Como escritórios sustentáveis e menos poluentes podem melhorar a saúde e o desempenho da equipe


Certificadora verde Green Building Council Brasil (GBC) lançou selo que atesta a ‘saúde’ do escritório, que também tem de fazer parte da estratégia ESG, diz o executivo Felipe Faria

Por Shagaly Ferreira

Além de planejar estratégias sustentáveis para o ambiente externo, as empresas precisam proporcionar escritórios e outras instalações sustentáveis e saudáveis para seus profissionais. Para o CEO da certificadora verde internacional Green Building Council Brasil (GBC), Felipe Faria, adequar as organizações para serem espaços de bem-estar e saúde aos colaboradores e frequentadores internos é também fundamental nas políticas de sustentabilidade de uma corporação.

“Dentro do ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança), as empresas batem muito na tecla do aspecto de mitigação dos impactos ambientais”, diz Faria. “(Porém), o ESG tem o S do Social, das pessoas, de quem ocupa ou quem está trabalhando nesses lugares.”

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A checagem de o quanto uma empresa está ou não fazendo a “lição de casa” começa, segundo Faria, com avaliações de pontos que costumam passar despercebidos no cotidiano corporativo. Um deles se refere à verificação da qualidade do ar, com a medição da concentração de CO₂ no ambiente. Outro verifica, por exemplo, se os produtos de limpeza usados pela corporação são green cleaning (menos agressivos ao meio ambiente).

“A partir do momento em que são identificadas anomalias, entram as políticas relacionadas à sustentabilidade e à gestão para solucionar esses problemas. Entre essas soluções estão fazer a manutenção do ar-condicionado ou ter filtros mais eficientes, proibir o uso de tintas com alto teor de compostos voláteis e comprar produtos de limpeza que sejam de linhas que não agridam seus usuários”, exemplifica o especialista.

Felipe Faria é presidente da certificadora verde Green Building Council Brasil (GBC) Foto: Green Building Council Brasil (GBC)/Divulgação
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Recentemente, a GBC lançou o Selo Life Performance Rating, que avalia e atesta o quão saudável é um ambiente já construído. Em espaços como uma residência ou restaurante, por exemplo, a métrica afere eficiência energética, qualidade do ar, presença de poluentes, conforto térmico, acústico e luminoso, além de outros aspectos que podem interferir significativamente na qualidade de vida de quem circula no local.

A certificação tem foco na conscientização para a chamada “síndrome do edifício doente”, que caracteriza espaços com baixa ventilação e acúmulo de elementos poluentes, favorecendo o adoecimento de seus ocupantes. Para receber o Selo Life, os empreendimentos passam por vistorias e recebem as modificações necessárias para tornar saudáveis os seus ambientes internos.

Com a atenção para esses pontos, há benefícios que não só contemplam pessoas e meio ambiente, mas a gestão dos negócios de modo geral. “Há estudos que mostram situações de funcionários que saíram de um ambiente mais deteriorado e foi possível identificar a diminuição das taxas de licenças médicas e aumento da produtividade. Além disso, um ambiente mais confortável facilita um melhor desempenho da atividade laboral”, justifica.

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Certificações verdes

A busca por certificações alinhadas à sustentabilidade e bem-estar tem sido uma crescente entre os novos prédios construídos no Brasil, pontua Faria. Somente em 2023, a GBC registrou mais de 200 novos projetos com proposta sustentável, um número recorde para o histórico de 16 anos da empresa no País, com aumento de 40% de pedidos atendidos no segmento residencial.

“Os novos escritórios das grandes empresas já estão trabalhando dentro de um conceito de arquitetura de interiores com premissas relacionadas a conforto e saúde. Isso cada vez mais está fazendo parte do cotidiano, mas tem muito espaço para avançar também. O desafio tem sido conscientizar a gestão das edificações já existentes”, pondera.

