Ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central

Opinião|Acordo do UBS para comprar Credit Suisse deve tranquilizar um pouco o mercado


Problemas atuais no setor bancário podem servir para aperfeiçoar o sistema

Por Henrique Meirelles
Atualização:

O anúncio de que o UBS chegou a um acordo para comprar o Credit Suisse, numa negociação mediada pelo órgão regulador do setor financeiro da Suíça, deve tranquilizar um pouco um mercado ainda nervoso. A garantia que as autoridades americanas haviam dado de que os depositantes do SVB e do Signature receberão seus depósitos foi também importante. É uma oportunidade para examinar como uma grande crise, a de 2008, atingiu o Brasil.

O País sentiu os efeitos daquela crise na forma de uma interrupção das linhas de crédito externo, que representavam 20% do financiamento para empresas brasileiras. Eu estava na presidência do Banco Central e lembro que o problema se manifestou num dia em que a Petrobras desistiu de lançar títulos no valor de US$ 1 bilhão no exterior porque não tinha mercado.

Problemas atuais no setor bancário podem ajudar a melhorar o sistema Foto: MICHAEL BUHOLZER/EFE
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Como tinha outros títulos a honrar, a empresa tomou o equivalente a este valor em reais na Caixa e pagou os credores em dólares. Operações semelhantes se espalharam e começou a faltar crédito e dólares no mercado brasileiro.

Superamos o problema porque havíamos acumulado reservas em dólar nos anos anteriores – tínhamos mais de US$ 200 bilhões na ocasião. As reservas nos permitiram anunciar que o BC tinha recursos para substituir o sistema financeiro internacional, no que dizia respeito aos financiamentos ao Brasil, durante um ano. Havia também problemas de companhias insolventes devido a operações de venda a descoberto de dólares no mercado futuro.

Anunciei em entrevista coletiva que o BC venderia quantos dólares fosse necessário para resolver a crise. Fui perguntado qual era nosso limite. A resposta: pode chegar a até US$ 50 bilhões. A falta de vendedores de dólares no mercado futuro foi superada, a cotação caiu rapidamente e o mercado se acalmou. Esta história, que para mim começa na década de 1990, estará contada com maiores detalhes no livro de memórias que estou escrevendo.

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O Brasil foi o país a sair mais rápido da crise de 2008. O PIB recuou 3,8% no último trimestre de 2008, mas começou a se recuperar no 1.º trimestre de 2009 e cresceu forte no 2.º. Por isso, fui aplaudido em nome do Brasil no jantar final do encontro de presidentes de BCs na Basileia, em janeiro de 2009.

Aquela crise fez com que este comitê, do qual eu fazia parte, sugerisse mudanças na regulação dos bancos americanos para prevenir que o problema se repetisse. Isso limitou a crise do SVB aos bancos médios. Da mesma forma, os problemas de hoje podem servir para aperfeiçoamentos do sistema.

O anúncio de que o UBS chegou a um acordo para comprar o Credit Suisse, numa negociação mediada pelo órgão regulador do setor financeiro da Suíça, deve tranquilizar um pouco um mercado ainda nervoso. A garantia que as autoridades americanas haviam dado de que os depositantes do SVB e do Signature receberão seus depósitos foi também importante. É uma oportunidade para examinar como uma grande crise, a de 2008, atingiu o Brasil.

O País sentiu os efeitos daquela crise na forma de uma interrupção das linhas de crédito externo, que representavam 20% do financiamento para empresas brasileiras. Eu estava na presidência do Banco Central e lembro que o problema se manifestou num dia em que a Petrobras desistiu de lançar títulos no valor de US$ 1 bilhão no exterior porque não tinha mercado.

Problemas atuais no setor bancário podem ajudar a melhorar o sistema Foto: MICHAEL BUHOLZER/EFE

Como tinha outros títulos a honrar, a empresa tomou o equivalente a este valor em reais na Caixa e pagou os credores em dólares. Operações semelhantes se espalharam e começou a faltar crédito e dólares no mercado brasileiro.

Superamos o problema porque havíamos acumulado reservas em dólar nos anos anteriores – tínhamos mais de US$ 200 bilhões na ocasião. As reservas nos permitiram anunciar que o BC tinha recursos para substituir o sistema financeiro internacional, no que dizia respeito aos financiamentos ao Brasil, durante um ano. Havia também problemas de companhias insolventes devido a operações de venda a descoberto de dólares no mercado futuro.

