Empresas não atingirão metas de sustentabilidade se continuarem agindo isoladamente, diz pesquisador


Especialista em impacto socioambiental, Leandro Pongeluppe avalia que Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU são muito ‘complexos’ para serem atingidos até 2030 sem estratégia de governança conjunta

Por Shagaly Ferreira

As metas de sustentabilidade das companhias brasileiras estão sob risco de não serem alcançadas em seis anos, prazo desejado pela Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). É o que prevê o especialista em impacto socioambiental Leandro Pongeluppe, pesquisador e professor da escola de negócios Wharton School, da Universidade da Pensilvânia (EUA).

Para ele, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que costumam dar base a essas metas, são “problemas complexos” e exigem uma governança integrada entre empresas, governo e comunidade, a chamada governança policêntrica, que, segundo ele, não costuma ser adotada pela maior parte das empresas no Brasil.

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Com isso, de acordo com Pongeluppe, as companhias pecam ao trabalhar com sustentabilidade de forma isolada e desalinhada do seu modelo de negócios, reduzindo as chances de cumprir seus próprios propósitos sustentáveis até 2030.

Leandro Pongeluppe é professor da Wharton School, da Universidade da Pensilvânia (EUA) Foto: Wharton School/Divulgação

A análise do especialista tem afinidade com o diagnóstico feito por um relatório recente do GT para a Agenda 2030 divulgado em 15 de julho deste ano no âmbito do Fórum Político de Alto Nível, na sede da ONU. Dados do documento alertaram que apenas 7,73% dos 17 ODS tiveram avanço satisfatório no Brasil.

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“Os problemas listados nos ODS são complexos. Eles envolvem uma gama de fatores e dependem de uma ação coletiva entre as empresas que atuam em uma localidade, os indivíduos que vivem no entorno e os governos”, explica o pesquisador.

“As empresas com fins lucrativos têm as suas pautas de sustentabilidade, mas elas ficam circunscritas a uma ação muito reduzida a aspectos pontuais ou, às vezes, são totalmente desconectadas do modelo de negócio, como a conservação de uma área que nada tem a ver com o objetivo fim da companhia.”

Segundo ele, com empresas, indivíduos ou mesmo governos agindo isoladamente, será muito difícil conseguir solucionar problemas como desnutrição, pobreza, queimadas e intempéries climáticas, como na situação no Rio Grande do Sul.

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Para Pongeluppe, a falta de integração com stakeholders (partes interessadas) e a desconexão entre metas de sustentabilidade e estratégia de negócios fazem com que as empresas deixem de explorar uma produção sustentável também como vantagem competitiva no mercado.

“Essas colaborações são fundamentais. E, para as empresas, é fundamental que elas vejam isso como uma oportunidade de negócios, uma forma de elas diferenciarem seus produtos e serviços frente a seus concorrentes.”

Amazônia como marca

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Além da falta de uma ação mais coordenada para avanço nas metas corporativas de sustentabilidade, Pongeluppe acrescenta que as empresas privadas brasileiras ainda não investem o suficiente no potencial produtivo da Amazônia. Com isso, elas perdem a oportunidade de trabalhar a região como uma forte marca de apelo internacional.

Como o território é um dos ícones que identificam o Brasil no exterior e atrai o interesse de grandes agentes do mercado, seria também uma oportunidade de movimentar o apetite de investimentos e consumo estrangeiros. A estratégia ajudaria a impulsionar o cumprimento de pilares sustentáveis, ao mesmo tempo que elevaria a geração de renda local, comenta o pesquisador.

“A Amazônia é internacionalmente conhecida, e o mundo todo se preocupa com a conservação da região. É um diferencial comparativo e competitivo no território que ninguém consegue tirar. Porém, infelizmente, estamos ainda com um modelo de desenvolvimento retrógrado que entende a floresta como uma barreira para o desenvolvimento econômico e que entende que se deve dar subsídios e subvenções para uma zona franca produzir eletroeletrônicos na floresta, o que não faz o menor sentido econômico.”

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Na avaliação do especialista, a chave para aproveitamento do potencial industrial da região se dará com o investimento no trabalho sustentável com os insumos que a Amazônia já oferece. Como exemplo, ele cita os ramos de alimento, cosméticos e da moda como setores mais alinhados a esse potencial. “O Brasil pode se beneficiar muito mais se souber utilizar essa marca para alavancar essas indústrias e alavancar potencial de mercado que venha a gerar recursos, tanto vindo de estrangeiros quanto de origem nacional.”

“(Com isso), o desenvolvimento naturalmente estará atrelado à conservação florestal, pois é preciso conservar a floresta para ter insumos, para ter visitas, para ter culinária. Todo esse modelo de negócios está ancorado em uma conservação florestal. Então, o Brasil pode estar fazendo muito mais ambientalmente, socialmente e ganhando dinheiro, se tiver um pensamento estratégico do governo e das empresas para ver a Amazônia como um diferencial e não como uma barreira”, avalia Pongeluppe.