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De um modo geral, a ideia de edificação sustentável pode englobar variados aspectos em torno de uma construção, que vão desde a cuidados nos canteiros de obras para uma contenção de poeira e concreto de forma a evitar o entupimento de bueiros até o planejamento da arquitetura paisagística para a regeneração da biodiversidade, priorizando o uso de plantas nativas da região, diz Faria.

Para os edifícios já construídos são observados, por exemplo, os que evitam o efeito “ilha de calor”, com tintas com alto potencial de reflexão dos raios solares, além dos que se adequam para ter eficiência energética, como a maximização da iluminação e ventilação naturais e o uso de tecnologias de captação de chuvas e reuso de água.

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Corrida contra o tempo

Com os efeitos das mudanças climáticas já visíveis, é necessário agilidade para que as edificações se tornem espaços saudáveis e sustentáveis, e parte dessa motivação vem sendo fortalecida pelas certificadoras verdes, é o que avalia o engenheiro civil Luciano Machado, CEO da MMF Projetos de Infraestrutura. Por isso, ele também acredita que selos que exigem essas adequações podem colaborar para acelerar esse processo.

“Há uma necessidade de preparação para termos cidades resilientes. Não temos mais tempo. Temos que nos preocupar com a redução de CO₂ para o futuro, mas o presente, com o que a gente já emitiu, já é o suficiente para uma movimentação. A certificação é algo que vai nessa direção, para construções menos poluentes e com menor impacto”, diz, acrescentando que, além dos benefícios ambientais, as edificações certificadas se tornam mais competitivas em um mercado cada vez mais conectado aos pilares ESG.

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Luciano Machado é CEO da MMF Projetos de Infraestrutura Foto: MMF Projetos de Infraestrutura/ Divulgação

O desafio das certificadoras será fazer com que os estímulos e benefícios fomentados por essas certificações possam se tornar acessíveis para um público mais amplo, pondera o especialista, de modo que a preocupação com a saúde das edificações possa pautar a escolha do consumidor final.

“Conseguir que o grande público se engaje na validação desses selos é um desafio para as certificadoras, pois o Brasil tem um problema significativo de moradia, e uma pessoa escolher um empreendimento em virtude de um selo é algo muito sofisticado. (Mas) se a certificação passar para o cliente final a ideia de que ele está fazendo sua parte, as empresas irão querer se adequar para atender a esse consumidor”, pontua Machado.

Além de planejar estratégias sustentáveis para o ambiente externo, as empresas precisam proporcionar escritórios e outras instalações sustentáveis e saudáveis para seus profissionais. Para o CEO da certificadora verde internacional Green Building Council Brasil (GBC), Felipe Faria, adequar as organizações para serem espaços de bem-estar e saúde aos colaboradores e frequentadores internos é também fundamental nas políticas de sustentabilidade de uma corporação.

“Dentro do ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança), as empresas batem muito na tecla do aspecto de mitigação dos impactos ambientais”, diz Faria. “(Porém), o ESG tem o S do Social, das pessoas, de quem ocupa ou quem está trabalhando nesses lugares.”

A checagem de o quanto uma empresa está ou não fazendo a “lição de casa” começa, segundo Faria, com avaliações de pontos que costumam passar despercebidos no cotidiano corporativo. Um deles se refere à verificação da qualidade do ar, com a medição da concentração de CO₂ no ambiente. Outro verifica, por exemplo, se os produtos de limpeza usados pela corporação são green cleaning (menos agressivos ao meio ambiente).

“A partir do momento em que são identificadas anomalias, entram as políticas relacionadas à sustentabilidade e à gestão para solucionar esses problemas. Entre essas soluções estão fazer a manutenção do ar-condicionado ou ter filtros mais eficientes, proibir o uso de tintas com alto teor de compostos voláteis e comprar produtos de limpeza que sejam de linhas que não agridam seus usuários”, exemplifica o especialista.

