Métricas ESG influenciam remuneração de 8 em cada 10 dos maiores bancos globais, diz estudo


Parâmetros já são utilizados por instituições como JP Morgan, Morgan Stanley, Citi e Goldman Sachs

Por Beatriz Capirazi

A sustentabilidade passou a influenciar diretamente a remuneração de executivos de 8 em cada 10 dos maiores bancos do mundo, segundo levantamento feito pela consultoria de governança Morrow Sodali obtido com exclusividade pelo Estadão.

O estudo, feito com base nas informações públicas divulgadas pelos 30 maiores bancos mundiais, aponta que instituições como JP Morgan, Morgan Stanley, Citi e Goldman Sachs já adotam métricas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança corporativa) nas suas estratégias de incentivo e remuneração da alta liderança.

Dos três pilares do ESG, os que mais ganharam força e foram incorporados às metas de remuneração nos cargos de alta liderança estão o pilar ambiental e social, com destaque para a agenda climática, e a pauta de diversidade de gênero.

continua após a publicidade

Métricas ainda são de curto prazo

O levantamento apontou que, embora a métrica tenha ganhado peso, ainda é vista como um plano de curto prazo para os 30 maiores bancos mundiais — demonstrando que a pauta continua em fase de implementação.

Dentre as instituições que divulgam o desempenho relacionado à sustentabilidade, 80% incluem as métricas nos planos de incentivo de curto prazo. Outros 13% adicionam as métricas aos planos de incentivo de longo prazo, e apenas 7% dos bancos distribuem entre os dois planos de incentivo.

continua após a publicidade

Nos EUA, 100% das métricas estão nos planos de curto prazo. O cenário é mais positivo entre os europeus, em que 75% dos bancos atribuem as métricas aos planos de longo prazo e 25% entre curto e longo prazos.

“Uma justificativa para a prevalência de métricas no curto prazo é o fato de que os objetivos sociais podem ser medidos em ciclos anuais”, explica a diretora-geral da operação da Morrow Sodali no Brasil, Agnes Blanco.

continua após a publicidade

A especialista destaca que na vida real seria difícil atrelar a quantia a uma métrica final, considerando que a meta de zerar a emissão de gases de efeito estufa, por exemplo, só deve ser realizada em 2050. Com isso, ela destaca que métricas de curto prazo, além de serem mais factíveis, são também mais fáceis de serem manejadas conforme as mudanças e exigências que surgirem dessa agenda, ainda considerada nova.

Europa é destaque

O levantamento ainda aponta que a Europa está à frente do restante do mundo nesta pauta, com 95% dos bancos do continente adotando o critério de sustentabilidade como parte da remuneração variável dos bancos. Em contrapartida, a prática é feita por apenas 60% das empresas americanas pesquisadas.

continua após a publicidade

“O arcabouço regulatório é a principal diferença entre a Europa e o restante do mundo. As entidades europeias olharam para essas questões muito antes do Fed, por exemplo”, explica Blanco.

Ela destaca ainda que essa postura faz com que outros países se movimentem, já que a Europa também investe nos principais bancos americanos, que acabam avançando nesta pauta para manter a sua posição de destaque.

Blanco afirma que essa é uma estratégia que está se disseminando em outras partes do mundo, incluindo o Brasil, como uma estratégia de valor. No entanto, é uma tendência que deve se incorporar gradualmente nos negócios brasileiros, inclusive como resposta a uma pressão de outros players do mercado.

continua após a publicidade
Parâmetros já são utilizados por alguns dos maiores bancos do mundo, como JP Morgan, Morgan Stanley, Citi e Goldman Sachs  Foto: Andrew Kelly/ Reuters

A expectativa é que essa tendência se consolide de forma ainda mais forte com o recente anúncio do International Sustainability Standards Board (ISSB), criado pela International Financial Reporting Standards Foundation (IFRS) Foundation. A entidade anunciou um conjunto de normas que devem orientar os reguladores na divulgação de informações sobre o impacto das atividades das empresas e bancos em questões ambientais, sociais e de governança.

A partir da padronização dos relatórios, a expectativa é que os bancos se tornem ainda mais eficientes na incorporação dos aspectos ESG, que devem ser cada vez mais atrelada a aspectos econômicos.

continua após a publicidade

“Os bancos devem ser mais eficientes na alocação de recursos, investimentos e concessões de crédito, que, por sua vez, exigirão dos bancos maior integração dos temas socioambientais à estratégia dos negócios e avanço na sofisticação das práticas de governança”, afirma a diretora-geral da Morrow Sodali no Brasil.

