Governo discute sucessão na Vale, mas não há imposição para colocar Mantega, diz ministro


Alexandre Silveira, de Minas e Energia, afirma que o Executivo não irá desrespeitar a governança da empresa: ‘O governo tem juízo e responsabilidade com o País’

Por Aline Bronzati e João Caminoto

DAVOS, SUÍÇA - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a participação do governo no processo de sucessão na alta cúpula da Vale é legítima e que o Executivo está envolvido na discussão. Ele negou, porém, que haja “imposição” para a indicação do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega a uma vaga no Conselho de Administração da mineradora. Segundo o ministro, ainda não há nenhuma definição sobre o tema e todas as opções estão na mesa.

“Nós não faremos nada que possa desrespeitar a governança da empresa. Nós não fazemos isso com a Petrobras, em que somos controladores”, disse Silveira, em entrevista ao Estadão/Broadcast, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. “Mas nós vamos participar da discussão da maior mineradora do País, e queremos que ela volte a ter o posto de maior do mundo” acrescentou.

No início da semana, o Estadão/Broadcast antecipou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalha para acomodar Mantega no Conselho de Administração da Vale. O governo teria concordado em manter o atual presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, no comando da mineradora e renovar o seu mandato por mais um ano, até abril de 2025.

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Silveira afirmou que Mantega foi o 'ministro mais longevo' na Fazenda e que é crítico à discriminação de nomes de pessoas com vida pública Foto: Divulgação/Ministério de Minas e Energia

Sobre a indicação de Mantega, Silveira afirmou que o petista foi o “ministro mais longevo” na Fazenda e que é crítico à discriminação de nomes só porque essas pessoas tiveram vida pública.

“É alguém que está inabilitado a ocupar uma posição de destaque numa corporation? Na minha avaliação, não. Há uma imposição do governo para que ele ocupe uma posição na Vale? Não, peremptoriamente, não. O governo tem juízo e responsabilidade com o País”, disse Silveira.

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Avaliação

Uma eventual indicação de Mantega a uma das cadeiras de conselheiros da Vale por meio da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, é vista por acionistas como menos negativa do que a tentativa de emplacar o seu nome na presidência da mineradora, conforme uma pessoa próxima aos acionistas privados. “Pode até melhorar a relação com o governo”, diz a pessoa na condição de anonimato.

O que não agrada aos sócios privados é a movimentação para colocar Mantega na diretoria executiva da Vale, afirma este interlocutor, uma hipótese que circulou nos bastidores do mercado.

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O fim do mandato do atual presidente da mineradora, Eduardo Bartolomeo, gerou uma corrida para indicações de um substituto por parte dos sócios. Enquanto o governo faz campanha por Mantega, outro nome que circula nos bastidores é o de Luis Henrique Guimarães, conselheiro da Vale e próximo ao empresário Rubens Ometto Silveira Mello, dono da Cosan e que comprou uma fatia de 4,9% da Vale no fim de 2022.

Em paralelo, há uma percepção de que também foi feita uma campanha para “solapar” a gestão de Bartolomeu, segundo uma fonte. Para esse interlocutor, o atual CEO da Vale está fazendo um “bom trabalho”.

Acionistas

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A Vale tem acionistas de peso. Além da Previ e Cosan, estão nomes como as americanas BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, a japonesa Mitsui e a Bradespar, braço de participações do Bradesco.

Sobre a manutenção de Bartolomeo ou a indicação de um novo presidente da Vale, Silveira disse que ainda não há uma decisão e que os nomes têm de ser “qualificados”. A decisão precisa ser aprovada pelo conselho.

“Todas as possibilidades estão abertas. Não tem uma decisão tomada e as teses colocadas, algumas são distorcidas”, afirmou Silveira. O ministro afirmou que está “muito inteirado” do assunto e que vai retomá-lo quando retornar ao Brasil.

