Ferramentas com foco em ESG se tornam tendência nas empresas, dizem especialistas


Especialistas ouvidos pelo Estadão apontam que a relevância que a pauta ganhou nos últimos anos impulsiona a procura por ferramentas que facilitem a implementação da agenda ESG

Por Beatriz Capirazi
Atualização:

Nos últimos anos, empresas têm apostado em ferramentas para mensurar as práticas de ESG (sigla em inglês para a sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa) nas suas companhias.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, embora a prática ainda esteja crescendo nas empresas, ela já pode ser considerada uma tendência pela relevância que a agenda ESG adquiriu nos últimos anos, impulsionando a procura por ferramentas que facilitem a implementação destas práticas.

Os especialistas ainda destacam que por ser uma agenda ampla, muitas vezes as companhias não sabem ao certo por onde começar ou como mensurar as suas práticas. Neste sentido, as ferramentas são uma opção viável para ‘nortear’ quais são os passos a serem seguidos pelas empresas, além de entender o patamar em que a empresa se encontra.

continua após a publicidade

Para o presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, as ferramentas são uma oportunidade de as empresas mostrarem que as ações ESG dentro de suas companhias são mais do que discurso, apresentando dados e números concretos. “É necessário mostrar as mudanças que estão sendo feitas com materialidade, com indicadores, métricas e ferramentas comparativas. Só assim se consegue indicar se a empresa está avançando na pauta ESG”.

Para Magri, essa é a única forma de desmistificar a visão cética que alguns setores da sociedade ainda tem de que ESG funciona mais na teoria do que na prática. “Se não fizermos isso, vamos alimentar a ideia de que é um discurso bacana, mas que não está sendo feito nada. Ao mensurar, a gente consegue tornar a agenda uma estratégia corporativa permanente”.

continua após a publicidade

Ferramentas para mensurar ESG

Dentre as ferramentas promovidas por instituições e consultorias, estão os indicadores Ethos, ferramenta de gestão que visa apoiar as empresas na incorporação da sustentabilidade e da responsabilidade social empresarial (RSE) em suas estratégias de negócio.

O presidente do Instituto Ethos explica que a ferramenta possibilita que as empresas façam o auto diagnóstico da gestão da empresa. Após essa etapa inicial, a empresa obtém relatórios que dão subsídios para ela planejar e gerir as metas com foco em uma agenda ESG incorporada ao cerne do negócio.

continua após a publicidade

Uma outra ferramenta é a Escala Cidadã Olga Kos (ECOK), do Instituto Olga, que tem como objetivo mensurar, a partir da identificação, monitoramento e avaliação, como a inclusão é praticada no mercado de trabalho, estudando as principais barreiras que impedem a inclusão em empresas.

Com base em 5 variáveis, vinte indicadores e trinta e sete requisitos, a escala avalia o quanto uma empresa é inclusiva e a qualidade destes ambientes para todas as diferenças, sejam elas por gênero, idade, deficiência, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual ou qualquer outro fator de exclusão.

Outra iniciativa que também se destaca neste sentido é a ferramenta ESG Rating, idealizada pela empresa especializada em análise de dados Linkana, que tem como foco classificar fornecedores de acordo com indicadores ESG.

continua após a publicidade

O CEO da Linkana, Leo Cavalcanti, destaca que o diferencial da ferramenta é que ela não analisa somente o nível de risco ESG dos negócios analisados, mas também a exposição potencial da empresa. Com isso, é possível mitigar os riscos aos quais a empresa está exposta estando no mercado, impedindo que uma empresa sustentável, por exemplo, tenha sua imagem manchada por se relacionar com uma empresa poluente.

A plataforma funciona como uma base de dados compartilhada com mais de dois milhões de dados comerciais, certificações, certidões, documentos e consultas públicas para apresentar dados reputacionais de fornecedores rapidamente, ajudando as empresas a entender a reputação daquela empresa antes de dar início a uma parceria.

Especialistas ouvidos pelo Estadão apontam que a relevância que a pauta ganhou nos últimos anos impulsiona a procura por ferramentas que facilitem a implementação da agenda ESG Foto: Deloitte
continua após a publicidade

Leo Cavalcanti destaca que esse é um benefício não só para a empresa, que consegue se proteger e entender com quem está se relacionando, mas também para os próprios fornecedores, que podem fornecer seus dados somente uma vez, sem precisar fazer isso repetidas vezes.

Além das ferramentas feitas por instituições, empresas também estão apostando em seus próprios balizadores. A Natura conta com o Índice de Desenvolvimento Humano da Consultora de Beleza Natura (IDH CN), que tem como base o IDH desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) da ONU.

