Parceria com ONGs ajuda empresas a realizar ações ESG para populações necessitadas


Entidades sem fins lucrativos contam com rígido controle de gastos e investem em tecnologia para cumprir melhor o propósito

Por Luis Filipe Santos

A jornada das empresas em prol da pauta ESG, que preconiza preocupações ambientais, sociais e de governança para o mundo corporativo, muitas vezes pode se complicar por falta de apoio ou de entendimento sobre onde começar. Por conta disso, parcerias com ONGs podem ser benéficas - e, em alguns casos, já até existem intermediários que ajudam nessa interlocução.

Atualmente, há ONGs que ajudam na realização de ações beneficentes para determinados públicos ou ajudam a reduzir o desperdício de alimentos, encaminhando-os para quem possa consumi-los, por exemplo. A conexão entre os elos da cadeia é feita por meio de gestão e tecnologia - gerando até o termo filantech, ou seja, uma ação filantrópica tecnológica, que utiliza uma plataforma desenvolvida por ela mesma para realizar o trabalho.

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Essas ONGs atuam nas duas pontas: ao mesmo tempo em que buscam empresas interessadas em avançar em suas jornadas sustentáveis, também buscam outras ONGs e profissionais que podem realizar os propósitos. Além disso, possuem um controle financeiro que garante que o dinheiro doado ou investido tenha um retorno social alto e se preocupam em serem auditadas. Assim, garantem a governança.

Uma outra possível fonte de recursos são projetos realizados em parcerias com empresas, que pagam para melhorar suas cadeias de produção ou para realizar ações beneficentes, como um patrocínio ou para ações pontuais.

Filantech

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Um dos projetos é a ‘filantech’ Infineat, que tem o objetivo de solucionar o desperdício de alimentos ao redirecionar os que estão em condição de consumo, mas seriam descartados, para pessoas que passam fome. A parte tecnológica funciona a partir de uma plataforma desenvolvida pela própria Infineat para gerir os recolhimentos em restaurantes e entregá-los a outras ONGs que, por sua vez, os preparam para quem precisa. Classificada como ONG, a Infineat foi criada após um dos fundadores perceber a quantidade de comida desperdiçada em uma praça de alimentação.

“Nós entramos na operação dos restaurantes, fazendo gestão da rotina do dia a dia, e conectamos ONGs parceiras, com a logística mais inteligente possível”, explica Alexandre Vasserman, CEO da Infineat. Com o uso da plataforma, é organizado o cronograma de em quais lojas deve ser feita a coleta em quais dias da semana, e quais instituições recebem, além de categorizar peso, volume e tipo de produto. A ONG vai até o restaurante, marca na plataforma que a coleta foi feita e leva os alimentos que seriam descartados.

Produtos recolhidos em uma loja de rede parceira da Infineat; caso não fossem recolhidos, seriam descartados Foto: Divulgação / Infineat
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Em dois anos de operação, a Infineat calcula ter redirecionado 1.060 toneladas de alimentos, com mais de dois milhões de refeições complementadas. Hoje, atua em 100 lojas, em três estados (São Paulo, Bahia e Sergipe) e está iniciando a atuação no Ceará, além de ter realizado ações esporádicas em Pernambuco e Rio de Janeiro. No total, foram R$ 10,6 milhões em valor de produto e mais de mil toneladas de CO2 retiradas da atmosfera ao reduzir a necessidade de produção de mais alimentos.

“Temos uma operação extremamente eficiente financeiramente. Para cada real investido, conseguimos entregar 12 reais de valor de produto, é um investimento muito atrativo”, relata Vasserman. Além dos restaurantes, a Infineat também tem projetos com a indústria e com o varejo, e tem a Unilever como uma de suas parceiras. A entrada de recursos em projetos pagos, se houver, vem do lado das empresas, não das ONGs.

De acordo com Vasserman, o planejamento envolve uma nova captação de recursos, para poder investir em talentos, infraestrutura e chegar a mais locais no Brasil. “Era um sistema que faltava quem resolvesse. Então, vamos olhar para isso, trazer o social para dentro de uma lógica econômica. É um problema global, mas a plataforma pode funciona em outros lugares. Podemos ser a maior plataforma de redirecionamento de alimentos”, projeta.

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Neologismo

Se o termo filantech parece estranho, é porque é mesmo. Mesmo no Google, apresenta poucos resultados - menos de quatro mil, em comparação com os milhões de termos para “healthtech” (saúde), “govtech” (área governamental) e foodtech (comida), ou mesmo os 500 mil de socialtech (área social). Vasserman crê que o neologismo foi necessário para levar às entidades sem fins lucrativos (cujo conjunto é chamado de terceiro setor, diferenciado de governos e empresas) uma intervenção.

