Ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central

Opinião|O Banco Central precisa ser autônomo


Os países mais relevantes do mundo têm uma autoridade monetária independente

Por Henrique Meirelles

Na entrevista à GloboNews, o presidente Lula falou sobre o Banco Central autônomo, taxa de juros e meta de inflação – que, na opinião dele, estaria muito baixa. De uma forma indireta, fez um elogio à minha atuação no Banco Central durante seus dois primeiros mandatos. O presidente Lula sempre respeitou minha atuação independente em oito anos à frente do BC. Quero aproveitar para falar um pouco sobre o Banco Central, a taxa de juros e a meta de inflação.

No início do mandato, quando Lula me avisou que não seria possível aprovar a lei de independência do BC, eu disse: “Presidente, eu vou agir com independência. O senhor mantém a prerrogativa legal de me exonerar a qualquer momento. Isto não vai alterar minhas decisões”. Agi assim até 2011, ele respeitou, e o Brasil cresceu, gerou 11 milhões de empregos e tirou 50 milhões de pessoas da pobreza. A independência formal do Banco Central, estabelecida em lei em 2021, é um avanço institucional. Os países mais relevantes do mundo têm uma autoridade monetária independente, para não sujeitar a política monetária, com implicações de curto e longo prazos, aos interesses imediatos naturais dos governantes. A lei tem consequências positivas na taxa de juros e na inflação porque dá segurança aos agentes econômicos de que não haverá interferência no BC.

A taxa de juros está em 13,75% devido à insegurança dos mercados em relação à política fiscal nos últimos anos. A gestão anterior rompeu o teto de gastos para promover uma gastança por motivos eleitoreiros – que não deu certo e alimentou a inflação. Ao Banco Central resta apenas elevar os juros para manter a inflação na meta. Como eu já disse, o ideal é que as políticas monetária e fiscal andem juntas. Nos últimos três anos, infelizmente, elas caminharam em direções opostas. Quando isso acontece, a política monetária tem de ser mais agressiva, com juros mais altos, o que diminui a atividade e o crescimento.

continua após a publicidade

Sobre a inflação, não há dúvida. A meta de inflação de 3,25% para este ano está no nível correto para um país emergente como o Brasil. Em países avançados, esta meta fica na casa dos 2%. A meta de 3,25% é um desafio que exige esforços, mas não é impossível de atingir. Um país como o Brasil, com histórico de hiperinflação, não pode tergiversar, não pode deixar prosperar o argumento “um pouco mais de inflação não faz mal”, defendido por certas correntes econômicas. Faz mal, sim. A leniência com a inflação prejudica mais o cidadão de menor renda, corrói o consumo e cobra caro no crescimento e na geração de empregos à frente.

Na entrevista à GloboNews, o presidente Lula falou sobre o Banco Central autônomo, taxa de juros e meta de inflação – que, na opinião dele, estaria muito baixa. De uma forma indireta, fez um elogio à minha atuação no Banco Central durante seus dois primeiros mandatos. O presidente Lula sempre respeitou minha atuação independente em oito anos à frente do BC. Quero aproveitar para falar um pouco sobre o Banco Central, a taxa de juros e a meta de inflação.

No início do mandato, quando Lula me avisou que não seria possível aprovar a lei de independência do BC, eu disse: “Presidente, eu vou agir com independência. O senhor mantém a prerrogativa legal de me exonerar a qualquer momento. Isto não vai alterar minhas decisões”. Agi assim até 2011, ele respeitou, e o Brasil cresceu, gerou 11 milhões de empregos e tirou 50 milhões de pessoas da pobreza. A independência formal do Banco Central, estabelecida em lei em 2021, é um avanço institucional. Os países mais relevantes do mundo têm uma autoridade monetária independente, para não sujeitar a política monetária, com implicações de curto e longo prazos, aos interesses imediatos naturais dos governantes. A lei tem consequências positivas na taxa de juros e na inflação porque dá segurança aos agentes econômicos de que não haverá interferência no BC.

