Juros e endividamento são os grandes entraves para o crescimento do PIB; leia análise


A partir do quarto trimestre, os efeitos do aperto monetário serão determinantes sobre a atividade econômica

Por Guilherme Mercês

O resultado do PIB do segundo trimestre não surpreendeu. As medidas de auxílio à renda e a recuperação do mercado de trabalho explicam o crescimento acima do esperado na primeira metade de 2022. Além da continuidade nos desembolsos do Auxílio Brasil, o segundo trimestre contou com a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas e a liberação de recursos do FGTS.

A única surpresa positiva no trimestre foi a indústria, mas o destaque do ano tem sido a boa performance do setor de serviços, que em junho já ostentava um nível de atividade 7% acima do período pré-pandemia. Tanto nos serviços quanto no comércio houve forte recuperação de atividades relacionadas à volta ao convívio social, como serviços de estética, transporte, turismo e comércio de vestuário. Mas itens de maior valor agregado ainda estão em queda, especialmente materiais de construção, móveis e eletrodomésticos.

Para o terceiro trimestre, esperamos que o consumo se mantenha aquecido, levando em conta o reforço do Auxílio Brasil, a criação do voucher caminhoneiro, a retomada do valor cheio do vale-gás e o auxílio a taxistas.

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Aumento no valor do Auxílio Brasil reforça expectativa de que, no terceiro trimestre, consumo se mantenha aquecido.  Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A partir do quarto trimestre, contudo, os efeitos do aperto monetário serão determinantes sobre a atividade econômica. Soma-se a isso o efeito sobre o endividamento das famílias. Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que o porcentual de famílias endividadas saltou de 60% no período pré-pandemia para 80% em agosto, ao passo que a taxa Selic saiu de 2% em 2020 para os atuais 13,75%. O custo do crédito aumentou muito para famílias ainda mais endividadas, o que na prática significa um forte aperto do orçamento familiar. Em outras palavras, a redução da renda disponível tende a limitar o impacto positivo das medidas de auxílio à renda.

Diante desse quadro, projetamos um crescimento do PIB de +1,9% em 2022, com o consumo das famílias avançando 2,3% ante o ano passado. Sob a ótica da oferta, o destaque tende a ser o setor de serviços (+2,4%). / ECONOMISTA-CHEFE DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO (CNC)

O resultado do PIB do segundo trimestre não surpreendeu. As medidas de auxílio à renda e a recuperação do mercado de trabalho explicam o crescimento acima do esperado na primeira metade de 2022. Além da continuidade nos desembolsos do Auxílio Brasil, o segundo trimestre contou com a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas e a liberação de recursos do FGTS.

A única surpresa positiva no trimestre foi a indústria, mas o destaque do ano tem sido a boa performance do setor de serviços, que em junho já ostentava um nível de atividade 7% acima do período pré-pandemia. Tanto nos serviços quanto no comércio houve forte recuperação de atividades relacionadas à volta ao convívio social, como serviços de estética, transporte, turismo e comércio de vestuário. Mas itens de maior valor agregado ainda estão em queda, especialmente materiais de construção, móveis e eletrodomésticos.

Para o terceiro trimestre, esperamos que o consumo se mantenha aquecido, levando em conta o reforço do Auxílio Brasil, a criação do voucher caminhoneiro, a retomada do valor cheio do vale-gás e o auxílio a taxistas.

Aumento no valor do Auxílio Brasil reforça expectativa de que, no terceiro trimestre, consumo se mantenha aquecido.  Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A partir do quarto trimestre, contudo, os efeitos do aperto monetário serão determinantes sobre a atividade econômica. Soma-se a isso o efeito sobre o endividamento das famílias. Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que o porcentual de famílias endividadas saltou de 60% no período pré-pandemia para 80% em agosto, ao passo que a taxa Selic saiu de 2% em 2020 para os atuais 13,75%. O custo do crédito aumentou muito para famílias ainda mais endividadas, o que na prática significa um forte aperto do orçamento familiar. Em outras palavras, a redução da renda disponível tende a limitar o impacto positivo das medidas de auxílio à renda.

Diante desse quadro, projetamos um crescimento do PIB de +1,9% em 2022, com o consumo das famílias avançando 2,3% ante o ano passado. Sob a ótica da oferta, o destaque tende a ser o setor de serviços (+2,4%). / ECONOMISTA-CHEFE DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO (CNC)

O resultado do PIB do segundo trimestre não surpreendeu. As medidas de auxílio à renda e a recuperação do mercado de trabalho explicam o crescimento acima do esperado na primeira metade de 2022. Além da continuidade nos desembolsos do Auxílio Brasil, o segundo trimestre contou com a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas e a liberação de recursos do FGTS.

A única surpresa positiva no trimestre foi a indústria, mas o destaque do ano tem sido a boa performance do setor de serviços, que em junho já ostentava um nível de atividade 7% acima do período pré-pandemia. Tanto nos serviços quanto no comércio houve forte recuperação de atividades relacionadas à volta ao convívio social, como serviços de estética, transporte, turismo e comércio de vestuário. Mas itens de maior valor agregado ainda estão em queda, especialmente materiais de construção, móveis e eletrodomésticos.

Para o terceiro trimestre, esperamos que o consumo se mantenha aquecido, levando em conta o reforço do Auxílio Brasil, a criação do voucher caminhoneiro, a retomada do valor cheio do vale-gás e o auxílio a taxistas.

Aumento no valor do Auxílio Brasil reforça expectativa de que, no terceiro trimestre, consumo se mantenha aquecido.  Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A partir do quarto trimestre, contudo, os efeitos do aperto monetário serão determinantes sobre a atividade econômica. Soma-se a isso o efeito sobre o endividamento das famílias. Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que o porcentual de famílias endividadas saltou de 60% no período pré-pandemia para 80% em agosto, ao passo que a taxa Selic saiu de 2% em 2020 para os atuais 13,75%. O custo do crédito aumentou muito para famílias ainda mais endividadas, o que na prática significa um forte aperto do orçamento familiar. Em outras palavras, a redução da renda disponível tende a limitar o impacto positivo das medidas de auxílio à renda.

Diante desse quadro, projetamos um crescimento do PIB de +1,9% em 2022, com o consumo das famílias avançando 2,3% ante o ano passado. Sob a ótica da oferta, o destaque tende a ser o setor de serviços (+2,4%). / ECONOMISTA-CHEFE DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO (CNC)

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