Usada como uma ferramenta de avaliação de impacto social, o IDH CN permite obter dados comportamentais, culturais e demográficos que permitem não só entender as necessidades das consultoras, mas também impulsionar ações em várias áreas. Hoje, com base nestes balizadores, a marca de beleza oferece desde treinamentos para o desenvolvimento profissional das suas consultoras até outros com foco em educação financeira.

continua após a publicidade

Ferramentas ainda são usadas pela elite

Embora as ferramentas sejam vistas como um avanço, especialistas ouvidos pelo Estadão defendem que ainda há um caminho para que a ampliação alcance, de fato, todas as camadas da sociedade e beneficie a população como um todo.

Para o presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, as ferramentas e a própria agenda ESG são usadas majoritariamente pelas elites, defendendo que as pequenas e médias empresas estão distantes dessa agenda. “Hoje, a gente tem uma elite das grandes empresas, principalmente as transnacionais e multinacionais, que estão desenvolvendo essas práticas no Brasil”.

“Se você tivesse as federações da indústria, do comércio, o CNI, a FIESP e outros fazendo um processo forte de difusão e informação para que as empresas fossem ESG e aderissem as ferramentas, nós podíamos ter um crescimento importante nessa área”, defende o presidente do Ethos.

Além disso, Magri defende que para que a discussão chegue ao pequeno empreendedor, é preciso que o governo atue de forma mais dura e consistente, assim como as grandes empresas, que têm o poder de influenciar a cadeia produtiva, considerando desde fornecedores a parceiros menores, promovendo uma mudança significativa, de fato. “É preciso ter uma consciência cada vez mais engajada das lideranças empresariais, oferecendo debates, cursos, formação e eventos”.

Magri e o CEO do clickCompliance, Marcelo Erthal, no entanto, reforçam que todas estas práticas devem não só englobar as lideranças das empresas, mas todo o corpo de trabalho. “Nesses eventos de ESG estão os convertidos ou pessoas novas? Se forem os mesmos que circulam nesses eventos, a gente não está saindo da bolha. É uma bolha positiva, mas não se faz mudanças significativas no mercado, na sociedade e na economia sem a participação de todos”, diz o presidente do Instituto Ethos.

Nesta vertente, especialistas ouvidos pelo Estadão destacam que o uso da tecnologia, por exemplo, pode ser um potencializador da ampliação da agenda. Hoje, com o acesso a internet, existem vários cursos gratuitos. A startup DEEP, por exemplo, lançou recentemente a Impulsum, plataforma de ensino ESG à distância, que oferece um programa gratuito explicando os principais pontos do ESG.

Papel do governo

Além de adotar um discurso mais enfático quanto à agenda ESG, promovendo ações práticas que ajudem a combater o desmatamento, o especialista destaca que é necessário focar em regulação.

“É preciso de medidas regulatórias duras para as empresas que poluem ou não respeitam a diversidade, assim como controle sobre licença social para operação. Só conseguimos enfrentar trabalho infantil e trabalho escravo dessa forma. É preciso usar todos os mecanismos do estado, incluindo ministério público do trabalho”, afirma o presidente do Instituto Ethos.

O CEO do clickCompliance é de opinião similar. “Hoje, quem tem mais preocupações com o ESG são as empresas voltadas para o consumidor. Para avançar, temos que pegar o que pesa no bolso. Sem um impulsionador, a agenda dificilmente vai pegar”.

Neste sentido, o especialista defende que o governo pode ter um papel crucial ao dar publicidade para as empresas que não cumprem práticas de cada um dos pilares do ESG, com listas públicas e outras ações que exponham empresas, permitindo uma mudança efetiva e permanente.

Nos últimos anos, empresas têm apostado em ferramentas para mensurar as práticas de ESG (sigla em inglês para a sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa) nas suas companhias.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, embora a prática ainda esteja crescendo nas empresas, ela já pode ser considerada uma tendência pela relevância que a agenda ESG adquiriu nos últimos anos, impulsionando a procura por ferramentas que facilitem a implementação destas práticas.

Os especialistas ainda destacam que por ser uma agenda ampla, muitas vezes as companhias não sabem ao certo por onde começar ou como mensurar as suas práticas. Neste sentido, as ferramentas são uma opção viável para ‘nortear’ quais são os passos a serem seguidos pelas empresas, além de entender o patamar em que a empresa se encontra.

Para o presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, as ferramentas são uma oportunidade de as empresas mostrarem que as ações ESG dentro de suas companhias são mais do que discurso, apresentando dados e números concretos. “É necessário mostrar as mudanças que estão sendo feitas com materialidade, com indicadores, métricas e ferramentas comparativas. Só assim se consegue indicar se a empresa está avançando na pauta ESG”.

Para Magri, essa é a única forma de desmistificar a visão cética que alguns setores da sociedade ainda tem de que ESG funciona mais na teoria do que na prática. “Se não fizermos isso, vamos alimentar a ideia de que é um discurso bacana, mas que não está sendo feito nada. Ao mensurar, a gente consegue tornar a agenda uma estratégia corporativa permanente”.

Ferramentas para mensurar ESG

Dentre as ferramentas promovidas por instituições e consultorias, estão os indicadores Ethos, ferramenta de gestão que visa apoiar as empresas na incorporação da sustentabilidade e da responsabilidade social empresarial (RSE) em suas estratégias de negócio.

