Grécia implementa semana de trabalho de seis dias; governo aponta falta de mão de obra qualificada


Esquema de seis dias irá se aplicar apenas a empresas privadas que fornecem serviços 24 horas por dia; opositores alegam que medida corrói proteções legais e reverte direitos trabalhistas há muito estabelecidos

Por Katharina Cruz

A Grécia implantou uma semana de trabalho de seis dias na última segunda-feira, 1º, com o objetivo de aumentar a produtividade em setores industriais e de manufatura. A medida irá se aplicar apenas a empresas privadas que fornecem serviços 24 horas por dia. Todos os trabalhadores trabalhando no esquema de seis dias serão recompensados com um adicional de 40% no salário diário. As informações são do jornal britânico The Guardian.

A medida vai na contramão de alguns países europeus que estão adotando a jornada de trabalho mais curta, de quatro dias, resultando em níveis de produtividade maiores, aponta o The Guardian: em 2022, a Bélgica passou a dar aos funcionários o direito legal de trabalhar por quatro dias em vez de cinco e testes piloto foram realizados em países como Reino Unido, Alemanha, Japão, África do Sul e Canadá.

Segundo o jornal, sob a semana de trabalho estendida funcionários em indústrias selecionadas terão a opção de trabalhar duas horas adicionais por dia ou um turno extra de oito horas. O governo, de centro-direita, afirma que qualquer uma das escolhas resolverá o problema dos funcionários que não recebem horas extras e, ao mesmo tempo, o problema generalizado do trabalho não declarado.

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O The Guardian diz que o governo pró-negócios do primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, alega que a iniciativa é necessária devido ao perigo de uma população em declínio e da escassez de trabalhadores qualificados no país. Estima-se que cerca de 500 mil gregos, a maioria jovens e educados, tenham emigrado desde que a crise da dívida de quase uma década eclodiu no final de 2009, destacou a reportagem, que afirma ainda que, antes de anunciar a legislação – parte de um conjunto mais amplo de leis trabalhistas aprovadas no ano passado – Mitsotakis descreveu a mudança demográfica prevista como uma “bomba-relógio”.

O primeiro-ministro da Grécia , Kyriakos Mitsotakis; governo diz que a semana de trabalho de seis dias é necessária devido à população em declínio e à escassez de trabalhadores qualificados no país.  Foto: Ludovic Marin/Belga/AFP

Oposição

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Para os opositores, a reforma corrói proteções legais e reverte direitos trabalhistas há muito estabelecidos em nome da flexibilidade, ressalta o The Guardian. “Na realidade, isso foi aprovado por um governo ideologicamente comprometido a gerar lucros cada vez maiores para o capital”, disse ao jornal Akis Sotiropoulos, membro do comitê executivo do sindicato de servidores públicos Adedy. “A melhor produtividade vem com melhores condições de trabalho, melhor qualidade de vida (para os funcionários), e isso, agora sabemos, é sobre menos horas, não mais”.

Sotiropoulos ainda disse ao jornal que a medida foi possível em parte devido ao enfraquecimento dos sindicatos, já que o país, endividado, promulgou medidas de austeridade em troca de recursos de resgate durante a crise financeira do país.

O The Guardian destaca que os sindicatos na Grécia há muito tempo argumentam que as horas extras permitem que os empregadores retenham a contratação de mais funcionários; que, atualmente, os gregos têm a maior carga horária da Europa, com uma média de 41 horas por semana, de acordo com a agência de estatísticas da UE, Eurostat; e que pesquisas apontam que eles recebem baixos salários.

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A Grécia implantou uma semana de trabalho de seis dias na última segunda-feira, 1º, com o objetivo de aumentar a produtividade em setores industriais e de manufatura. A medida irá se aplicar apenas a empresas privadas que fornecem serviços 24 horas por dia. Todos os trabalhadores trabalhando no esquema de seis dias serão recompensados com um adicional de 40% no salário diário. As informações são do jornal britânico The Guardian.

A medida vai na contramão de alguns países europeus que estão adotando a jornada de trabalho mais curta, de quatro dias, resultando em níveis de produtividade maiores, aponta o The Guardian: em 2022, a Bélgica passou a dar aos funcionários o direito legal de trabalhar por quatro dias em vez de cinco e testes piloto foram realizados em países como Reino Unido, Alemanha, Japão, África do Sul e Canadá.

Segundo o jornal, sob a semana de trabalho estendida funcionários em indústrias selecionadas terão a opção de trabalhar duas horas adicionais por dia ou um turno extra de oito horas. O governo, de centro-direita, afirma que qualquer uma das escolhas resolverá o problema dos funcionários que não recebem horas extras e, ao mesmo tempo, o problema generalizado do trabalho não declarado.

