Ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central

Opinião|Brasil precisa aumentar investimentos – e é neste ponto que as coisas ficam complicadas


Para crescer mais, País precisa tomar medidas para aumentar a confiança dos empresários

Por Henrique Meirelles
Atualização:

O crescimento de 0,8% do PIB no primeiro trimestre e de 2,5% em relação ao primeiro trimestre de 2023 está em linha com as projeções do relatório Focus, do Banco Central, de um crescimento de 2% este ano. É bom, mas ainda é pouco para o Brasil se recuperar da recessão causada pela pandemia e ter um crescimento que leve a um padrão de renda consistente com o que todos almejamos para o País.

A taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB, ante 17,3% no primeiro trimestre do ano passado. Aqui está um dado importante: o Brasil precisa investir mais – é neste ponto que as coisas ficam complicadas e é preciso muito trabalho para resolver.

Taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB no primeiro trimestre de 2024, ante 17,3% no primeiro trimestre do ano passado. Na foto, construção da nova Ponte de Porto Nacional sobre o Rio Tocantins.  Foto: Wilton Junior/Estadão
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O País precisa encarar seu problema fiscal. Hoje, tem uma política fiscal expansionista e uma política monetária contracionista, uma combinação contraproducente. Em resumo: o governo gasta mais do que deveria e o Banco Central precisa manter juros mais altos para manter a inflação na meta. Se andassem na mesma direção, seria possível reduzir a dívida pública com maior velocidade e conter a inflação com juros mais baixos, criando um ambiente capaz de atrair mais investimentos.

Todo país precisa de investimento privado para crescer. É ele que gera novos empregos e renda, a melhor política social que existe. Este ano, as agências de classificação de risco melhoraram a avaliação do Brasil, que está a dois níveis de voltar ao investment grade, a melhor condição para atrair investimentos. Atingimos o investment grade em 2008, quando as políticas monetária e fiscal andavam em linha, e perdemos em 2016, após alguns anos de aumento do gasto público acima da inflação.

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Há boas condições para o País se tornar mais atraente para investidores. Reformas importantes foram feitas nos últimos anos, como a trabalhista e a da Previdência. A reforma tributária vai eliminar a complexidade do sistema, que prejudicava os negócios. Os projetos de regulamentação, se bem encaminhados e com poucas exceções, podem tornar o sistema mais justo.

O governo pode fazer o que fez no ano passado, com a revisão de despesas do Bolsa Família, e reformular programas e cortar gastos desnecessários. A estratégia de apenas buscar novas receitas é limitada e dificilmente será suficiente para cumprir a meta de déficit zero do arcabouço fiscal.

Para crescer mais, o Brasil precisa tomar medidas para aumentar a confiança dos empresários – não falo apenas do investidor internacional interessado numa concessão de rodovia, mas também do dono de uma padaria no interior da Bahia. Essa confiança só virá se o empresário acreditar que o Brasil vai crescer de forma consistente e tem regras previsíveis e estáveis.

O crescimento de 0,8% do PIB no primeiro trimestre e de 2,5% em relação ao primeiro trimestre de 2023 está em linha com as projeções do relatório Focus, do Banco Central, de um crescimento de 2% este ano. É bom, mas ainda é pouco para o Brasil se recuperar da recessão causada pela pandemia e ter um crescimento que leve a um padrão de renda consistente com o que todos almejamos para o País.

A taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB, ante 17,3% no primeiro trimestre do ano passado. Aqui está um dado importante: o Brasil precisa investir mais – é neste ponto que as coisas ficam complicadas e é preciso muito trabalho para resolver.

Taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB no primeiro trimestre de 2024, ante 17,3% no primeiro trimestre do ano passado. Na foto, construção da nova Ponte de Porto Nacional sobre o Rio Tocantins.  Foto: Wilton Junior/Estadão

O País precisa encarar seu problema fiscal. Hoje, tem uma política fiscal expansionista e uma política monetária contracionista, uma combinação contraproducente. Em resumo: o governo gasta mais do que deveria e o Banco Central precisa manter juros mais altos para manter a inflação na meta. Se andassem na mesma direção, seria possível reduzir a dívida pública com maior velocidade e conter a inflação com juros mais baixos, criando um ambiente capaz de atrair mais investimentos.

Todo país precisa de investimento privado para crescer. É ele que gera novos empregos e renda, a melhor política social que existe. Este ano, as agências de classificação de risco melhoraram a avaliação do Brasil, que está a dois níveis de voltar ao investment grade, a melhor condição para atrair investimentos. Atingimos o investment grade em 2008, quando as políticas monetária e fiscal andavam em linha, e perdemos em 2016, após alguns anos de aumento do gasto público acima da inflação.

