Ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central

Opinião|Gastos sob controle criam o ambiente propício para juros menores, que ajudam no crescimento


Em vez de pegar um atalho, Brasil precisa focar em uma política econômica consistente, com responsabilidade fiscal, para garantir um crescimento sustentável

Por Henrique Meirelles
Atualização:

A economia brasileira está desacelerando, como atesta o resultado do PIB divulgado pelo IBGE na semana passada. O crescimento do segundo trimestre foi de 1% e do terceiro de apenas 0,1%, em linha com o que esperavam os analistas. Os dados indicam que o Brasil crescerá menos no ano que vem. O relatório Focus, do Banco Central, indica um crescimento de 2,8% do PIB este ano e de apenas 1,5% em 2024.

Um dos aspectos negativos deste quadro é a possibilidade de o governo gastar mais, com a intenção de melhorar este desempenho e buscar popularidade. Sabemos que isso não dá certo. Em vez de pegar um atalho, o Brasil precisa focar em uma política econômica consistente, com responsabilidade fiscal, para garantir um crescimento sustentável nos próximos anos.

As pressões serão fortes. Teremos eleições municipais no ano que vem, o que sempre resulta em mais pedidos por mais gastos públicos, como vemos agora nos passos finais da elaboração do Orçamento. Isso é normal. Mas não devemos esquecer que um dos ganhos para o país este ano foi o arcabouço fiscal, que, apesar de possibilitar algum aumento de despesas, sinaliza a preocupação do governo em ser responsável na área fiscal.

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Foi este compromisso que resgatou a confiança dos mercados e investidores no Brasil. Em seguida veio a reforma tributária, que tem pontos controversos que, se não forem corrigidos, podem gerar um resultado pior do que o sistema atual. É uma discussão importante e uma reforma bem feita pode resultar em ganhos de produtividade pela simplificação do sistema.

Controle das despesas após a recessão de 2015/2016 ajudou o trabalho do Banco Central  Foto: André Dusek/Estadão

Neste momento é importante que o Brasil se mantenha no caminho da responsabilidade fiscal e do controle da dívida pública. O ministro da Fazenda deve insistir no déficit zero para sinalizar a todos este compromisso. É um caminho mais longo e difícil no começo, mas que dá resultados consistentes. O caminho dos gastos nós conhecemos: resultou na pior recessão da história nacional, entre 2015 e 2016. Em 2016, o teto de gastos colocou um freio no crescimento dos gastos públicos.

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Depois de cair mais de 3% por dois anos seguidos (2015 e 2016) quando caiu 5,2% de junho de 2015 a maio de 2016, o PIB cresceu 1,8% em 2017, o que resulta num salto de 7 pontos porcentuais.

Na ocasião, o controle da despesa ajudou o Banco Central, que conseguiu fazer uma política monetária menos restritiva. O mesmo pode ocorrer agora. Gastos sob controle criam o ambiente propício para juros menores – que, como sabemos, possibilitam mais investimentos e ajudam no crescimento. Assim poderemos ter uma expansão do PIB acima do 1,5% que o mercado enxerga hoje.

A economia brasileira está desacelerando, como atesta o resultado do PIB divulgado pelo IBGE na semana passada. O crescimento do segundo trimestre foi de 1% e do terceiro de apenas 0,1%, em linha com o que esperavam os analistas. Os dados indicam que o Brasil crescerá menos no ano que vem. O relatório Focus, do Banco Central, indica um crescimento de 2,8% do PIB este ano e de apenas 1,5% em 2024.

Um dos aspectos negativos deste quadro é a possibilidade de o governo gastar mais, com a intenção de melhorar este desempenho e buscar popularidade. Sabemos que isso não dá certo. Em vez de pegar um atalho, o Brasil precisa focar em uma política econômica consistente, com responsabilidade fiscal, para garantir um crescimento sustentável nos próximos anos.

As pressões serão fortes. Teremos eleições municipais no ano que vem, o que sempre resulta em mais pedidos por mais gastos públicos, como vemos agora nos passos finais da elaboração do Orçamento. Isso é normal. Mas não devemos esquecer que um dos ganhos para o país este ano foi o arcabouço fiscal, que, apesar de possibilitar algum aumento de despesas, sinaliza a preocupação do governo em ser responsável na área fiscal.

Foi este compromisso que resgatou a confiança dos mercados e investidores no Brasil. Em seguida veio a reforma tributária, que tem pontos controversos que, se não forem corrigidos, podem gerar um resultado pior do que o sistema atual. É uma discussão importante e uma reforma bem feita pode resultar em ganhos de produtividade pela simplificação do sistema.

Controle das despesas após a recessão de 2015/2016 ajudou o trabalho do Banco Central  Foto: André Dusek/Estadão

Neste momento é importante que o Brasil se mantenha no caminho da responsabilidade fiscal e do controle da dívida pública. O ministro da Fazenda deve insistir no déficit zero para sinalizar a todos este compromisso. É um caminho mais longo e difícil no começo, mas que dá resultados consistentes. O caminho dos gastos nós conhecemos: resultou na pior recessão da história nacional, entre 2015 e 2016. Em 2016, o teto de gastos colocou um freio no crescimento dos gastos públicos.

Depois de cair mais de 3% por dois anos seguidos (2015 e 2016) quando caiu 5,2% de junho de 2015 a maio de 2016, o PIB cresceu 1,8% em 2017, o que resulta num salto de 7 pontos porcentuais.

Na ocasião, o controle da despesa ajudou o Banco Central, que conseguiu fazer uma política monetária menos restritiva. O mesmo pode ocorrer agora. Gastos sob controle criam o ambiente propício para juros menores – que, como sabemos, possibilitam mais investimentos e ajudam no crescimento. Assim poderemos ter uma expansão do PIB acima do 1,5% que o mercado enxerga hoje.

