O ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou que a maior parte do mercado financeiro aposta em um corte de 0,50 ponto porcentual na Selic na reunião desta quarta-feira, 2, do Comitê de Política Monetária (Copom).
”No mercado tem gente falando até em queda de 0,75 p.p., mas ninguém espera manutenção da taxa, não existe um economista com reputação que possa defender manutenção”, disse Haddad. “E não falo nem nem de políticos, porque eles [políticos] gostariam de uma redução de 1,0 ponto, como aconteceu no Chile na semana passada”, emendou.
Porém, segundo pesquisa do Estadão/Broadcast, apesar da aposta unânime de corte da Selic, entre as 88 instituições consultadas, 70% esperam recuo de 0,5 ponto.
Na avaliação do ministro, a redução da taxa de juro hoje terá impacto sobre os investimentos de longo prazo no País. “Um investidor que vai tomar decisão agora, olha para a taxa [de juro] no longo prazo, faz as contas e começa a verificar que talvez não seja tão vantajoso manter o dinheiro guardado e que, se ele expandir operações, vai ganhar mais dinheiro no futuro”, disse.
Para Haddad, houve um “esforço monumental” por parte do governo federal para que a inflação começasse a cair e os juros pudessem ser cortados. “Estávamos vivendo um surto inflacionário no País há pouco tempo, com inflação de dois dígitos. A inflação que estava em mais de 10% está agora na casa de 3,2%”, relembrou.
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Para o ministro, houve um “choque de credibilidade” no governo federal, o que também contribuiu para o controle da inflação. “O país estava desgovernado. Começou a se gastar dinheiro a rodo, principalmente durante a eleição, mais de R$ 300 bilhões de dinheiro público investido visando a eleição”, comentou.