Felipe Faria é presidente da certificadora verde Green Building Council Brasil (GBC) Foto: Green Building Council Brasil (GBC)/Divulgação

Recentemente, a GBC lançou o Selo Life Performance Rating, que avalia e atesta o quão saudável é um ambiente já construído. Em espaços como uma residência ou restaurante, por exemplo, a métrica afere eficiência energética, qualidade do ar, presença de poluentes, conforto térmico, acústico e luminoso, além de outros aspectos que podem interferir significativamente na qualidade de vida de quem circula no local.

A certificação tem foco na conscientização para a chamada “síndrome do edifício doente”, que caracteriza espaços com baixa ventilação e acúmulo de elementos poluentes, favorecendo o adoecimento de seus ocupantes. Para receber o Selo Life, os empreendimentos passam por vistorias e recebem as modificações necessárias para tornar saudáveis os seus ambientes internos.

Com a atenção para esses pontos, há benefícios que não só contemplam pessoas e meio ambiente, mas a gestão dos negócios de modo geral. “Há estudos que mostram situações de funcionários que saíram de um ambiente mais deteriorado e foi possível identificar a diminuição das taxas de licenças médicas e aumento da produtividade. Além disso, um ambiente mais confortável facilita um melhor desempenho da atividade laboral”, justifica.

Certificações verdes

A busca por certificações alinhadas à sustentabilidade e bem-estar tem sido uma crescente entre os novos prédios construídos no Brasil, pontua Faria. Somente em 2023, a GBC registrou mais de 200 novos projetos com proposta sustentável, um número recorde para o histórico de 16 anos da empresa no País, com aumento de 40% de pedidos atendidos no segmento residencial.

“Os novos escritórios das grandes empresas já estão trabalhando dentro de um conceito de arquitetura de interiores com premissas relacionadas a conforto e saúde. Isso cada vez mais está fazendo parte do cotidiano, mas tem muito espaço para avançar também. O desafio tem sido conscientizar a gestão das edificações já existentes”, pondera.

De um modo geral, a ideia de edificação sustentável pode englobar variados aspectos em torno de uma construção, que vão desde a cuidados nos canteiros de obras para uma contenção de poeira e concreto de forma a evitar o entupimento de bueiros até o planejamento da arquitetura paisagística para a regeneração da biodiversidade, priorizando o uso de plantas nativas da região, diz Faria.

Para os edifícios já construídos são observados, por exemplo, os que evitam o efeito “ilha de calor”, com tintas com alto potencial de reflexão dos raios solares, além dos que se adequam para ter eficiência energética, como a maximização da iluminação e ventilação naturais e o uso de tecnologias de captação de chuvas e reuso de água.

Corrida contra o tempo

Com os efeitos das mudanças climáticas já visíveis, é necessário agilidade para que as edificações se tornem espaços saudáveis e sustentáveis, e parte dessa motivação vem sendo fortalecida pelas certificadoras verdes, é o que avalia o engenheiro civil Luciano Machado, CEO da MMF Projetos de Infraestrutura. Por isso, ele também acredita que selos que exigem essas adequações podem colaborar para acelerar esse processo.

“Há uma necessidade de preparação para termos cidades resilientes. Não temos mais tempo. Temos que nos preocupar com a redução de CO₂ para o futuro, mas o presente, com o que a gente já emitiu, já é o suficiente para uma movimentação. A certificação é algo que vai nessa direção, para construções menos poluentes e com menor impacto”, diz, acrescentando que, além dos benefícios ambientais, as edificações certificadas se tornam mais competitivas em um mercado cada vez mais conectado aos pilares ESG.

Luciano Machado é CEO da MMF Projetos de Infraestrutura Foto: MMF Projetos de Infraestrutura/ Divulgação

O desafio das certificadoras será fazer com que os estímulos e benefícios fomentados por essas certificações possam se tornar acessíveis para um público mais amplo, pondera o especialista, de modo que a preocupação com a saúde das edificações possa pautar a escolha do consumidor final.

“Conseguir que o grande público se engaje na validação desses selos é um desafio para as certificadoras, pois o Brasil tem um problema significativo de moradia, e uma pessoa escolher um empreendimento em virtude de um selo é algo muito sofisticado. (Mas) se a certificação passar para o cliente final a ideia de que ele está fazendo sua parte, as empresas irão querer se adequar para atender a esse consumidor”, pontua Machado.