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O ministro de Minas e Energia também voltou a criticar a privatização da Eletrobras e comparou a empresa à mineradora Vale. “A única diferença da Vale para a Eletrobras é que ela não é tão estratégica do ponto de vista da sobrevivência das pessoas. A Vale é estratégica do ponto de vista econômico, social, mas não do ponto de vista da sobrevivência”, concluiu Silveira.

DAVOS, SUÍÇA - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a participação do governo no processo de sucessão na alta cúpula da Vale é legítima e que o Executivo está envolvido na discussão. Ele negou, porém, que haja “imposição” para a indicação do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega a uma vaga no Conselho de Administração da mineradora. Segundo o ministro, ainda não há nenhuma definição sobre o tema e todas as opções estão na mesa.

“Nós não faremos nada que possa desrespeitar a governança da empresa. Nós não fazemos isso com a Petrobras, em que somos controladores”, disse Silveira, em entrevista ao Estadão/Broadcast, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. “Mas nós vamos participar da discussão da maior mineradora do País, e queremos que ela volte a ter o posto de maior do mundo” acrescentou.

No início da semana, o Estadão/Broadcast antecipou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalha para acomodar Mantega no Conselho de Administração da Vale. O governo teria concordado em manter o atual presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, no comando da mineradora e renovar o seu mandato por mais um ano, até abril de 2025.

Silveira afirmou que Mantega foi o 'ministro mais longevo' na Fazenda e que é crítico à discriminação de nomes de pessoas com vida pública Foto: Divulgação/Ministério de Minas e Energia

Sobre a indicação de Mantega, Silveira afirmou que o petista foi o “ministro mais longevo” na Fazenda e que é crítico à discriminação de nomes só porque essas pessoas tiveram vida pública.

“É alguém que está inabilitado a ocupar uma posição de destaque numa corporation? Na minha avaliação, não. Há uma imposição do governo para que ele ocupe uma posição na Vale? Não, peremptoriamente, não. O governo tem juízo e responsabilidade com o País”, disse Silveira.

Avaliação

Uma eventual indicação de Mantega a uma das cadeiras de conselheiros da Vale por meio da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, é vista por acionistas como menos negativa do que a tentativa de emplacar o seu nome na presidência da mineradora, conforme uma pessoa próxima aos acionistas privados. “Pode até melhorar a relação com o governo”, diz a pessoa na condição de anonimato.

O que não agrada aos sócios privados é a movimentação para colocar Mantega na diretoria executiva da Vale, afirma este interlocutor, uma hipótese que circulou nos bastidores do mercado.

O fim do mandato do atual presidente da mineradora, Eduardo Bartolomeo, gerou uma corrida para indicações de um substituto por parte dos sócios. Enquanto o governo faz campanha por Mantega, outro nome que circula nos bastidores é o de Luis Henrique Guimarães, conselheiro da Vale e próximo ao empresário Rubens Ometto Silveira Mello, dono da Cosan e que comprou uma fatia de 4,9% da Vale no fim de 2022.

Em paralelo, há uma percepção de que também foi feita uma campanha para “solapar” a gestão de Bartolomeu, segundo uma fonte. Para esse interlocutor, o atual CEO da Vale está fazendo um “bom trabalho”.

Acionistas

A Vale tem acionistas de peso. Além da Previ e Cosan, estão nomes como as americanas BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, a japonesa Mitsui e a Bradespar, braço de participações do Bradesco.

Sobre a manutenção de Bartolomeo ou a indicação de um novo presidente da Vale, Silveira disse que ainda não há uma decisão e que os nomes têm de ser “qualificados”. A decisão precisa ser aprovada pelo conselho.

“Todas as possibilidades estão abertas. Não tem uma decisão tomada e as teses colocadas, algumas são distorcidas”, afirmou Silveira. O ministro afirmou que está “muito inteirado” do assunto e que vai retomá-lo quando retornar ao Brasil.

O ministro de Minas e Energia também voltou a criticar a privatização da Eletrobras e comparou a empresa à mineradora Vale. “A única diferença da Vale para a Eletrobras é que ela não é tão estratégica do ponto de vista da sobrevivência das pessoas. A Vale é estratégica do ponto de vista econômico, social, mas não do ponto de vista da sobrevivência”, concluiu Silveira.