A taxa de juros está em 13,75% devido à insegurança dos mercados em relação à política fiscal nos últimos anos. A gestão anterior rompeu o teto de gastos para promover uma gastança por motivos eleitoreiros – que não deu certo e alimentou a inflação. Ao Banco Central resta apenas elevar os juros para manter a inflação na meta. Como eu já disse, o ideal é que as políticas monetária e fiscal andem juntas. Nos últimos três anos, infelizmente, elas caminharam em direções opostas. Quando isso acontece, a política monetária tem de ser mais agressiva, com juros mais altos, o que diminui a atividade e o crescimento.

Sobre a inflação, não há dúvida. A meta de inflação de 3,25% para este ano está no nível correto para um país emergente como o Brasil. Em países avançados, esta meta fica na casa dos 2%. A meta de 3,25% é um desafio que exige esforços, mas não é impossível de atingir. Um país como o Brasil, com histórico de hiperinflação, não pode tergiversar, não pode deixar prosperar o argumento “um pouco mais de inflação não faz mal”, defendido por certas correntes econômicas. Faz mal, sim. A leniência com a inflação prejudica mais o cidadão de menor renda, corrói o consumo e cobra caro no crescimento e na geração de empregos à frente.

Na entrevista à GloboNews, o presidente Lula falou sobre o Banco Central autônomo, taxa de juros e meta de inflação – que, na opinião dele, estaria muito baixa. De uma forma indireta, fez um elogio à minha atuação no Banco Central durante seus dois primeiros mandatos. O presidente Lula sempre respeitou minha atuação independente em oito anos à frente do BC. Quero aproveitar para falar um pouco sobre o Banco Central, a taxa de juros e a meta de inflação.

No início do mandato, quando Lula me avisou que não seria possível aprovar a lei de independência do BC, eu disse: “Presidente, eu vou agir com independência. O senhor mantém a prerrogativa legal de me exonerar a qualquer momento. Isto não vai alterar minhas decisões”. Agi assim até 2011, ele respeitou, e o Brasil cresceu, gerou 11 milhões de empregos e tirou 50 milhões de pessoas da pobreza. A independência formal do Banco Central, estabelecida em lei em 2021, é um avanço institucional. Os países mais relevantes do mundo têm uma autoridade monetária independente, para não sujeitar a política monetária, com implicações de curto e longo prazos, aos interesses imediatos naturais dos governantes. A lei tem consequências positivas na taxa de juros e na inflação porque dá segurança aos agentes econômicos de que não haverá interferência no BC.

A taxa de juros está em 13,75% devido à insegurança dos mercados em relação à política fiscal nos últimos anos. A gestão anterior rompeu o teto de gastos para promover uma gastança por motivos eleitoreiros – que não deu certo e alimentou a inflação. Ao Banco Central resta apenas elevar os juros para manter a inflação na meta. Como eu já disse, o ideal é que as políticas monetária e fiscal andem juntas. Nos últimos três anos, infelizmente, elas caminharam em direções opostas. Quando isso acontece, a política monetária tem de ser mais agressiva, com juros mais altos, o que diminui a atividade e o crescimento.

Sobre a inflação, não há dúvida. A meta de inflação de 3,25% para este ano está no nível correto para um país emergente como o Brasil. Em países avançados, esta meta fica na casa dos 2%. A meta de 3,25% é um desafio que exige esforços, mas não é impossível de atingir. Um país como o Brasil, com histórico de hiperinflação, não pode tergiversar, não pode deixar prosperar o argumento “um pouco mais de inflação não faz mal”, defendido por certas correntes econômicas. Faz mal, sim. A leniência com a inflação prejudica mais o cidadão de menor renda, corrói o consumo e cobra caro no crescimento e na geração de empregos à frente.

Opinião por Henrique Meirelles

Ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.