Pacto da ONU no Brasil quer triplo de empresas na agenda climática antes da COP e mais ação do agro


Conforme CEO da rede, Carlo Pereira, programa ‘Pacto Rumo à COP-30’ planeja mobilizar ao menos 600 organizações e espera o envolvimento de mais empresas do agronegócio nos trabalhos do grupo

Por Shagaly Ferreira

O Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) - Rede Brasil pretende aumentar para ao menos 600 o número de empresas no País mobilizadas em ações de intervenção na crise climática até a realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30) em Belém (PA), em setembro de 2025. A organização já conta com 250 delas comprometidas com a agenda, em meio às 2 mil integrantes da rede.

O objetivo está previsto no programa Pacto Rumo à COP-30, que será lançado pela organização na segunda-feira, 3, em uma cerimônia no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. A iniciativa vai apresentar um conjunto de ações de engajamento para impulsionar as companhias a, voluntariamente, assumir compromissos públicos de sustentabilidade, com metas que devem ser cumpridas até 2030.

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No pacote de mobilização, estão um curso preparatório de comunicadores para a COP-30, com início previsto para agosto deste ano; a disponibilização de um livro digital para as empresas da rede; e a realização de um série de seminários virtuais prévios com a participação de especialistas na agenda climática brasileira. Os experts devem abordar temas como a importância do setor empresarial nas COPs, as informações oficiais da COP-30, além dos principais temas técnicos que serão discutidos nas próximas conferências.

Carlo Pereira é CEO do Pacto Global da ONU - Rede Brasil Foto: Divulgação/Pacto Global da ONU-Rede Brasil

Segundo o CEO do Pacto no Brasil, Carlo Pereira, as companhias que darão início ao Pacto Rumo à COP-30 são as que já participam de iniciativas em prol da agenda climática existentes na organização. Elas integram a Plataforma de Ação pelo Clima, movimento com foco, por exemplo, em economia resiliente e Net Zero.

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“Para o Rumo à COP-30, fizemos um grande mergulho em tudo o que o Pacto faz e que tem a ver com a questão climática. E a questão climática não é só a redução de gás de efeito estufa”, afirma. “Estamos falando, sim, de clima, (mas também) de tudo que envolve os Direitos Humanos, a questão de recursos hídricos, os biocombustíveis, os resíduos e a justiça climática”, complementa.

As empresas que aderirem ao engajamento do programa devem participar de movimentos do Pacto como +Água, Ambição Net Zero, Hub de Biocombustíveis e Elétricos, GT de Negócios Oceânicos e Impacto Amazônia.

Com isso, a pretensão é que, por exemplo, as companhias assumam pactos de uso sustentável do solo, com compromisso de desmatamento zero na Amazônia Legal, além de recuperação de áreas degradadas no Cerrado que causam impacto na produção de água, e de redução de duas gigatoneladas de CO₂ em emissões acumuladas até 2030.

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Mais participação do agro

A mobilização que será iniciada para adesão das empresas do Pacto para a agenda climática pode ajudar a ampliar a participação mais efetiva do agronegócio nos grupos de trabalho relacionados ao tema. Sem citar números, Pereira avalia que as companhias do setor ainda participam pouco da mobilização, se comparado ao engajamento dos representantes dos setores de energia, por exemplo.

“Quando falamos de empresas do agro, sentimos muita falta”, diz. “É um setor que naturalmente é mais afetado (pela crise climática), tanto com cheias quanto com secas, e é um mercado fundamental para o País. Em relação à crise hídrica, vemos poucas empresas do setor dentro dos nossos grupos do Pacto, o que achamos um contrassenso. Precisamos mais delas aqui.”

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Além dos representantes do agro, mais setores do mercado também podem fazer mais, opina o CEO. “Dado que a gente precisa reduzir as emissões de gás de efeito estufa em 46% até 2030 e zerar até 2050, todo mundo está devendo, não só no Brasil, mas no mundo. Estão todos precisando tomar atitudes mais drásticas para que a gente consiga contornar e evitar ao máximo os impactos da crise climática.”

Rio Grande do Sul em pauta

Para envolver mais empresas na agenda, o Pacto não só irá dialogar com a proximidade da COP-30, mas com os efeitos recentes da crise climática no Rio Grande do Sul (RS), que estão em pauta no debate público.

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Na avaliação de Pereira, o episódio deve intensificar a cobrança da sociedade para que as empresas façam intervenções efetivas para mitigar o problema. Assim, esse é um momento oportuno para intensificar a mobilização.