Além de planejar estratégias sustentáveis para o ambiente externo, as empresas precisam proporcionar escritórios e outras instalações sustentáveis e saudáveis para seus profissionais. Para o CEO da certificadora verde internacional Green Building Council Brasil (GBC), Felipe Faria, adequar as organizações para serem espaços de bem-estar e saúde aos colaboradores e frequentadores internos é também fundamental nas políticas de sustentabilidade de uma corporação.

“Dentro do ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança), as empresas batem muito na tecla do aspecto de mitigação dos impactos ambientais”, diz Faria. “(Porém), o ESG tem o S do Social, das pessoas, de quem ocupa ou quem está trabalhando nesses lugares.”

A checagem de o quanto uma empresa está ou não fazendo a “lição de casa” começa, segundo Faria, com avaliações de pontos que costumam passar despercebidos no cotidiano corporativo. Um deles se refere à verificação da qualidade do ar, com a medição da concentração de CO₂ no ambiente. Outro verifica, por exemplo, se os produtos de limpeza usados pela corporação são green cleaning (menos agressivos ao meio ambiente).

“A partir do momento em que são identificadas anomalias, entram as políticas relacionadas à sustentabilidade e à gestão para solucionar esses problemas. Entre essas soluções estão fazer a manutenção do ar-condicionado ou ter filtros mais eficientes, proibir o uso de tintas com alto teor de compostos voláteis e comprar produtos de limpeza que sejam de linhas que não agridam seus usuários”, exemplifica o especialista.

Felipe Faria é presidente da certificadora verde Green Building Council Brasil (GBC) Foto: Green Building Council Brasil (GBC)/Divulgação

Recentemente, a GBC lançou o Selo Life Performance Rating, que avalia e atesta o quão saudável é um ambiente já construído. Em espaços como uma residência ou restaurante, por exemplo, a métrica afere eficiência energética, qualidade do ar, presença de poluentes, conforto térmico, acústico e luminoso, além de outros aspectos que podem interferir significativamente na qualidade de vida de quem circula no local.

A certificação tem foco na conscientização para a chamada “síndrome do edifício doente”, que caracteriza espaços com baixa ventilação e acúmulo de elementos poluentes, favorecendo o adoecimento de seus ocupantes. Para receber o Selo Life, os empreendimentos passam por vistorias e recebem as modificações necessárias para tornar saudáveis os seus ambientes internos.

Com a atenção para esses pontos, há benefícios que não só contemplam pessoas e meio ambiente, mas a gestão dos negócios de modo geral. “Há estudos que mostram situações de funcionários que saíram de um ambiente mais deteriorado e foi possível identificar a diminuição das taxas de licenças médicas e aumento da produtividade. Além disso, um ambiente mais confortável facilita um melhor desempenho da atividade laboral”, justifica.

Certificações verdes

A busca por certificações alinhadas à sustentabilidade e bem-estar tem sido uma crescente entre os novos prédios construídos no Brasil, pontua Faria. Somente em 2023, a GBC registrou mais de 200 novos projetos com proposta sustentável, um número recorde para o histórico de 16 anos da empresa no País, com aumento de 40% de pedidos atendidos no segmento residencial.

“Os novos escritórios das grandes empresas já estão trabalhando dentro de um conceito de arquitetura de interiores com premissas relacionadas a conforto e saúde. Isso cada vez mais está fazendo parte do cotidiano, mas tem muito espaço para avançar também. O desafio tem sido conscientizar a gestão das edificações já existentes”, pondera.

De um modo geral, a ideia de edificação sustentável pode englobar variados aspectos em torno de uma construção, que vão desde a cuidados nos canteiros de obras para uma contenção de poeira e concreto de forma a evitar o entupimento de bueiros até o planejamento da arquitetura paisagística para a regeneração da biodiversidade, priorizando o uso de plantas nativas da região, diz Faria.