A sustentabilidade passou a influenciar diretamente a remuneração de executivos de 8 em cada 10 dos maiores bancos do mundo, segundo levantamento feito pela consultoria de governança Morrow Sodali obtido com exclusividade pelo Estadão.

O estudo, feito com base nas informações públicas divulgadas pelos 30 maiores bancos mundiais, aponta que instituições como JP Morgan, Morgan Stanley, Citi e Goldman Sachs já adotam métricas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança corporativa) nas suas estratégias de incentivo e remuneração da alta liderança.

Dos três pilares do ESG, os que mais ganharam força e foram incorporados às metas de remuneração nos cargos de alta liderança estão o pilar ambiental e social, com destaque para a agenda climática, e a pauta de diversidade de gênero.

Métricas ainda são de curto prazo

O levantamento apontou que, embora a métrica tenha ganhado peso, ainda é vista como um plano de curto prazo para os 30 maiores bancos mundiais — demonstrando que a pauta continua em fase de implementação.

Dentre as instituições que divulgam o desempenho relacionado à sustentabilidade, 80% incluem as métricas nos planos de incentivo de curto prazo. Outros 13% adicionam as métricas aos planos de incentivo de longo prazo, e apenas 7% dos bancos distribuem entre os dois planos de incentivo.

Nos EUA, 100% das métricas estão nos planos de curto prazo. O cenário é mais positivo entre os europeus, em que 75% dos bancos atribuem as métricas aos planos de longo prazo e 25% entre curto e longo prazos.

“Uma justificativa para a prevalência de métricas no curto prazo é o fato de que os objetivos sociais podem ser medidos em ciclos anuais”, explica a diretora-geral da operação da Morrow Sodali no Brasil, Agnes Blanco.

A especialista destaca que na vida real seria difícil atrelar a quantia a uma métrica final, considerando que a meta de zerar a emissão de gases de efeito estufa, por exemplo, só deve ser realizada em 2050. Com isso, ela destaca que métricas de curto prazo, além de serem mais factíveis, são também mais fáceis de serem manejadas conforme as mudanças e exigências que surgirem dessa agenda, ainda considerada nova.

Europa é destaque

O levantamento ainda aponta que a Europa está à frente do restante do mundo nesta pauta, com 95% dos bancos do continente adotando o critério de sustentabilidade como parte da remuneração variável dos bancos. Em contrapartida, a prática é feita por apenas 60% das empresas americanas pesquisadas.

“O arcabouço regulatório é a principal diferença entre a Europa e o restante do mundo. As entidades europeias olharam para essas questões muito antes do Fed, por exemplo”, explica Blanco.

Ela destaca ainda que essa postura faz com que outros países se movimentem, já que a Europa também investe nos principais bancos americanos, que acabam avançando nesta pauta para manter a sua posição de destaque.

Blanco afirma que essa é uma estratégia que está se disseminando em outras partes do mundo, incluindo o Brasil, como uma estratégia de valor. No entanto, é uma tendência que deve se incorporar gradualmente nos negócios brasileiros, inclusive como resposta a uma pressão de outros players do mercado.

Parâmetros já são utilizados por alguns dos maiores bancos do mundo, como JP Morgan, Morgan Stanley, Citi e Goldman Sachs  Foto: Andrew Kelly/ Reuters

A expectativa é que essa tendência se consolide de forma ainda mais forte com o recente anúncio do International Sustainability Standards Board (ISSB), criado pela International Financial Reporting Standards Foundation (IFRS) Foundation. A entidade anunciou um conjunto de normas que devem orientar os reguladores na divulgação de informações sobre o impacto das atividades das empresas e bancos em questões ambientais, sociais e de governança.

A partir da padronização dos relatórios, a expectativa é que os bancos se tornem ainda mais eficientes na incorporação dos aspectos ESG, que devem ser cada vez mais atrelada a aspectos econômicos.

“Os bancos devem ser mais eficientes na alocação de recursos, investimentos e concessões de crédito, que, por sua vez, exigirão dos bancos maior integração dos temas socioambientais à estratégia dos negócios e avanço na sofisticação das práticas de governança”, afirma a diretora-geral da Morrow Sodali no Brasil.