O presidente do Instituto Ethos explica que a ferramenta possibilita que as empresas façam o auto diagnóstico da gestão da empresa. Após essa etapa inicial, a empresa obtém relatórios que dão subsídios para ela planejar e gerir as metas com foco em uma agenda ESG incorporada ao cerne do negócio.

Uma outra ferramenta é a Escala Cidadã Olga Kos (ECOK), do Instituto Olga, que tem como objetivo mensurar, a partir da identificação, monitoramento e avaliação, como a inclusão é praticada no mercado de trabalho, estudando as principais barreiras que impedem a inclusão em empresas.

Com base em 5 variáveis, vinte indicadores e trinta e sete requisitos, a escala avalia o quanto uma empresa é inclusiva e a qualidade destes ambientes para todas as diferenças, sejam elas por gênero, idade, deficiência, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual ou qualquer outro fator de exclusão.

Outra iniciativa que também se destaca neste sentido é a ferramenta ESG Rating, idealizada pela empresa especializada em análise de dados Linkana, que tem como foco classificar fornecedores de acordo com indicadores ESG.

O CEO da Linkana, Leo Cavalcanti, destaca que o diferencial da ferramenta é que ela não analisa somente o nível de risco ESG dos negócios analisados, mas também a exposição potencial da empresa. Com isso, é possível mitigar os riscos aos quais a empresa está exposta estando no mercado, impedindo que uma empresa sustentável, por exemplo, tenha sua imagem manchada por se relacionar com uma empresa poluente.

A plataforma funciona como uma base de dados compartilhada com mais de dois milhões de dados comerciais, certificações, certidões, documentos e consultas públicas para apresentar dados reputacionais de fornecedores rapidamente, ajudando as empresas a entender a reputação daquela empresa antes de dar início a uma parceria.

Especialistas ouvidos pelo Estadão apontam que a relevância que a pauta ganhou nos últimos anos impulsiona a procura por ferramentas que facilitem a implementação da agenda ESG Foto: Deloitte

Leo Cavalcanti destaca que esse é um benefício não só para a empresa, que consegue se proteger e entender com quem está se relacionando, mas também para os próprios fornecedores, que podem fornecer seus dados somente uma vez, sem precisar fazer isso repetidas vezes.

Além das ferramentas feitas por instituições, empresas também estão apostando em seus próprios balizadores. A Natura conta com o Índice de Desenvolvimento Humano da Consultora de Beleza Natura (IDH CN), que tem como base o IDH desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) da ONU.

Usada como uma ferramenta de avaliação de impacto social, o IDH CN permite obter dados comportamentais, culturais e demográficos que permitem não só entender as necessidades das consultoras, mas também impulsionar ações em várias áreas. Hoje, com base nestes balizadores, a marca de beleza oferece desde treinamentos para o desenvolvimento profissional das suas consultoras até outros com foco em educação financeira.

Ferramentas ainda são usadas pela elite

Embora as ferramentas sejam vistas como um avanço, especialistas ouvidos pelo Estadão defendem que ainda há um caminho para que a ampliação alcance, de fato, todas as camadas da sociedade e beneficie a população como um todo.

Para o presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, as ferramentas e a própria agenda ESG são usadas majoritariamente pelas elites, defendendo que as pequenas e médias empresas estão distantes dessa agenda. “Hoje, a gente tem uma elite das grandes empresas, principalmente as transnacionais e multinacionais, que estão desenvolvendo essas práticas no Brasil”.

“Se você tivesse as federações da indústria, do comércio, o CNI, a FIESP e outros fazendo um processo forte de difusão e informação para que as empresas fossem ESG e aderissem as ferramentas, nós podíamos ter um crescimento importante nessa área”, defende o presidente do Ethos.

Além disso, Magri defende que para que a discussão chegue ao pequeno empreendedor, é preciso que o governo atue de forma mais dura e consistente, assim como as grandes empresas, que têm o poder de influenciar a cadeia produtiva, considerando desde fornecedores a parceiros menores, promovendo uma mudança significativa, de fato. “É preciso ter uma consciência cada vez mais engajada das lideranças empresariais, oferecendo debates, cursos, formação e eventos”.

Magri e o CEO do clickCompliance, Marcelo Erthal, no entanto, reforçam que todas estas práticas devem não só englobar as lideranças das empresas, mas todo o corpo de trabalho. “Nesses eventos de ESG estão os convertidos ou pessoas novas? Se forem os mesmos que circulam nesses eventos, a gente não está saindo da bolha. É uma bolha positiva, mas não se faz mudanças significativas no mercado, na sociedade e na economia sem a participação de todos”, diz o presidente do Instituto Ethos.