Para os edifícios já construídos são observados, por exemplo, os que evitam o efeito “ilha de calor”, com tintas com alto potencial de reflexão dos raios solares, além dos que se adequam para ter eficiência energética, como a maximização da iluminação e ventilação naturais e o uso de tecnologias de captação de chuvas e reuso de água.

Corrida contra o tempo

Com os efeitos das mudanças climáticas já visíveis, é necessário agilidade para que as edificações se tornem espaços saudáveis e sustentáveis, e parte dessa motivação vem sendo fortalecida pelas certificadoras verdes, é o que avalia o engenheiro civil Luciano Machado, CEO da MMF Projetos de Infraestrutura. Por isso, ele também acredita que selos que exigem essas adequações podem colaborar para acelerar esse processo.

“Há uma necessidade de preparação para termos cidades resilientes. Não temos mais tempo. Temos que nos preocupar com a redução de CO₂ para o futuro, mas o presente, com o que a gente já emitiu, já é o suficiente para uma movimentação. A certificação é algo que vai nessa direção, para construções menos poluentes e com menor impacto”, diz, acrescentando que, além dos benefícios ambientais, as edificações certificadas se tornam mais competitivas em um mercado cada vez mais conectado aos pilares ESG.

Luciano Machado é CEO da MMF Projetos de Infraestrutura Foto: MMF Projetos de Infraestrutura/ Divulgação

O desafio das certificadoras será fazer com que os estímulos e benefícios fomentados por essas certificações possam se tornar acessíveis para um público mais amplo, pondera o especialista, de modo que a preocupação com a saúde das edificações possa pautar a escolha do consumidor final.

“Conseguir que o grande público se engaje na validação desses selos é um desafio para as certificadoras, pois o Brasil tem um problema significativo de moradia, e uma pessoa escolher um empreendimento em virtude de um selo é algo muito sofisticado. (Mas) se a certificação passar para o cliente final a ideia de que ele está fazendo sua parte, as empresas irão querer se adequar para atender a esse consumidor”, pontua Machado.

Além de planejar estratégias sustentáveis para o ambiente externo, as empresas precisam proporcionar escritórios e outras instalações sustentáveis e saudáveis para seus profissionais. Para o CEO da certificadora verde internacional Green Building Council Brasil (GBC), Felipe Faria, adequar as organizações para serem espaços de bem-estar e saúde aos colaboradores e frequentadores internos é também fundamental nas políticas de sustentabilidade de uma corporação.

“Dentro do ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança), as empresas batem muito na tecla do aspecto de mitigação dos impactos ambientais”, diz Faria. “(Porém), o ESG tem o S do Social, das pessoas, de quem ocupa ou quem está trabalhando nesses lugares.”

A checagem de o quanto uma empresa está ou não fazendo a “lição de casa” começa, segundo Faria, com avaliações de pontos que costumam passar despercebidos no cotidiano corporativo. Um deles se refere à verificação da qualidade do ar, com a medição da concentração de CO₂ no ambiente. Outro verifica, por exemplo, se os produtos de limpeza usados pela corporação são green cleaning (menos agressivos ao meio ambiente).

“A partir do momento em que são identificadas anomalias, entram as políticas relacionadas à sustentabilidade e à gestão para solucionar esses problemas. Entre essas soluções estão fazer a manutenção do ar-condicionado ou ter filtros mais eficientes, proibir o uso de tintas com alto teor de compostos voláteis e comprar produtos de limpeza que sejam de linhas que não agridam seus usuários”, exemplifica o especialista.

Felipe Faria é presidente da certificadora verde Green Building Council Brasil (GBC) Foto: Green Building Council Brasil (GBC)/Divulgação

Recentemente, a GBC lançou o Selo Life Performance Rating, que avalia e atesta o quão saudável é um ambiente já construído. Em espaços como uma residência ou restaurante, por exemplo, a métrica afere eficiência energética, qualidade do ar, presença de poluentes, conforto térmico, acústico e luminoso, além de outros aspectos que podem interferir significativamente na qualidade de vida de quem circula no local.