As metas de sustentabilidade das companhias brasileiras estão sob risco de não serem alcançadas em seis anos, prazo desejado pela Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). É o que prevê o especialista em impacto socioambiental Leandro Pongeluppe, pesquisador e professor da escola de negócios Wharton School, da Universidade da Pensilvânia (EUA).

Para ele, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que costumam dar base a essas metas, são “problemas complexos” e exigem uma governança integrada entre empresas, governo e comunidade, a chamada governança policêntrica, que, segundo ele, não costuma ser adotada pela maior parte das empresas no Brasil.

Com isso, de acordo com Pongeluppe, as companhias pecam ao trabalhar com sustentabilidade de forma isolada e desalinhada do seu modelo de negócios, reduzindo as chances de cumprir seus próprios propósitos sustentáveis até 2030.

Leandro Pongeluppe é professor da Wharton School, da Universidade da Pensilvânia (EUA) Foto: Wharton School/Divulgação

A análise do especialista tem afinidade com o diagnóstico feito por um relatório recente do GT para a Agenda 2030 divulgado em 15 de julho deste ano no âmbito do Fórum Político de Alto Nível, na sede da ONU. Dados do documento alertaram que apenas 7,73% dos 17 ODS tiveram avanço satisfatório no Brasil.

“Os problemas listados nos ODS são complexos. Eles envolvem uma gama de fatores e dependem de uma ação coletiva entre as empresas que atuam em uma localidade, os indivíduos que vivem no entorno e os governos”, explica o pesquisador.

“As empresas com fins lucrativos têm as suas pautas de sustentabilidade, mas elas ficam circunscritas a uma ação muito reduzida a aspectos pontuais ou, às vezes, são totalmente desconectadas do modelo de negócio, como a conservação de uma área que nada tem a ver com o objetivo fim da companhia.”

Segundo ele, com empresas, indivíduos ou mesmo governos agindo isoladamente, será muito difícil conseguir solucionar problemas como desnutrição, pobreza, queimadas e intempéries climáticas, como na situação no Rio Grande do Sul.

Para Pongeluppe, a falta de integração com stakeholders (partes interessadas) e a desconexão entre metas de sustentabilidade e estratégia de negócios fazem com que as empresas deixem de explorar uma produção sustentável também como vantagem competitiva no mercado.

“Essas colaborações são fundamentais. E, para as empresas, é fundamental que elas vejam isso como uma oportunidade de negócios, uma forma de elas diferenciarem seus produtos e serviços frente a seus concorrentes.”

Amazônia como marca

Além da falta de uma ação mais coordenada para avanço nas metas corporativas de sustentabilidade, Pongeluppe acrescenta que as empresas privadas brasileiras ainda não investem o suficiente no potencial produtivo da Amazônia. Com isso, elas perdem a oportunidade de trabalhar a região como uma forte marca de apelo internacional.

Como o território é um dos ícones que identificam o Brasil no exterior e atrai o interesse de grandes agentes do mercado, seria também uma oportunidade de movimentar o apetite de investimentos e consumo estrangeiros. A estratégia ajudaria a impulsionar o cumprimento de pilares sustentáveis, ao mesmo tempo que elevaria a geração de renda local, comenta o pesquisador.

“A Amazônia é internacionalmente conhecida, e o mundo todo se preocupa com a conservação da região. É um diferencial comparativo e competitivo no território que ninguém consegue tirar. Porém, infelizmente, estamos ainda com um modelo de desenvolvimento retrógrado que entende a floresta como uma barreira para o desenvolvimento econômico e que entende que se deve dar subsídios e subvenções para uma zona franca produzir eletroeletrônicos na floresta, o que não faz o menor sentido econômico.”

Na avaliação do especialista, a chave para aproveitamento do potencial industrial da região se dará com o investimento no trabalho sustentável com os insumos que a Amazônia já oferece. Como exemplo, ele cita os ramos de alimento, cosméticos e da moda como setores mais alinhados a esse potencial. “O Brasil pode se beneficiar muito mais se souber utilizar essa marca para alavancar essas indústrias e alavancar potencial de mercado que venha a gerar recursos, tanto vindo de estrangeiros quanto de origem nacional.”

“(Com isso), o desenvolvimento naturalmente estará atrelado à conservação florestal, pois é preciso conservar a floresta para ter insumos, para ter visitas, para ter culinária. Todo esse modelo de negócios está ancorado em uma conservação florestal. Então, o Brasil pode estar fazendo muito mais ambientalmente, socialmente e ganhando dinheiro, se tiver um pensamento estratégico do governo e das empresas para ver a Amazônia como um diferencial e não como uma barreira”, avalia Pongeluppe.