Nesta vertente, especialistas ouvidos pelo Estadão destacam que o uso da tecnologia, por exemplo, pode ser um potencializador da ampliação da agenda. Hoje, com o acesso a internet, existem vários cursos gratuitos. A startup DEEP, por exemplo, lançou recentemente a Impulsum, plataforma de ensino ESG à distância, que oferece um programa gratuito explicando os principais pontos do ESG.

Papel do governo

Além de adotar um discurso mais enfático quanto à agenda ESG, promovendo ações práticas que ajudem a combater o desmatamento, o especialista destaca que é necessário focar em regulação.

“É preciso de medidas regulatórias duras para as empresas que poluem ou não respeitam a diversidade, assim como controle sobre licença social para operação. Só conseguimos enfrentar trabalho infantil e trabalho escravo dessa forma. É preciso usar todos os mecanismos do estado, incluindo ministério público do trabalho”, afirma o presidente do Instituto Ethos.

O CEO do clickCompliance é de opinião similar. “Hoje, quem tem mais preocupações com o ESG são as empresas voltadas para o consumidor. Para avançar, temos que pegar o que pesa no bolso. Sem um impulsionador, a agenda dificilmente vai pegar”.

Neste sentido, o especialista defende que o governo pode ter um papel crucial ao dar publicidade para as empresas que não cumprem práticas de cada um dos pilares do ESG, com listas públicas e outras ações que exponham empresas, permitindo uma mudança efetiva e permanente.

Nos últimos anos, empresas têm apostado em ferramentas para mensurar as práticas de ESG (sigla em inglês para a sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa) nas suas companhias.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, embora a prática ainda esteja crescendo nas empresas, ela já pode ser considerada uma tendência pela relevância que a agenda ESG adquiriu nos últimos anos, impulsionando a procura por ferramentas que facilitem a implementação destas práticas.

Os especialistas ainda destacam que por ser uma agenda ampla, muitas vezes as companhias não sabem ao certo por onde começar ou como mensurar as suas práticas. Neste sentido, as ferramentas são uma opção viável para ‘nortear’ quais são os passos a serem seguidos pelas empresas, além de entender o patamar em que a empresa se encontra.

Para o presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, as ferramentas são uma oportunidade de as empresas mostrarem que as ações ESG dentro de suas companhias são mais do que discurso, apresentando dados e números concretos. “É necessário mostrar as mudanças que estão sendo feitas com materialidade, com indicadores, métricas e ferramentas comparativas. Só assim se consegue indicar se a empresa está avançando na pauta ESG”.

Para Magri, essa é a única forma de desmistificar a visão cética que alguns setores da sociedade ainda tem de que ESG funciona mais na teoria do que na prática. “Se não fizermos isso, vamos alimentar a ideia de que é um discurso bacana, mas que não está sendo feito nada. Ao mensurar, a gente consegue tornar a agenda uma estratégia corporativa permanente”.

Ferramentas para mensurar ESG

Dentre as ferramentas promovidas por instituições e consultorias, estão os indicadores Ethos, ferramenta de gestão que visa apoiar as empresas na incorporação da sustentabilidade e da responsabilidade social empresarial (RSE) em suas estratégias de negócio.

O presidente do Instituto Ethos explica que a ferramenta possibilita que as empresas façam o auto diagnóstico da gestão da empresa. Após essa etapa inicial, a empresa obtém relatórios que dão subsídios para ela planejar e gerir as metas com foco em uma agenda ESG incorporada ao cerne do negócio.

Uma outra ferramenta é a Escala Cidadã Olga Kos (ECOK), do Instituto Olga, que tem como objetivo mensurar, a partir da identificação, monitoramento e avaliação, como a inclusão é praticada no mercado de trabalho, estudando as principais barreiras que impedem a inclusão em empresas.

Com base em 5 variáveis, vinte indicadores e trinta e sete requisitos, a escala avalia o quanto uma empresa é inclusiva e a qualidade destes ambientes para todas as diferenças, sejam elas por gênero, idade, deficiência, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual ou qualquer outro fator de exclusão.

Outra iniciativa que também se destaca neste sentido é a ferramenta ESG Rating, idealizada pela empresa especializada em análise de dados Linkana, que tem como foco classificar fornecedores de acordo com indicadores ESG.

O CEO da Linkana, Leo Cavalcanti, destaca que o diferencial da ferramenta é que ela não analisa somente o nível de risco ESG dos negócios analisados, mas também a exposição potencial da empresa. Com isso, é possível mitigar os riscos aos quais a empresa está exposta estando no mercado, impedindo que uma empresa sustentável, por exemplo, tenha sua imagem manchada por se relacionar com uma empresa poluente.

A plataforma funciona como uma base de dados compartilhada com mais de dois milhões de dados comerciais, certificações, certidões, documentos e consultas públicas para apresentar dados reputacionais de fornecedores rapidamente, ajudando as empresas a entender a reputação daquela empresa antes de dar início a uma parceria.