Colaborador de uma loja de rede de supermercados parceira da Infineat faz o carregamento de produtos que serão redirecionados. Foto: Divulgação / Infineat
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“O terceiro setor dialoga com as pessoas e desenvolve ações diretamente para beneficiá-las, mas existe uma falta de acesso a capital para essa mentalidade de negócio pensando na inovação”, relata. Assim, caso o termo se popularize e leve a mais soluções tecnológicas em ONGs, o CEO da Infineat espera que o setor possa entender e buscar soluções que sejam escaláveis, com a capacidade de ampliar o impacto. No entanto, depende do setor e de como ele está inserido.

Saúde

Outra iniciativa que visa conectar empresas a ONGs e profissionais capazes de resolver problemas para a população é a ONG Horas da Vida. Focada em levar atendimentos de saúde para quem não pode pagar, a Horas da Vida também atua como “marketplace”, na definição do fundador Rubem Ariano, ao conectar empresas que querem realizar ações sociais com ONGs que podem realizá-las, ou profissionais voluntários.

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Segundo Ariano, a ONG busca realizar projetos de acompanhamento com beneficiários, com foco na atenção primária, mas que se estende até o problema de saúde ser solucionado. Assim, a Horas da Vida procura empresas que patrocinem todo esse ‘ciclo de cuidado’. “A dinâmica principal é que uma empresa queira patrocinar o Horas da Vida como um todo, a primeira forma de participar. E, claro, ela ganha a visibilidade justa e merecida como mídia espontânea em tudo que fizermos”, comenta Ariano.

Mutirão de saúde Neo Química, realizado pelo Horas da Vida na Neo Química Arena, na Zona Leste de São Paulo Foto: Rivaldo Gomes / ONG Horas da Vida / Divulgação

O Horas da Vida cadastra ONGs parceiras que procuram pessoas que precisam de apoio de saúde. As parceiras, então, encaminham os indivíduos para o Horas da Vida. Na sequência, a ONG de Ariano organiza o fluxo para médicos e laboratórios que atendem gratuitamente. Até 2022, foram mais de 1,5 milhão de ações, entre consultas e exames realizados.

A entidade trabalha de outras formas também - em parceria com empresas, para realizar ações para um público determinado, que pode ser interno, como avaliações da saúde física e mental de colaboradores, ou externos, com mutirões para populações carentes. “Quando uma empresa decide contratar médicos, laboratórios, nutris, para atender uma população que não vai pagar por isso, contrata o Horas da Vida para fazer a dinâmica acontecer, e encontrar e pagar os profissionais”, conta Ariano.

Com a agenda ESG se tornando mais disseminada e obrigatória entre as empresas, o fundador da ONG relata um aumento na procura pelas ações. “Elas mesmas têm nos descoberto e buscado para fazer essas ações, às vezes não precisamos ir atrás”, diz o fundador. Ele também destaca a governança da Horas da Vida. “Cada real investido entrega R$ 7, R$ 8, R$ 9 reais na ponta. A taxa de retorno social é gigantesca”, afirma.

Oriundo do mercado financeiro, mas há nove anos se dedicando ao Horas da Vida, Ariano relata que a equipe hoje é enxuta e há apenas uma sede, e que uma condição principal para começar a ONG foi que tudo fosse auditado para garantir a correção. “Assim, as empresas reforçam a agenda de ESG com clareza e transparência”, garante. Em 2023, o instituto projeta desenvolver um núcleo especializado para pacientes de doenças crônicas não transmissíveis.

A jornada das empresas em prol da pauta ESG, que preconiza preocupações ambientais, sociais e de governança para o mundo corporativo, muitas vezes pode se complicar por falta de apoio ou de entendimento sobre onde começar. Por conta disso, parcerias com ONGs podem ser benéficas - e, em alguns casos, já até existem intermediários que ajudam nessa interlocução.

Atualmente, há ONGs que ajudam na realização de ações beneficentes para determinados públicos ou ajudam a reduzir o desperdício de alimentos, encaminhando-os para quem possa consumi-los, por exemplo. A conexão entre os elos da cadeia é feita por meio de gestão e tecnologia - gerando até o termo filantech, ou seja, uma ação filantrópica tecnológica, que utiliza uma plataforma desenvolvida por ela mesma para realizar o trabalho.

Essas ONGs atuam nas duas pontas: ao mesmo tempo em que buscam empresas interessadas em avançar em suas jornadas sustentáveis, também buscam outras ONGs e profissionais que podem realizar os propósitos. Além disso, possuem um controle financeiro que garante que o dinheiro doado ou investido tenha um retorno social alto e se preocupam em serem auditadas. Assim, garantem a governança.

Uma outra possível fonte de recursos são projetos realizados em parcerias com empresas, que pagam para melhorar suas cadeias de produção ou para realizar ações beneficentes, como um patrocínio ou para ações pontuais.

Filantech

Um dos projetos é a ‘filantech’ Infineat, que tem o objetivo de solucionar o desperdício de alimentos ao redirecionar os que estão em condição de consumo, mas seriam descartados, para pessoas que passam fome. A parte tecnológica funciona a partir de uma plataforma desenvolvida pela própria Infineat para gerir os recolhimentos em restaurantes e entregá-los a outras ONGs que, por sua vez, os preparam para quem precisa. Classificada como ONG, a Infineat foi criada após um dos fundadores perceber a quantidade de comida desperdiçada em uma praça de alimentação.