O The Guardian diz que o governo pró-negócios do primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, alega que a iniciativa é necessária devido ao perigo de uma população em declínio e da escassez de trabalhadores qualificados no país. Estima-se que cerca de 500 mil gregos, a maioria jovens e educados, tenham emigrado desde que a crise da dívida de quase uma década eclodiu no final de 2009, destacou a reportagem, que afirma ainda que, antes de anunciar a legislação – parte de um conjunto mais amplo de leis trabalhistas aprovadas no ano passado – Mitsotakis descreveu a mudança demográfica prevista como uma “bomba-relógio”.

O primeiro-ministro da Grécia , Kyriakos Mitsotakis; governo diz que a semana de trabalho de seis dias é necessária devido à população em declínio e à escassez de trabalhadores qualificados no país.  Foto: Ludovic Marin/Belga/AFP

Oposição

Para os opositores, a reforma corrói proteções legais e reverte direitos trabalhistas há muito estabelecidos em nome da flexibilidade, ressalta o The Guardian. “Na realidade, isso foi aprovado por um governo ideologicamente comprometido a gerar lucros cada vez maiores para o capital”, disse ao jornal Akis Sotiropoulos, membro do comitê executivo do sindicato de servidores públicos Adedy. “A melhor produtividade vem com melhores condições de trabalho, melhor qualidade de vida (para os funcionários), e isso, agora sabemos, é sobre menos horas, não mais”.

Sotiropoulos ainda disse ao jornal que a medida foi possível em parte devido ao enfraquecimento dos sindicatos, já que o país, endividado, promulgou medidas de austeridade em troca de recursos de resgate durante a crise financeira do país.

O The Guardian destaca que os sindicatos na Grécia há muito tempo argumentam que as horas extras permitem que os empregadores retenham a contratação de mais funcionários; que, atualmente, os gregos têm a maior carga horária da Europa, com uma média de 41 horas por semana, de acordo com a agência de estatísticas da UE, Eurostat; e que pesquisas apontam que eles recebem baixos salários.

A Grécia implantou uma semana de trabalho de seis dias na última segunda-feira, 1º, com o objetivo de aumentar a produtividade em setores industriais e de manufatura. A medida irá se aplicar apenas a empresas privadas que fornecem serviços 24 horas por dia. Todos os trabalhadores trabalhando no esquema de seis dias serão recompensados com um adicional de 40% no salário diário. As informações são do jornal britânico The Guardian.

A medida vai na contramão de alguns países europeus que estão adotando a jornada de trabalho mais curta, de quatro dias, resultando em níveis de produtividade maiores, aponta o The Guardian: em 2022, a Bélgica passou a dar aos funcionários o direito legal de trabalhar por quatro dias em vez de cinco e testes piloto foram realizados em países como Reino Unido, Alemanha, Japão, África do Sul e Canadá.

Segundo o jornal, sob a semana de trabalho estendida funcionários em indústrias selecionadas terão a opção de trabalhar duas horas adicionais por dia ou um turno extra de oito horas. O governo, de centro-direita, afirma que qualquer uma das escolhas resolverá o problema dos funcionários que não recebem horas extras e, ao mesmo tempo, o problema generalizado do trabalho não declarado.

O The Guardian diz que o governo pró-negócios do primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, alega que a iniciativa é necessária devido ao perigo de uma população em declínio e da escassez de trabalhadores qualificados no país. Estima-se que cerca de 500 mil gregos, a maioria jovens e educados, tenham emigrado desde que a crise da dívida de quase uma década eclodiu no final de 2009, destacou a reportagem, que afirma ainda que, antes de anunciar a legislação – parte de um conjunto mais amplo de leis trabalhistas aprovadas no ano passado – Mitsotakis descreveu a mudança demográfica prevista como uma “bomba-relógio”.

O primeiro-ministro da Grécia , Kyriakos Mitsotakis; governo diz que a semana de trabalho de seis dias é necessária devido à população em declínio e à escassez de trabalhadores qualificados no país.  Foto: Ludovic Marin/Belga/AFP

Oposição

Para os opositores, a reforma corrói proteções legais e reverte direitos trabalhistas há muito estabelecidos em nome da flexibilidade, ressalta o The Guardian. “Na realidade, isso foi aprovado por um governo ideologicamente comprometido a gerar lucros cada vez maiores para o capital”, disse ao jornal Akis Sotiropoulos, membro do comitê executivo do sindicato de servidores públicos Adedy. “A melhor produtividade vem com melhores condições de trabalho, melhor qualidade de vida (para os funcionários), e isso, agora sabemos, é sobre menos horas, não mais”.

Sotiropoulos ainda disse ao jornal que a medida foi possível em parte devido ao enfraquecimento dos sindicatos, já que o país, endividado, promulgou medidas de austeridade em troca de recursos de resgate durante a crise financeira do país.

O The Guardian destaca que os sindicatos na Grécia há muito tempo argumentam que as horas extras permitem que os empregadores retenham a contratação de mais funcionários; que, atualmente, os gregos têm a maior carga horária da Europa, com uma média de 41 horas por semana, de acordo com a agência de estatísticas da UE, Eurostat; e que pesquisas apontam que eles recebem baixos salários.

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