Grandes bancos dos EUA recebem ‘enxurrada’ de novos clientes após quebra de instituições menores


Temor de que crise se espalhe e derrube outros bancos tem gerado migração e deve contribuir para concentração do sistema bancário do país

Por Aline Bronzati
Atualização:

NOVA YORK - Grandes bancos nos Estados Unidos estão recebendo uma enxurrada de pedidos de clientes órfãos e assustados para abrir contas e transferir seus recursos após a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, reporta a mídia internacional. O temor de que a crise se espalhe e derrube outros dominós no setor bancário sustenta a migração e deve contribuir para ampliar a concentração do mercado americano nas mãos daqueles conhecidos como “too big to fail” ou grandes demais para quebrar.

JPMorgan Chase, o maior banco dos EUA em ativos, Citigroup, Bank of America e Wells Fargo têm adotado medidas de urgência para acomodar a demanda de bilhões de dólares que tem batido à porta nos últimos dias. O volume pode alcançar o maior fluxo de entrada de depósitos nesses bancos em mais de uma década, de acordo com reportagem do britânico Financial Times.

Silicon Valley Bank era a 16ª maior instituição financeira dos Estados Unidos e anunciou prejuízo bilionário antes de fechar na semana passada  Foto: Benjamin Fanjo/AP - 13/03/2023
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Na manhã desta terça-feira, 14, grandes bancos americanos subiram nas bolsas de Nova York na esteira de um movimento de recuperação de instituições financeiras regionais após as fortes perdas dos últimos dias em meio à quebra do SVB e do Signature. As ações de JPMorgan Chase, Bank of America, Goldman Sachs, Wells Fargo e Citigroup tinham alta entre 1% e mais de 6%.

Para acomodar o salto na demanda de novos depositantes, os pesos pesados do setor bancário americano estão adotando medidas para encurtar o tempo de espera para a abertura de contas, enquanto os clientes tentam preencher os requisitos de entrada. Diferentemente do Brasil, para abrir uma conta nos EUA é preciso agendar um horário em uma agência, o que pode levar de uma a duas semanas. Em alguns casos, o prazo para abertura de contas tem se reduzido para um dia.

Iniciada na semana passada, a procura de novos clientes nos grandes bancos dos EUA continua nos últimos dias. Um banqueiro comparou a demanda a “aviões empilhados” em um dia de neve no aeroporto O’Hare, em Chicago, ao Financial Times. Segundo a Bloomberg, JPMorgan Chase, o maior banco dos Estados Unidos, recebeu sozinho bilhões de dólares nos últimos dias, enquanto Bank of America, Citigroup e Wells Fargo também estão captando um volume maior do que o usual.

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Fechamento do Signature Bank foi a terceira maior falência de um banco na história dos EUA Foto: Bobby Caina Calvan/AP

Questionados pela reportagem do Estadão/Broadcast, Citi, JPMorgan, Bank of America, Wells Fargo e Goldman Sachs não comentaram sobre o salto na demanda de novos clientes. Os pesos pesados de Wall Street estão preferindo atuar de maneira silenciosa para não parecer que estão se aproveitando da crise enfrentada por bancos menores e regionais. Alguns estão até mesmo recomendando a seus gerentes não saírem em busca de clientes de rivais de menor porte.

Depois de um fim de semana de negociações, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o Tesouro dos EUA e a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), espécie de FGC dos EUA, anunciaram uma ação conjunta para pagar os depositantes do SVB e do Signature a partir desta segunda-feira, 13. Pesou, sobretudo, a pressão da comunidade “tech” para os reguladores ampararem as perdas de startups que estavam entre as principais clientes do SVB. Com isso, todos os depositantes dos bancos falidos estão tendo acesso aos seus recursos e não somente ao limite de US$ 250 mil (cerca de R$ 1,3 milhão) estabelecido.

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A medida enche os bolsos de clientes para caçarem novos destinos para o dinheiro. Com cerca de US$ 220 bilhões em ativos, o SVB era o 16º banco dos EUA e sua clientela era basicamente formada por empresas startups, incluindo brasileiras. Somente do Brasil, a quantia de clientes no SVB era de US$ 3 bilhões, conforme a Trade Finance. Já o Signature, focado na comunidade cripto, somava outros cerca de US$ 100 bilhões.