“Nós entramos na operação dos restaurantes, fazendo gestão da rotina do dia a dia, e conectamos ONGs parceiras, com a logística mais inteligente possível”, explica Alexandre Vasserman, CEO da Infineat. Com o uso da plataforma, é organizado o cronograma de em quais lojas deve ser feita a coleta em quais dias da semana, e quais instituições recebem, além de categorizar peso, volume e tipo de produto. A ONG vai até o restaurante, marca na plataforma que a coleta foi feita e leva os alimentos que seriam descartados.

Produtos recolhidos em uma loja de rede parceira da Infineat; caso não fossem recolhidos, seriam descartados Foto: Divulgação / Infineat

Em dois anos de operação, a Infineat calcula ter redirecionado 1.060 toneladas de alimentos, com mais de dois milhões de refeições complementadas. Hoje, atua em 100 lojas, em três estados (São Paulo, Bahia e Sergipe) e está iniciando a atuação no Ceará, além de ter realizado ações esporádicas em Pernambuco e Rio de Janeiro. No total, foram R$ 10,6 milhões em valor de produto e mais de mil toneladas de CO2 retiradas da atmosfera ao reduzir a necessidade de produção de mais alimentos.

“Temos uma operação extremamente eficiente financeiramente. Para cada real investido, conseguimos entregar 12 reais de valor de produto, é um investimento muito atrativo”, relata Vasserman. Além dos restaurantes, a Infineat também tem projetos com a indústria e com o varejo, e tem a Unilever como uma de suas parceiras. A entrada de recursos em projetos pagos, se houver, vem do lado das empresas, não das ONGs.

De acordo com Vasserman, o planejamento envolve uma nova captação de recursos, para poder investir em talentos, infraestrutura e chegar a mais locais no Brasil. “Era um sistema que faltava quem resolvesse. Então, vamos olhar para isso, trazer o social para dentro de uma lógica econômica. É um problema global, mas a plataforma pode funciona em outros lugares. Podemos ser a maior plataforma de redirecionamento de alimentos”, projeta.

Neologismo

Se o termo filantech parece estranho, é porque é mesmo. Mesmo no Google, apresenta poucos resultados - menos de quatro mil, em comparação com os milhões de termos para “healthtech” (saúde), “govtech” (área governamental) e foodtech (comida), ou mesmo os 500 mil de socialtech (área social). Vasserman crê que o neologismo foi necessário para levar às entidades sem fins lucrativos (cujo conjunto é chamado de terceiro setor, diferenciado de governos e empresas) uma intervenção.

Colaborador de uma loja de rede de supermercados parceira da Infineat faz o carregamento de produtos que serão redirecionados. Foto: Divulgação / Infineat

“O terceiro setor dialoga com as pessoas e desenvolve ações diretamente para beneficiá-las, mas existe uma falta de acesso a capital para essa mentalidade de negócio pensando na inovação”, relata. Assim, caso o termo se popularize e leve a mais soluções tecnológicas em ONGs, o CEO da Infineat espera que o setor possa entender e buscar soluções que sejam escaláveis, com a capacidade de ampliar o impacto. No entanto, depende do setor e de como ele está inserido.

Saúde

Outra iniciativa que visa conectar empresas a ONGs e profissionais capazes de resolver problemas para a população é a ONG Horas da Vida. Focada em levar atendimentos de saúde para quem não pode pagar, a Horas da Vida também atua como “marketplace”, na definição do fundador Rubem Ariano, ao conectar empresas que querem realizar ações sociais com ONGs que podem realizá-las, ou profissionais voluntários.

Segundo Ariano, a ONG busca realizar projetos de acompanhamento com beneficiários, com foco na atenção primária, mas que se estende até o problema de saúde ser solucionado. Assim, a Horas da Vida procura empresas que patrocinem todo esse ‘ciclo de cuidado’. “A dinâmica principal é que uma empresa queira patrocinar o Horas da Vida como um todo, a primeira forma de participar. E, claro, ela ganha a visibilidade justa e merecida como mídia espontânea em tudo que fizermos”, comenta Ariano.

Mutirão de saúde Neo Química, realizado pelo Horas da Vida na Neo Química Arena, na Zona Leste de São Paulo Foto: Rivaldo Gomes / ONG Horas da Vida / Divulgação

O Horas da Vida cadastra ONGs parceiras que procuram pessoas que precisam de apoio de saúde. As parceiras, então, encaminham os indivíduos para o Horas da Vida. Na sequência, a ONG de Ariano organiza o fluxo para médicos e laboratórios que atendem gratuitamente. Até 2022, foram mais de 1,5 milhão de ações, entre consultas e exames realizados.