“Nesse um ano e meio até a COP-30, infelizmente outras coisas dessa natureza vão acontecer. E agora a população está muito atenta, atrelando o caso (do RS) à crise climática, e entendendo que os culpados não são só governo, mas as pessoas e as empresas. Então, estamos na luta para trazer as empresas para essa discussão, e não só agora, mas desde que o Pacto existe, há 23 anos”, avalia Pereira.

O Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) - Rede Brasil pretende aumentar para ao menos 600 o número de empresas no País mobilizadas em ações de intervenção na crise climática até a realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30) em Belém (PA), em setembro de 2025. A organização já conta com 250 delas comprometidas com a agenda, em meio às 2 mil integrantes da rede.

O objetivo está previsto no programa Pacto Rumo à COP-30, que será lançado pela organização na segunda-feira, 3, em uma cerimônia no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. A iniciativa vai apresentar um conjunto de ações de engajamento para impulsionar as companhias a, voluntariamente, assumir compromissos públicos de sustentabilidade, com metas que devem ser cumpridas até 2030.

No pacote de mobilização, estão um curso preparatório de comunicadores para a COP-30, com início previsto para agosto deste ano; a disponibilização de um livro digital para as empresas da rede; e a realização de um série de seminários virtuais prévios com a participação de especialistas na agenda climática brasileira. Os experts devem abordar temas como a importância do setor empresarial nas COPs, as informações oficiais da COP-30, além dos principais temas técnicos que serão discutidos nas próximas conferências.

Carlo Pereira é CEO do Pacto Global da ONU - Rede Brasil Foto: Divulgação/Pacto Global da ONU-Rede Brasil

Segundo o CEO do Pacto no Brasil, Carlo Pereira, as companhias que darão início ao Pacto Rumo à COP-30 são as que já participam de iniciativas em prol da agenda climática existentes na organização. Elas integram a Plataforma de Ação pelo Clima, movimento com foco, por exemplo, em economia resiliente e Net Zero.

“Para o Rumo à COP-30, fizemos um grande mergulho em tudo o que o Pacto faz e que tem a ver com a questão climática. E a questão climática não é só a redução de gás de efeito estufa”, afirma. “Estamos falando, sim, de clima, (mas também) de tudo que envolve os Direitos Humanos, a questão de recursos hídricos, os biocombustíveis, os resíduos e a justiça climática”, complementa.

As empresas que aderirem ao engajamento do programa devem participar de movimentos do Pacto como +Água, Ambição Net Zero, Hub de Biocombustíveis e Elétricos, GT de Negócios Oceânicos e Impacto Amazônia.

Com isso, a pretensão é que, por exemplo, as companhias assumam pactos de uso sustentável do solo, com compromisso de desmatamento zero na Amazônia Legal, além de recuperação de áreas degradadas no Cerrado que causam impacto na produção de água, e de redução de duas gigatoneladas de CO₂ em emissões acumuladas até 2030.

Mais participação do agro

A mobilização que será iniciada para adesão das empresas do Pacto para a agenda climática pode ajudar a ampliar a participação mais efetiva do agronegócio nos grupos de trabalho relacionados ao tema. Sem citar números, Pereira avalia que as companhias do setor ainda participam pouco da mobilização, se comparado ao engajamento dos representantes dos setores de energia, por exemplo.

“Quando falamos de empresas do agro, sentimos muita falta”, diz. “É um setor que naturalmente é mais afetado (pela crise climática), tanto com cheias quanto com secas, e é um mercado fundamental para o País. Em relação à crise hídrica, vemos poucas empresas do setor dentro dos nossos grupos do Pacto, o que achamos um contrassenso. Precisamos mais delas aqui.”

Além dos representantes do agro, mais setores do mercado também podem fazer mais, opina o CEO. “Dado que a gente precisa reduzir as emissões de gás de efeito estufa em 46% até 2030 e zerar até 2050, todo mundo está devendo, não só no Brasil, mas no mundo. Estão todos precisando tomar atitudes mais drásticas para que a gente consiga contornar e evitar ao máximo os impactos da crise climática.”

Rio Grande do Sul em pauta

Para envolver mais empresas na agenda, o Pacto não só irá dialogar com a proximidade da COP-30, mas com os efeitos recentes da crise climática no Rio Grande do Sul (RS), que estão em pauta no debate público.

Na avaliação de Pereira, o episódio deve intensificar a cobrança da sociedade para que as empresas façam intervenções efetivas para mitigar o problema. Assim, esse é um momento oportuno para intensificar a mobilização.