Conhecido como “flight to quality”, expressão em inglês que significa “voo para a qualidade”, o movimento de migração de recursos de clientes órfãos e assustados já era esperado na esteira da quebra de bancos nos EUA. De acordo com o vice-presidente e diretor associado para bancos da FacSet, Sean Ryan, é natural que os depositantes recorram aos bancos “too big to fail” para alocar os seus recursos após a frustração com o SVB e o Signature. “Embora os depositantes não segurados estejam sendo totalmente atendidos após as falhas recentes, a reação de longo prazo dos depositantes aos eventos da semana passada ainda está para ser vista”, diz.

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Além disso, a quebra do SVB serviu de lição para alguns depositantes quanto à importância de diversificação, a conhecida máxima de não colocar todos os ovos em uma mesma cesta. “Um depósito em um banco nada mais é do que um empréstimo ao banco. Você não emprestaria todo o seu dinheiro a um tomador só, né?”, questiona um especialista do setor bancário, ao Estadão/Broadcast. “Especialmente se ele for pequeno e com curto histórico. Pois é, as startups fizeram isso”, alerta.

Como resultado, a crise do SVB e do Signature deve gerar uma mudança na participação dos bancos americanos. Para especialistas, a concentração do sistema bancário dos EUA pode aumentar ainda mais, com os bancos grandes ampliando suas fatias.

NOVA YORK - Grandes bancos nos Estados Unidos estão recebendo uma enxurrada de pedidos de clientes órfãos e assustados para abrir contas e transferir seus recursos após a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, reporta a mídia internacional. O temor de que a crise se espalhe e derrube outros dominós no setor bancário sustenta a migração e deve contribuir para ampliar a concentração do mercado americano nas mãos daqueles conhecidos como “too big to fail” ou grandes demais para quebrar.

JPMorgan Chase, o maior banco dos EUA em ativos, Citigroup, Bank of America e Wells Fargo têm adotado medidas de urgência para acomodar a demanda de bilhões de dólares que tem batido à porta nos últimos dias. O volume pode alcançar o maior fluxo de entrada de depósitos nesses bancos em mais de uma década, de acordo com reportagem do britânico Financial Times.

Silicon Valley Bank era a 16ª maior instituição financeira dos Estados Unidos e anunciou prejuízo bilionário antes de fechar na semana passada  Foto: Benjamin Fanjo/AP - 13/03/2023

Na manhã desta terça-feira, 14, grandes bancos americanos subiram nas bolsas de Nova York na esteira de um movimento de recuperação de instituições financeiras regionais após as fortes perdas dos últimos dias em meio à quebra do SVB e do Signature. As ações de JPMorgan Chase, Bank of America, Goldman Sachs, Wells Fargo e Citigroup tinham alta entre 1% e mais de 6%.

Para acomodar o salto na demanda de novos depositantes, os pesos pesados do setor bancário americano estão adotando medidas para encurtar o tempo de espera para a abertura de contas, enquanto os clientes tentam preencher os requisitos de entrada. Diferentemente do Brasil, para abrir uma conta nos EUA é preciso agendar um horário em uma agência, o que pode levar de uma a duas semanas. Em alguns casos, o prazo para abertura de contas tem se reduzido para um dia.

Iniciada na semana passada, a procura de novos clientes nos grandes bancos dos EUA continua nos últimos dias. Um banqueiro comparou a demanda a “aviões empilhados” em um dia de neve no aeroporto O’Hare, em Chicago, ao Financial Times. Segundo a Bloomberg, JPMorgan Chase, o maior banco dos Estados Unidos, recebeu sozinho bilhões de dólares nos últimos dias, enquanto Bank of America, Citigroup e Wells Fargo também estão captando um volume maior do que o usual.