DAVOS, SUÍÇA - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a participação do governo no processo de sucessão na alta cúpula da Vale é legítima e que o Executivo está envolvido na discussão. Ele negou, porém, que haja “imposição” para a indicação do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega a uma vaga no Conselho de Administração da mineradora. Segundo o ministro, ainda não há nenhuma definição sobre o tema e todas as opções estão na mesa.

“Nós não faremos nada que possa desrespeitar a governança da empresa. Nós não fazemos isso com a Petrobras, em que somos controladores”, disse Silveira, em entrevista ao Estadão/Broadcast, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. “Mas nós vamos participar da discussão da maior mineradora do País, e queremos que ela volte a ter o posto de maior do mundo” acrescentou.

No início da semana, o Estadão/Broadcast antecipou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalha para acomodar Mantega no Conselho de Administração da Vale. O governo teria concordado em manter o atual presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, no comando da mineradora e renovar o seu mandato por mais um ano, até abril de 2025.

Silveira afirmou que Mantega foi o 'ministro mais longevo' na Fazenda e que é crítico à discriminação de nomes de pessoas com vida pública Foto: Divulgação/Ministério de Minas e Energia

Sobre a indicação de Mantega, Silveira afirmou que o petista foi o “ministro mais longevo” na Fazenda e que é crítico à discriminação de nomes só porque essas pessoas tiveram vida pública.

“É alguém que está inabilitado a ocupar uma posição de destaque numa corporation? Na minha avaliação, não. Há uma imposição do governo para que ele ocupe uma posição na Vale? Não, peremptoriamente, não. O governo tem juízo e responsabilidade com o País”, disse Silveira.

Avaliação

Uma eventual indicação de Mantega a uma das cadeiras de conselheiros da Vale por meio da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, é vista por acionistas como menos negativa do que a tentativa de emplacar o seu nome na presidência da mineradora, conforme uma pessoa próxima aos acionistas privados. “Pode até melhorar a relação com o governo”, diz a pessoa na condição de anonimato.

O que não agrada aos sócios privados é a movimentação para colocar Mantega na diretoria executiva da Vale, afirma este interlocutor, uma hipótese que circulou nos bastidores do mercado.

O fim do mandato do atual presidente da mineradora, Eduardo Bartolomeo, gerou uma corrida para indicações de um substituto por parte dos sócios. Enquanto o governo faz campanha por Mantega, outro nome que circula nos bastidores é o de Luis Henrique Guimarães, conselheiro da Vale e próximo ao empresário Rubens Ometto Silveira Mello, dono da Cosan e que comprou uma fatia de 4,9% da Vale no fim de 2022.

Em paralelo, há uma percepção de que também foi feita uma campanha para “solapar” a gestão de Bartolomeu, segundo uma fonte. Para esse interlocutor, o atual CEO da Vale está fazendo um “bom trabalho”.

Acionistas

A Vale tem acionistas de peso. Além da Previ e Cosan, estão nomes como as americanas BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, a japonesa Mitsui e a Bradespar, braço de participações do Bradesco.

Sobre a manutenção de Bartolomeo ou a indicação de um novo presidente da Vale, Silveira disse que ainda não há uma decisão e que os nomes têm de ser “qualificados”. A decisão precisa ser aprovada pelo conselho.

“Todas as possibilidades estão abertas. Não tem uma decisão tomada e as teses colocadas, algumas são distorcidas”, afirmou Silveira. O ministro afirmou que está “muito inteirado” do assunto e que vai retomá-lo quando retornar ao Brasil.

O ministro de Minas e Energia também voltou a criticar a privatização da Eletrobras e comparou a empresa à mineradora Vale. “A única diferença da Vale para a Eletrobras é que ela não é tão estratégica do ponto de vista da sobrevivência das pessoas. A Vale é estratégica do ponto de vista econômico, social, mas não do ponto de vista da sobrevivência”, concluiu Silveira.

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