A certificação tem foco na conscientização para a chamada “síndrome do edifício doente”, que caracteriza espaços com baixa ventilação e acúmulo de elementos poluentes, favorecendo o adoecimento de seus ocupantes. Para receber o Selo Life, os empreendimentos passam por vistorias e recebem as modificações necessárias para tornar saudáveis os seus ambientes internos.

Com a atenção para esses pontos, há benefícios que não só contemplam pessoas e meio ambiente, mas a gestão dos negócios de modo geral. “Há estudos que mostram situações de funcionários que saíram de um ambiente mais deteriorado e foi possível identificar a diminuição das taxas de licenças médicas e aumento da produtividade. Além disso, um ambiente mais confortável facilita um melhor desempenho da atividade laboral”, justifica.

Certificações verdes

A busca por certificações alinhadas à sustentabilidade e bem-estar tem sido uma crescente entre os novos prédios construídos no Brasil, pontua Faria. Somente em 2023, a GBC registrou mais de 200 novos projetos com proposta sustentável, um número recorde para o histórico de 16 anos da empresa no País, com aumento de 40% de pedidos atendidos no segmento residencial.

“Os novos escritórios das grandes empresas já estão trabalhando dentro de um conceito de arquitetura de interiores com premissas relacionadas a conforto e saúde. Isso cada vez mais está fazendo parte do cotidiano, mas tem muito espaço para avançar também. O desafio tem sido conscientizar a gestão das edificações já existentes”, pondera.

De um modo geral, a ideia de edificação sustentável pode englobar variados aspectos em torno de uma construção, que vão desde a cuidados nos canteiros de obras para uma contenção de poeira e concreto de forma a evitar o entupimento de bueiros até o planejamento da arquitetura paisagística para a regeneração da biodiversidade, priorizando o uso de plantas nativas da região, diz Faria.

Para os edifícios já construídos são observados, por exemplo, os que evitam o efeito “ilha de calor”, com tintas com alto potencial de reflexão dos raios solares, além dos que se adequam para ter eficiência energética, como a maximização da iluminação e ventilação naturais e o uso de tecnologias de captação de chuvas e reuso de água.

Corrida contra o tempo

Com os efeitos das mudanças climáticas já visíveis, é necessário agilidade para que as edificações se tornem espaços saudáveis e sustentáveis, e parte dessa motivação vem sendo fortalecida pelas certificadoras verdes, é o que avalia o engenheiro civil Luciano Machado, CEO da MMF Projetos de Infraestrutura. Por isso, ele também acredita que selos que exigem essas adequações podem colaborar para acelerar esse processo.

“Há uma necessidade de preparação para termos cidades resilientes. Não temos mais tempo. Temos que nos preocupar com a redução de CO₂ para o futuro, mas o presente, com o que a gente já emitiu, já é o suficiente para uma movimentação. A certificação é algo que vai nessa direção, para construções menos poluentes e com menor impacto”, diz, acrescentando que, além dos benefícios ambientais, as edificações certificadas se tornam mais competitivas em um mercado cada vez mais conectado aos pilares ESG.

Luciano Machado é CEO da MMF Projetos de Infraestrutura Foto: MMF Projetos de Infraestrutura/ Divulgação

O desafio das certificadoras será fazer com que os estímulos e benefícios fomentados por essas certificações possam se tornar acessíveis para um público mais amplo, pondera o especialista, de modo que a preocupação com a saúde das edificações possa pautar a escolha do consumidor final.

“Conseguir que o grande público se engaje na validação desses selos é um desafio para as certificadoras, pois o Brasil tem um problema significativo de moradia, e uma pessoa escolher um empreendimento em virtude de um selo é algo muito sofisticado. (Mas) se a certificação passar para o cliente final a ideia de que ele está fazendo sua parte, as empresas irão querer se adequar para atender a esse consumidor”, pontua Machado.

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