Haddad critica pesquisa que mostra aprovação em queda e compara com levantamento em ‘mesa de bar’


Segundo o ministro, ‘ouvir 100 pessoas não é pesquisa’; Quaest, que fez o levantamento, afirma que cumpre as orientações dos manuais científicos internacionais para pesquisas de opinião

Por Fernanda Trisotto e Cícero Cotrim
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira, 20, que o levantamento da Genial/Quaest que mostrou a aprovação do seu trabalho pelo mercado financeiro derretendo de 41% em dezembro para 10% em março não pode ser considerado uma pesquisa, “por não ter base amostral”.

“Dizer que isso é uma pesquisa é dar um nome muito pomposo para uma coisa que deve ter sido feita em 15 minutos ali, num bairro”, disse Haddad, no programa Bom Dia, Ministro, da EBC. “Uma pesquisa com 100 pessoas não dá para dar o nome de pesquisa. Isso você faz em uma mesa de bar.”

Segundo ele, uma pesquisa como essa teria mais peso se realizada no Congresso Nacional, por exemplo, já que são pessoas com mandato.

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Em resposta, a Quaest disse, em nota, que a pesquisa “O que pensa o mercado financeiro” é realizada desde 2023 e tem metodologia adequada para refletir a opinião de um setor importante da economia brasileira. “São ouvidos 120 fundos em um universo de 3.250 casas de investimento, mapeadas pela Quaest no Rio e em São Paulo. A Quaest reafirma que cumpre as orientações dos manuais científicos internacionais para pesquisas de opinião com construção de plano amostral e instrumento estruturado de coleta.”

O último levantamento da Genial/Quaest ouviu 106 fundos de investimento com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro entre 12 e 17 de março. Segundo a pesquisa, 88% desse público avalia o governo Lula negativamente, e apenas 4% têm visão positiva.

Haddad afirmou que há incertezas no cenário externo, cujas variáveis o governo não controla
Haddad afirmou que há incertezas no cenário externo, cujas variáveis o governo não controla Foto: Wilton Junior/Estadão
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O ministro disse que, na vida pública, há “altos e baixos” e que “consertar o País é difícil”. Ele argumentou que é difícil fazer com que diferentes pessoas convirjam para um mesmo projeto, e que a solução para a economia brasileira é fortalecer as instituições e chegar a um acordo dos Poderes da República.

Erros na economia

Haddad admitiu na entrevista que o governo do presidente Lula “pode ter cometido erros” na economia, mas que ainda há tempo para corrigi-los. A administração da economia é “delicada”, argumentou.

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“Temos de admitir que governos erram, muitas vezes. Governos erram. E, às vezes, a coisa descalibra um pouquinho. Se não for um erro grave, você consegue corrigir rapidamente”, disse.

Haddad afirmou que há incertezas no cenário externo, cujas variáveis o governo não controla. Como exemplo, citou que no fim de 2023 havia a expectativa de redução dos juros americanos ao longo de 2024, que acabou não se confirmando.

“Quando isso descarrilhou, não foi bonito o que aconteceu no Fed (Federal Reserve, BC americano) nos Estados Unidos, no final do governo Biden, embora lá também o Fed seja autônomo, independente, as coisas mudaram muito”, disse o ministro. “O dólar se valorizou no mundo inteiro, isso trouxe preocupação para o mundo inteiro.”

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O ministro ponderou que, quando variáveis não controláveis, como o clima e o cenário externo, se sobrepõem, pode haver a impressão de que a economia está indo para o caminho errado. Mas argumentou que, agora, esse não é o caso, e que o País pode crescer e colocar ordem nas contas públicas.

“Ele não precisa fazer um ajuste recessivo para colocar ordem nas suas contas. Ele consegue fazer um ajuste gradual que não coloque em perigo a expansão do emprego e da renda”, disse. “Nós não podemos cair no erro dos anos anteriores a esse governo, em que nós imaginamos que, crescendo pouco, nós íamos colocar ordem nas contas.”

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira, 20, que o levantamento da Genial/Quaest que mostrou a aprovação do seu trabalho pelo mercado financeiro derretendo de 41% em dezembro para 10% em março não pode ser considerado uma pesquisa, “por não ter base amostral”.

“Dizer que isso é uma pesquisa é dar um nome muito pomposo para uma coisa que deve ter sido feita em 15 minutos ali, num bairro”, disse Haddad, no programa Bom Dia, Ministro, da EBC. “Uma pesquisa com 100 pessoas não dá para dar o nome de pesquisa. Isso você faz em uma mesa de bar.”

Segundo ele, uma pesquisa como essa teria mais peso se realizada no Congresso Nacional, por exemplo, já que são pessoas com mandato.

Em resposta, a Quaest disse, em nota, que a pesquisa “O que pensa o mercado financeiro” é realizada desde 2023 e tem metodologia adequada para refletir a opinião de um setor importante da economia brasileira. “São ouvidos 120 fundos em um universo de 3.250 casas de investimento, mapeadas pela Quaest no Rio e em São Paulo. A Quaest reafirma que cumpre as orientações dos manuais científicos internacionais para pesquisas de opinião com construção de plano amostral e instrumento estruturado de coleta.”

O último levantamento da Genial/Quaest ouviu 106 fundos de investimento com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro entre 12 e 17 de março. Segundo a pesquisa, 88% desse público avalia o governo Lula negativamente, e apenas 4% têm visão positiva.

