente Médio e África.

Outro ponto medido pela Honeywell foi a prioridade dada à questão ambiental: 71% dos CEOs responderam que a questão era uma das suas principais prioridades. Embora alto, o número ainda fica abaixo da média global, que também teve a sustentabilidade como líder (75%) entre os temas, seguida pela transformação digital (56%), performance financeira (47%) e crescimento de mercado (47%). A pesquisa ouviu 750 líderes empresariais diretamente envolvidos em iniciativas socioambientais nas companhias.

Para o chefe de sustentabilidade global (CSO) da Honeywell, Evan van Hook, os resultados demonstram que as empresas levam a questão a sério e têm avançado na pauta como um tema da governança. “É um comunicado de prioridade, que um número alto de companhias veem como um tema importante para o sucesso”, avalia. Van Hook também destaca a legislação do governo Biden que incentiva a economia verde nos Estados Unidos como um fator importante no país.

Em relação aos números da América Latina, o presidente da companhia para a região, Manuel Macedo, cita que o mercado da região continua alguns passos atrás dos de Estados Unidos e Europa. “Alguns países da América Latina se encontram ainda em um outro momento de conscientização a respeito de sua jornada de sustentabilidade”, afirma. “Porém, do nosso ponto de vista, isso não significa que as empresas não tem foco na agenda ESG”.

Otimismo

Entre as regiões, 49% das empresas latino-americanas estão confiantes de que atingirão as metas que estabeleceram para 12 meses, e 52% para 2030 - data escolhida por ser o ano limite para o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Ambos os dados refletem uma melhora. “Podemos associar o aumento às iniciativas de governos em prol do meio ambiente”, citou Macedo, relacionado a medidas que demonstram a vontade das lideranças locais de trabalhar a sustentabilidade.

Nas outras regiões, 46% das companhias da América do Norte se disseram confiantes nas metas de 12 meses e 45% nas para 2030. Entre as da Ásia-Pacífico, o índice foi de 44% para os dois prazos. Já na área formada por Europa, África e Oriente Médio, os resultados foram mais baixos: 36% para as metas de curto prazo e 38% para as de longo prazo.

Usina de carvão na Polônia; subida no custo fez com que países tivessem que subsidiar energia fósseis poluentes, como carvão Foto: Maciek Nabrdalik / The New York Times

“O que os dados nos mostraram é que o momento atual da nossa geopolítica, como a guerra da Ucrânia, tem um impacto direto nas metas de sustentabilidade”, relatou Macedo. A guerra gerou um aumento no custo da energia no mundo todo, mas de forma ainda mais acentuada no continente, o que atrapalhou a transição para energias renováveis enquanto eram buscadas novas formas de obter a energia gerada por combustíveis fósseis de forma barata.

Processos ou tecnologias

O levantamento ainda trouxe a questão das principais formas de levar a pauta adiante dentro das empresas e atingir as metas: seria por mudanças em processos e comportamentos ou por meio da adoção de novas tecnologias? A maioria aposta em uma mudança de processos (44%), enquanto 26% utilizam principalmente a tecnologia e 30% buscam uma aproximação balanceada entre as duas maneiras.

De acordo com o CSO global da Honeywell, a maioria das empresas começa a jornada sustentável com os processos, mas depois notam que as soluções tecnológicas como utilização da energia solar e criação de produtos mais eficientes costumam acelerar as mudanças. “O tempo que temos para evitar desastres climáticos piores é curto e a tecnologia está mais disponível, então as companhias devem trocar para a tecnologia o mais rápido possível porque há menos tempo. As mudanças de comportamento são importantes, mas agora é uma ideia melhor realizá-las com a adoção da tecnologia”, diz Van Hook.

Assim, as mudanças têm que estar presentes desde o início, em como as organizações pensam e constroem os produtos. “Se você vai fazer uma tese de investimento em torno da economia verde, precisa entender a economia verde”, alerta van Hook. Ele cita o exemplo da própria Honeywell, com a afirmação de que 60% das receitas da empresa são de melhorias socioambientais para os clientes. Entre as companhias latino-americanas, algumas soluções são buscadas, como a construção de biorrefinarias no setor de combustíveis ou o uso de combustível para aviação sustentável (SAF).

A principal ação ambiental citada foi a busca por energia renovável como prioridade (68%), seguida por redução nas emissões (48%), prevenção da poluição (38%) e reciclagem e economia circular (34%). Cada questão entra na pesquisa de forma cíclica, de acordo com questões que a afetam. Assim, as empresas reagem para utilizá-las. “Uma vez que elas têm ‘músculos’, usam naquelas questões”, cita van Hook.

E o papel das empresas latino-americanas ainda pode ser premente, contribuindo para a descarbonização. “Podemos evoluir de exportadores de commodities vegetais para exportadores de produto de alto valor agregado, como o SAF”, diz Macedo. Contudo, é preciso considerar os desafios sociais, já que a região ainda tem que lidar com a desigualdade e a pobreza, e a preservação ambiental e a biodiversidade. “São questões que devem ter um papel determinante no desenvolvimento sustentável da região”, prevê.

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