“Nesse um ano e meio até a COP-30, infelizmente outras coisas dessa natureza vão acontecer. E agora a população está muito atenta, atrelando o caso (do RS) à crise climática, e entendendo que os culpados não são só governo, mas as pessoas e as empresas. Então, estamos na luta para trazer as empresas para essa discussão, e não só agora, mas desde que o Pacto existe, há 23 anos”, avalia Pereira.

O Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) - Rede Brasil pretende aumentar para ao menos 600 o número de empresas no País mobilizadas em ações de intervenção na crise climática até a realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30) em Belém (PA), em setembro de 2025. A organização já conta com 250 delas comprometidas com a agenda, em meio às 2 mil integrantes da rede.

O objetivo está previsto no programa Pacto Rumo à COP-30, que será lançado pela organização na segunda-feira, 3, em uma cerimônia no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. A iniciativa vai apresentar um conjunto de ações de engajamento para impulsionar as companhias a, voluntariamente, assumir compromissos públicos de sustentabilidade, com metas que devem ser cumpridas até 2030.

No pacote de mobilização, estão um curso preparatório de comunicadores para a COP-30, com início previsto para agosto deste ano; a disponibilização de um livro digital para as empresas da rede; e a realização de um série de seminários virtuais prévios com a participação de especialistas na agenda climática brasileira. Os experts devem abordar temas como a importância do setor empresarial nas COPs, as informações oficiais da COP-30, além dos principais temas técnicos que serão discutidos nas próximas conferências.

Carlo Pereira é CEO do Pacto Global da ONU - Rede Brasil Foto: Divulgação/Pacto Global da ONU-Rede Brasil

Segundo o CEO do Pacto no Brasil, Carlo Pereira, as companhias que darão início ao Pacto Rumo à COP-30 são as que já participam de iniciativas em prol da agenda climática existentes na organização. Elas integram a Plataforma de Ação pelo Clima, movimento com foco, por exemplo, em economia resiliente e Net Zero.

“Para o Rumo à COP-30, fizemos um grande mergulho em tudo o que o Pacto faz e que tem a ver com a questão climática. E a questão climática não é só a redução de gás de efeito estufa”, afirma. “Estamos falando, sim, de clima, (mas também) de tudo que envolve os Direitos Humanos, a questão de recursos hídricos, os biocombustíveis, os resíduos e a justiça climática”, complementa.

As empresas que aderirem ao engajamento do programa devem participar de movimentos do Pacto como +Água, Ambição Net Zero, Hub de Biocombustíveis e Elétricos, GT de Negócios Oceânicos e Impacto Amazônia.

Com isso, a pretensão é que, por exemplo, as companhias assumam pactos de uso sustentável do solo, com compromisso de desmatamento zero na Amazônia Legal, além de recuperação de áreas degradadas no Cerrado que causam impacto na produção de água, e de redução de duas gigatoneladas de CO₂ em emissões acumuladas até 2030.

Mais participação do agro

A mobilização que será iniciada para adesão das empresas do Pacto para a agenda climática pode ajudar a ampliar a participação mais efetiva do agronegócio nos grupos de trabalho relacionados ao tema. Sem citar números, Pereira avalia que as companhias do setor ainda participam pouco da mobilização, se comparado ao engajamento dos representantes dos setores de energia, por exemplo.

“Quando falamos de empresas do agro, sentimos muita falta”, diz. “É um setor que naturalmente é mais afetado (pela crise climática), tanto com cheias quanto com secas, e é um mercado fundamental para o País. Em relação à crise hídrica, vemos poucas empresas do setor dentro dos nossos grupos do Pacto, o que achamos um contrassenso. Precisamos mais delas aqui.”

Além dos representantes do agro, mais setores do mercado também podem fazer mais, opina o CEO. “Dado que a gente precisa reduzir as emissões de gás de efeito estufa em 46% até 2030 e zerar até 2050, todo mundo está devendo, não só no Brasil, mas no mundo. Estão todos precisando tomar atitudes mais drásticas para que a gente consiga contornar e evitar ao máximo os impactos da crise climática.”

Rio Grande do Sul em pauta

Para envolver mais empresas na agenda, o Pacto não só irá dialogar com a proximidade da COP-30, mas com os efeitos recentes da crise climática no Rio Grande do Sul (RS), que estão em pauta no debate público.

Na avaliação de Pereira, o episódio deve intensificar a cobrança da sociedade para que as empresas façam intervenções efetivas para mitigar o problema. Assim, esse é um momento oportuno para intensificar a mobilização.

“Nesse um ano e meio até a COP-30, infelizmente outras coisas dessa natureza vão acontecer. E agora a população está muito atenta, atrelando o caso (do RS) à crise climática, e entendendo que os culpados não são só governo, mas as pessoas e as empresas. Então, estamos na luta para trazer as empresas para essa discussão, e não só agora, mas desde que o Pacto existe, há 23 anos”, avalia Pereira.

O Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) - Rede Brasil pretende aumentar para ao menos 600 o número de empresas no País mobilizadas em ações de intervenção na crise climática até a realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30) em Belém (PA), em setembro de 2025. A organização já conta com 250 delas comprometidas com a agenda, em meio às 2 mil integrantes da rede.

O objetivo está previsto no programa Pacto Rumo à COP-30, que será lançado pela organização na segunda-feira, 3, em uma cerimônia no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. A iniciativa vai apresentar um conjunto de ações de engajamento para impulsionar as companhias a, voluntariamente, assumir compromissos públicos de sustentabilidade, com metas que devem ser cumpridas até 2030.

No pacote de mobilização, estão um curso preparatório de comunicadores para a COP-30, com início previsto para agosto deste ano; a disponibilização de um livro digital para as empresas da rede; e a realização de um série de seminários virtuais prévios com a participação de especialistas na agenda climática brasileira. Os experts devem abordar temas como a importância do setor empresarial nas COPs, as informações oficiais da COP-30, além dos principais temas técnicos que serão discutidos nas próximas conferências.

Carlo Pereira é CEO do Pacto Global da ONU - Rede Brasil Foto: Divulgação/Pacto Global da ONU-Rede Brasil

Segundo o CEO do Pacto no Brasil, Carlo Pereira, as companhias que darão início ao Pacto Rumo à COP-30 são as que já participam de iniciativas em prol da agenda climática existentes na organização. Elas integram a Plataforma de Ação pelo Clima, movimento com foco, por exemplo, em economia resiliente e Net Zero.

“Para o Rumo à COP-30, fizemos um grande mergulho em tudo o que o Pacto faz e que tem a ver com a questão climática. E a questão climática não é só a redução de gás de efeito estufa”, afirma. “Estamos falando, sim, de clima, (mas também) de tudo que envolve os Direitos Humanos, a questão de recursos hídricos, os biocombustíveis, os resíduos e a justiça climática”, complementa.

As empresas que aderirem ao engajamento do programa devem participar de movimentos do Pacto como +Água, Ambição Net Zero, Hub de Biocombustíveis e Elétricos, GT de Negócios Oceânicos e Impacto Amazônia.

Com isso, a pretensão é que, por exemplo, as companhias assumam pactos de uso sustentável do solo, com compromisso de desmatamento zero na Amazônia Legal, além de recuperação de áreas degradadas no Cerrado que causam impacto na produção de água, e de redução de duas gigatoneladas de CO₂ em emissões acumuladas até 2030.

Mais participação do agro

A mobilização que será iniciada para adesão das empresas do Pacto para a agenda climática pode ajudar a ampliar a participação mais efetiva do agronegócio nos grupos de trabalho relacionados ao tema. Sem citar números, Pereira avalia que as companhias do setor ainda participam pouco da mobilização, se comparado ao engajamento dos representantes dos setores de energia, por exemplo.

“Quando falamos de empresas do agro, sentimos muita falta”, diz. “É um setor que naturalmente é mais afetado (pela crise climática), tanto com cheias quanto com secas, e é um mercado fundamental para o País. Em relação à crise hídrica, vemos poucas empresas do setor dentro dos nossos grupos do Pacto, o que achamos um contrassenso. Precisamos mais delas aqui.”

Além dos representantes do agro, mais setores do mercado também podem fazer mais, opina o CEO. “Dado que a gente precisa reduzir as emissões de gás de efeito estufa em 46% até 2030 e zerar até 2050, todo mundo está devendo, não só no Brasil, mas no mundo. Estão todos precisando tomar atitudes mais drásticas para que a gente consiga contornar e evitar ao máximo os impactos da crise climática.”

Rio Grande do Sul em pauta

Para envolver mais empresas na agenda, o Pacto não só irá dialogar com a proximidade da COP-30, mas com os efeitos recentes da crise climática no Rio Grande do Sul (RS), que estão em pauta no debate público.

Na avaliação de Pereira, o episódio deve intensificar a cobrança da sociedade para que as empresas façam intervenções efetivas para mitigar o problema. Assim, esse é um momento oportuno para intensificar a mobilização.

“Nesse um ano e meio até a COP-30, infelizmente outras coisas dessa natureza vão acontecer. E agora a população está muito atenta, atrelando o caso (do RS) à crise climática, e entendendo que os culpados não são só governo, mas as pessoas e as empresas. Então, estamos na luta para trazer as empresas para essa discussão, e não só agora, mas desde que o Pacto existe, há 23 anos”, avalia Pereira.

O Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) - Rede Brasil pretende aumentar para ao menos 600 o número de empresas no País mobilizadas em ações de intervenção na crise climática até a realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30) em Belém (PA), em setembro de 2025. A organização já conta com 250 delas comprometidas com a agenda, em meio às 2 mil integrantes da rede.

O objetivo está previsto no programa Pacto Rumo à COP-30, que será lançado pela organização na segunda-feira, 3, em uma cerimônia no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. A iniciativa vai apresentar um conjunto de ações de engajamento para impulsionar as companhias a, voluntariamente, assumir compromissos públicos de sustentabilidade, com metas que devem ser cumpridas até 2030.

No pacote de mobilização, estão um curso preparatório de comunicadores para a COP-30, com início previsto para agosto deste ano; a disponibilização de um livro digital para as empresas da rede; e a realização de um série de seminários virtuais prévios com a participação de especialistas na agenda climática brasileira. Os experts devem abordar temas como a importância do setor empresarial nas COPs, as informações oficiais da COP-30, além dos principais temas técnicos que serão discutidos nas próximas conferências.

Carlo Pereira é CEO do Pacto Global da ONU - Rede Brasil Foto: Divulgação/Pacto Global da ONU-Rede Brasil

Segundo o CEO do Pacto no Brasil, Carlo Pereira, as companhias que darão início ao Pacto Rumo à COP-30 são as que já participam de iniciativas em prol da agenda climática existentes na organização. Elas integram a Plataforma de Ação pelo Clima, movimento com foco, por exemplo, em economia resiliente e Net Zero.

“Para o Rumo à COP-30, fizemos um grande mergulho em tudo o que o Pacto faz e que tem a ver com a questão climática. E a questão climática não é só a redução de gás de efeito estufa”, afirma. “Estamos falando, sim, de clima, (mas também) de tudo que envolve os Direitos Humanos, a questão de recursos hídricos, os biocombustíveis, os resíduos e a justiça climática”, complementa.

As empresas que aderirem ao engajamento do programa devem participar de movimentos do Pacto como +Água, Ambição Net Zero, Hub de Biocombustíveis e Elétricos, GT de Negócios Oceânicos e Impacto Amazônia.

Com isso, a pretensão é que, por exemplo, as companhias assumam pactos de uso sustentável do solo, com compromisso de desmatamento zero na Amazônia Legal, além de recuperação de áreas degradadas no Cerrado que causam impacto na produção de água, e de redução de duas gigatoneladas de CO₂ em emissões acumuladas até 2030.

Mais participação do agro

A mobilização que será iniciada para adesão das empresas do Pacto para a agenda climática pode ajudar a ampliar a participação mais efetiva do agronegócio nos grupos de trabalho relacionados ao tema. Sem citar números, Pereira avalia que as companhias do setor ainda participam pouco da mobilização, se comparado ao engajamento dos representantes dos setores de energia, por exemplo.

“Quando falamos de empresas do agro, sentimos muita falta”, diz. “É um setor que naturalmente é mais afetado (pela crise climática), tanto com cheias quanto com secas, e é um mercado fundamental para o País. Em relação à crise hídrica, vemos poucas empresas do setor dentro dos nossos grupos do Pacto, o que achamos um contrassenso. Precisamos mais delas aqui.”

Além dos representantes do agro, mais setores do mercado também podem fazer mais, opina o CEO. “Dado que a gente precisa reduzir as emissões de gás de efeito estufa em 46% até 2030 e zerar até 2050, todo mundo está devendo, não só no Brasil, mas no mundo. Estão todos precisando tomar atitudes mais drásticas para que a gente consiga contornar e evitar ao máximo os impactos da crise climática.”

Rio Grande do Sul em pauta

Para envolver mais empresas na agenda, o Pacto não só irá dialogar com a proximidade da COP-30, mas com os efeitos recentes da crise climática no Rio Grande do Sul (RS), que estão em pauta no debate público.

Na avaliação de Pereira, o episódio deve intensificar a cobrança da sociedade para que as empresas façam intervenções efetivas para mitigar o problema. Assim, esse é um momento oportuno para intensificar a mobilização.

“Nesse um ano e meio até a COP-30, infelizmente outras coisas dessa natureza vão acontecer. E agora a população está muito atenta, atrelando o caso (do RS) à crise climática, e entendendo que os culpados não são só governo, mas as pessoas e as empresas. Então, estamos na luta para trazer as empresas para essa discussão, e não só agora, mas desde que o Pacto existe, há 23 anos”, avalia Pereira.

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