A entidade trabalha de outras formas também - em parceria com empresas, para realizar ações para um público determinado, que pode ser interno, como avaliações da saúde física e mental de colaboradores, ou externos, com mutirões para populações carentes. “Quando uma empresa decide contratar médicos, laboratórios, nutris, para atender uma população que não vai pagar por isso, contrata o Horas da Vida para fazer a dinâmica acontecer, e encontrar e pagar os profissionais”, conta Ariano.

Com a agenda ESG se tornando mais disseminada e obrigatória entre as empresas, o fundador da ONG relata um aumento na procura pelas ações. “Elas mesmas têm nos descoberto e buscado para fazer essas ações, às vezes não precisamos ir atrás”, diz o fundador. Ele também destaca a governança da Horas da Vida. “Cada real investido entrega R$ 7, R$ 8, R$ 9 reais na ponta. A taxa de retorno social é gigantesca”, afirma.

Oriundo do mercado financeiro, mas há nove anos se dedicando ao Horas da Vida, Ariano relata que a equipe hoje é enxuta e há apenas uma sede, e que uma condição principal para começar a ONG foi que tudo fosse auditado para garantir a correção. “Assim, as empresas reforçam a agenda de ESG com clareza e transparência”, garante. Em 2023, o instituto projeta desenvolver um núcleo especializado para pacientes de doenças crônicas não transmissíveis.

A jornada das empresas em prol da pauta ESG, que preconiza preocupações ambientais, sociais e de governança para o mundo corporativo, muitas vezes pode se complicar por falta de apoio ou de entendimento sobre onde começar. Por conta disso, parcerias com ONGs podem ser benéficas - e, em alguns casos, já até existem intermediários que ajudam nessa interlocução.

Atualmente, há ONGs que ajudam na realização de ações beneficentes para determinados públicos ou ajudam a reduzir o desperdício de alimentos, encaminhando-os para quem possa consumi-los, por exemplo. A conexão entre os elos da cadeia é feita por meio de gestão e tecnologia - gerando até o termo filantech, ou seja, uma ação filantrópica tecnológica, que utiliza uma plataforma desenvolvida por ela mesma para realizar o trabalho.

Essas ONGs atuam nas duas pontas: ao mesmo tempo em que buscam empresas interessadas em avançar em suas jornadas sustentáveis, também buscam outras ONGs e profissionais que podem realizar os propósitos. Além disso, possuem um controle financeiro que garante que o dinheiro doado ou investido tenha um retorno social alto e se preocupam em serem auditadas. Assim, garantem a governança.

Uma outra possível fonte de recursos são projetos realizados em parcerias com empresas, que pagam para melhorar suas cadeias de produção ou para realizar ações beneficentes, como um patrocínio ou para ações pontuais.

Filantech

Um dos projetos é a ‘filantech’ Infineat, que tem o objetivo de solucionar o desperdício de alimentos ao redirecionar os que estão em condição de consumo, mas seriam descartados, para pessoas que passam fome. A parte tecnológica funciona a partir de uma plataforma desenvolvida pela própria Infineat para gerir os recolhimentos em restaurantes e entregá-los a outras ONGs que, por sua vez, os preparam para quem precisa. Classificada como ONG, a Infineat foi criada após um dos fundadores perceber a quantidade de comida desperdiçada em uma praça de alimentação.

“Nós entramos na operação dos restaurantes, fazendo gestão da rotina do dia a dia, e conectamos ONGs parceiras, com a logística mais inteligente possível”, explica Alexandre Vasserman, CEO da Infineat. Com o uso da plataforma, é organizado o cronograma de em quais lojas deve ser feita a coleta em quais dias da semana, e quais instituições recebem, além de categorizar peso, volume e tipo de produto. A ONG vai até o restaurante, marca na plataforma que a coleta foi feita e leva os alimentos que seriam descartados.

Produtos recolhidos em uma loja de rede parceira da Infineat; caso não fossem recolhidos, seriam descartados Foto: Divulgação / Infineat

Em dois anos de operação, a Infineat calcula ter redirecionado 1.060 toneladas de alimentos, com mais de dois milhões de refeições complementadas. Hoje, atua em 100 lojas, em três estados (São Paulo, Bahia e Sergipe) e está iniciando a atuação no Ceará, além de ter realizado ações esporádicas em Pernambuco e Rio de Janeiro. No total, foram R$ 10,6 milhões em valor de produto e mais de mil toneladas de CO2 retiradas da atmosfera ao reduzir a necessidade de produção de mais alimentos.

“Temos uma operação extremamente eficiente financeiramente. Para cada real investido, conseguimos entregar 12 reais de valor de produto, é um investimento muito atrativo”, relata Vasserman. Além dos restaurantes, a Infineat também tem projetos com a indústria e com o varejo, e tem a Unilever como uma de suas parceiras. A entrada de recursos em projetos pagos, se houver, vem do lado das empresas, não das ONGs.

De acordo com Vasserman, o planejamento envolve uma nova captação de recursos, para poder investir em talentos, infraestrutura e chegar a mais locais no Brasil. “Era um sistema que faltava quem resolvesse. Então, vamos olhar para isso, trazer o social para dentro de uma lógica econômica. É um problema global, mas a plataforma pode funciona em outros lugares. Podemos ser a maior plataforma de redirecionamento de alimentos”, projeta.