Fechamento do Signature Bank foi a terceira maior falência de um banco na história dos EUA Foto: Bobby Caina Calvan/AP

Questionados pela reportagem do Estadão/Broadcast, Citi, JPMorgan, Bank of America, Wells Fargo e Goldman Sachs não comentaram sobre o salto na demanda de novos clientes. Os pesos pesados de Wall Street estão preferindo atuar de maneira silenciosa para não parecer que estão se aproveitando da crise enfrentada por bancos menores e regionais. Alguns estão até mesmo recomendando a seus gerentes não saírem em busca de clientes de rivais de menor porte.

Depois de um fim de semana de negociações, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o Tesouro dos EUA e a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), espécie de FGC dos EUA, anunciaram uma ação conjunta para pagar os depositantes do SVB e do Signature a partir desta segunda-feira, 13. Pesou, sobretudo, a pressão da comunidade “tech” para os reguladores ampararem as perdas de startups que estavam entre as principais clientes do SVB. Com isso, todos os depositantes dos bancos falidos estão tendo acesso aos seus recursos e não somente ao limite de US$ 250 mil (cerca de R$ 1,3 milhão) estabelecido.

A medida enche os bolsos de clientes para caçarem novos destinos para o dinheiro. Com cerca de US$ 220 bilhões em ativos, o SVB era o 16º banco dos EUA e sua clientela era basicamente formada por empresas startups, incluindo brasileiras. Somente do Brasil, a quantia de clientes no SVB era de US$ 3 bilhões, conforme a Trade Finance. Já o Signature, focado na comunidade cripto, somava outros cerca de US$ 100 bilhões.

Conhecido como “flight to quality”, expressão em inglês que significa “voo para a qualidade”, o movimento de migração de recursos de clientes órfãos e assustados já era esperado na esteira da quebra de bancos nos EUA. De acordo com o vice-presidente e diretor associado para bancos da FacSet, Sean Ryan, é natural que os depositantes recorram aos bancos “too big to fail” para alocar os seus recursos após a frustração com o SVB e o Signature. “Embora os depositantes não segurados estejam sendo totalmente atendidos após as falhas recentes, a reação de longo prazo dos depositantes aos eventos da semana passada ainda está para ser vista”, diz.

Além disso, a quebra do SVB serviu de lição para alguns depositantes quanto à importância de diversificação, a conhecida máxima de não colocar todos os ovos em uma mesma cesta. “Um depósito em um banco nada mais é do que um empréstimo ao banco. Você não emprestaria todo o seu dinheiro a um tomador só, né?”, questiona um especialista do setor bancário, ao Estadão/Broadcast. “Especialmente se ele for pequeno e com curto histórico. Pois é, as startups fizeram isso”, alerta.

Como resultado, a crise do SVB e do Signature deve gerar uma mudança na participação dos bancos americanos. Para especialistas, a concentração do sistema bancário dos EUA pode aumentar ainda mais, com os bancos grandes ampliando suas fatias.

NOVA YORK - Grandes bancos nos Estados Unidos estão recebendo uma enxurrada de pedidos de clientes órfãos e assustados para abrir contas e transferir seus recursos após a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, reporta a mídia internacional. O temor de que a crise se espalhe e derrube outros dominós no setor bancário sustenta a migração e deve contribuir para ampliar a concentração do mercado americano nas mãos daqueles conhecidos como “too big to fail” ou grandes demais para quebrar.

JPMorgan Chase, o maior banco dos EUA em ativos, Citigroup, Bank of America e Wells Fargo têm adotado medidas de urgência para acomodar a demanda de bilhões de dólares que tem batido à porta nos últimos dias. O volume pode alcançar o maior fluxo de entrada de depósitos nesses bancos em mais de uma década, de acordo com reportagem do britânico Financial Times.

Silicon Valley Bank era a 16ª maior instituição financeira dos Estados Unidos e anunciou prejuízo bilionário antes de fechar na semana passada  Foto: Benjamin Fanjo/AP - 13/03/2023

Na manhã desta terça-feira, 14, grandes bancos americanos subiram nas bolsas de Nova York na esteira de um movimento de recuperação de instituições financeiras regionais após as fortes perdas dos últimos dias em meio à quebra do SVB e do Signature. As ações de JPMorgan Chase, Bank of America, Goldman Sachs, Wells Fargo e Citigroup tinham alta entre 1% e mais de 6%.