Haddad afirmou que há incertezas no cenário externo, cujas variáveis o governo não controla Foto: Wilton Junior/Estadão

O ministro disse que, na vida pública, há “altos e baixos” e que “consertar o País é difícil”. Ele argumentou que é difícil fazer com que diferentes pessoas convirjam para um mesmo projeto, e que a solução para a economia brasileira é fortalecer as instituições e chegar a um acordo dos Poderes da República.

Erros na economia

Haddad admitiu na entrevista que o governo do presidente Lula “pode ter cometido erros” na economia, mas que ainda há tempo para corrigi-los. A administração da economia é “delicada”, argumentou.

“Temos de admitir que governos erram, muitas vezes. Governos erram. E, às vezes, a coisa descalibra um pouquinho. Se não for um erro grave, você consegue corrigir rapidamente”, disse.

Haddad afirmou que há incertezas no cenário externo, cujas variáveis o governo não controla. Como exemplo, citou que no fim de 2023 havia a expectativa de redução dos juros americanos ao longo de 2024, que acabou não se confirmando.

“Quando isso descarrilhou, não foi bonito o que aconteceu no Fed (Federal Reserve, BC americano) nos Estados Unidos, no final do governo Biden, embora lá também o Fed seja autônomo, independente, as coisas mudaram muito”, disse o ministro. “O dólar se valorizou no mundo inteiro, isso trouxe preocupação para o mundo inteiro.”

O ministro ponderou que, quando variáveis não controláveis, como o clima e o cenário externo, se sobrepõem, pode haver a impressão de que a economia está indo para o caminho errado. Mas argumentou que, agora, esse não é o caso, e que o País pode crescer e colocar ordem nas contas públicas.

“Ele não precisa fazer um ajuste recessivo para colocar ordem nas suas contas. Ele consegue fazer um ajuste gradual que não coloque em perigo a expansão do emprego e da renda”, disse. “Nós não podemos cair no erro dos anos anteriores a esse governo, em que nós imaginamos que, crescendo pouco, nós íamos colocar ordem nas contas.”

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BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira, 20, que o levantamento da Genial/Quaest que mostrou a aprovação do seu trabalho pelo mercado financeiro derretendo de 41% em dezembro para 10% em março não pode ser considerado uma pesquisa, “por não ter base amostral”.

“Dizer que isso é uma pesquisa é dar um nome muito pomposo para uma coisa que deve ter sido feita em 15 minutos ali, num bairro”, disse Haddad, no programa Bom Dia, Ministro, da EBC. “Uma pesquisa com 100 pessoas não dá para dar o nome de pesquisa. Isso você faz em uma mesa de bar.”

Segundo ele, uma pesquisa como essa teria mais peso se realizada no Congresso Nacional, por exemplo, já que são pessoas com mandato.

Em resposta, a Quaest disse, em nota, que a pesquisa “O que pensa o mercado financeiro” é realizada desde 2023 e tem metodologia adequada para refletir a opinião de um setor importante da economia brasileira. “São ouvidos 120 fundos em um universo de 3.250 casas de investimento, mapeadas pela Quaest no Rio e em São Paulo. A Quaest reafirma que cumpre as orientações dos manuais científicos internacionais para pesquisas de opinião com construção de plano amostral e instrumento estruturado de coleta.”

O último levantamento da Genial/Quaest ouviu 106 fundos de investimento com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro entre 12 e 17 de março. Segundo a pesquisa, 88% desse público avalia o governo Lula negativamente, e apenas 4% têm visão positiva.

Haddad afirmou que há incertezas no cenário externo, cujas variáveis o governo não controla Foto: Wilton Junior/Estadão

O ministro disse que, na vida pública, há “altos e baixos” e que “consertar o País é difícil”. Ele argumentou que é difícil fazer com que diferentes pessoas convirjam para um mesmo projeto, e que a solução para a economia brasileira é fortalecer as instituições e chegar a um acordo dos Poderes da República.

Erros na economia

Haddad admitiu na entrevista que o governo do presidente Lula “pode ter cometido erros” na economia, mas que ainda há tempo para corrigi-los. A administração da economia é “delicada”, argumentou.

“Temos de admitir que governos erram, muitas vezes. Governos erram. E, às vezes, a coisa descalibra um pouquinho. Se não for um erro grave, você consegue corrigir rapidamente”, disse.

Haddad afirmou que há incertezas no cenário externo, cujas variáveis o governo não controla. Como exemplo, citou que no fim de 2023 havia a expectativa de redução dos juros americanos ao longo de 2024, que acabou não se confirmando.

“Quando isso descarrilhou, não foi bonito o que aconteceu no Fed (Federal Reserve, BC americano) nos Estados Unidos, no final do governo Biden, embora lá também o Fed seja autônomo, independente, as coisas mudaram muito”, disse o ministro. “O dólar se valorizou no mundo inteiro, isso trouxe preocupação para o mundo inteiro.”

O ministro ponderou que, quando variáveis não controláveis, como o clima e o cenário externo, se sobrepõem, pode haver a impressão de que a economia está indo para o caminho errado. Mas argumentou que, agora, esse não é o caso, e que o País pode crescer e colocar ordem nas contas públicas.

“Ele não precisa fazer um ajuste recessivo para colocar ordem nas suas contas. Ele consegue fazer um ajuste gradual que não coloque em perigo a expansão do emprego e da renda”, disse. “Nós não podemos cair no erro dos anos anteriores a esse governo, em que nós imaginamos que, crescendo pouco, nós íamos colocar ordem nas contas.”