Neologismo

Se o termo filantech parece estranho, é porque é mesmo. Mesmo no Google, apresenta poucos resultados - menos de quatro mil, em comparação com os milhões de termos para “healthtech” (saúde), “govtech” (área governamental) e foodtech (comida), ou mesmo os 500 mil de socialtech (área social). Vasserman crê que o neologismo foi necessário para levar às entidades sem fins lucrativos (cujo conjunto é chamado de terceiro setor, diferenciado de governos e empresas) uma intervenção.

Colaborador de uma loja de rede de supermercados parceira da Infineat faz o carregamento de produtos que serão redirecionados. Foto: Divulgação / Infineat

“O terceiro setor dialoga com as pessoas e desenvolve ações diretamente para beneficiá-las, mas existe uma falta de acesso a capital para essa mentalidade de negócio pensando na inovação”, relata. Assim, caso o termo se popularize e leve a mais soluções tecnológicas em ONGs, o CEO da Infineat espera que o setor possa entender e buscar soluções que sejam escaláveis, com a capacidade de ampliar o impacto. No entanto, depende do setor e de como ele está inserido.

Saúde

Outra iniciativa que visa conectar empresas a ONGs e profissionais capazes de resolver problemas para a população é a ONG Horas da Vida. Focada em levar atendimentos de saúde para quem não pode pagar, a Horas da Vida também atua como “marketplace”, na definição do fundador Rubem Ariano, ao conectar empresas que querem realizar ações sociais com ONGs que podem realizá-las, ou profissionais voluntários.

Segundo Ariano, a ONG busca realizar projetos de acompanhamento com beneficiários, com foco na atenção primária, mas que se estende até o problema de saúde ser solucionado. Assim, a Horas da Vida procura empresas que patrocinem todo esse ‘ciclo de cuidado’. “A dinâmica principal é que uma empresa queira patrocinar o Horas da Vida como um todo, a primeira forma de participar. E, claro, ela ganha a visibilidade justa e merecida como mídia espontânea em tudo que fizermos”, comenta Ariano.

Mutirão de saúde Neo Química, realizado pelo Horas da Vida na Neo Química Arena, na Zona Leste de São Paulo Foto: Rivaldo Gomes / ONG Horas da Vida / Divulgação

O Horas da Vida cadastra ONGs parceiras que procuram pessoas que precisam de apoio de saúde. As parceiras, então, encaminham os indivíduos para o Horas da Vida. Na sequência, a ONG de Ariano organiza o fluxo para médicos e laboratórios que atendem gratuitamente. Até 2022, foram mais de 1,5 milhão de ações, entre consultas e exames realizados.

A entidade trabalha de outras formas também - em parceria com empresas, para realizar ações para um público determinado, que pode ser interno, como avaliações da saúde física e mental de colaboradores, ou externos, com mutirões para populações carentes. “Quando uma empresa decide contratar médicos, laboratórios, nutris, para atender uma população que não vai pagar por isso, contrata o Horas da Vida para fazer a dinâmica acontecer, e encontrar e pagar os profissionais”, conta Ariano.

Com a agenda ESG se tornando mais disseminada e obrigatória entre as empresas, o fundador da ONG relata um aumento na procura pelas ações. “Elas mesmas têm nos descoberto e buscado para fazer essas ações, às vezes não precisamos ir atrás”, diz o fundador. Ele também destaca a governança da Horas da Vida. “Cada real investido entrega R$ 7, R$ 8, R$ 9 reais na ponta. A taxa de retorno social é gigantesca”, afirma.

Oriundo do mercado financeiro, mas há nove anos se dedicando ao Horas da Vida, Ariano relata que a equipe hoje é enxuta e há apenas uma sede, e que uma condição principal para começar a ONG foi que tudo fosse auditado para garantir a correção. “Assim, as empresas reforçam a agenda de ESG com clareza e transparência”, garante. Em 2023, o instituto projeta desenvolver um núcleo especializado para pacientes de doenças crônicas não transmissíveis.

A jornada das empresas em prol da pauta ESG, que preconiza preocupações ambientais, sociais e de governança para o mundo corporativo, muitas vezes pode se complicar por falta de apoio ou de entendimento sobre onde começar. Por conta disso, parcerias com ONGs podem ser benéficas - e, em alguns casos, já até existem intermediários que ajudam nessa interlocução.

Atualmente, há ONGs que ajudam na realização de ações beneficentes para determinados públicos ou ajudam a reduzir o desperdício de alimentos, encaminhando-os para quem possa consumi-los, por exemplo. A conexão entre os elos da cadeia é feita por meio de gestão e tecnologia - gerando até o termo filantech, ou seja, uma ação filantrópica tecnológica, que utiliza uma plataforma desenvolvida por ela mesma para realizar o trabalho.

