As usinas termoelétricas conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), responsável pelo atendimento de quase todo o País, geram menos energia, mas emitiram 4,8% mais carbono por gigawatt-hora (GWh) em 2023, quando comparado ao ano anterior, de acordo com estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema).
Foram emitidas 671 toneladas de gás carbônico por GWh gerado (tCO₂e/Gwh) no ano passado. Em 2022, o número era de 641 tCO₂e/GWh. Os dados são do “4º Inventário de Emissões Atmosféricas em Usinas Termelétricas”, lançado nesta quinta-feira, 19, pela instituição.
No todo, houve menos geração fóssil na comparação entre os dois anos, mantendo a queda observada em 2021 e 2022. A produção por meio de fontes como petróleo, gás natural e carvão caiu de 31,1 terawatt-hora (TWh), em 2022, para 26,9 TWh, em 2023.
As emissões, no entanto, subiram por causa do maior uso da energia gerada por carvão mineral, que teve alta de 11%. A operação de empreendimentos abastecidos a gás natural, por outro lado, caiu 20%, embora sejam consideradas mais eficientes.
A análise exclui plantas movidas a fontes renováveis e unidades cujos combustíveis utilizados não puderam ser identificados. Também ficam fora do escopo as termoelétricas dos sistemas isolados. Ainda assim, o subsistema Norte concentrou a maior parte da geração termoelétrica no ano passado (39%).
Avaliação por empresa
De acordo com o estudo, 27 empresas mantiveram sua participação em termoelétricas, ainda que tenham ocorrido mudanças nas composições de proprietários.
De toda a geração térmica do SIN no ano passado, 66% veio de quatro empresas: Petrobras com 21%; Eneva, 17%; Fram Capital Energy, 15%; Eletrobras, 13%.
Já 73% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) vieram de cinco companhias: Fram Capital Energy com 22%; Petrobras, 19%; Âmbar Energia, 12,5%; Eneva, 11%; e Eletrobras, 9%.
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“Com relação à taxa de emissões de dióxido de carbono equivalente (tCO₂e/GWh), a Âmbar Energia foi a maior emissora, pois é detentora da termoelétrica a carvão Candiota III. As seis empresas com as maiores taxas de emissão são, predominantemente, proprietárias de usinas a carvão mineral”, destaca o Iema.
A organização aponta ainda que a Petrobras ocupa o segundo lugar no ranking das emissões, mas apresenta taxa de emissão menor do que a média do sistema por conta de seu portfólio, “predominantemente composto por usinas a gás natural ciclo combinado”.