Anunciei em entrevista coletiva que o BC venderia quantos dólares fosse necessário para resolver a crise. Fui perguntado qual era nosso limite. A resposta: pode chegar a até US$ 50 bilhões. A falta de vendedores de dólares no mercado futuro foi superada, a cotação caiu rapidamente e o mercado se acalmou. Esta história, que para mim começa na década de 1990, estará contada com maiores detalhes no livro de memórias que estou escrevendo.

O Brasil foi o país a sair mais rápido da crise de 2008. O PIB recuou 3,8% no último trimestre de 2008, mas começou a se recuperar no 1.º trimestre de 2009 e cresceu forte no 2.º. Por isso, fui aplaudido em nome do Brasil no jantar final do encontro de presidentes de BCs na Basileia, em janeiro de 2009.

Aquela crise fez com que este comitê, do qual eu fazia parte, sugerisse mudanças na regulação dos bancos americanos para prevenir que o problema se repetisse. Isso limitou a crise do SVB aos bancos médios. Da mesma forma, os problemas de hoje podem servir para aperfeiçoamentos do sistema.

O anúncio de que o UBS chegou a um acordo para comprar o Credit Suisse, numa negociação mediada pelo órgão regulador do setor financeiro da Suíça, deve tranquilizar um pouco um mercado ainda nervoso. A garantia que as autoridades americanas haviam dado de que os depositantes do SVB e do Signature receberão seus depósitos foi também importante. É uma oportunidade para examinar como uma grande crise, a de 2008, atingiu o Brasil.

O País sentiu os efeitos daquela crise na forma de uma interrupção das linhas de crédito externo, que representavam 20% do financiamento para empresas brasileiras. Eu estava na presidência do Banco Central e lembro que o problema se manifestou num dia em que a Petrobras desistiu de lançar títulos no valor de US$ 1 bilhão no exterior porque não tinha mercado.

Problemas atuais no setor bancário podem ajudar a melhorar o sistema Foto: MICHAEL BUHOLZER/EFE

Como tinha outros títulos a honrar, a empresa tomou o equivalente a este valor em reais na Caixa e pagou os credores em dólares. Operações semelhantes se espalharam e começou a faltar crédito e dólares no mercado brasileiro.

Superamos o problema porque havíamos acumulado reservas em dólar nos anos anteriores – tínhamos mais de US$ 200 bilhões na ocasião. As reservas nos permitiram anunciar que o BC tinha recursos para substituir o sistema financeiro internacional, no que dizia respeito aos financiamentos ao Brasil, durante um ano. Havia também problemas de companhias insolventes devido a operações de venda a descoberto de dólares no mercado futuro.

Anunciei em entrevista coletiva que o BC venderia quantos dólares fosse necessário para resolver a crise. Fui perguntado qual era nosso limite. A resposta: pode chegar a até US$ 50 bilhões. A falta de vendedores de dólares no mercado futuro foi superada, a cotação caiu rapidamente e o mercado se acalmou. Esta história, que para mim começa na década de 1990, estará contada com maiores detalhes no livro de memórias que estou escrevendo.

O Brasil foi o país a sair mais rápido da crise de 2008. O PIB recuou 3,8% no último trimestre de 2008, mas começou a se recuperar no 1.º trimestre de 2009 e cresceu forte no 2.º. Por isso, fui aplaudido em nome do Brasil no jantar final do encontro de presidentes de BCs na Basileia, em janeiro de 2009.

Aquela crise fez com que este comitê, do qual eu fazia parte, sugerisse mudanças na regulação dos bancos americanos para prevenir que o problema se repetisse. Isso limitou a crise do SVB aos bancos médios. Da mesma forma, os problemas de hoje podem servir para aperfeiçoamentos do sistema.

O anúncio de que o UBS chegou a um acordo para comprar o Credit Suisse, numa negociação mediada pelo órgão regulador do setor financeiro da Suíça, deve tranquilizar um pouco um mercado ainda nervoso. A garantia que as autoridades americanas haviam dado de que os depositantes do SVB e do Signature receberão seus depósitos foi também importante. É uma oportunidade para examinar como uma grande crise, a de 2008, atingiu o Brasil.

O País sentiu os efeitos daquela crise na forma de uma interrupção das linhas de crédito externo, que representavam 20% do financiamento para empresas brasileiras. Eu estava na presidência do Banco Central e lembro que o problema se manifestou num dia em que a Petrobras desistiu de lançar títulos no valor de US$ 1 bilhão no exterior porque não tinha mercado.

