ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO – Em viagem ao Japão para participar da cúpula do G7 Financeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúne na noite desta quarta-feira, 10, pelo horário de Brasília, com empresários do país asiático. Estão com o ministro o presidente do Conselho de Administração da Toyota Motors, Takeshi Uchiyamada, o presidente do Japan Bank for International Cooperation (JBIC), Nobumitsu Hayashi, e o chairman da Mitsui, Tatsuo Yasunaga, de acordo com a nominata antecipada ao Estadão/Broadcast.
O encontro acontece na residência oficial do embaixador do Brasil em Tóquio, Octávio Henrique Dias Garcia Côrtes, e é acompanhado pela chefe da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, e pelo assessor para assuntos internacionais Mathias Alencastro.
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Participam ainda o chairman da empresa de tecnologia da informação NEC Corporation, Nobuhiro Endo; o executivo Ichiro Sato, da Nippon Steel; e o diretor da Japan Business Federation, Ichiro Hara. O gerente do Banco do Brasil para Japão e Ásia-Pacífico, Alisson Aguiar da Costa, também acompanha o café da manhã.
Após o encontro, Haddad segue de trem para Niigata, sede do G7 Financeiro, onde terá uma reunião bilateral com a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen.
G7 Financeiro
Firme na proposta do governo Lula de turbinar a política externa brasileira, Haddad desembarcou nesta quarta-feira no Japão para participar da cúpula do G7 Financeiro, que acontece em Niigata entre 11 e 13 de maio. No encontro, o chefe da equipe econômica quer estreitar laços com importantes contrapartes estrangeiras e apresentar o plano de voo para a economia brasileira – notadamente, o arcabouço fiscal e a reforma tributária – ao longo de suas reuniões bilaterais.
O G7 é formado por Estados Unidos, Alemanha, Japão, Reino Unido, França, Itália e Canadá. Neste ano, o Brasil participa na condição de convidado, assim como Índia, Coreia do Sul e Indonésia. Na próxima semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega ao Japão para participar da cúpula presidencial, convite por ele aceito após a garantia de que terá acesso às principais discussões do encontro. O petista queria evitar assumir um papel secundário.
Há grande expectativa para o comunicado final do G7 Financeiro. Em meio à perspectiva de enfraquecimento da atividade econômica global, reforçada após o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortar sua perspectiva de crescimento para diferentes países, o grupo deve reiterar a decisão de apoiar a Ucrânia e adotar sanções à Rússia pela invasão territorial.
O G7 mostra união quando o assunto é a guerra, enquanto o Brasil tenta evitar tomar um lado no conflito – embora tenha condenado na ONU a invasão territorial da Ucrânia por parte do governo de Moscou. Recentemente, Lula foi criticado por falas consideradas pró-Rússia.
A conjuntura econômica global, com destaque para a estabilidade financeira e problema da dívida nos países pobres, é um tema que será debatido ao longo do G7 Financeiro. Outro tema é a cadeia internacional de suprimentos, afetada pela guerra e que causou abalos no processo inflacionário mundial.