Essas ONGs atuam nas duas pontas: ao mesmo tempo em que buscam empresas interessadas em avançar em suas jornadas sustentáveis, também buscam outras ONGs e profissionais que podem realizar os propósitos. Além disso, possuem um controle financeiro que garante que o dinheiro doado ou investido tenha um retorno social alto e se preocupam em serem auditadas. Assim, garantem a governança.

Uma outra possível fonte de recursos são projetos realizados em parcerias com empresas, que pagam para melhorar suas cadeias de produção ou para realizar ações beneficentes, como um patrocínio ou para ações pontuais.

Filantech

Um dos projetos é a ‘filantech’ Infineat, que tem o objetivo de solucionar o desperdício de alimentos ao redirecionar os que estão em condição de consumo, mas seriam descartados, para pessoas que passam fome. A parte tecnológica funciona a partir de uma plataforma desenvolvida pela própria Infineat para gerir os recolhimentos em restaurantes e entregá-los a outras ONGs que, por sua vez, os preparam para quem precisa. Classificada como ONG, a Infineat foi criada após um dos fundadores perceber a quantidade de comida desperdiçada em uma praça de alimentação.

“Nós entramos na operação dos restaurantes, fazendo gestão da rotina do dia a dia, e conectamos ONGs parceiras, com a logística mais inteligente possível”, explica Alexandre Vasserman, CEO da Infineat. Com o uso da plataforma, é organizado o cronograma de em quais lojas deve ser feita a coleta em quais dias da semana, e quais instituições recebem, além de categorizar peso, volume e tipo de produto. A ONG vai até o restaurante, marca na plataforma que a coleta foi feita e leva os alimentos que seriam descartados.

Produtos recolhidos em uma loja de rede parceira da Infineat; caso não fossem recolhidos, seriam descartados Foto: Divulgação / Infineat

Em dois anos de operação, a Infineat calcula ter redirecionado 1.060 toneladas de alimentos, com mais de dois milhões de refeições complementadas. Hoje, atua em 100 lojas, em três estados (São Paulo, Bahia e Sergipe) e está iniciando a atuação no Ceará, além de ter realizado ações esporádicas em Pernambuco e Rio de Janeiro. No total, foram R$ 10,6 milhões em valor de produto e mais de mil toneladas de CO2 retiradas da atmosfera ao reduzir a necessidade de produção de mais alimentos.

“Temos uma operação extremamente eficiente financeiramente. Para cada real investido, conseguimos entregar 12 reais de valor de produto, é um investimento muito atrativo”, relata Vasserman. Além dos restaurantes, a Infineat também tem projetos com a indústria e com o varejo, e tem a Unilever como uma de suas parceiras. A entrada de recursos em projetos pagos, se houver, vem do lado das empresas, não das ONGs.

De acordo com Vasserman, o planejamento envolve uma nova captação de recursos, para poder investir em talentos, infraestrutura e chegar a mais locais no Brasil. “Era um sistema que faltava quem resolvesse. Então, vamos olhar para isso, trazer o social para dentro de uma lógica econômica. É um problema global, mas a plataforma pode funciona em outros lugares. Podemos ser a maior plataforma de redirecionamento de alimentos”, projeta.

Neologismo

Se o termo filantech parece estranho, é porque é mesmo. Mesmo no Google, apresenta poucos resultados - menos de quatro mil, em comparação com os milhões de termos para “healthtech” (saúde), “govtech” (área governamental) e foodtech (comida), ou mesmo os 500 mil de socialtech (área social). Vasserman crê que o neologismo foi necessário para levar às entidades sem fins lucrativos (cujo conjunto é chamado de terceiro setor, diferenciado de governos e empresas) uma intervenção.

Colaborador de uma loja de rede de supermercados parceira da Infineat faz o carregamento de produtos que serão redirecionados. Foto: Divulgação / Infineat

“O terceiro setor dialoga com as pessoas e desenvolve ações diretamente para beneficiá-las, mas existe uma falta de acesso a capital para essa mentalidade de negócio pensando na inovação”, relata. Assim, caso o termo se popularize e leve a mais soluções tecnológicas em ONGs, o CEO da Infineat espera que o setor possa entender e buscar soluções que sejam escaláveis, com a capacidade de ampliar o impacto. No entanto, depende do setor e de como ele está inserido.

Saúde

Outra iniciativa que visa conectar empresas a ONGs e profissionais capazes de resolver problemas para a população é a ONG Horas da Vida. Focada em levar atendimentos de saúde para quem não pode pagar, a Horas da Vida também atua como “marketplace”, na definição do fundador Rubem Ariano, ao conectar empresas que querem realizar ações sociais com ONGs que podem realizá-las, ou profissionais voluntários.

Segundo Ariano, a ONG busca realizar projetos de acompanhamento com beneficiários, com foco na atenção primária, mas que se estende até o problema de saúde ser solucionado. Assim, a Horas da Vida procura empresas que patrocinem todo esse ‘ciclo de cuidado’. “A dinâmica principal é que uma empresa queira patrocinar o Horas da Vida como um todo, a primeira forma de participar. E, claro, ela ganha a visibilidade justa e merecida como mídia espontânea em tudo que fizermos”, comenta Ariano.