Especialistas ouvidos pelo Estadão apontam que a relevância que a pauta ganhou nos últimos anos impulsiona a procura por ferramentas que facilitem a implementação da agenda ESG Foto: Deloitte

Leo Cavalcanti destaca que esse é um benefício não só para a empresa, que consegue se proteger e entender com quem está se relacionando, mas também para os próprios fornecedores, que podem fornecer seus dados somente uma vez, sem precisar fazer isso repetidas vezes.

Além das ferramentas feitas por instituições, empresas também estão apostando em seus próprios balizadores. A Natura conta com o Índice de Desenvolvimento Humano da Consultora de Beleza Natura (IDH CN), que tem como base o IDH desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) da ONU.

Usada como uma ferramenta de avaliação de impacto social, o IDH CN permite obter dados comportamentais, culturais e demográficos que permitem não só entender as necessidades das consultoras, mas também impulsionar ações em várias áreas. Hoje, com base nestes balizadores, a marca de beleza oferece desde treinamentos para o desenvolvimento profissional das suas consultoras até outros com foco em educação financeira.

Ferramentas ainda são usadas pela elite

Embora as ferramentas sejam vistas como um avanço, especialistas ouvidos pelo Estadão defendem que ainda há um caminho para que a ampliação alcance, de fato, todas as camadas da sociedade e beneficie a população como um todo.

Para o presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, as ferramentas e a própria agenda ESG são usadas majoritariamente pelas elites, defendendo que as pequenas e médias empresas estão distantes dessa agenda. “Hoje, a gente tem uma elite das grandes empresas, principalmente as transnacionais e multinacionais, que estão desenvolvendo essas práticas no Brasil”.

“Se você tivesse as federações da indústria, do comércio, o CNI, a FIESP e outros fazendo um processo forte de difusão e informação para que as empresas fossem ESG e aderissem as ferramentas, nós podíamos ter um crescimento importante nessa área”, defende o presidente do Ethos.

Além disso, Magri defende que para que a discussão chegue ao pequeno empreendedor, é preciso que o governo atue de forma mais dura e consistente, assim como as grandes empresas, que têm o poder de influenciar a cadeia produtiva, considerando desde fornecedores a parceiros menores, promovendo uma mudança significativa, de fato. “É preciso ter uma consciência cada vez mais engajada das lideranças empresariais, oferecendo debates, cursos, formação e eventos”.

Magri e o CEO do clickCompliance, Marcelo Erthal, no entanto, reforçam que todas estas práticas devem não só englobar as lideranças das empresas, mas todo o corpo de trabalho. “Nesses eventos de ESG estão os convertidos ou pessoas novas? Se forem os mesmos que circulam nesses eventos, a gente não está saindo da bolha. É uma bolha positiva, mas não se faz mudanças significativas no mercado, na sociedade e na economia sem a participação de todos”, diz o presidente do Instituto Ethos.

Nesta vertente, especialistas ouvidos pelo Estadão destacam que o uso da tecnologia, por exemplo, pode ser um potencializador da ampliação da agenda. Hoje, com o acesso a internet, existem vários cursos gratuitos. A startup DEEP, por exemplo, lançou recentemente a Impulsum, plataforma de ensino ESG à distância, que oferece um programa gratuito explicando os principais pontos do ESG.

Papel do governo

Além de adotar um discurso mais enfático quanto à agenda ESG, promovendo ações práticas que ajudem a combater o desmatamento, o especialista destaca que é necessário focar em regulação.

“É preciso de medidas regulatórias duras para as empresas que poluem ou não respeitam a diversidade, assim como controle sobre licença social para operação. Só conseguimos enfrentar trabalho infantil e trabalho escravo dessa forma. É preciso usar todos os mecanismos do estado, incluindo ministério público do trabalho”, afirma o presidente do Instituto Ethos.

O CEO do clickCompliance é de opinião similar. “Hoje, quem tem mais preocupações com o ESG são as empresas voltadas para o consumidor. Para avançar, temos que pegar o que pesa no bolso. Sem um impulsionador, a agenda dificilmente vai pegar”.

Neste sentido, o especialista defende que o governo pode ter um papel crucial ao dar publicidade para as empresas que não cumprem práticas de cada um dos pilares do ESG, com listas públicas e outras ações que exponham empresas, permitindo uma mudança efetiva e permanente.

Nos últimos anos, empresas têm apostado em ferramentas para mensurar as práticas de ESG (sigla em inglês para a sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa) nas suas companhias.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, embora a prática ainda esteja crescendo nas empresas, ela já pode ser considerada uma tendência pela relevância que a agenda ESG adquiriu nos últimos anos, impulsionando a procura por ferramentas que facilitem a implementação destas práticas.

Os especialistas ainda destacam que por ser uma agenda ampla, muitas vezes as companhias não sabem ao certo por onde começar ou como mensurar as suas práticas. Neste sentido, as ferramentas são uma opção viável para ‘nortear’ quais são os passos a serem seguidos pelas empresas, além de entender o patamar em que a empresa se encontra.