A economia brasileira está desacelerando, como atesta o resultado do PIB divulgado pelo IBGE na semana passada. O crescimento do segundo trimestre foi de 1% e do terceiro de apenas 0,1%, em linha com o que esperavam os analistas. Os dados indicam que o Brasil crescerá menos no ano que vem. O relatório Focus, do Banco Central, indica um crescimento de 2,8% do PIB este ano e de apenas 1,5% em 2024.

Um dos aspectos negativos deste quadro é a possibilidade de o governo gastar mais, com a intenção de melhorar este desempenho e buscar popularidade. Sabemos que isso não dá certo. Em vez de pegar um atalho, o Brasil precisa focar em uma política econômica consistente, com responsabilidade fiscal, para garantir um crescimento sustentável nos próximos anos.

As pressões serão fortes. Teremos eleições municipais no ano que vem, o que sempre resulta em mais pedidos por mais gastos públicos, como vemos agora nos passos finais da elaboração do Orçamento. Isso é normal. Mas não devemos esquecer que um dos ganhos para o país este ano foi o arcabouço fiscal, que, apesar de possibilitar algum aumento de despesas, sinaliza a preocupação do governo em ser responsável na área fiscal.

Foi este compromisso que resgatou a confiança dos mercados e investidores no Brasil. Em seguida veio a reforma tributária, que tem pontos controversos que, se não forem corrigidos, podem gerar um resultado pior do que o sistema atual. É uma discussão importante e uma reforma bem feita pode resultar em ganhos de produtividade pela simplificação do sistema.

Controle das despesas após a recessão de 2015/2016 ajudou o trabalho do Banco Central  Foto: André Dusek/Estadão

Neste momento é importante que o Brasil se mantenha no caminho da responsabilidade fiscal e do controle da dívida pública. O ministro da Fazenda deve insistir no déficit zero para sinalizar a todos este compromisso. É um caminho mais longo e difícil no começo, mas que dá resultados consistentes. O caminho dos gastos nós conhecemos: resultou na pior recessão da história nacional, entre 2015 e 2016. Em 2016, o teto de gastos colocou um freio no crescimento dos gastos públicos.

Depois de cair mais de 3% por dois anos seguidos (2015 e 2016) quando caiu 5,2% de junho de 2015 a maio de 2016, o PIB cresceu 1,8% em 2017, o que resulta num salto de 7 pontos porcentuais.

Na ocasião, o controle da despesa ajudou o Banco Central, que conseguiu fazer uma política monetária menos restritiva. O mesmo pode ocorrer agora. Gastos sob controle criam o ambiente propício para juros menores – que, como sabemos, possibilitam mais investimentos e ajudam no crescimento. Assim poderemos ter uma expansão do PIB acima do 1,5% que o mercado enxerga hoje.

A economia brasileira está desacelerando, como atesta o resultado do PIB divulgado pelo IBGE na semana passada. O crescimento do segundo trimestre foi de 1% e do terceiro de apenas 0,1%, em linha com o que esperavam os analistas. Os dados indicam que o Brasil crescerá menos no ano que vem. O relatório Focus, do Banco Central, indica um crescimento de 2,8% do PIB este ano e de apenas 1,5% em 2024.

Um dos aspectos negativos deste quadro é a possibilidade de o governo gastar mais, com a intenção de melhorar este desempenho e buscar popularidade. Sabemos que isso não dá certo. Em vez de pegar um atalho, o Brasil precisa focar em uma política econômica consistente, com responsabilidade fiscal, para garantir um crescimento sustentável nos próximos anos.

As pressões serão fortes. Teremos eleições municipais no ano que vem, o que sempre resulta em mais pedidos por mais gastos públicos, como vemos agora nos passos finais da elaboração do Orçamento. Isso é normal. Mas não devemos esquecer que um dos ganhos para o país este ano foi o arcabouço fiscal, que, apesar de possibilitar algum aumento de despesas, sinaliza a preocupação do governo em ser responsável na área fiscal.

Foi este compromisso que resgatou a confiança dos mercados e investidores no Brasil. Em seguida veio a reforma tributária, que tem pontos controversos que, se não forem corrigidos, podem gerar um resultado pior do que o sistema atual. É uma discussão importante e uma reforma bem feita pode resultar em ganhos de produtividade pela simplificação do sistema.

Controle das despesas após a recessão de 2015/2016 ajudou o trabalho do Banco Central  Foto: André Dusek/Estadão

Neste momento é importante que o Brasil se mantenha no caminho da responsabilidade fiscal e do controle da dívida pública. O ministro da Fazenda deve insistir no déficit zero para sinalizar a todos este compromisso. É um caminho mais longo e difícil no começo, mas que dá resultados consistentes. O caminho dos gastos nós conhecemos: resultou na pior recessão da história nacional, entre 2015 e 2016. Em 2016, o teto de gastos colocou um freio no crescimento dos gastos públicos.

Depois de cair mais de 3% por dois anos seguidos (2015 e 2016) quando caiu 5,2% de junho de 2015 a maio de 2016, o PIB cresceu 1,8% em 2017, o que resulta num salto de 7 pontos porcentuais.

Na ocasião, o controle da despesa ajudou o Banco Central, que conseguiu fazer uma política monetária menos restritiva. O mesmo pode ocorrer agora. Gastos sob controle criam o ambiente propício para juros menores – que, como sabemos, possibilitam mais investimentos e ajudam no crescimento. Assim poderemos ter uma expansão do PIB acima do 1,5% que o mercado enxerga hoje.

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