A sustentabilidade passou a influenciar diretamente a remuneração de executivos de 8 em cada 10 dos maiores bancos do mundo, segundo levantamento feito pela consultoria de governança Morrow Sodali obtido com exclusividade pelo Estadão.

O estudo, feito com base nas informações públicas divulgadas pelos 30 maiores bancos mundiais, aponta que instituições como JP Morgan, Morgan Stanley, Citi e Goldman Sachs já adotam métricas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança corporativa) nas suas estratégias de incentivo e remuneração da alta liderança.

Dos três pilares do ESG, os que mais ganharam força e foram incorporados às metas de remuneração nos cargos de alta liderança estão o pilar ambiental e social, com destaque para a agenda climática, e a pauta de diversidade de gênero.

Métricas ainda são de curto prazo

O levantamento apontou que, embora a métrica tenha ganhado peso, ainda é vista como um plano de curto prazo para os 30 maiores bancos mundiais — demonstrando que a pauta continua em fase de implementação.

Dentre as instituições que divulgam o desempenho relacionado à sustentabilidade, 80% incluem as métricas nos planos de incentivo de curto prazo. Outros 13% adicionam as métricas aos planos de incentivo de longo prazo, e apenas 7% dos bancos distribuem entre os dois planos de incentivo.

Nos EUA, 100% das métricas estão nos planos de curto prazo. O cenário é mais positivo entre os europeus, em que 75% dos bancos atribuem as métricas aos planos de longo prazo e 25% entre curto e longo prazos.

“Uma justificativa para a prevalência de métricas no curto prazo é o fato de que os objetivos sociais podem ser medidos em ciclos anuais”, explica a diretora-geral da operação da Morrow Sodali no Brasil, Agnes Blanco.

A especialista destaca que na vida real seria difícil atrelar a quantia a uma métrica final, considerando que a meta de zerar a emissão de gases de efeito estufa, por exemplo, só deve ser realizada em 2050. Com isso, ela destaca que métricas de curto prazo, além de serem mais factíveis, são também mais fáceis de serem manejadas conforme as mudanças e exigências que surgirem dessa agenda, ainda considerada nova.

Europa é destaque

O levantamento ainda aponta que a Europa está à frente do restante do mundo nesta pauta, com 95% dos bancos do continente adotando o critério de sustentabilidade como parte da remuneração variável dos bancos. Em contrapartida, a prática é feita por apenas 60% das empresas americanas pesquisadas.

“O arcabouço regulatório é a principal diferença entre a Europa e o restante do mundo. As entidades europeias olharam para essas questões muito antes do Fed, por exemplo”, explica Blanco.

Ela destaca ainda que essa postura faz com que outros países se movimentem, já que a Europa também investe nos principais bancos americanos, que acabam avançando nesta pauta para manter a sua posição de destaque.

Blanco afirma que essa é uma estratégia que está se disseminando em outras partes do mundo, incluindo o Brasil, como uma estratégia de valor. No entanto, é uma tendência que deve se incorporar gradualmente nos negócios brasileiros, inclusive como resposta a uma pressão de outros players do mercado.

Parâmetros já são utilizados por alguns dos maiores bancos do mundo, como JP Morgan, Morgan Stanley, Citi e Goldman Sachs  Foto: Andrew Kelly/ Reuters

A expectativa é que essa tendência se consolide de forma ainda mais forte com o recente anúncio do International Sustainability Standards Board (ISSB), criado pela International Financial Reporting Standards Foundation (IFRS) Foundation. A entidade anunciou um conjunto de normas que devem orientar os reguladores na divulgação de informações sobre o impacto das atividades das empresas e bancos em questões ambientais, sociais e de governança.

A partir da padronização dos relatórios, a expectativa é que os bancos se tornem ainda mais eficientes na incorporação dos aspectos ESG, que devem ser cada vez mais atrelada a aspectos econômicos.

“Os bancos devem ser mais eficientes na alocação de recursos, investimentos e concessões de crédito, que, por sua vez, exigirão dos bancos maior integração dos temas socioambientais à estratégia dos negócios e avanço na sofisticação das práticas de governança”, afirma a diretora-geral da Morrow Sodali no Brasil.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.