Para o presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, as ferramentas são uma oportunidade de as empresas mostrarem que as ações ESG dentro de suas companhias são mais do que discurso, apresentando dados e números concretos. “É necessário mostrar as mudanças que estão sendo feitas com materialidade, com indicadores, métricas e ferramentas comparativas. Só assim se consegue indicar se a empresa está avançando na pauta ESG”.

Para Magri, essa é a única forma de desmistificar a visão cética que alguns setores da sociedade ainda tem de que ESG funciona mais na teoria do que na prática. “Se não fizermos isso, vamos alimentar a ideia de que é um discurso bacana, mas que não está sendo feito nada. Ao mensurar, a gente consegue tornar a agenda uma estratégia corporativa permanente”.

Ferramentas para mensurar ESG

Dentre as ferramentas promovidas por instituições e consultorias, estão os indicadores Ethos, ferramenta de gestão que visa apoiar as empresas na incorporação da sustentabilidade e da responsabilidade social empresarial (RSE) em suas estratégias de negócio.

O presidente do Instituto Ethos explica que a ferramenta possibilita que as empresas façam o auto diagnóstico da gestão da empresa. Após essa etapa inicial, a empresa obtém relatórios que dão subsídios para ela planejar e gerir as metas com foco em uma agenda ESG incorporada ao cerne do negócio.

Uma outra ferramenta é a Escala Cidadã Olga Kos (ECOK), do Instituto Olga, que tem como objetivo mensurar, a partir da identificação, monitoramento e avaliação, como a inclusão é praticada no mercado de trabalho, estudando as principais barreiras que impedem a inclusão em empresas.

Com base em 5 variáveis, vinte indicadores e trinta e sete requisitos, a escala avalia o quanto uma empresa é inclusiva e a qualidade destes ambientes para todas as diferenças, sejam elas por gênero, idade, deficiência, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual ou qualquer outro fator de exclusão.

Outra iniciativa que também se destaca neste sentido é a ferramenta ESG Rating, idealizada pela empresa especializada em análise de dados Linkana, que tem como foco classificar fornecedores de acordo com indicadores ESG.

O CEO da Linkana, Leo Cavalcanti, destaca que o diferencial da ferramenta é que ela não analisa somente o nível de risco ESG dos negócios analisados, mas também a exposição potencial da empresa. Com isso, é possível mitigar os riscos aos quais a empresa está exposta estando no mercado, impedindo que uma empresa sustentável, por exemplo, tenha sua imagem manchada por se relacionar com uma empresa poluente.

A plataforma funciona como uma base de dados compartilhada com mais de dois milhões de dados comerciais, certificações, certidões, documentos e consultas públicas para apresentar dados reputacionais de fornecedores rapidamente, ajudando as empresas a entender a reputação daquela empresa antes de dar início a uma parceria.

Especialistas ouvidos pelo Estadão apontam que a relevância que a pauta ganhou nos últimos anos impulsiona a procura por ferramentas que facilitem a implementação da agenda ESG Foto: Deloitte

Leo Cavalcanti destaca que esse é um benefício não só para a empresa, que consegue se proteger e entender com quem está se relacionando, mas também para os próprios fornecedores, que podem fornecer seus dados somente uma vez, sem precisar fazer isso repetidas vezes.

Além das ferramentas feitas por instituições, empresas também estão apostando em seus próprios balizadores. A Natura conta com o Índice de Desenvolvimento Humano da Consultora de Beleza Natura (IDH CN), que tem como base o IDH desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) da ONU.

Usada como uma ferramenta de avaliação de impacto social, o IDH CN permite obter dados comportamentais, culturais e demográficos que permitem não só entender as necessidades das consultoras, mas também impulsionar ações em várias áreas. Hoje, com base nestes balizadores, a marca de beleza oferece desde treinamentos para o desenvolvimento profissional das suas consultoras até outros com foco em educação financeira.

Ferramentas ainda são usadas pela elite

Embora as ferramentas sejam vistas como um avanço, especialistas ouvidos pelo Estadão defendem que ainda há um caminho para que a ampliação alcance, de fato, todas as camadas da sociedade e beneficie a população como um todo.

Para o presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, as ferramentas e a própria agenda ESG são usadas majoritariamente pelas elites, defendendo que as pequenas e médias empresas estão distantes dessa agenda. “Hoje, a gente tem uma elite das grandes empresas, principalmente as transnacionais e multinacionais, que estão desenvolvendo essas práticas no Brasil”.

“Se você tivesse as federações da indústria, do comércio, o CNI, a FIESP e outros fazendo um processo forte de difusão e informação para que as empresas fossem ESG e aderissem as ferramentas, nós podíamos ter um crescimento importante nessa área”, defende o presidente do Ethos.

Além disso, Magri defende que para que a discussão chegue ao pequeno empreendedor, é preciso que o governo atue de forma mais dura e consistente, assim como as grandes empresas, que têm o poder de influenciar a cadeia produtiva, considerando desde fornecedores a parceiros menores, promovendo uma mudança significativa, de fato. “É preciso ter uma consciência cada vez mais engajada das lideranças empresariais, oferecendo debates, cursos, formação e eventos”.