Problemas atuais no setor bancário podem ajudar a melhorar o sistema Foto: MICHAEL BUHOLZER/EFE

Como tinha outros títulos a honrar, a empresa tomou o equivalente a este valor em reais na Caixa e pagou os credores em dólares. Operações semelhantes se espalharam e começou a faltar crédito e dólares no mercado brasileiro.

Superamos o problema porque havíamos acumulado reservas em dólar nos anos anteriores – tínhamos mais de US$ 200 bilhões na ocasião. As reservas nos permitiram anunciar que o BC tinha recursos para substituir o sistema financeiro internacional, no que dizia respeito aos financiamentos ao Brasil, durante um ano. Havia também problemas de companhias insolventes devido a operações de venda a descoberto de dólares no mercado futuro.

Anunciei em entrevista coletiva que o BC venderia quantos dólares fosse necessário para resolver a crise. Fui perguntado qual era nosso limite. A resposta: pode chegar a até US$ 50 bilhões. A falta de vendedores de dólares no mercado futuro foi superada, a cotação caiu rapidamente e o mercado se acalmou. Esta história, que para mim começa na década de 1990, estará contada com maiores detalhes no livro de memórias que estou escrevendo.

O Brasil foi o país a sair mais rápido da crise de 2008. O PIB recuou 3,8% no último trimestre de 2008, mas começou a se recuperar no 1.º trimestre de 2009 e cresceu forte no 2.º. Por isso, fui aplaudido em nome do Brasil no jantar final do encontro de presidentes de BCs na Basileia, em janeiro de 2009.

Aquela crise fez com que este comitê, do qual eu fazia parte, sugerisse mudanças na regulação dos bancos americanos para prevenir que o problema se repetisse. Isso limitou a crise do SVB aos bancos médios. Da mesma forma, os problemas de hoje podem servir para aperfeiçoamentos do sistema.

O anúncio de que o UBS chegou a um acordo para comprar o Credit Suisse, numa negociação mediada pelo órgão regulador do setor financeiro da Suíça, deve tranquilizar um pouco um mercado ainda nervoso. A garantia que as autoridades americanas haviam dado de que os depositantes do SVB e do Signature receberão seus depósitos foi também importante. É uma oportunidade para examinar como uma grande crise, a de 2008, atingiu o Brasil.

O País sentiu os efeitos daquela crise na forma de uma interrupção das linhas de crédito externo, que representavam 20% do financiamento para empresas brasileiras. Eu estava na presidência do Banco Central e lembro que o problema se manifestou num dia em que a Petrobras desistiu de lançar títulos no valor de US$ 1 bilhão no exterior porque não tinha mercado.

Problemas atuais no setor bancário podem ajudar a melhorar o sistema Foto: MICHAEL BUHOLZER/EFE

Como tinha outros títulos a honrar, a empresa tomou o equivalente a este valor em reais na Caixa e pagou os credores em dólares. Operações semelhantes se espalharam e começou a faltar crédito e dólares no mercado brasileiro.

Superamos o problema porque havíamos acumulado reservas em dólar nos anos anteriores – tínhamos mais de US$ 200 bilhões na ocasião. As reservas nos permitiram anunciar que o BC tinha recursos para substituir o sistema financeiro internacional, no que dizia respeito aos financiamentos ao Brasil, durante um ano. Havia também problemas de companhias insolventes devido a operações de venda a descoberto de dólares no mercado futuro.

Anunciei em entrevista coletiva que o BC venderia quantos dólares fosse necessário para resolver a crise. Fui perguntado qual era nosso limite. A resposta: pode chegar a até US$ 50 bilhões. A falta de vendedores de dólares no mercado futuro foi superada, a cotação caiu rapidamente e o mercado se acalmou. Esta história, que para mim começa na década de 1990, estará contada com maiores detalhes no livro de memórias que estou escrevendo.

O Brasil foi o país a sair mais rápido da crise de 2008. O PIB recuou 3,8% no último trimestre de 2008, mas começou a se recuperar no 1.º trimestre de 2009 e cresceu forte no 2.º. Por isso, fui aplaudido em nome do Brasil no jantar final do encontro de presidentes de BCs na Basileia, em janeiro de 2009.

Aquela crise fez com que este comitê, do qual eu fazia parte, sugerisse mudanças na regulação dos bancos americanos para prevenir que o problema se repetisse. Isso limitou a crise do SVB aos bancos médios. Da mesma forma, os problemas de hoje podem servir para aperfeiçoamentos do sistema.

Opinião por Henrique Meirelles

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