As metas de sustentabilidade das companhias brasileiras estão sob risco de não serem alcançadas em seis anos, prazo desejado pela Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). É o que prevê o especialista em impacto socioambiental Leandro Pongeluppe, pesquisador e professor da escola de negócios Wharton School, da Universidade da Pensilvânia (EUA).

Para ele, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que costumam dar base a essas metas, são “problemas complexos” e exigem uma governança integrada entre empresas, governo e comunidade, a chamada governança policêntrica, que, segundo ele, não costuma ser adotada pela maior parte das empresas no Brasil.

Com isso, de acordo com Pongeluppe, as companhias pecam ao trabalhar com sustentabilidade de forma isolada e desalinhada do seu modelo de negócios, reduzindo as chances de cumprir seus próprios propósitos sustentáveis até 2030.

Leandro Pongeluppe é professor da Wharton School, da Universidade da Pensilvânia (EUA) Foto: Wharton School/Divulgação

A análise do especialista tem afinidade com o diagnóstico feito por um relatório recente do GT para a Agenda 2030 divulgado em 15 de julho deste ano no âmbito do Fórum Político de Alto Nível, na sede da ONU. Dados do documento alertaram que apenas 7,73% dos 17 ODS tiveram avanço satisfatório no Brasil.

“Os problemas listados nos ODS são complexos. Eles envolvem uma gama de fatores e dependem de uma ação coletiva entre as empresas que atuam em uma localidade, os indivíduos que vivem no entorno e os governos”, explica o pesquisador.

“As empresas com fins lucrativos têm as suas pautas de sustentabilidade, mas elas ficam circunscritas a uma ação muito reduzida a aspectos pontuais ou, às vezes, são totalmente desconectadas do modelo de negócio, como a conservação de uma área que nada tem a ver com o objetivo fim da companhia.”

Segundo ele, com empresas, indivíduos ou mesmo governos agindo isoladamente, será muito difícil conseguir solucionar problemas como desnutrição, pobreza, queimadas e intempéries climáticas, como na situação no Rio Grande do Sul.

Para Pongeluppe, a falta de integração com stakeholders (partes interessadas) e a desconexão entre metas de sustentabilidade e estratégia de negócios fazem com que as empresas deixem de explorar uma produção sustentável também como vantagem competitiva no mercado.

“Essas colaborações são fundamentais. E, para as empresas, é fundamental que elas vejam isso como uma oportunidade de negócios, uma forma de elas diferenciarem seus produtos e serviços frente a seus concorrentes.”

Amazônia como marca

Além da falta de uma ação mais coordenada para avanço nas metas corporativas de sustentabilidade, Pongeluppe acrescenta que as empresas privadas brasileiras ainda não investem o suficiente no potencial produtivo da Amazônia. Com isso, elas perdem a oportunidade de trabalhar a região como uma forte marca de apelo internacional.

Como o território é um dos ícones que identificam o Brasil no exterior e atrai o interesse de grandes agentes do mercado, seria também uma oportunidade de movimentar o apetite de investimentos e consumo estrangeiros. A estratégia ajudaria a impulsionar o cumprimento de pilares sustentáveis, ao mesmo tempo que elevaria a geração de renda local, comenta o pesquisador.

“A Amazônia é internacionalmente conhecida, e o mundo todo se preocupa com a conservação da região. É um diferencial comparativo e competitivo no território que ninguém consegue tirar. Porém, infelizmente, estamos ainda com um modelo de desenvolvimento retrógrado que entende a floresta como uma barreira para o desenvolvimento econômico e que entende que se deve dar subsídios e subvenções para uma zona franca produzir eletroeletrônicos na floresta, o que não faz o menor sentido econômico.”

Na avaliação do especialista, a chave para aproveitamento do potencial industrial da região se dará com o investimento no trabalho sustentável com os insumos que a Amazônia já oferece. Como exemplo, ele cita os ramos de alimento, cosméticos e da moda como setores mais alinhados a esse potencial. “O Brasil pode se beneficiar muito mais se souber utilizar essa marca para alavancar essas indústrias e alavancar potencial de mercado que venha a gerar recursos, tanto vindo de estrangeiros quanto de origem nacional.”

“(Com isso), o desenvolvimento naturalmente estará atrelado à conservação florestal, pois é preciso conservar a floresta para ter insumos, para ter visitas, para ter culinária. Todo esse modelo de negócios está ancorado em uma conservação florestal. Então, o Brasil pode estar fazendo muito mais ambientalmente, socialmente e ganhando dinheiro, se tiver um pensamento estratégico do governo e das empresas para ver a Amazônia como um diferencial e não como uma barreira”, avalia Pongeluppe.

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