Magri e o CEO do clickCompliance, Marcelo Erthal, no entanto, reforçam que todas estas práticas devem não só englobar as lideranças das empresas, mas todo o corpo de trabalho. “Nesses eventos de ESG estão os convertidos ou pessoas novas? Se forem os mesmos que circulam nesses eventos, a gente não está saindo da bolha. É uma bolha positiva, mas não se faz mudanças significativas no mercado, na sociedade e na economia sem a participação de todos”, diz o presidente do Instituto Ethos.

Nesta vertente, especialistas ouvidos pelo Estadão destacam que o uso da tecnologia, por exemplo, pode ser um potencializador da ampliação da agenda. Hoje, com o acesso a internet, existem vários cursos gratuitos. A startup DEEP, por exemplo, lançou recentemente a Impulsum, plataforma de ensino ESG à distância, que oferece um programa gratuito explicando os principais pontos do ESG.

Papel do governo

Além de adotar um discurso mais enfático quanto à agenda ESG, promovendo ações práticas que ajudem a combater o desmatamento, o especialista destaca que é necessário focar em regulação.

“É preciso de medidas regulatórias duras para as empresas que poluem ou não respeitam a diversidade, assim como controle sobre licença social para operação. Só conseguimos enfrentar trabalho infantil e trabalho escravo dessa forma. É preciso usar todos os mecanismos do estado, incluindo ministério público do trabalho”, afirma o presidente do Instituto Ethos.

O CEO do clickCompliance é de opinião similar. “Hoje, quem tem mais preocupações com o ESG são as empresas voltadas para o consumidor. Para avançar, temos que pegar o que pesa no bolso. Sem um impulsionador, a agenda dificilmente vai pegar”.

Neste sentido, o especialista defende que o governo pode ter um papel crucial ao dar publicidade para as empresas que não cumprem práticas de cada um dos pilares do ESG, com listas públicas e outras ações que exponham empresas, permitindo uma mudança efetiva e permanente.

Nos últimos anos, empresas têm apostado em ferramentas para mensurar as práticas de ESG (sigla em inglês para a sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa) nas suas companhias.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, embora a prática ainda esteja crescendo nas empresas, ela já pode ser considerada uma tendência pela relevância que a agenda ESG adquiriu nos últimos anos, impulsionando a procura por ferramentas que facilitem a implementação destas práticas.

Os especialistas ainda destacam que por ser uma agenda ampla, muitas vezes as companhias não sabem ao certo por onde começar ou como mensurar as suas práticas. Neste sentido, as ferramentas são uma opção viável para ‘nortear’ quais são os passos a serem seguidos pelas empresas, além de entender o patamar em que a empresa se encontra.

Para o presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, as ferramentas são uma oportunidade de as empresas mostrarem que as ações ESG dentro de suas companhias são mais do que discurso, apresentando dados e números concretos. “É necessário mostrar as mudanças que estão sendo feitas com materialidade, com indicadores, métricas e ferramentas comparativas. Só assim se consegue indicar se a empresa está avançando na pauta ESG”.

Para Magri, essa é a única forma de desmistificar a visão cética que alguns setores da sociedade ainda tem de que ESG funciona mais na teoria do que na prática. “Se não fizermos isso, vamos alimentar a ideia de que é um discurso bacana, mas que não está sendo feito nada. Ao mensurar, a gente consegue tornar a agenda uma estratégia corporativa permanente”.

Ferramentas para mensurar ESG

Dentre as ferramentas promovidas por instituições e consultorias, estão os indicadores Ethos, ferramenta de gestão que visa apoiar as empresas na incorporação da sustentabilidade e da responsabilidade social empresarial (RSE) em suas estratégias de negócio.

O presidente do Instituto Ethos explica que a ferramenta possibilita que as empresas façam o auto diagnóstico da gestão da empresa. Após essa etapa inicial, a empresa obtém relatórios que dão subsídios para ela planejar e gerir as metas com foco em uma agenda ESG incorporada ao cerne do negócio.

Uma outra ferramenta é a Escala Cidadã Olga Kos (ECOK), do Instituto Olga, que tem como objetivo mensurar, a partir da identificação, monitoramento e avaliação, como a inclusão é praticada no mercado de trabalho, estudando as principais barreiras que impedem a inclusão em empresas.

Com base em 5 variáveis, vinte indicadores e trinta e sete requisitos, a escala avalia o quanto uma empresa é inclusiva e a qualidade destes ambientes para todas as diferenças, sejam elas por gênero, idade, deficiência, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual ou qualquer outro fator de exclusão.

Outra iniciativa que também se destaca neste sentido é a ferramenta ESG Rating, idealizada pela empresa especializada em análise de dados Linkana, que tem como foco classificar fornecedores de acordo com indicadores ESG.