Mutirão de saúde Neo Química, realizado pelo Horas da Vida na Neo Química Arena, na Zona Leste de São Paulo Foto: Rivaldo Gomes / ONG Horas da Vida / Divulgação

O Horas da Vida cadastra ONGs parceiras que procuram pessoas que precisam de apoio de saúde. As parceiras, então, encaminham os indivíduos para o Horas da Vida. Na sequência, a ONG de Ariano organiza o fluxo para médicos e laboratórios que atendem gratuitamente. Até 2022, foram mais de 1,5 milhão de ações, entre consultas e exames realizados.

A entidade trabalha de outras formas também - em parceria com empresas, para realizar ações para um público determinado, que pode ser interno, como avaliações da saúde física e mental de colaboradores, ou externos, com mutirões para populações carentes. “Quando uma empresa decide contratar médicos, laboratórios, nutris, para atender uma população que não vai pagar por isso, contrata o Horas da Vida para fazer a dinâmica acontecer, e encontrar e pagar os profissionais”, conta Ariano.

Com a agenda ESG se tornando mais disseminada e obrigatória entre as empresas, o fundador da ONG relata um aumento na procura pelas ações. “Elas mesmas têm nos descoberto e buscado para fazer essas ações, às vezes não precisamos ir atrás”, diz o fundador. Ele também destaca a governança da Horas da Vida. “Cada real investido entrega R$ 7, R$ 8, R$ 9 reais na ponta. A taxa de retorno social é gigantesca”, afirma.

Oriundo do mercado financeiro, mas há nove anos se dedicando ao Horas da Vida, Ariano relata que a equipe hoje é enxuta e há apenas uma sede, e que uma condição principal para começar a ONG foi que tudo fosse auditado para garantir a correção. “Assim, as empresas reforçam a agenda de ESG com clareza e transparência”, garante. Em 2023, o instituto projeta desenvolver um núcleo especializado para pacientes de doenças crônicas não transmissíveis.

A jornada das empresas em prol da pauta ESG, que preconiza preocupações ambientais, sociais e de governança para o mundo corporativo, muitas vezes pode se complicar por falta de apoio ou de entendimento sobre onde começar. Por conta disso, parcerias com ONGs podem ser benéficas - e, em alguns casos, já até existem intermediários que ajudam nessa interlocução.

Atualmente, há ONGs que ajudam na realização de ações beneficentes para determinados públicos ou ajudam a reduzir o desperdício de alimentos, encaminhando-os para quem possa consumi-los, por exemplo. A conexão entre os elos da cadeia é feita por meio de gestão e tecnologia - gerando até o termo filantech, ou seja, uma ação filantrópica tecnológica, que utiliza uma plataforma desenvolvida por ela mesma para realizar o trabalho.

Essas ONGs atuam nas duas pontas: ao mesmo tempo em que buscam empresas interessadas em avançar em suas jornadas sustentáveis, também buscam outras ONGs e profissionais que podem realizar os propósitos. Além disso, possuem um controle financeiro que garante que o dinheiro doado ou investido tenha um retorno social alto e se preocupam em serem auditadas. Assim, garantem a governança.

Uma outra possível fonte de recursos são projetos realizados em parcerias com empresas, que pagam para melhorar suas cadeias de produção ou para realizar ações beneficentes, como um patrocínio ou para ações pontuais.

Filantech

Um dos projetos é a ‘filantech’ Infineat, que tem o objetivo de solucionar o desperdício de alimentos ao redirecionar os que estão em condição de consumo, mas seriam descartados, para pessoas que passam fome. A parte tecnológica funciona a partir de uma plataforma desenvolvida pela própria Infineat para gerir os recolhimentos em restaurantes e entregá-los a outras ONGs que, por sua vez, os preparam para quem precisa. Classificada como ONG, a Infineat foi criada após um dos fundadores perceber a quantidade de comida desperdiçada em uma praça de alimentação.

“Nós entramos na operação dos restaurantes, fazendo gestão da rotina do dia a dia, e conectamos ONGs parceiras, com a logística mais inteligente possível”, explica Alexandre Vasserman, CEO da Infineat. Com o uso da plataforma, é organizado o cronograma de em quais lojas deve ser feita a coleta em quais dias da semana, e quais instituições recebem, além de categorizar peso, volume e tipo de produto. A ONG vai até o restaurante, marca na plataforma que a coleta foi feita e leva os alimentos que seriam descartados.

Produtos recolhidos em uma loja de rede parceira da Infineat; caso não fossem recolhidos, seriam descartados Foto: Divulgação / Infineat

Em dois anos de operação, a Infineat calcula ter redirecionado 1.060 toneladas de alimentos, com mais de dois milhões de refeições complementadas. Hoje, atua em 100 lojas, em três estados (São Paulo, Bahia e Sergipe) e está iniciando a atuação no Ceará, além de ter realizado ações esporádicas em Pernambuco e Rio de Janeiro. No total, foram R$ 10,6 milhões em valor de produto e mais de mil toneladas de CO2 retiradas da atmosfera ao reduzir a necessidade de produção de mais alimentos.

