BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esclareceu que a pauta de discussão do Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta quinta-feira, 29, é a meta de inflação de 2026. Ele também disse que a pasta também vai pautar a mudança do regime de metas de ano-calendário (de janeiro a dezembro) para contínuo (acumulado em 12 meses), como o ministro vem defendendo nos últimos meses.
“Pela pauta do CMN, estamos discutindo a meta de 2026. Disso que nós estamos tratando amanhã (quinta) e de outras questões como (a meta contínua), de tomar essa decisão de padronizar em relação a outros países do mundo”, disse, completando que o regime de ano-calendário é sui generis no Brasil e em outros poucos países, como a Turquia.
Em conversa rápida com jornalistas na porta do ministério, ele disse que houve uma “confusão” em relação à discussão da meta de inflação no CMN na publicação de trechos da entrevista que concedeu mais cedo à jornalista Miriam Leitão e que será veiculada na íntegra nesta quarta-feira, 28, às 23h, na GloboNews.
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Pela sistemática atual do sistema de metas, o CMN tem até este mês para definir a meta de inflação de 2026. Os alvos dos anos anteriores já estão estabelecidos: 3,25% em 2023, e 3,0% em 2024 e 2025, todos com banda de tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima e para baixo.
Em relação à discussão sobre a meta contínua, Haddad disse que serão debatidos os prazos na reunião. “É o horizonte relevante que muda. Na Europa e nos EUA, ninguém está discutindo com o BC para onde tem que ir a taxa de juros para que a meta de 2% seja atingida, o que se exige é uma trajetória”, afirmou, ponderando que não pode antecipar o voto.
“Antecipar uma coisa que não foi decidida ainda faz preço, e não é o caso, é o caso de aguardar. Estamos fazendo coisas sem açodamento para tomar decisões mais adequadas para o País.”
O ministro ainda voltou a fazer uma defesa do sistema de meta contínua, destacando que tratou do tema “longamente” com o Fundo Monetário Internacional (FMI). “O próprio FMI dizia que era melhor, países chegaram à conclusão que era a meta melhor. Quase a totalidade dos economistas consideram que a mudança é desejável”, disse Haddad, acrescentando ainda que a reunião deverá validar acordo sobre o Plano Safra já anunciado.