Para acomodar o salto na demanda de novos depositantes, os pesos pesados do setor bancário americano estão adotando medidas para encurtar o tempo de espera para a abertura de contas, enquanto os clientes tentam preencher os requisitos de entrada. Diferentemente do Brasil, para abrir uma conta nos EUA é preciso agendar um horário em uma agência, o que pode levar de uma a duas semanas. Em alguns casos, o prazo para abertura de contas tem se reduzido para um dia.

Iniciada na semana passada, a procura de novos clientes nos grandes bancos dos EUA continua nos últimos dias. Um banqueiro comparou a demanda a “aviões empilhados” em um dia de neve no aeroporto O’Hare, em Chicago, ao Financial Times. Segundo a Bloomberg, JPMorgan Chase, o maior banco dos Estados Unidos, recebeu sozinho bilhões de dólares nos últimos dias, enquanto Bank of America, Citigroup e Wells Fargo também estão captando um volume maior do que o usual.

Fechamento do Signature Bank foi a terceira maior falência de um banco na história dos EUA Foto: Bobby Caina Calvan/AP

Questionados pela reportagem do Estadão/Broadcast, Citi, JPMorgan, Bank of America, Wells Fargo e Goldman Sachs não comentaram sobre o salto na demanda de novos clientes. Os pesos pesados de Wall Street estão preferindo atuar de maneira silenciosa para não parecer que estão se aproveitando da crise enfrentada por bancos menores e regionais. Alguns estão até mesmo recomendando a seus gerentes não saírem em busca de clientes de rivais de menor porte.

Depois de um fim de semana de negociações, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o Tesouro dos EUA e a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), espécie de FGC dos EUA, anunciaram uma ação conjunta para pagar os depositantes do SVB e do Signature a partir desta segunda-feira, 13. Pesou, sobretudo, a pressão da comunidade “tech” para os reguladores ampararem as perdas de startups que estavam entre as principais clientes do SVB. Com isso, todos os depositantes dos bancos falidos estão tendo acesso aos seus recursos e não somente ao limite de US$ 250 mil (cerca de R$ 1,3 milhão) estabelecido.

A medida enche os bolsos de clientes para caçarem novos destinos para o dinheiro. Com cerca de US$ 220 bilhões em ativos, o SVB era o 16º banco dos EUA e sua clientela era basicamente formada por empresas startups, incluindo brasileiras. Somente do Brasil, a quantia de clientes no SVB era de US$ 3 bilhões, conforme a Trade Finance. Já o Signature, focado na comunidade cripto, somava outros cerca de US$ 100 bilhões.

Conhecido como “flight to quality”, expressão em inglês que significa “voo para a qualidade”, o movimento de migração de recursos de clientes órfãos e assustados já era esperado na esteira da quebra de bancos nos EUA. De acordo com o vice-presidente e diretor associado para bancos da FacSet, Sean Ryan, é natural que os depositantes recorram aos bancos “too big to fail” para alocar os seus recursos após a frustração com o SVB e o Signature. “Embora os depositantes não segurados estejam sendo totalmente atendidos após as falhas recentes, a reação de longo prazo dos depositantes aos eventos da semana passada ainda está para ser vista”, diz.

Além disso, a quebra do SVB serviu de lição para alguns depositantes quanto à importância de diversificação, a conhecida máxima de não colocar todos os ovos em uma mesma cesta. “Um depósito em um banco nada mais é do que um empréstimo ao banco. Você não emprestaria todo o seu dinheiro a um tomador só, né?”, questiona um especialista do setor bancário, ao Estadão/Broadcast. “Especialmente se ele for pequeno e com curto histórico. Pois é, as startups fizeram isso”, alerta.

Como resultado, a crise do SVB e do Signature deve gerar uma mudança na participação dos bancos americanos. Para especialistas, a concentração do sistema bancário dos EUA pode aumentar ainda mais, com os bancos grandes ampliando suas fatias.

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