O horário de verão é visto com bons olhos mesmo para quem começa logo cedo no trabalho e acorda quando nem amanheceu. A bancária Tereza Zambrini, de 43 anos, casada e com um filho de 14 anos, acorda às 05h30 e entra no serviço às 7h. “De manhã é muito escuro, mas não me incomodo”, diz ela.
A volta do horário de verão está em discussão no Governo Federal para gerar economia de energia elétrica ao País. A compensação da medida, que adianta o relógio em uma hora no Centro-Sul do País, vem com um final de tarde ensolarado, e que joga o pico de consumo para mais tarde. “Quando começa o horário de verão a gente fica com aquela alegria de fim de ano, Natal, verão”, lembra.
Tereza sentiu o aumento da bandeira vermelha na tarifa de luz. Gasta hoje R$ 200 por mês. Antes, desembolsava cerca de R$ 150. Com o horário de verão, ela acredita que terá alguma diferença, mas ressalta que já consome energia de forma consciente. Por isso, acha que a economia virá mesmo por conta de acender as luzes da casa mais tarde. “No uso dos eletrodomésticos não haverá diferença.”
A produtora audiovisual Joyce Abram Martirani, de 48 anos, casada e mãe de duas filhas, também aprova o horário de verão por uma questão de bem-estar e de economia. “Trabalho em estúdio fechado, termino às 18h, e adoro sair do trabalho vendo a luz do dia”, observa. “A sensação é de que não passei o dia inteiro trabalhando e que o dia não terminou, posso fazer mais coisas.”
Os horários de trabalho da produtora são flexíveis. Normalmente, começa a jornada entre 9h30 e 10h00. Mas, nos dias de gravação, entra às 06h30, quando nem amanheceu. Mesmo assim, acha que vale a pena o sacrifício nos primeiros dias da mudança do horário de verão, que depois entra na rotina.
Além da sensação de bem-estar, Joyce observa que esse horário resulta em economia de energia para o planeta. Ela conta que mora num apartamento com uma iluminação natural muito boa e que pode ficar sem acender a luz até escurecer.
Com o horário de verão, Joyce acredita que poderá economizar cerca de R$ 15. “Não deixa de ser uma economia”, diz a produtora. O gasto mensal da família com energia elétrica varia entre R$ 500 e R$ 600. Antes da bandeira vermelha nível 2, em vigor atualmente, desembolsava cerca de R$ 480 com luz. “Estou olhando para a economia do ponto de vista de sustentabilidade, se puder usar a luz natural, melhor”, conclui.