O CEO da Linkana, Leo Cavalcanti, destaca que o diferencial da ferramenta é que ela não analisa somente o nível de risco ESG dos negócios analisados, mas também a exposição potencial da empresa. Com isso, é possível mitigar os riscos aos quais a empresa está exposta estando no mercado, impedindo que uma empresa sustentável, por exemplo, tenha sua imagem manchada por se relacionar com uma empresa poluente.

A plataforma funciona como uma base de dados compartilhada com mais de dois milhões de dados comerciais, certificações, certidões, documentos e consultas públicas para apresentar dados reputacionais de fornecedores rapidamente, ajudando as empresas a entender a reputação daquela empresa antes de dar início a uma parceria.

Especialistas ouvidos pelo Estadão apontam que a relevância que a pauta ganhou nos últimos anos impulsiona a procura por ferramentas que facilitem a implementação da agenda ESG Foto: Deloitte

Leo Cavalcanti destaca que esse é um benefício não só para a empresa, que consegue se proteger e entender com quem está se relacionando, mas também para os próprios fornecedores, que podem fornecer seus dados somente uma vez, sem precisar fazer isso repetidas vezes.

Além das ferramentas feitas por instituições, empresas também estão apostando em seus próprios balizadores. A Natura conta com o Índice de Desenvolvimento Humano da Consultora de Beleza Natura (IDH CN), que tem como base o IDH desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) da ONU.

Usada como uma ferramenta de avaliação de impacto social, o IDH CN permite obter dados comportamentais, culturais e demográficos que permitem não só entender as necessidades das consultoras, mas também impulsionar ações em várias áreas. Hoje, com base nestes balizadores, a marca de beleza oferece desde treinamentos para o desenvolvimento profissional das suas consultoras até outros com foco em educação financeira.

Ferramentas ainda são usadas pela elite

Embora as ferramentas sejam vistas como um avanço, especialistas ouvidos pelo Estadão defendem que ainda há um caminho para que a ampliação alcance, de fato, todas as camadas da sociedade e beneficie a população como um todo.

Para o presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, as ferramentas e a própria agenda ESG são usadas majoritariamente pelas elites, defendendo que as pequenas e médias empresas estão distantes dessa agenda. “Hoje, a gente tem uma elite das grandes empresas, principalmente as transnacionais e multinacionais, que estão desenvolvendo essas práticas no Brasil”.

“Se você tivesse as federações da indústria, do comércio, o CNI, a FIESP e outros fazendo um processo forte de difusão e informação para que as empresas fossem ESG e aderissem as ferramentas, nós podíamos ter um crescimento importante nessa área”, defende o presidente do Ethos.

Além disso, Magri defende que para que a discussão chegue ao pequeno empreendedor, é preciso que o governo atue de forma mais dura e consistente, assim como as grandes empresas, que têm o poder de influenciar a cadeia produtiva, considerando desde fornecedores a parceiros menores, promovendo uma mudança significativa, de fato. “É preciso ter uma consciência cada vez mais engajada das lideranças empresariais, oferecendo debates, cursos, formação e eventos”.

Magri e o CEO do clickCompliance, Marcelo Erthal, no entanto, reforçam que todas estas práticas devem não só englobar as lideranças das empresas, mas todo o corpo de trabalho. “Nesses eventos de ESG estão os convertidos ou pessoas novas? Se forem os mesmos que circulam nesses eventos, a gente não está saindo da bolha. É uma bolha positiva, mas não se faz mudanças significativas no mercado, na sociedade e na economia sem a participação de todos”, diz o presidente do Instituto Ethos.

Nesta vertente, especialistas ouvidos pelo Estadão destacam que o uso da tecnologia, por exemplo, pode ser um potencializador da ampliação da agenda. Hoje, com o acesso a internet, existem vários cursos gratuitos. A startup DEEP, por exemplo, lançou recentemente a Impulsum, plataforma de ensino ESG à distância, que oferece um programa gratuito explicando os principais pontos do ESG.

Papel do governo

Além de adotar um discurso mais enfático quanto à agenda ESG, promovendo ações práticas que ajudem a combater o desmatamento, o especialista destaca que é necessário focar em regulação.

“É preciso de medidas regulatórias duras para as empresas que poluem ou não respeitam a diversidade, assim como controle sobre licença social para operação. Só conseguimos enfrentar trabalho infantil e trabalho escravo dessa forma. É preciso usar todos os mecanismos do estado, incluindo ministério público do trabalho”, afirma o presidente do Instituto Ethos.

O CEO do clickCompliance é de opinião similar. “Hoje, quem tem mais preocupações com o ESG são as empresas voltadas para o consumidor. Para avançar, temos que pegar o que pesa no bolso. Sem um impulsionador, a agenda dificilmente vai pegar”.

Neste sentido, o especialista defende que o governo pode ter um papel crucial ao dar publicidade para as empresas que não cumprem práticas de cada um dos pilares do ESG, com listas públicas e outras ações que exponham empresas, permitindo uma mudança efetiva e permanente.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.