“Temos uma operação extremamente eficiente financeiramente. Para cada real investido, conseguimos entregar 12 reais de valor de produto, é um investimento muito atrativo”, relata Vasserman. Além dos restaurantes, a Infineat também tem projetos com a indústria e com o varejo, e tem a Unilever como uma de suas parceiras. A entrada de recursos em projetos pagos, se houver, vem do lado das empresas, não das ONGs.

De acordo com Vasserman, o planejamento envolve uma nova captação de recursos, para poder investir em talentos, infraestrutura e chegar a mais locais no Brasil. “Era um sistema que faltava quem resolvesse. Então, vamos olhar para isso, trazer o social para dentro de uma lógica econômica. É um problema global, mas a plataforma pode funciona em outros lugares. Podemos ser a maior plataforma de redirecionamento de alimentos”, projeta.

Neologismo

Se o termo filantech parece estranho, é porque é mesmo. Mesmo no Google, apresenta poucos resultados - menos de quatro mil, em comparação com os milhões de termos para “healthtech” (saúde), “govtech” (área governamental) e foodtech (comida), ou mesmo os 500 mil de socialtech (área social). Vasserman crê que o neologismo foi necessário para levar às entidades sem fins lucrativos (cujo conjunto é chamado de terceiro setor, diferenciado de governos e empresas) uma intervenção.

Colaborador de uma loja de rede de supermercados parceira da Infineat faz o carregamento de produtos que serão redirecionados. Foto: Divulgação / Infineat

“O terceiro setor dialoga com as pessoas e desenvolve ações diretamente para beneficiá-las, mas existe uma falta de acesso a capital para essa mentalidade de negócio pensando na inovação”, relata. Assim, caso o termo se popularize e leve a mais soluções tecnológicas em ONGs, o CEO da Infineat espera que o setor possa entender e buscar soluções que sejam escaláveis, com a capacidade de ampliar o impacto. No entanto, depende do setor e de como ele está inserido.

Saúde

Outra iniciativa que visa conectar empresas a ONGs e profissionais capazes de resolver problemas para a população é a ONG Horas da Vida. Focada em levar atendimentos de saúde para quem não pode pagar, a Horas da Vida também atua como “marketplace”, na definição do fundador Rubem Ariano, ao conectar empresas que querem realizar ações sociais com ONGs que podem realizá-las, ou profissionais voluntários.

Segundo Ariano, a ONG busca realizar projetos de acompanhamento com beneficiários, com foco na atenção primária, mas que se estende até o problema de saúde ser solucionado. Assim, a Horas da Vida procura empresas que patrocinem todo esse ‘ciclo de cuidado’. “A dinâmica principal é que uma empresa queira patrocinar o Horas da Vida como um todo, a primeira forma de participar. E, claro, ela ganha a visibilidade justa e merecida como mídia espontânea em tudo que fizermos”, comenta Ariano.

Mutirão de saúde Neo Química, realizado pelo Horas da Vida na Neo Química Arena, na Zona Leste de São Paulo Foto: Rivaldo Gomes / ONG Horas da Vida / Divulgação

O Horas da Vida cadastra ONGs parceiras que procuram pessoas que precisam de apoio de saúde. As parceiras, então, encaminham os indivíduos para o Horas da Vida. Na sequência, a ONG de Ariano organiza o fluxo para médicos e laboratórios que atendem gratuitamente. Até 2022, foram mais de 1,5 milhão de ações, entre consultas e exames realizados.

A entidade trabalha de outras formas também - em parceria com empresas, para realizar ações para um público determinado, que pode ser interno, como avaliações da saúde física e mental de colaboradores, ou externos, com mutirões para populações carentes. “Quando uma empresa decide contratar médicos, laboratórios, nutris, para atender uma população que não vai pagar por isso, contrata o Horas da Vida para fazer a dinâmica acontecer, e encontrar e pagar os profissionais”, conta Ariano.

Com a agenda ESG se tornando mais disseminada e obrigatória entre as empresas, o fundador da ONG relata um aumento na procura pelas ações. “Elas mesmas têm nos descoberto e buscado para fazer essas ações, às vezes não precisamos ir atrás”, diz o fundador. Ele também destaca a governança da Horas da Vida. “Cada real investido entrega R$ 7, R$ 8, R$ 9 reais na ponta. A taxa de retorno social é gigantesca”, afirma.

Oriundo do mercado financeiro, mas há nove anos se dedicando ao Horas da Vida, Ariano relata que a equipe hoje é enxuta e há apenas uma sede, e que uma condição principal para começar a ONG foi que tudo fosse auditado para garantir a correção. “Assim, as empresas reforçam a agenda de ESG com clareza e transparência”, garante. Em 2023, o instituto projeta desenvolver um núcleo especializado para pacientes de doenças crônicas não transmissíveis.

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