Há boas condições para o País se tornar mais atraente para investidores. Reformas importantes foram feitas nos últimos anos, como a trabalhista e a da Previdência. A reforma tributária vai eliminar a complexidade do sistema, que prejudicava os negócios. Os projetos de regulamentação, se bem encaminhados e com poucas exceções, podem tornar o sistema mais justo.

O governo pode fazer o que fez no ano passado, com a revisão de despesas do Bolsa Família, e reformular programas e cortar gastos desnecessários. A estratégia de apenas buscar novas receitas é limitada e dificilmente será suficiente para cumprir a meta de déficit zero do arcabouço fiscal.

Para crescer mais, o Brasil precisa tomar medidas para aumentar a confiança dos empresários – não falo apenas do investidor internacional interessado numa concessão de rodovia, mas também do dono de uma padaria no interior da Bahia. Essa confiança só virá se o empresário acreditar que o Brasil vai crescer de forma consistente e tem regras previsíveis e estáveis.

O crescimento de 0,8% do PIB no primeiro trimestre e de 2,5% em relação ao primeiro trimestre de 2023 está em linha com as projeções do relatório Focus, do Banco Central, de um crescimento de 2% este ano. É bom, mas ainda é pouco para o Brasil se recuperar da recessão causada pela pandemia e ter um crescimento que leve a um padrão de renda consistente com o que todos almejamos para o País.

A taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB, ante 17,3% no primeiro trimestre do ano passado. Aqui está um dado importante: o Brasil precisa investir mais – é neste ponto que as coisas ficam complicadas e é preciso muito trabalho para resolver.

Taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB no primeiro trimestre de 2024, ante 17,3% no primeiro trimestre do ano passado. Na foto, construção da nova Ponte de Porto Nacional sobre o Rio Tocantins.  Foto: Wilton Junior/Estadão

O País precisa encarar seu problema fiscal. Hoje, tem uma política fiscal expansionista e uma política monetária contracionista, uma combinação contraproducente. Em resumo: o governo gasta mais do que deveria e o Banco Central precisa manter juros mais altos para manter a inflação na meta. Se andassem na mesma direção, seria possível reduzir a dívida pública com maior velocidade e conter a inflação com juros mais baixos, criando um ambiente capaz de atrair mais investimentos.

Todo país precisa de investimento privado para crescer. É ele que gera novos empregos e renda, a melhor política social que existe. Este ano, as agências de classificação de risco melhoraram a avaliação do Brasil, que está a dois níveis de voltar ao investment grade, a melhor condição para atrair investimentos. Atingimos o investment grade em 2008, quando as políticas monetária e fiscal andavam em linha, e perdemos em 2016, após alguns anos de aumento do gasto público acima da inflação.

Há boas condições para o País se tornar mais atraente para investidores. Reformas importantes foram feitas nos últimos anos, como a trabalhista e a da Previdência. A reforma tributária vai eliminar a complexidade do sistema, que prejudicava os negócios. Os projetos de regulamentação, se bem encaminhados e com poucas exceções, podem tornar o sistema mais justo.

O governo pode fazer o que fez no ano passado, com a revisão de despesas do Bolsa Família, e reformular programas e cortar gastos desnecessários. A estratégia de apenas buscar novas receitas é limitada e dificilmente será suficiente para cumprir a meta de déficit zero do arcabouço fiscal.

Para crescer mais, o Brasil precisa tomar medidas para aumentar a confiança dos empresários – não falo apenas do investidor internacional interessado numa concessão de rodovia, mas também do dono de uma padaria no interior da Bahia. Essa confiança só virá se o empresário acreditar que o Brasil vai crescer de forma consistente e tem regras previsíveis e estáveis.

O crescimento de 0,8% do PIB no primeiro trimestre e de 2,5% em relação ao primeiro trimestre de 2023 está em linha com as projeções do relatório Focus, do Banco Central, de um crescimento de 2% este ano. É bom, mas ainda é pouco para o Brasil se recuperar da recessão causada pela pandemia e ter um crescimento que leve a um padrão de renda consistente com o que todos almejamos para o País.

A taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB, ante 17,3% no primeiro trimestre do ano passado. Aqui está um dado importante: o Brasil precisa investir mais – é neste ponto que as coisas ficam complicadas e é preciso muito trabalho para resolver.

Taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB no primeiro trimestre de 2024, ante 17,3% no primeiro trimestre do ano passado. Na foto, construção da nova Ponte de Porto Nacional sobre o Rio Tocantins.  Foto: Wilton Junior/Estadão

O País precisa encarar seu problema fiscal. Hoje, tem uma política fiscal expansionista e uma política monetária contracionista, uma combinação contraproducente. Em resumo: o governo gasta mais do que deveria e o Banco Central precisa manter juros mais altos para manter a inflação na meta. Se andassem na mesma direção, seria possível reduzir a dívida pública com maior velocidade e conter a inflação com juros mais baixos, criando um ambiente capaz de atrair mais investimentos.

Todo país precisa de investimento privado para crescer. É ele que gera novos empregos e renda, a melhor política social que existe. Este ano, as agências de classificação de risco melhoraram a avaliação do Brasil, que está a dois níveis de voltar ao investment grade, a melhor condição para atrair investimentos. Atingimos o investment grade em 2008, quando as políticas monetária e fiscal andavam em linha, e perdemos em 2016, após alguns anos de aumento do gasto público acima da inflação.

Há boas condições para o País se tornar mais atraente para investidores. Reformas importantes foram feitas nos últimos anos, como a trabalhista e a da Previdência. A reforma tributária vai eliminar a complexidade do sistema, que prejudicava os negócios. Os projetos de regulamentação, se bem encaminhados e com poucas exceções, podem tornar o sistema mais justo.

O governo pode fazer o que fez no ano passado, com a revisão de despesas do Bolsa Família, e reformular programas e cortar gastos desnecessários. A estratégia de apenas buscar novas receitas é limitada e dificilmente será suficiente para cumprir a meta de déficit zero do arcabouço fiscal.

Para crescer mais, o Brasil precisa tomar medidas para aumentar a confiança dos empresários – não falo apenas do investidor internacional interessado numa concessão de rodovia, mas também do dono de uma padaria no interior da Bahia. Essa confiança só virá se o empresário acreditar que o Brasil vai crescer de forma consistente e tem regras previsíveis e estáveis.

O crescimento de 0,8% do PIB no primeiro trimestre e de 2,5% em relação ao primeiro trimestre de 2023 está em linha com as projeções do relatório Focus, do Banco Central, de um crescimento de 2% este ano. É bom, mas ainda é pouco para o Brasil se recuperar da recessão causada pela pandemia e ter um crescimento que leve a um padrão de renda consistente com o que todos almejamos para o País.

A taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB, ante 17,3% no primeiro trimestre do ano passado. Aqui está um dado importante: o Brasil precisa investir mais – é neste ponto que as coisas ficam complicadas e é preciso muito trabalho para resolver.

Taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB no primeiro trimestre de 2024, ante 17,3% no primeiro trimestre do ano passado. Na foto, construção da nova Ponte de Porto Nacional sobre o Rio Tocantins.  Foto: Wilton Junior/Estadão

O País precisa encarar seu problema fiscal. Hoje, tem uma política fiscal expansionista e uma política monetária contracionista, uma combinação contraproducente. Em resumo: o governo gasta mais do que deveria e o Banco Central precisa manter juros mais altos para manter a inflação na meta. Se andassem na mesma direção, seria possível reduzir a dívida pública com maior velocidade e conter a inflação com juros mais baixos, criando um ambiente capaz de atrair mais investimentos.

Todo país precisa de investimento privado para crescer. É ele que gera novos empregos e renda, a melhor política social que existe. Este ano, as agências de classificação de risco melhoraram a avaliação do Brasil, que está a dois níveis de voltar ao investment grade, a melhor condição para atrair investimentos. Atingimos o investment grade em 2008, quando as políticas monetária e fiscal andavam em linha, e perdemos em 2016, após alguns anos de aumento do gasto público acima da inflação.

Há boas condições para o País se tornar mais atraente para investidores. Reformas importantes foram feitas nos últimos anos, como a trabalhista e a da Previdência. A reforma tributária vai eliminar a complexidade do sistema, que prejudicava os negócios. Os projetos de regulamentação, se bem encaminhados e com poucas exceções, podem tornar o sistema mais justo.

O governo pode fazer o que fez no ano passado, com a revisão de despesas do Bolsa Família, e reformular programas e cortar gastos desnecessários. A estratégia de apenas buscar novas receitas é limitada e dificilmente será suficiente para cumprir a meta de déficit zero do arcabouço fiscal.

Para crescer mais, o Brasil precisa tomar medidas para aumentar a confiança dos empresários – não falo apenas do investidor internacional interessado numa concessão de rodovia, mas também do dono de uma padaria no interior da Bahia. Essa confiança só virá se o empresário acreditar que o Brasil vai crescer de forma consistente e tem regras previsíveis e estáveis.

Opinião por Henrique Meirelles

Ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda

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